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Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa

ALGODÃO PELO MUNDO #36/2024 26/09/2024

27 de Setembro de 2024

Destaque da Semana 1 - As cotações subiram no início da semana com notícias de furacão e redução da taxa de juros nos EUA, além do pacote de incentivos da China. As cotações chegaram perto dos 75 cents e o mercado terminou a semana estável.


Destaque da Semana 2 - De acordo com a Cotlook, o volume de algodão brasileiro nas mãos das tradings foi reduzido para uma quantidade gerenciável, o que ajuda no fortalecimento do basis do Brasil.


Algodão em NY - O contrato Dez/24 fechou nesta quinta 26/09 cotado a 73,02 U$c/lp (estável vs. 19/set). O contrato Dez/25 fechou em 72,84 U$c/lp (+0,3% vs. 19/set).


Basis Ásia - O Basis médio do algodão brasileiro no posto Leste da Ásia é 830 pts para embarque Out/Nov-24 (Middling 1-1/8" (31-3-36), fonte Cotlook 26/set/24).


Altistas 1 - Os mercados acionários dos EUA atingiram novas máximas históricas, enquanto os mercados chineses se recuperaram em mais de 10%, ainda sob efeito do Fed.


Altistas 2 - Na China, o mercado de ações teve sua melhor semana desde 2008, com o novo pacote de estímulo do governo.


Altistas 3 - O Banco Popular da China introduziu medidas para aumentar a liquidez, apoiar o mercado imobiliário e incentivar o crescimento do mercado de ações.


Altistas 4 - Essas são as maiores medidas de estímulo na China desde a pandemia de COVID-19, visando tirar a economia da deflação e atingir a meta de crescimento do governo.


Baixistas 1 - No relatório de vendas e embarques semanais dos EUA, os números decepcionaram, com os piores desta safra tanto para vendas quanto embarques.


Baixistas 2 - A atividade no mercado físico seguiu lenta na última semana, com as compras das fiações em ritmo menor, inclusive por parte do Paquistão, onde o mercado estava mais ativo.


Baixistas 3 - Os preços do petróleo caíram mais de 5% esta semana. Essa queda torna o poliéster mais barato, o que pode exercer pressão descendente sobre a demanda por algodão.


China 1 - O Governo da China anunciou hoje a cota de importação de algodão TRQ em 894 mil tons para 2025, com 33% reservados para empresas estatais.


China 2 - A distribuição restante será baseada no tamanho da empresa e no desempenho anterior. O processo de alocação não é totalmente transparente. Os pedidos serão aceitos entre 15/out e 30/out. A data de alocação não foi divulgada.


China 2 - Os preços no mercado de futuros de algodão de Zhengzhou voltaram a subir durante a semana. O contrato de janeiro fechou no seu nível mais alto desde o final de julho nesta semana.


EUA 1 - Na semana, 37% das lavouras estavam em condições “boas a excelentes” – abaixo dos 39% da semana anterior e da média de 41,6% de cinco anos atrás. O índice de plantas “ruins a muito ruins” aumentou 7 pp, chegando a 33%.


EUA 2 - Atenção voltada ao furacão Helene, já atingiu a costa da Flórida como um furacão de categoria 4 e agora é uma tempestade tropical. As colheitas de algodão provavelmente serão interrompidas em vários estados.


EUA 2 - O Cotlook atualizou seus números prevendo redução de 129 mil tons a previsão de safra dos EUA devido à queda nas estimativas do USDA, ao furacão Francine e à chegada da tempestade Helene.


Bangladesh - Com o atendimento a 18 exigências feitas pelos trabalhadores, a tendência é de que o trabalho nas indústrias têxteis bengalesas volte ao ritmo normal. Hoje, as fiações operam com 65/70% da capacidade.


Logística - A francesa CMA CGM, 3a maior operadora de navios de contêineres do mundo, comprou a Santos Brasil, proprietária do maior terminal de contêineres do Porto de Santos. A transação movimentou R$ 6,3 bilhões.


Alerta - Relatório da fundação Changing Markets mostra que fibras sintéticas derivadas de combustíveis fósseis geram 35% dos microplásticos encontrados nos oceanos, causando danos à saúde humana.


