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Abrapa apresenta case do algodão brasileiro no HUB CNA

10 de Outubro de 2024

O case de sucesso do algodão brasileiro, que consolidou o país como o maior exportador mundial da pluma no período 2023/2024, foi apresentado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) no dia 9 de outubro, durante um encontro virtual do HUB da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (HUB CNA). O evento, focado em inovação e tecnologia no agronegócio, destacou as estratégias que levaram o Brasil a essa posição de destaque. O HUB CNA, uma iniciativa do Sistema CNA/Senar/ICNA, apoia e representa mais de 5 milhões de produtores rurais brasileiros, promovendo avanços tecnológicos e soluções inovadoras para o setor.


De acordo com Marcio Portocarrero, diretor executivo da Abrapa, durante a reunião foram abordados diversos tópicos, como a cotonicultura brasileira e os principais pilares de ação estratégica da entidade: qualidade, rastreabilidade, promoção e sustentabilidade. "Também tivemos a oportunidade de ouvir duas startups inovadoras. A primeira está desenvolvendo uma solução para aplicação de biológicos com liberação programada de inimigos naturais utilizando drones de pequeno porte, proporcionando maior precisão e eficiência no manejo das lavouras. O foco dessa proposta é viabilizar a liberação da vespa Catolacus grandis, agente biológico predador do bicudo-do-algodoeiro. A segunda startup apresentou uma plataforma de integração de dados agrícolas, reunindo informações de clima, solo, plantas, maquinários e imagens das áreas cultivadas, possibilitando melhor gestão de dados das fazendas, facilitando a tomada de decisões e a otimização dos processos produtivos", afirmou.


O papel do Hub é identificar e disponibilizar soluções tecnológicas, de forma acessível e adaptada às diversas realidades brasileiras. É um ambiente ideal para conectar startups, empresas, investidores, institutos de tecnologia e universidades mundo afora.  Localizado em Brasília (DF), ele foi criado para identificar os principais desafios do setor, buscar as soluções tecnológicas já existentes, fomentar o desenvolvimento de novas ideias, validar as soluções diretamente com os produtores rurais e apoiar o lançamento das soluções no mercado.


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Relatório de Qualidade do Algodão Brasileiro | setembro 2024

09 de Outubro de 2024

Até o dia 30 de setembro, já tinham sido realizadas 9.593.400 análises de qualidade da safra brasileira de algodão 2023/2024. O trabalho segue firme nos 83 equipamentos de HVI, distribuídos nos 12 laboratórios de análise de fibra do país, que integram o programa Standard Brasil HVI (SBRHVI), da Abrapa. Este ciclo traz boas notícias na melhoria das características analisadas, como uniformidade, resistência, comprimento e índice de fibras curtas. Este último, um constante ponto de atenção, para atender aos mercados mais exigentes.



Clique no link e confira o relatório completo:https://abrapa.com.br/wp-content/uploads/2024/10/Relatorio-de-Qualidade-do-Algodao-Brasileiro-%E2%80%93-safra-2023.24-setembro.pdf

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Dia Mundial do Algodão: a fibra de todas as gerações

A nova campanha do Sou de Algodão destaca a relevância do algodão para a economia e a moda responsável, celebrando sua trajetória e os impactos

07 de Outubro de 2024

Hoje, 7 de outubro, é comemorado o Dia Mundial do Algodão. Desde 2019, instituído durante um evento promovido pela Organização Mundial do Comércio (OMC), a data celebra a importância da fibra natural, que é um dos maiores motores do setor agrícola e um pilar fundamental da economia global. Por isso, o movimento Sou de Algodão, iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), lançou a campanha “a fibra de todas as gerações”.


“O algodão nos conecta do passado até o futuro, é só reparar: nossa história começa nas plantações, passa pela casa de todas as famílias brasileiras e vai criando memórias afetivas que duram para sempre. É assim, com os pés na terra e os olhos no amanhã, que construímos um legado tão resistente quanto a nossa matéria-prima. A fibra brasileira é a ligação atemporal entre quem valoriza o passado, vive o presente e acredita no poder do futuro”, diz o manifesto da campanha.


O ALGODÃO BRASILEIRO


O cultivo no país começou no período colonial, ganhando importância econômica a partir do século XVIII, com a exportação para a Europa. Durante o século XX, a produção se modernizou, principalmente no cerrado brasileiro, tornando-se um dos maiores produtores mundiais.


Neste cenário, a Abrapa foi criada. Há 25 anos, a instituição vem trabalhando para promover a qualidade, a sustentabilidade e a rastreabilidade da fibra. Esses são os três principais pilares do trabalho desenvolvido junto com suas nove entidades estaduais associadas que atuam em todo o território nacional. “O nosso propósito é garantir e incrementar a rentabilidade do setor por meio da organização dos seus agentes”, explica Alexandre Pedro Schenkel, presidente da  Abrapa.


Graças a esse trabalho, atualmente, o Brasil é o principal fornecedor de algodão responsável, o maior exportador e terceiro maior produtor. Além disso, 92% do cultivo é realizado em regime de sequeiro e 82% da produção tem certificação ABR (sigla para Algodão Brasileiro Responsável).


A RASTREABILIDADE


Assim como dito no manifesto da campanha, o algodão percorre um longo caminho, passando por diversos elos, até chegar ao consumidor final. Por esse motivo, a Abrapa investe boa parte do seu trabalho em rastreabilidade, para que todos possam saber os passos percorridos e as pessoas envolvidas em cada processo.


O primeiro passo nessa área foi a criação do SAI (Sistema Abrapa de Identificação), lançado em 2004. O sistema permite que cada fardo produzido no Brasil tenha uma etiqueta com um código de barras exclusivo, o que facilita a verificação da origem e do compromisso com a sustentabilidade.


E a mais recente novidade, criada em 2021, é o SouABR, lançado por meio do movimento Sou de Algodão. Esse é o primeiro programa de rastreabilidade de ponta a ponta da cadeia têxtil, entregando para o consumidor final o caminho percorrido da semente ao guarda-roupa, graças a um QR Code que fica na etiqueta da peça.