Exportações - As exportações brasileiras de algodão somaram 121,9 mil tons até a 3ª semana de setembro. A média diária de embarque é 12,9% menor que a registrada no mesmo mês de 2023.


Colheita 2023/24 - Até ontem (26/09), a colheita foi concluída nos estados da BA, MA, MG, MS, MT, PI, PR e SP. Somente MG (98,75%) ainda tem áreas a serem finalizadas. Total Brasil: 99,98%.


Beneficiamento 2023/24 - Até ontem (26/09), foram beneficiados no estado da BA (76%), GO (68,55%), MA (60%), MG (75%), MS (69%), MT (48%), PI (53,33%), PR (100%) e SP (100%). Total Brasil: 54,73%.


Preços - Consulte tabela abaixo ⬇


tabela 27.09


Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, iniciativa que representa a cadeia produtiva do algodão brasileiro em escala global. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com

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CBRA confirma excelência em auditoria do Sistema de Gestão de Qualidade

27 de Setembro de 2024

O Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), vinculado à Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), teve sucesso na auditoria interna do Sistema de Gestão de Qualidade (SGQ), realizada de 23 a 26 de setembro. O resultado confirma a solidez do SGQ e a competência técnica do CBRA na execução de ensaios e na produção de material de referência para o Programa Standard Brasil HVI (SBRHVI).


Essa conquista reafirma o compromisso do CBRA com a qualidade e a excelência nos serviços prestados ao setor. Além de ser obrigatória, a auditoria também avaliou os requisitos da norma ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017. Edson Mizoguchi, gestor do Programa Standard Brasil HVI (SBRHVI) da Abrapa, destaca a importância desse processo para avaliar a evolução do sistema e identificar oportunidades de aprimoramento. "Convidamos um auditor externo experiente, que sempre agrega valor à nossa avaliação. É fundamental ressaltar o alto nível de conformidade alcançado pela nossa equipe, o que demonstra a consolidação e o amadurecimento do nosso processo, além da motivação do time", afirma Mizoguchi.


Como resultado, o auditor identificou mais oportunidades de melhoria do que não conformidades. "A avaliação abrangeu tanto a parte técnica quanto a gestão documental. O auditor parabenizou nosso sistema de gestão e reconheceu a alta competência técnica da equipe. Valorizamos muito a qualidade dos resultados e a evidência dos processos. Esse feedback positivo ressalta o compromisso contínuo do centro com a excelência e a busca por aprimoramento constante”, avalia Deninson Lima, especialista em análise de pluma no CBRA.


Localizado no mesmo prédio da Abrapa, em Brasília, o laboratório central é um dos pilares do Programa Standard Brasil HVI (SBRHVI). Os demais são Banco da Qualidade do Algodão Brasileiro e a aplicação do protocolo de Verificação e Diagnóstico de Conformidade do Laboratório (VDCL).

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CNT Entrevista: Alexandre Schenkel

26 de Setembro de 2024

O presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel, concedeu uma entrevista à jornalista Carina Godoi no programa CNT Entrevista, da Rede CNT. Durante a conversa, ele abordou as perspectivas otimistas para a safra de algodão 2024/2025, com uma produção projetada de quase 3,97 milhões de toneladas. Também foram discutidos o futuro das exportações do algodão brasileiro, a celebração dos 25 anos da Abrapa, um marco significativo na história da entidade, entre outros destaques da cotonicultura nacional. Para mais detalhes, confira o link: https://youtu.be/Q7mAGiIvkc4?si=UjAH7bR4BNMajZeC

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Qualidade aprimorada da fibra confere novos mercados ao algodão e Brasil se estabelece como líder global

25 de Setembro de 2024

Porto Alegre, 24 de setembro de 2024 – A cotonicultura brasileira tem registrado avanços impulsionados por biotecnologias que visam aprimorar a produtividade e enfrentar os desafios do campo. Os constantes investimentos em Pesquisa & Desenvolvimento resultam em um desempenho expressivo que pode conferir ao Brasil o posto de maior produtor mundial. Na safra 2023/2024, por exemplo, a colheita chegou a mais de 3,7 milhões de toneladas de algodão, conforme dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).Além disso, o país se tornou, pela primeira vez na história, o maior exportador de algodão do mundo, superando os Estados Unidos.