“A rastreabilidade nessa cadeia é fundamental para garantir transparência e responsabilidade em todas as etapas de produção. Ela permite que consumidores façam escolhas mais conscientes, sabendo a origem de suas peças e o impacto socioambiental envolvido. Além disso, é um diferencial competitivo para as marcas que buscam se destacar em um mercado cada vez mais exigente e alinhado com práticas sustentáveis”, explica Silmara Ferraresi, diretora de relações institucionais da Abrapa e gestora do movimento Sou de Algodão.


A FIBRA NA MODA NACIONAL


É por causa dessa moda exigente que a matéria-prima tem um papel fundamental no mercado nacional, já que é uma das mais utilizadas na indústria têxtil do país. Para que os elos da cadeia e os consumidores conheçam cada vez mais os benefícios do algodão, a Abrapa criou, em 2016, o movimento Sou de Algodão, que visa promover a moda responsável e o consumo consciente.


As principais características que encontramos sobre o algodão é o conforto, mas ele também se alinha com as demandas contemporâneas por uma moda mais transparente. Segundo dados do Instituto Locomotiva, de um estudo feito em 2021, cerca de 86% da população brasileira se interessa por sustentabilidade e 75% consideram que as empresas de vestuário deveriam se preocupar com esse tema e tê-lo como pauta permanente. Por isso, 15% das pessoas estão dispostas a pagar a mais por produtos de marca com posicionamento sustentável e 60% deixariam de consumir de empresas que apresentam problemas éticos.


“Nossa fibra entrega transparência, rastreabilidade, qualidade, versatilidade e responsabilidade, dentre outros atributos que justificam ser o principal fornecedor para a indústria têxtil brasileira e o sétimo maior do mundo. Ainda em escala mundial, nós representamos 22% de todas as fibras, mas, quando falamos em fibras naturais, o algodão corresponde a 79% do abastecimento”, explica Silmara.


O trabalho da Abrapa e do Sou de Algodão ajudam, cada vez mais, na conscientização dos consumidores, ressaltando a importância de escolher produtos que não só oferecem conforto e qualidade, mas também respeitam o meio ambiente e as condições de trabalho. “À medida que a indústria têxtil evolui, a valorização do algodão, como matéria-prima essencial, fortalece a economia nacional e promove uma moda mais responsável, alinhada às expectativas de um público cada vez mais exigente e consciente. É hora de abraçar essa mudança e vestir a responsabilidade com orgulho”, finaliza o presidente da Abrapa.

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Maior exportador de algodão do mundo, Brasil certifica do plantio ao consumo

Saiba porque o país se tornou uma referência global na produção e como toda a cadeia produtiva se conecta nessa missão de valorização da fibra

07 de Outubro de 2024

Talvez você tenha lido por aí que o Brasil se tornou o maior exportador mundial de algodão (considerando o período comercial de 2023/2024), ultrapassando os Estados Unidos e enviando 2,7 milhões de toneladas de fibra a diversos países mundo afora. É mais do que 10% da produção mundial. E esses números têm tudo a ver com dois pilares que sustentam nossa produção hoje: 1) investimento em tecnologia, gestão e inovação, o que nos possibilita produzir mais em menos hectares; 2) uma produção sustentável, que respeita o meio ambiente e as pessoas, e que começa a ser rastreada, em parte, com o uso da tecnologia blockchain.


Como hoje é o Dia Mundial do Algodão, data criada pela ONU em 2019 para reconhecer o papel dessa fibra que faz parte do cotidiano de todo mundo, é um bom momento para comemorar essa conquista.


Chegar a esse patamar tem a ver com um trabalho que vem sendo feito há décadas e que envolve pesquisa, inovação, tecnologia e profissionalização do setor como um todo. E, para levar essa inovação ao mundo, a promoção comercial desenvolvida em parceria com a Agência Brasileira de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) foi importante. A gente produz coisa boa, só precisava contar ao mundo.


Um dos fatores essenciais ligados à expansão internacional, é que hoje temos uma fibra rastreável: se você comprou uma peça de roupa de algodão e ela veio com um QR code SouABR, você pode descobrir ali o caminho que foi percorrido desde o plantio das sementes até a prateleira da loja.


É um projeto que começa a ganhar força e vai dar ao consumidor final a certeza que está investindo, e colocando para dentro do seu guarda-roupa, uma peça em cuja produção o cuidado com as pessoas e com a natureza estão presentes.


A garantia dada pelo selo SouABR começa nas fazendas produtoras com certificação ABR (Algodão Brasileiro Responsável), passa pela fiação, tecelagens e malharias, depois chega às confecções e lojas. Varejistas conhecidos como Reserva, C&A e Renner, são alguns dos que estão comprometidos com essa rastreabilidade. Um movimento que começou no campo, fruto de uma parceria da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) com o Instituto Brasileiro do Algodão (IBA)


Para ganhar essa certificação, as fazendas envolvidas precisam garantir boas condições de trabalho aos profissionais e cuidado com o meio ambiente. E todas essas exigências se estendem do plantio até o varejo.


Nos últimos anos, nós, produtores de algodão – e todo o mercado -, fizemos mudanças para nos adequarmos ao que o mundo procura e precisa. Para se ter uma ideia, atualmente 92% do algodão brasileiro é produzido em regime de sequeiro, ou seja, utiliza apenas água da chuva.


Foi com essas mudanças também que o Brasil saiu de safras com produção de 500 mil toneladas de fibra e uma área menor que 1 milhão de hectares, na década de 90, para uma produção de quase 3 milhões de toneladas de fibra em cerca de 1,6 milhões de hectares. É um aproveitamento e uma produtividade muito maior por área de plantio.


Ligado a isso vem a preservação. Aqui no oeste baiano, a gente está indo um pouco além. A área destinada à vegetação nativa é de 50,1% dos imóveis rurais e de 38,7% de todo o oeste do estado. E, nos municípios produtores da nossa região, ligados à Associação Baiana de Produtores de Algodão (ABAPA), o IDH, índice que mede a qualidade de vida da população, é 17% superior à média do Brasil.


Tudo isso está recolocando o nosso algodão no mercado global, para o mundo vestir, e vem mostrando que investir em sustentabilidade e responsabilidade social tem retorno. Na hora de comprar sua calça jeans e sua camiseta, é tudo isso o que você está levando para casa.


*Alessandra Zanotto Costa é produtora rural, sócia-diretora no Grupo Zanotto e vice-presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), da qual será presidente em 2025. Ocupa o posto de primeira conselheira fiscal na Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e é uma das líderes do agronegócio que formam o grupo Forbes Mulher Agro.

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Dia Mundial do Algodão: tecnologias transformam pluma brasileira na maior do mundo

07 de Outubro de 2024

Neste 7 de outubro, em que celebramos o Dia Mundial do Algodão, temos muitos motivos para comemorar, principalmente, o cotonicultor, que trabalha diariamente para produzir a melhor pluma do mundo. Na safra 2023/24, o setor levou o Brasil ao posto de maior produtor com uma colheita de 3,7 milhões de toneladas, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em uma área plantada de 1,99 milhão de hectares, de acordo com a Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa). Além disso, o país já é consolidado como o maior produtor e exportador global de algodão responsável, com 1,98 milhão de toneladas certificadas, também segundo o órgão.


Olhando pelo retrovisor, até os anos 1990, quando o cultivo era de pouca escala, baixa tecnologia e impactado seriamente pela principal praga, o bicudo, não poderíamos imaginar que em 30 anos haveria um salto gigante na cadeia da pluma. Hoje, temos um protagonismo mundial graças ao produtor de algodão, que apostou na cultura e nas ferramentas essenciais: de biotecnologia, passando pelo tratamento de sementes, até os defensivos químicos e biológicos que estão chegando. Tudo isso para produzir o melhor algodão do mundo com qualidade, sustentabilidade, produtividade e rentabilidade.


Sabemos que o cultivo do algodão não é fácil e que exige muita tecnologia, principalmente, no manejo das pragas e doenças, já que foram elas que devastaram as plantações do país em décadas passadas e nos tornaram até importadores da pluma durante um grande período. Mas hoje, podemos deixar os percalços na história e entender como está sendo a trajetória de crescimento e exemplo mundial. Tudo começa com pesquisa e desenvolvimento de inovações que vêm sendo as propulsoras da cultura.


Entre os exemplos, evoluções tecnológicas, podemos começar citando a biotecnologia que vai dentro da semente, o principal bem do produtor. Hoje, ela já oferece proteção às lagartas durante todo o ciclo da cultura. Outra ferramenta aliada é o tratamento da semente, que proporciona o controle dos nematoides na raiz da planta. Ainda há o pacote de herbicidas, inseticidas e fungicidas, que auxiliam no controle de plantas daninhas, insetos e fungos que impactam a lavoura.


Não é só porque atingimos grandes conquistas na cadeia mundial do algodão que a pesquisa e desenvolvimento das tecnologias param. Elas seguem e em ritmo intenso, pois hoje o foco é atender às necessidades que os produtores enfrentam no campo. Neste caminho, ainda temos os insumos biológicos, que devem seguir com o manejo equilibrado com os químicos, além do lançamento de mais soluções para seguir protegendo a pluma mais famosa do mundo: a brasileira.


A safra 2024/25 vem aí e o algodão deve seguir entre os destaques da nossa produção. Segundo a 12ª edição da “Perspectivas para a Agropecuária - Safra 2024/25”, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área da nova temporada deve ser de 2.007 mil hectares, alta de 3,2% em relação à safra 2023/24. Já a produção deve bater 3,68 milhões de toneladas, crescimento de 1,1% na comparação com o período anterior. No Dia Mundial do Algodão, não nos faltam motivos para celebrar. É evolução em produção, sustentabilidade, rastreabilidade e tecnologias, tudo para seguir maximizando a produtividade da cultura e o protagonismo do agronegócio brasileiro e de sua pluma, que já está presente em todo o mundo.

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Dia mundial do algodão: Brasil deve manter liderança das exportações

País deve ter aumento de área e produção na safra 2024/25, mas cenário de preços é um ponto de atenção aos produtores

07 de Outubro de 2024

Nesta segunda-feira (7/10), quando é comemorado o Dia Mundial de Algodão, o Brasil tem muitos motivos para comemorar. No ano passado, o país ultrapassou os EUA e se consolidou como o principal exportador global da pluma. Em 2024/25 esse cenário deve se repetir, com um aumento na produção, que não deve ser afetada pelo momento adverso dos preços.


Para este novo ciclo, a área plantada deve crescer 7,4% em relação à última safra, e abranger 2,14 milhões de hectares. Os dados são da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que também espera um aumento na produção de 8%, com colheita prevista em quase 4 milhões de toneladas.


Também há boa perspectiva para as exportações do algodão brasileiro. A entidade não divulgou números, mas espera que o Brasil se mantenha à frente dos EUA na liderança global do fornecimento do produto. Em 2023/24, o Brasil enviou ao exterior 2,6 milhões de toneladas, enquanto os EUA embarcaram 2,56 milhões.


“Será um grande marco confirmar a liderança do Brasil nas exportações de algodão, porque prova que não foi apenas uma casualidade da conjuntura, mas é uma tendência duradoura”, disse, em nota, Alexandre Schenkel, presidente da Abrapa.


Desafio de mercado


Em meio a muitos prognósticos positivos para a próxima temporada, o grande desafio dos produtores de algodão provavelmente será lidar com a queda nas cotações do produto, principalmente na bolsa de Nova York.


Miguel Faus, presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), lembra o momento fraco para os preços, que têm apresentado oscilações entre 68 e 72 centavos por libra-peso nos últimos meses, refletindo uma demanda fraca.


“A oferta global, marcada por grandes safras no Brasil, Estados Unidos e Austrália, contrasta com uma demanda moderada, especialmente pela redução das importações da China, o maior comprador mundial. A China, que no ciclo anterior representava 50% das exportações brasileiras, agora absorve apenas cerca de 20%, desafiando o setor a buscar novos mercados, como Índia e Egito”, pontuou Faus.


Diante desse quadro de depreciação da pluma, o cotonicultor deve aprimorar suas estratégias para não sofrer impactos nas margens.


“Para consolidar a previsão [de safra], vai depender muito da produtividade, que por sua vez está atrelada ao clima, sobre o qual não temos ingerência. Por isso, e considerando também o mercado, a nossa recomendação é que o produtor se preocupe muito em reduzir ou otimizar os custos, e fazer o melhor possível para aumentar a produtividade, para compensar os preços não tão atrativos no momento”, destacou Schenkel.