Esse crescimento reflete não apenas a capacidade produtiva, mas também as inovações implementadas nos últimos anos, como o melhoramento genético, que confere resistência a pragas, doenças e maior adaptabilidade às condições climáticas adversas. “O Melhoramento genético tem permitido que o Brasil não apenas amplie sua produtividade, mas também melhore a qualidade da fibra, um fator essencial para consolidar nossa posição no mercado internacional”, afirma Eduardo Kawakami, head de P&D na TMG -Tropical Melhoramento & Genética, empresa brasileira de soluções genéticas para algodão, soja e milho, que trabalha para entregar inovação ao campo.

Para o especialista, essas inovações ajudam a fidelizar relações que já consomem nossos produtos e abrir novos espaços em outros países. O Egito, tradicional pela reputação da qualidade da fibra do algodão, abriu seu mercado de algodão em pluma para as exportações brasileiras em 2023. Atualmente, a expectativa é de que a demanda dobre no ciclo 2024/25, segundo a Abrapa. “A qualidade da fibra é um dos nossos grandes diferenciais. Um manejo adequado e processos eficientes de beneficiamento também são fundamentais para manter essa qualidade, mas o melhoramento genético é parte intrínseca desse processo”, acrescenta.

Mercado cotonicultor ainda enfrenta desafios

Apesar dos avanços, o mercado cotonicultor brasileiro ainda enfrenta desafios, especialmente relacionados ao bicudo-do-algodoeiro. Considerada a principal praga da cultura do algodão, tem um alto poder destrutivo, limitando o potencial máximo de produção da planta e depreciando a qualidade da fibra. A Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT) revelou que a temporada 2023/24 registrou a pior média populacional em 12 anos, com 8,97 bicudos por armadilha por semana.

O controle dessa praga não é simples e exige esforços contínuos em P&D. Kawakami explica que a biotecnologia, embora seja promissora, é um processo de médio a longo prazo, podendo levar de 10 a 12 anos para apresentar soluções disponíveis para o mercado. Quando se trata de melhoramento genético, o desafio é ainda maior, podendo demandar de 15 ou mais anos. “Estamos falando de um atributo que não temos em nosso banco genético e, de forma geral, o mercado ainda não tem também. Precisamos, então, buscar biotecnologias para incorporar essas características no algodão. Isso envolve desafios significativos, que vão desde encontrar a solução ideal até garantir que ela seja efetiva no combate ao bicudo e segura para o meio ambiente,” destaca.

     Um dos desafios específicos é o manejo chamado de “destruição de soqueira”, que envolve a eliminação dos restos de algodão após a colheita para evitar que o bicudo encontre alimento durante o intervalo entre safras. Há também a necessidade de uma integração mais eficiente entre cultivos, como a soja, para reduzir o impacto da praga. “Estamos buscando desenvolver cultivares de soja que se encaixem nessas biotecnologias e ajudem a promover um controle maior. Acredito que já temos algumas opções promissoras que poderão beneficiar os produtores, como é o caso da soja resistente ao herbicida 2,4D”, afirma o profissional.

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Brasil projeta alta histórica na produção de algodão

Aumento está sendo impulsionado pela expansão da área cultivada

25 de Setembro de 2024

A safra de algodão 2024/25 no Brasil promete alcançar um novo recorde de produção, com estimativa de 3,97 milhões de toneladas de pluma, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira dos Produtores de algodão (Abrapa) em setembro de 2024. Esse volume representa um crescimento de 8% em relação à safra anterior.
Esse aumento está sendo impulsionado pela expansão da área cultivada, que deverá atingir 2,14 milhões de hectares, um incremento de 7,35% em comparação ao ciclo 2023/24. Mato Grosso e Bahia, os dois principais estados produtores de algodão do país, são os responsáveis por essa ampliação na área plantada, refletindo a confiança dos produtores no potencial do mercado.
Além disso, a produtividade média também apresenta sinais positivos, com expectativa de alcançar 123,95 arrobas por hectare, um crescimento de 0,61% em relação ao ciclo anterior. Esse aumento na produtividade, aliado à maior área cultivada, consolida a previsão de recorde para a produção nacional.