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07 de outubro - Dia Mundial do Algodão

Nos diversos elos da cadeia produtiva, famílias se empenham para fazer do algodão a fibra que costura histórias ao longo das gerações. Na campanha de 2024, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) valoriza as narrativas familiares.

07 de Outubro de 2024

O algodão está tão parte da vida de cada um de nós, que às vezes nem nos damos conta de que, para que ele esteja logo ali, na calça jeans, na camisa, no lençol, na almofada e até na maionese, uma quantidade enorme de pessoas se esforça para isso, nos mais diversos elos da cadeia produtiva da fibra. No mundo, estima-se que 100 milhões de famílias estejam envolvidas ao longo dos seus muitos elos. No Brasil, o 3º maior produtor de algodão dentre os cerca de 100 países que o cultivam, somente nas fazendas certificadas ABR, na safra passada, são cerca de 38 mil pessoas diretas, ou, indo além, 38 mil famílias.


Falar em família tem tudo a ver quando se trata da produção de algodão. Em toda parte, a atividade é majoritariamente empreendida por grupos familiares.  Para alguns deles, a tradição remonta há muitas gerações, e não são poucos o que esperam ver esse bastão, ou melhor, “novelo”, se estender a perder de vista no futuro. Por isso, em 2024, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) escolheu o tema “A fibra de todas as gerações” como mote da campanha nacional para o Dia Mundial do Algodão do Algodão, celebrado, desde 2020, em 07 de outubro.



Grupo Pinesso – algodão de pai para filho e para sempre


Neto de agricultores italianos, que passaram o ofício ao seu pai, o produtor Gilson Pinesso ainda guarda na memória as lembranças da colheita, em um tempo em que todo o processo era feito à mão. “Eram os anos de 1970, e meu pai plantava algodão no município de Engenheiro Beltrão, no Norte do Paraná. Colher o algodão era parte dos meus deveres e dos meus dois irmãos, durante a safra, todos os dias, depois da escola. Nós éramos três meninos e duas meninas, que ficavam encarregadas de ajudar nossa mãe no serviço de casa”, lembra com saudade. Hoje, Gilson Pinesso, economista por formação e agricultor por paixão, planta algodão em Marcelândia, no estado de Mato Grosso, e já conta com auxílio de dois dos seus quatro filhos, Jefferson, o mais velho, engenheiro agrônomo, e Stephanie, administradora de empresas, que é a diretora financeira.


“Jefferson é o meu fiel escudeiro para tudo o que é ligado à agricultura e à pecuária. Já Stephanie trouxe para o negócio da família sua experiência dentro e fora do Brasil. Morou na China e na Nova Zelândia, e trabalhou num grande banco francês”, conta. Essa é a geração que hoje está com o “novelo”, mas, a caminho, dois pequenos Pinessos já dão mostras de que vão assumi-lo em alguns anos: os gêmeos Matheus e Miguel, que, em breve, completam seis anos.


“Eles são novinhos, mas já estão apaixonados pelo agro. Adoram ir para a lavoura e já foram até para o Congresso Brasileiro do Algodão”, diverte-se Pinesso.  “Nós trabalhamos e vivemos perto da natureza. O algodão é uma coisa maravilhosa. Uma camisa de algodão se degrada na terra rapidamente. Não polui o ambiente. Volta para a natureza de onde veio. Eu vejo meus filhos envolvidos no processo, e isso me deixa feliz e orgulhoso”, derrete-se o pai.



TBM - Do capulho à usina, da usina ao fio, e do fio à malha


Bezerra de Menezes é um nome tão imbricado ao algodão, quanto os fios e malhas que a família produz. A tradição com a fibra começou com o plantio, nos anos de 1940, no Ceará, quando o estado ainda figurava no ranking dos maiores produtores nacionais, nos tempos em que o bicudo ainda não havia chegado ao Brasil e empurrado a cultura para o centro-oeste do país.


Mas a arte de transformar a fibra começou aos poucos. Da plantação, atividade que ficou no passado, veio a usina de descaroçamento, adquirida por volta de 1946, quando o patriarca José Bezerra de Menezes faleceu, e a família, com as suas economias, comprou a primeira de nove usinas que chegaram a ter entre Ceará, Piauí e Goiás. O filho mais novo de José, Ivan – que se tornaria o fundador da TBM – foi o administrador da usina.


Era na usina que o pequeno Ivan - neto de José - gostava de brincar, na tulha de algodão, de subir até o alto da montanha de pluma e sentir o cheiro da fibra. Cheiro de infância que ainda hoje marca seus dias, à frente da TBM, empresa que possui quatro plantas industriais para produção de fios e malhas, onde trabalham cerca de 1,8 mil pessoas.


“Era tudo diferente. Desde o algodão em si, que era uma cultura perene, até a comercialização. Não esqueço de meu pai tratando com os ‘fregueses’, pequenos agricultores que levavam a produção para descaroçar. Ele era muito querido pelo jeito como os tratava, e eles também gostavam de minha família e de mim, traziam sempre presentes, ovos, frutas, e até pequenos animais, sabendo que eu adorava bichos”, recorda. Em 1979, Ivan, o pai, fez um projeto para montar uma fiação. Com a chegada do bicudo, em 1983, a família se concentrou nesta indústria, parando com as atividades de descaroçamento.


Ivan, o filho, já tinha 28 anos, um diploma em Direito e suas próprias empresas na área de construção civil, quando o pai o convidou para chegar mais junto no negócio da família, a fiação. “Fui o único a entrar. Tenho mais três irmãs”, conta.


Hoje, Ivan, o pai, tem 92 anos. O filho, com 60 anos recém completados e o mesmo fôlego de empreendedor, há dez vem preparando a sucessão, planejada para 2024. Quem vai dar conta do novelo, desta vez, será um outro Ivan, o neto, formado em Administração de Empresas, que está pronto para assumir o comando, aos 30 anos de idade.