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Abrapa, ApexBrasil e Anea se reúnem para discutir ações do Cotton Brazil

25 de Setembro de 2024

Membros da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) participaram, em 24 de setembro, de uma reunião ordinária do Comitê Gestor do Cotton Brazil. Realizada em formato virtual, o encontro discutiu ações estratégicas da iniciativa voltada para promover o algodão brasileiro no cenário global. Entre os tópicos abordados, destacaram-se a realização de dois workshops antes do jantar anual da International Cotton Association (ICA), agendados para os dias 14 e 15 de outubro, o cronograma para o último trimestre de 2024, que inclui visitas aos Estados Unidos e a alguns países do extremo oriente, e a apresentação de um estudo sobre fiações, elaborado pela consultoria Wazir Advirors.


“A reunião foi extremamente produtiva. Estamos planejando ações para promover e divulgar o algodão brasileiro na Ásia e na Europa. De acordo com a avaliação da Apex, o projeto da Abrapa é o mais completo entre todas as cadeias parceiras que trabalham com eles. Um dos aspectos mais valiosos desse grupo é a colaboração com a Anea, os produtores de algodão e a Apex. Essa união fortalece nossas iniciativas e potencializa os resultados”, avalia Marcio Portocarrero, diretor executivo da Abrapa.


Em outubro, ocorrerá o International Trade Event, em Liverpool, na Inglaterra. O evento, promovido pelo ICA, reunirá importantes players do setor de algodão mundial para troca de informações e networking. Antes disso, o Cotton Brazil realizará dois workshops com o objetivo de apresentar os cenários da safra brasileira e as perspectivas futuras de exportação. “O workshop estratégico na ICA será fundamental para impulsionar essa nova abordagem. Acredito que essa mudança mais estratégica do Cotton Brasil é uma resposta necessária às constantes transformações que o setor enfrenta, e é vital que nos adaptemos aos desafios que se apresentam”, explica Marcelo Duarte, diretor de relações internacionais da Abrapa.


Na ocasião, ele apresentou o estudo elaborado pela consultoria Wazir Advirors, realizado em fiações de seis países: Paquistão, China, Turquia, Bangladesh, Indonésia e Vietnã. “Discutimos as ações planejadas para este ano, com ênfase no nosso alinhamento estratégico, que agora se concentra em dois grandes públicos: as fiações, que sempre foram nosso foco histórico, e as marcas e varejistas internacionais, um segmento que estamos começando a explorar com mais intensidade”, afirma Duarte.


 Atuação estratégica


Para abrir e consolidar mercados estratégicos, o Cotton Brazil dialoga com a indústria têxtil internacional, traders de algodão, entidades internacionais, marcas e varejistas por meio de iniciativas de comunicação, relacionamento, inteligência de mercado e projetos especiais. “Missão vendedores e compradores, questões de sustentabilidade e legislação europeia. Esses assuntos estão expandindo, cada vez mais, as novas ações do programa, e elas são estruturadas e extremamente bem-organizadas”, afirma Miguel Faus, diretor da Anea.


Desde sua criação, a iniciativa já promoveu 52 eventos internacionais, reunindo mais de 500 clientes e stakeholders. Elas incluem a Missão Compradores, que traz compradores mundiais para conhecer o modelo brasileiro de produção de algodão, e a Missão Vendedores, que leva produtores nacionais a conhecer a indústria internacional e entender suas demandas.


Na avaliação de Rafaela Albuquerque, gestora do projeto na Apex, o Cotton Brazil está se transformando de um projeto focado em eventos para uma iniciativa muito mais estratégica, atuando em diversas frentes com diferentes tipos de stakeholders. “Ele é o que mais executa ações, se comparado a outros. Todos estão de parabéns”, enfatiza. Para ela, ampliar o leque de ações tem sido benéfico para a iniciativa. “Conseguimos dar um salto significativo em relação ao nosso último projeto em sofisticação. Essa evolução é essencial para consolidar nossa presença e relevância no mercado”, conclui.

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Abrapa orienta produtores e técnicos a evitar a contaminação do algodão

24 de Setembro de 2024

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) publicou uma nota técnica de recomendações de boas práticas para ajudar os cotonicultores e seus times, na lavoura e no beneficiamento, a evitar a contaminação da fibra. Essa nota complementa o rol de instruções relacionadas à qualidade do algodão brasileiro, em um trabalho que teve início em 2023, focado na prevenção de fibras curtas.


Entre as causas da contaminação estão sujeira, pegajosidade e outros tipos de contaminantes que podem ocorrer de diversas formas, e, em quase todas elas, as causas podem ser evitadas com práticas corretas. O guia é parte do esforço da associação para incrementar a qualidade do algodão brasileiro no que tange às chamadas características extrínsecas, perceptíveis a olho nu, que, quando não estão de acordo com os padrões desejáveis, podem impactar na transformação da matéria-prima na indústria, gerar prejuízos, desvalorização do produto e, em última instância, comprometer a imagem do Brasil como origem de algodão de qualidade.


De acordo com o gestor do programa Standard Brasil HVI (SBRHVI), da Abrapa, a cada safra, o algodão brasileiro tem melhorado suas características intrínsecas, aquelas só mensuradas por instrumentos tecnológicos, como o High Volume Instrument (HVI), e isso resulta na qualidade final do produto. Contudo, os aspectos ligados às características extrínsecas ainda precisam ser melhorados.  “Nosso objetivo é orientar produtores e operadores sobre os principais contaminantes, qual a sua origem, consequências e as formas de mitigar esses problemas”, explica Edson Mizoguchi. Para a elaboração do guia, contribuíram diversos profissionais da cadeia produtiva, com base no material disponibilizado pelo gerente de laboratório da Minas Cotton, Anicézio Resende.


A contaminação do algodão pode ocorrer por plástico, fragmentos da casca da semente (seed coat), pela ação de insetos, como a mosca branca, o pulgão e a cochonilha, que causam a “pegajosidade”, e por outros fatores, como raspas do caule que se misturam ao algodão na hora da colheita, capim, sementes, como o picão preto, fibras estranhas, metais ou tecidos. A própria escolha da variedade plantada pode influenciar. No Brasil, as contaminações mais comuns são seed coat, pegajosidade e plástico. Este último, lidera o número de queixas. Na fiação, por exemplo, o algodão contaminado por plástico ocasiona dificuldades no processamento, e, consequentemente, quebra do fluxo produtivo e aumento do custo com a mão de obra.


A presença de fragmentos de plástico no algodão pode ocorrer na lavoura, na colheita, no transporte ou no beneficiamento. “São pequenos pedaços de lona plástica do módulo triturado junto à pluma no beneficiamento”, explica o gestor. Entre as principais causas da contaminação está a qualidade da lona plástica, o manuseio, a regulagem da colheitadeira, o excesso de material e procedimento incorreto no corte da lona. “Nos Estados Unidos, há uma tabela de deságio para cada região. Um algodão contaminado por plástico no nível um ou dois recebe um desconto de 4000 pontos, o que representa 50% do seu valor. Estima-se que a contaminação por plástico seja de 1% a 3%. Se houver 3% de contaminação podemos ter um deságio de 518 milhões de reais”, afirma Mizoguchi.


Já a contaminação por seed coat ocorre nas etapas da colheita e beneficiamento do algodão, quando fragmentos da casca da semente ficam presos às fibras. “Seja qual for a contaminação, somente a constância de boas práticas irá garantir a qualidade final do algodão que produzimos”, enfatiza Mizoguchi.


Fibras Curtas


 Um dos maiores problemas enfrentados na cotonicultura são as fibras curtas. Consideradas aquelas com comprimento inferior a meia polegada (12,7mm), são perceptíveis apenas na análise instrumental, em máquinas do tipo HVI (High Volume Instrument), e sua ocorrência compromete os processos nas fiações, ocasionando perdas de matéria-prima e de produtividade. Além disso, quanto maior for o Conteúdo de Fibras Curtas (SFC), maior será o deságio no preço de venda da commodity. Nos últimos anos, o Brasil tem intensificado os investimentos para identificar as principais origens desse problema, que é uma das queixas recorrentes do mercado internacional. As causas podem estar na escolha da variedade, nos tratos culturais ou mesmo no beneficiamento da fibra.