“O Ivan (neto), trouxe para a empresa uma gestão muito mais moderna, participativa, e dinâmica e com muitas ferramentas novas de gestão. Eu me sinto muito orgulhoso, feliz e gratificado por ter um filho com aptidão para o negócio, para levar adiante a tradição da família. É muito bom fazer um sucessor”, comemora.


Se depender de filhos trabalhando com o algodão, o fio dessa meada ainda tem muito a crescer. Luca, também filho de Ivan (filho), tem 20 anos e também já se prepara para entrar de vez para o time da TBM, na área de tecnologia e novos negócios. Ele mora nos Estados Unidos e estuda Economia e Empreendedorismo.



Cataguases - Cinco gerações e o algodão no DNA


O algodão é, literalmente, o “pano de fundo” para a longa trajetória da família Peixoto na indústria têxtil nacional. Essa é uma história de cinco gerações, que já ultrapassa um século e começa com o tataravô de Tiago Inácio Peixoto, hoje diretor presidente e diretor comercial da Cataguases. Segundo Tiago, seu tataravô, Manuel Inácio Peixoto, era um imigrante português que chegou ao Brasil ainda jovem, e, não se sabe por quê, escolheu para fincar raízes a região de Cataguases, na Zona da Mata de Minas Gerais, onde começou a prosperar como comerciante. Em 1911, veio a oportunidade de comprar uma pequena indústria de fiação e tecelagem instalada na cidade, que estava em dificuldades, e a rebatizou de “Manuel Inácio Peixoto e Filhos”.


Segundo Tiago, desde o começo, a visão empreendedora do tataravô foi fundamental. Ele logo envolveu seus filhos no negócio, criando uma estrutura familiar que foi essencial para o sucesso da empresa. Após sua morte, foi a segunda geração que assumiu o comando, com o nome Indústrias Irmãos Peixoto. “Porém, meu bisavô, que fazia parte dessa geração, decidiu seguir um caminho diferente. Ele vendeu sua participação na sociedade com os irmãos e, em 1936, fundou a Companhia Industrial Cataguases, que é a empresa que eu e minha família continuamos a liderar até hoje”, narra Tiago.


Mas, num revés da vida, seu bisavô faleceu ainda muito jovem, e de forma inesperada. Coube ao avô de Tiago tocar os negócios, ao lado de sua mãe viúva, Francisca. “Ela era uma verdadeira ‘mulher de fibra’”, Orgulha-se Tiago. Carinhosamente chamada de Chica, Francisca desempenhou um papel essencial na continuidade do negócio familiar, e hoje o Instituto de responsabilidade social da Cataguases leva o seu nome.


“Foi com essa união entre meu avô e a mãe dele, Chica, que a Cataguases entrou em um período de grande crescimento nas décadas de 60 e 70. Durante esse tempo, a empresa Irmãos Peixoto, que deu origem à nossa jornada, começou a passar por dificuldades, e meu avô enxergou uma oportunidade de resgatar as raízes da nossa família. Ele negociou a compra da empresa e, até o final dos anos 1990, a Cataguases e a Irmãos Peixoto operaram como indústrias distintas. No início dos anos 2000, sob a liderança do meu pai, decidimos unificar as duas empresas em um único CNPJ, e a Companhia Industrial Cataguases prevaleceu como a empresa que conhecemos hoje”.


Neste outubro de 2024, a Cataguases completará 88 anos de história com esse nome. “Mas, se contarmos desde o início da nossa trajetória, estamos falando de mais de 113 anos de atuação na indústria têxtil”, calcula.


Segundo Tiago, em todos esses anos, o algodão sempre teve um papel central na atividade familiar. “Desde que me entendo por gente, lembro-me de ouvir meu pai falar sobre como o algodão é essencial para o que fazemos. Nos anos de 1980 e 1990, enfrentávamos muita dificuldade para encontrar pluma de qualidade aqui no Brasil. Precisávamos de uma fibra mais longa e resistente para os nossos tecidos, que são leves e exigem um padrão de excelência elevado. Felizmente, essa realidade mudou bastante, e hoje o Brasil é um dos maiores produtores de algodão de qualidade no mundo, o que nos enche de orgulho de fazer parte dessa cadeia produtiva.


Hoje, a Cataguases emprega cerca de 1,5 mil colaboradores e exporta mais de 20% da produção para países da América Latina, além de atender a grandes redes de moda brasileiras como Renner, C&A, Riachuelo, e marcas do Grupo Soma. “Temos orgulho da nossa trajetória, e da nossa história com o algodão, que é, verdadeiramente, o nosso DNA. O algodão faz parte da nossa essência, e a nossa missão é continuar a transformar essa matéria-prima em produtos de alta qualidade, como fizemos por mais de um século”, finaliza Tiago.



Emphasis - duas gerações de um sonho em azul índigo


Trinta e cinco anos depois, com uma produção de 650 mil peças por mês e um consumo anual de 10 milhões de metros de tecido, fica até difícil para Gabriele Ghiselini imaginar que a Emphasis, uma das mais robustas confecções de roupas de denim e sarja do país, começou como um pequeno negócio caseiro, de costura e pequenos consertos, em Sorocaba, no interior de São Paulo, como uma fonte de renda extra, para sua família, que estava para crescer.


“A Emphasis nasceu em 1989, com minha mãe, Cristina, e minha avó paterna, Lucimar. Minha mãe estava grávida de mim, com 26 anos, na época, e precisava trabalhar”, conta a, hoje, diretora administrativa da companhia, que há 24 anos foi transferida para Votorantim, com estrutura verticalizada, desde a criação, até o acabamento das peças.  O algodão, base do denim e da sarja, faz parte dessa história, como uma escolha visionária das duas empreendedoras iniciais, já que o jeans, por sua natureza, é um tecido mais complexo de se trabalhar.


A iniciativa deu tão certo, que a demanda não tardou a aumentar. Cristina e Lucimar logo se tornaram uma facção de um fornecedor e as portas foram se abrindo, mas nunca imaginaram que o pequeno negócio escalaria tanto.  “Elas não sabiam sequer o que eram máquinas de travete, overlock ou interlock.  Faziam costura caseira. Então, foram se informando, comprando os equipamentos, aprendendo a manusear, tanto que a gente fala que, na empresa, minha mãe era a mecânica, a costureira, e até do transporte, ela cuidava”, diz Gabriela, lembrando que, antes de fundar a Emphasis, Cristina era líder de produção numa metalúrgica.


Segundo Gabriele, a grande virada se deu quando, há cerca de 30 anos, a C&A bateu à porta. “Eles ofereceram alguns pedidos e viramos fornecedores. Crescemos junto com a C&A. No início, havia um representante entre a multinacional e a nossa pequena empresa familiar, mas chegou um momento em que começamos a tratar com eles diretamente. Com o sucesso, até meu pai, que, na época, era gerente de uma empresa de construção civil, pediu o desligamento, para trabalhar integralmente, com a minha mãe”, narra Gabriele.


Atualmente, seu pai, Valdir Ghiselini, continua na empresa e a mãe se dedica aos trabalhos sociais. “Mas, estamos num processo de sucessão familiar, no qual os filhos, eu e o Paulo, estamos fazendo, aos poucos, a transição para assumirmos a administração da companhia. Sei que vai ser muito difícil, para meu pai, a sucessão, mas, a gente sabe que ele precisa descansar, curtir os netos”, afirma.


A C&A continua sendo o principal cliente, mas a Emphasis trabalha também com a Riachuelo, as Pernambucanas e as Lojas Torra. A empresa tem uma marca própria, a Volts, e atualmente emprega três mil famílias, direta e indiretamente. "O algodão é parte importante da nossa vida. Através dele conquistamos tudo o que temos e empregamos tanta gente", declara Gabriele.



AG Surveyors - De geração em geração, um fio que não se parte


Por muitos anos, Adriana Freitas lidava com – como ela mesma diz – “a fibra oposta”, em parceria com a mãe, num negócio de aluguel de trajes de festas e vestidos de noiva. Mas a fibra natural estava sempre bem ao seu lado, já que Carlos, ou Carlinhos Freitas, como o chamavam os amigos do mundo do algodão, trabalhava, há mais de 20 anos no ramo de inspeção e certificação de embarques da pluma, até fundar a AG Surveyors, referência nesse tipo de serviços no Brasil.


Em 2015, Carlinhos foi diagnosticado com um câncer raro, e Adriana entendeu que seria muito difícil fazê-lo diminuir o ritmo e cuidar da própria saúde. “Falei para ele: já que você não desacelera, eu vou trabalhar com você”, lembra.


No início, esse ‘trabalho’ na AG consistia, basicamente, em cuidar da alimentação e da medicação de Carlinhos. “Eu não entendia nada de algodão, mas logo me apaixonei também. Devagarzinho, a gente foi identificando onde eu poderia ajudar. Fui achando as áreas de que gostava. Fiquei na Administração, no Financeiro. Então, larguei o meu outro ramo de vez para apoiá-lo. Para ele, também foi muito bom. O Carlos me incluía em tudo. A gente curtia muito estar juntos, na empresa, nas reuniões e nos eventos do algodão. Deu super certo”, diz.


Já a filha Giovanna, desde pequenininha, já ouviu o “chamado” da fibra. “Meu pai dizia que quando a gente era picado pelo bichinho do algodão, não saía mais dele”, rememora Giovanna, que hoje, aos 24 anos, atua no comercial da empresa e tem também foco em operações no destino.


“Foi um caminho natural, trabalhar com algodão, e, aqui, na AG. Antes, eu vinha só para observar mesmo. Para entender como tudo funcionava. Daí, comecei a executar um pouquinho algumas funções, a ajudar onde eu podia, a ficar mais do lado do meu pai, acompanhando-o nas reuniões, só como ouvinte”, conta. “Foi bem legal porque eu pude, obviamente, passar mais tempo com ele e aprender muito sobre essa parte comercial, vendo o jeito como ele sempre lidou com os clientes, o que, de fato, sempre foi um tratamento diferenciado, na minha visão”, complementa.


O gosto pelo algodão e as contingências do destino permitiram à família Freitas intensificar um convívio com Carlinhos que, infelizmente, seria interrompido. Em janeiro de 2024, ele faleceu, mas, hoje, Adriana e a filha Giovanna levam adiante o legado de Carlos Freitas. Em breve, provavelmente, mais um Freitas vai ajudar a levar a puxar o fio desse novelo, João Vítor, que agora está com 13 anos.


“Esse, com certeza, já está ‘contaminado’ pelo mesmo amor pelo algodão, que está na família. Seja na AG Surveyors ou nas muitas empresas pelas quais Carlos passou, ele contribuiu para o algodão brasileiro, e tenho certeza de que está muito feliz em saber que estamos levando essa paixão adiante”, finaliza Adriana.

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Rede Bicudo Brasil divulga relatório sobre eficiência de inseticidas no controle do bicudo-do-algodoeiro

04 de Outubro de 2024

A Rede Bicudo Brasil divulgou o relatório com os resultados dos estudos feitos nas principais regiões produtoras de algodão do país, na safra 2023/2024, sobre o uso de inseticidas no controle do bicudo-do-algodoeiro. A praga é a principal preocupação para a cotonicultura brasileira, em razão do seu alto potencial destrutivo pois ataca a maça do algodoeiro. Quando não é controlada, ela limita a produtividade da cultura e deprecia a qualidade da fibra, ocasionando prejuízos econômicos significativos.


Para a pesquisa, foram realizadas ao menos cinco pulverizações sequenciais espaçadas em cinco dias uma da outra. As avaliações iniciaram após a segunda pulverização, em um intervalo de três a cinco dias após a aplicação dos princípios ativos. Como resultado, os experimentos mostraram que não houve destaque para um padrão único de controle. Porém, permitiu concluir que dentre os produtos testados, o Isocicloseram foi aquele que teve maior frequência de casos de controle satisfatório, seguido pelo Malationa.



A análise, que tem como principal objetivo orientar o produtor rural na tomada de decisão na compra e utilização de inseticidas para combater o bicudo-do-algodoeiro, contou esse ano com a participação de nove instituições de pesquisa brasileiras, duas a mais que a edição anterior. Integram o grupo, agora, a FAMIVA, de Ribeirão Preto (SP), e a Fundação Chapadão, de Chapadão do Sul (MS), além das instituições veteranas, baseadas nos municípios de Luís Eduardo Magalhães (BA), Dourados (MS), Rondonópolis (MT), Montividiu (GO), e Campo Verde (MT).