Clique abaixo e acesse o conteúdo completo (nota técnica de contaminação e nota técnica de fibras curtas):


Nota técnica | Contaminação do Algodão Brasileiro:https://abrapa.com.br/wp-content/uploads/2024/09/Nota-Tecnica-%E2%80%93-Contaminacao.-versao-de-24.09.24.pdf 


Conteúdo em Fibras Curtas do Algodão Brasileiro: https://abrapa.com.br/wp-content/uploads/2023/11/Indice-de-Fibras-Curtas.pdf 


 

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Algodão brasileiro é destaque em debate sobre sustentabilidade e consumo responsável no evento Diálogos Sustentáveis

Evento promovido pela empresa Lamparina, em parceria com o Governo do Estado do Rio de Janeiro, promoveu uma discussão sobre a moda e o consumo responsável

24 de Setembro de 2024

Na última terça-feira, 24, Silmara Ferraresi, diretora de relações institucionais da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e gestora do movimento Sou de Algodão, participou do evento Diálogos Sustentáveis, na Casa de Cultura Laura Alvim, no Rio de Janeiro. Promovido pela empresa especializada Lamparina Comunicação e Sustentabilidade, em parceria com o Governo do Estado do Rio de Janeiro, o evento teve o objetivo de realizar conversas sobre gestão sustentável, devido à aproximação  da reunião da cúpula do G20 que acontecerá na cidade em novembro. Foram três painéis e ativações de comunicação que levaram assuntos relacionados ao tema.


Silmara Ferraresi marcou presença no painel “a moda e o consumo responsável - economia circular, geração de renda e impactos ambientais da indústria”. Junto com a executiva, marcaram presença Thays Rossini, Gerente de Sustentabilidade da Lojas Renner S.A., Ana Carolina Poeys, Analista de Sustentabilidade do Grupo SOMA, Carolina Muller, Assessora da Secretaria de Ambiente e Sustentabilidade do Estado do Rio de Janeiro, e Larissa Greven, Fundadora e CEO da Oficina Muda.


Durante sua apresentação, Silmara falou sobre a sustentabilidade e a rastreabilidade na moda. Primeiro, trouxe dados do algodão brasileiro, que evidenciam o trabalho do produtor e comprovam a importância da fibra para a cadeia nacional. Alguns dos principais pontos destacados foram a posição de liderança mundial do Brasil na exportação do algodão responsável, o terceiro lugar em produção global da fibra, a capacidade de fornecer integralmente a demanda da fibra para a indústria local, além de os setores têxtil e de confecção serem o segundo maior na geração de empregos no País.


Esses números comprovam que o algodão é uma das fibras mais importantes para o mercado da moda nacional e, por isso, a Abrapa desenvolve um trabalho pensando na sustentabilidade, com o programa ABR (sigla para Algodão Brasileira Responsável), criado em 2012, que certifica as unidades produtivas que seguem critérios sociais, ambientais e econômicos; e na rastreabilidade, com o Sistema Abrapa de Identificação (SAI).


Além desses, conta com o SouABR, primeiro programa de rastreabilidade de ponta a ponta da cadeia têxtil. O único, em escala mundial, que entrega ao consumidor todo o caminho percorrido da peça, desde a origem da matéria-prima até a prateleira da loja. Hoje, em quase três anos de existência, já somou quase 160 mil peças rastreáveis, que reúnem 72 fazendas certificadas ABR e 62 produtores. Para a fabricação dessas peças, foram necessários 21 mil fardos de algodão, mais de 2 milhões de kg de pluma, 38 mil metros de tecido e mais de 82 mil kg de malhas.


"A rastreabilidade nessa cadeia é fundamental para garantir transparência e responsabilidade em todas as etapas de produção. Ela permite que consumidores façam escolhas mais conscientes, sabendo a origem de suas peças e o impacto socioambiental envolvido. Além disso, é um diferencial competitivo para as marcas que buscam se destacar em um mercado cada vez mais exigente e alinhado com práticas sustentáveis”, explica.


Na apresentação da Lojas Renner S.A., Thays Rossini, Gerente de Sustentabilidade, falou sobre os produtos mais sustentáveis que a marca entrega e, principalmente, sobre o Guia de Moda Circular. Disponibilizado para a equipe de design da Renner, o manual ajuda a trabalhar a circularidade nos processos criativos e no lançamento de novos produtos. Além disso, a empresa também conta com o Guia de Riscos Climáticos, entregue para toda a cadeia da empresa, inclusive fornecedores, para que todos possam entender como esses riscos estão associados no dia a dia do trabalho e como podem reduzir os impactos.


Já Ana Carolina Poeys, Analista de Sustentabilidade do Grupo SOMA, apresentou seu trabalho com a circularidade e a parceria com a Oficina Muda, uma multimarca de moda e decoração Upcycling. A empresa faz a doação de tecido e resíduos têxteis do processo produtivo, para que a Oficina possa trabalhar com o processo de Upcycling, reciclagem e fornecer esses materiais para artesanato, por exemplo.


Para finalizar, o evento Diálogos Sustentáveis proporcionou uma troca de conhecimentos e experiências entre as painelistas e o público, destacando a importância da sustentabilidade na moda, com iniciativas concretas e inovadoras.

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Comissão Científica do 14° CBA faz balanço do evento

20 de Setembro de 2024

A comissão científica do 14° Congresso Brasileiro do Algodão (CBA), promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), esteve reunida na tarde desta sexta-feira (20) para fazer um balanço desta edição do evento, que aconteceu no início de setembro, em Fortaleza (CE) e reuniu um público recorde de mais de 4,2 mil pessoas.


Na pauta do encontro, foi destacado o sucesso da organização e da programação técnica e científica, que abrangeu 31 diversos temas de interesse para o setor. “Acredito que conseguimos aperfeiçoar o conteúdo dessa programação em relação à edição anterior, adaptando os temas às preocupações atuais dos cotonicultores e dos profissionais envolvidos na cadeia produtiva da fibra. Foi um evento lindo!”, afirma o presidente da comissão científica do 14° CBA, Jean Belot.


As palestras silenciosas, que aconteceram simultaneamente em 6 hubs, nas tardes de 03/09 e 04/09, foram uma das novidades no formato trazido nesta edição e que fez sucesso entre congressistas e palestrantes. Estes, embora estivessem reunidos no mesmo palco, em formato hexagonal, separados por divisórias, puderam proferir suas palestras, transmitidas através de fones de ouvido acoplados em cada cadeira.


Para o próximo CBA, que acontecerá em 2026, em local a ser definido, a comissão científica a ser nomeada pela nova diretoria da Abrapa em 2025 avaliará as plenárias e hubs que mais funcionaram, bem como quantidade de conteúdos, formato, tempos de duração e grade de horários, com o objetivo de melhor atender a expectativa do público. O grande desafio continuará sendo surpreender a todos com mais novidades, formatos inovadores e, claro, muito conteúdo de qualidade sobre o algodão.

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Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa

ALGODÃO PELO MUNDO #35/2024 20/09/2024

20 de Setembro de 2024

Destaque da Semana - Cotações sobem para os maiores patamares em quase três meses. Eventos climáticos e redução expressiva da taxa de juros nos EUA foram os principais fatores altistas da semana.


Algodão em NY - O contrato Dez/24 fechou nesta quinta 19/09 cotado a 73,03 U$c/lp (+3,8% vs. 12/set). O contrato Dez/25 fechou em 72,62 U$c/lp (+1,8% vs. 12/set).


Basis Ásia - O Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia é de 823 pts para embarque Out/Nov-24 (Middling 1-1/8" (31-3-36), fonte Cotlook 19/set/24).


Altistas 1 - Nos EUA, duas tempestades tropicais - uma na região do Golfo do México e outra nas Carolinas - causaram forte alta na segunda-feira, levando alguns contratos aos limites de alta.


Altistas 2 - O dólar americano caiu 0,65% na semana, atingindo o nível mais baixo desde 2022, tornando o algodão mais barato para compradores internacionais.