Segundo o gestor de Sustentabilidade da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Fábio Carneiro, estes experimentos são importantes para o setor porque revelam como está funcionando o controle do bicudo em cada região do país. “Temos uma organização nacional desses experimentos em diversas regiões do Brasil. Todos utilizando o mesmo padrão e metodologia, para conseguirmos verificar quais são os produtos que estão sendo eficientes no controle do bicudo. Essa organização da rede bicudo é fundamental para a sustentabilidade do algodão brasileiro”, explica Carneiro.



A organização enfatiza que, os inseticidas não são a única ferramenta possível para conter a praga. O produtor também deve seguir as boas práticas agrícolas para um manejo integrado do bicudo-do-algodoeiro, com monitoramento contínuo, inclusive das pesquisas científicas, a fim de verificar a eficácia dos produtos químicos disponíveis no mercado, detectando possíveis perdas de eficiência de uma safra para a outra.



Rede Bicudo Brasil



A Rede surgiu a partir da necessidade de os produtores terem informações confiáveis sobre a eficiência dos inseticidas no combate ao bicudo-do-algodoeiro. Segundo um dos idealizadores da organização e, também produtor, consultor e pesquisador, Celito Breda, antes, quando não havia uma orientação nacional, as perdas eram grandes. “O produtor tinha o custo do produto, da aplicação e, ainda, o prejuízo na lavoura. É importante fazermos pesquisas em rede porque o cotonicultor tem na mão dados confiáveis e isentos sobre o que funciona ou não. E se hoje funciona e daqui três anos, de repente, caiu a eficiência, ele precisa ter um dado altamente confiável”, acredita Breda.



A Rede Bicudo Brasil é formada pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Círculo Verde Assessoria Agronômica e Pesquisa, Fundação Bahia, Ide Consultoria Agrícola e Pesquisa, Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Ferst Pesquisa e Tecnologia, Fundação Mato Grosso, Instituto Goiano de Agricultura (IGA), Instituto Mato-Grossense de Algodão (IMA MT), FAMIVA e Fundação Chapadão, com apoio técnico da Embrapa.


 

O estudo completo, por região, pode ser acessado no site da Abrapa (www.abrapa.com.br) ou através do link: https://abrapa.com.br/wp-content/uploads/2024/10/Rede-Bicudo-Brasil-Safra-2023.2024.pdf

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Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa

ALGODÃO PELO MUNDO #37/2024 4/10/2024

04 de Outubro de 2024

Destaque da Semana 1 - Apesar do furacão Helene atingir regiões produtoras dos EUA com força, o mercado oscilou pouco. A notícia altista foi neutralizada pela fraca demanda e agravamento do conflito no Oriente Médio.


Destaque da Semana 2 - A China está celebrando o feriado de Dia Nacional esta semana. Este é um dos maiores feriados nacionais e o país para em feriado durante toda a semana.


Destaque da Semana 3 - Semana que vem, 07/Out será o Dia Mundial do Algodão. Criada pela OMC e FAO para celebrar a importância do algodão para o mundo, a celebração anual promove a conscientização sobre os benefícios da fibra: natural, biodegradável, sustentável, confortável, circular.


Algodão em NY - O contrato Dez/24 fechou nesta quinta 03/10 cotado a 72,73 U$c/lp (-0.4% vs 26/9). O contrato Dez/25 fechou em 73,37 U$c/lp (+0,7% vs 26/9).


Basis Ásia - O Basis médio do algodão brasileiro no posto Leste da Ásia é 810 pts para embarque Out/Nov-24 (Middling 1-1/8" (31-3-36), fonte Cotlook 3/out/24).


Altistas 1 - Ainda no embalo dos estímulos anunciados pelo governo Chinês, a Bolsa de Xangai fechou no último dia de pregão antes do feriado 23% mais alta que 3 semanas atrás.


Altistas 2 - O furacão Helene atingiu regiões produtoras, principalmente Geórgia e as Carolinas nos EUA. Os danos às colheitas são estimados entre 50 e 150 mil tons de algodão, com prejuízos também de qualidade.


Altistas 3 - Os preços do petróleo aumentaram em mais de 9% esta semana devido ao agravamento da crise no Oriente Médio. O principal concorrente do algodão, poliéster, é feito a partir de petróleo.


Baixistas 1 - O dólar norte-americano está se fortalecendo como um ativo seguro em meio às tensões no Oriente Médio.


Baixistas 2 - As vendas e exportações de algodão reportadas pelo USDA continuam fracas, apesar de um leve aumento, com a China ainda devendo muito como compradora.


Baixistas 3 - O relatório semanal do USDA mostrou que as vendas líquidas de algodão para 2024/2025 aumentaram 9%, para 95.800 fardos, em relação à semana anterior, mas ainda estão 26% abaixo da média das quatro semanas anteriores.


China 1 - Investidores globais estão se preparando para apostar novamente na China, em uma mudança significativa de sentimento impulsionada pelos esforços de Pequim para reverter a desaceleração econômica.


China 2 - O beneficiamento de algodão já começou, mas ainda em pequena escala na China. A colheita deve se intensificar após o retorno do feriado do Dia Nacional na semana que vem.


EUA 1 - As condições das lavouras se deterioraram após o furacão Helene. A classificação de "bom a excelente" caiu para 31%, -6pp em relação à semana passada.


EUA 2 - Os trabalhadores dos portos e operadores portuários dos EUA chegaram a um acordo provisório na noite de quinta-feira que suspende a greve de três dias que fechou os portos na Costa Leste e na Costa do Golfo.


Vietnã - No Vietnã, as compras das fiações foram lentas, com apenas as que tinham urgência entrando no mercado.


Paquistão - Confirmando uma safra menor esta ano, a Associação de Algodoeiras do Paquistão informou que até 30/9 as entregas de algodão em caroço estão 59% abaixo do ano passado.


Bangladesh - A situação política está mais estável em Bangladesh, mas a demanda por algodão desacelerou ligeiramente nesta semana, devido à redução de pedidos e dificuldades na abertura de Cartas de Crédito.


Exportações - O fechamento das exportações de setembro será divulgado pelo MDIC nesta tarde (04/10 às 15h).


Colheita 2023/24 - Até ontem (03/10), foram concluídas as colheitas dos estados da BA, MA, MG, MS, MT, PI, PR e SP. Apenas MG (99,48%) ainda tem áreas a serem finalizadas. Total Brasil: 99,99%


Beneficiamento 2023/24 - Até ontem (03/10), foram beneficiados nos estados da BA (79%), GO (72,36%), MA (75%), MG (80%), MS (84%), MT (53%), PI (57,34%), PR (100%) e SP (100%). Total Brasil: 59,39%.


Preços - Consulte tabela abaixo ⬇


Tabela 04.10


Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, iniciativa que representa a cadeia produtiva do algodão brasileiro em escala global. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com

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Dia Mundial do Algodão: a fibra de todas as gerações

A nova campanha do Sou de Algodão destaca a relevância do algodão para a economia e a moda responsável, celebrando sua trajetória e os impactos

04 de Outubro de 2024

No dia 7 de outubro, é comemorado o Dia Mundial do Algodão. Desde 2019, instituído durante um evento promovido pela Organização Mundial do Comércio (OMC), a data celebra a importância da fibra natural, que é um dos maiores motores do setor agrícola e um pilar fundamental da economia global. Por isso, o movimento Sou de Algodão, iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), lançou a campanha “a fibra de todas as gerações”.


“O algodão nos conecta do passado até o futuro, é só reparar: nossa história começa nas plantações, passa pela casa de todas as famílias brasileiras e vai criando memórias afetivas que duram para sempre. É assim, com os pés na terra e os olhos no amanhã, que construímos um legado tão resistente quanto a nossa matéria-prima. A fibra brasileira é a ligação atemporal entre quem valoriza o passado, vive o presente e acredita no poder do futuro”, diz o manifesto da campanha.


O algodão brasileiro


O cultivo no País começou no período colonial, ganhando importância econômica a partir do século XVIII, com a exportação para a Europa. Durante o século XX, a produção se modernizou, principalmente no cerrado brasileiro, tornando-se um dos maiores produtores mundiais.


Neste cenário, a Abrapa foi criada. Há 25 anos, a instituição vem trabalhando para promover a qualidade, a sustentabilidade e a rastreabilidade da fibra. Esses são os três principais pilares do trabalho desenvolvido junto com suas nove entidades estaduais associadas que atuam em todo o território nacional. “O nosso propósito é garantir e incrementar a rentabilidade do setor por meio da organização dos seus agentes”, explica Alexandre Pedro Schenkel, presidente da  Abrapa.


Graças a esse trabalho, atualmente, o Brasil é o principal fornecedor de algodão responsável, o maior exportador e terceiro maior produtor. Além disso, 92% do cultivo é realizado em regime de sequeiro e 82% da produção tem certificação ABR (sigla para Algodão Brasileiro Responsável).


A rastreabilidade


Assim como dito no manifesto da campanha, o algodão percorre um longo caminho, passando por diversos elos, até chegar ao consumidor final. Por esse motivo, a Abrapa investe boa parte do seu trabalho em rastreabilidade, para que todos possam saber os passos percorridos e as pessoas envolvidas em cada processo.


O primeiro passo nessa área foi a criação do SAI (Sistema Abrapa de Identificação), lançado em 2004. O sistema permite que cada fardo produzido no Brasil tenha uma etiqueta com um código de barras exclusivo, o que facilita a verificação da origem e do compromisso com a sustentabilidade.


E a mais recente novidade, criada em 2021, é o SouABR, lançado por meio do movimento Sou de Algodão. Esse é o primeiro programa de rastreabilidade de ponta a ponta da cadeia têxtil, entregando para o consumidor final o caminho percorrido da semente ao guarda-roupa, graças a um QR Code que fica na etiqueta da peça.


"A rastreabilidade nessa cadeia é fundamental para garantir transparência e responsabilidade em todas as etapas de produção. Ela permite que consumidores façam escolhas mais conscientes, sabendo a origem de suas peças e o impacto socioambiental envolvido. Além disso, é um diferencial competitivo para as marcas que buscam se destacar em um mercado cada vez mais exigente e alinhado com práticas sustentáveis”, explica Silmara Ferraresi, diretora de relações institucionais da Abrapa e gestora do movimento Sou de Algodão.


A fibra nacional na moda


É por causa dessa moda exigente que a matéria-prima tem um papel fundamental no mercado nacional, já que é uma das mais utilizadas na indústria têxtil do país. Para que os elos da cadeia e os consumidores conheçam cada vez mais os benefícios do algodão, a Abrapa criou, em 2016, o movimento Sou de Algodão, que visa promover a moda responsável e o consumo consciente.


As principais características que encontramos sobre o algodão é o conforto, mas ele também se alinha com as demandas contemporâneas por uma moda mais transparente. Segundo dados do Instituto Locomotiva, de um estudo feito em 2021, cerca de 86% da população brasileira se interessa por sustentabilidade e 75% consideram que as empresas de vestuário deveriam se preocupar com esse tema e tê-lo como pauta permanente. Por isso, 15% das pessoas estão dispostas a pagar a mais por produtos de marca com posicionamento sustentável e 60% deixariam de consumir de empresas que apresentam problemas éticos.


“Nossa fibra entrega transparência, rastreabilidade, qualidade, versatilidade e responsabilidade, dentre outros atributos que justificam ser o principal fornecedor para a indústria têxtil brasileira e o sétimo maior do mundo. Ainda em escala mundial, nós representamos 22% de todas as fibras, mas, quando falamos em fibras naturais, o algodão corresponde a 79% do abastecimento”, explica Silmara.


O trabalho da Abrapa e do Sou de Algodão ajuda, cada vez mais, na conscientização dos consumidores, ressaltando a importância de escolher produtos que não só oferecem conforto e qualidade, mas também respeitam o meio ambiente e as condições de trabalho. “À medida que a indústria têxtil evolui, a valorização do algodão, como matéria-prima essencial, fortalece a economia nacional e promove uma moda mais responsável, alinhada às expectativas de um público cada vez mais exigente e consciente. É hora de abraçar essa mudança e vestir a responsabilidade com orgulho”, finaliza Alexandre.

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