Altistas 3 - O Federal Reserve dos EUA reduziu as taxas de juros pela 1ª vez em quatro anos, cortando 50 pontos-base para uma faixa de 4,75% a 5,00%, enquanto a expectativa do mercado era de 25 pontos-base~. O Fed também previu cortes adicionais nas taxas de juros tanto em 2024 quanto em 2025.


Altistas 4 - Na quinta-feira passada (12), o USDA reduziu as safras norte-americana e global, mas aparentemente só nesta semana o mercado assimilou os números.


Baixistas 1 - O relatório semanal de vendas de exportação do USDA mostrou vendas líquidas de 106.800 fardos de algodão para 2024/2025 (-8% em relação à semana anterior e +23% em relação à média das 4 semanas).


Baixistas 2 - Os bons ares da economia americana nesta semana não são sentidos na China. Consumidores chineses enfrentam altas dívidas e um setor imobiliário em dificuldades, reduzindo a disposição para consumo e investimento.


Baixistas 3 - As importações de algodão pela China em 2023/24 foram atipicamente altas, e em grande parte destinadas à Reserva Estatal. Neste ano, o país ainda está pouco ativo nas compras internacionais.


EUA - Depois do furacão Francine semana passada, outra tempestade tropical ameaça as Carolinas, ameaçando as lavouras de algodão principalmente quanto à qualidade.


China 1 - Em agosto, a China importou cerca de 150 mil tons de algodão, segundo dados alfandegários preliminares. É o menor volume mensal desde jul/23.


China 2 - Já a importação de fios foi de 110 mil tons em ago/24 – abaixo das 116 mil tons de jul/24 e das 175 mil tons de ago/23.


Bangladesh - A conjuntura bengalesa segue desafiadora, com atraso na liberação de cartas de crédito, juros altos e fornecimento irregular de energia. Somam-se inundações e agora atrasos no porto de Chattogram devido a protestos.


Turquia - Em julho, a Turquia importou 87.140 tons de algodão (2º maior volume mensal de 2023/24). No acumulado, o volume é de 761.655 tons, com EUA e Brasil respondendo por 30% e 29%, respectivamente.


Índia - Até 13/set, o plantio de algodão na Índia alcançou 11,2 milhões ha, restando 9,1% da área prevista, conforme dados oficiais. É a menor área semeada em setembro desde 2016/17.


Paquistão - A safra de algodão do Paquistão está em observação: o clima quente e seco melhorou as condições, mas não o suficiente para reduzir os danos já ocorridos. As estimativas da indústria para a safra são de 1,2 milhão de tons.


Indonésia - O volume de algodão importado pelos indonésios em julho alcançou 35.675 tons, totalizando 402.434 tons no ano comercial 2023/24. O Brasil foi o principal fornecedor, com 33% desse total.


Safra 2024/25 - Nesta semana, a Abrapa divulgou as primeiras estimativas para safra 2024/25: área de 2,14 milhões ha (+7,4%) e produção de 3,97 milhões tons (+8%). Os dados foram apresentados à Câmara Setorial do Algodão, do Mapa.


Safra 2023/24 - Os números da safra passada foram fechados em 1,99 milhão ha de área plantada e produção de 3,68 milhões tons. MT se manteve como maior produtor nacional, com 2,67 milhões tons.


Exportações - As exportações brasileiras de algodão somaram 87 mil tons até a 2da semana de set.


Colheita 2023/24 - Até ontem (19/09), foi concluída a colheita nos estados do MA, MS, MT, PR e SP. Os trabalhos continuam na BA (98,14%), GO (96,81%), MG (99%) e PI (97,18%). Total Brasil: 99,56%.


Beneficiamento 2023/24 - Até ontem (19/09), foram beneficiados no estado da BA (70%), GO (64,71%), MA (60%), MG (70%), MS (69%), MT (43%), PI (47,33%), PR (100%) e SP (100%). Total Brasil: 49,77%.


Preços - Consulte tabela abaixo ⬇


Quadro de cotações para 19_09


Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, iniciativa que representa a cadeia produtiva do algodão brasileiro em escala global. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com

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