Voltar

Abrapa busca o reconhecimento internacional na classificação de algodão

24 de Janeiro de 2017

Dimensionado para analisar o dobro da safra nacional, estimada em 1,4 milhões de toneladas de algodão em pluma em 2016/17, o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão – CBRA, da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão – Abrapa, inaugurado há menos de dois meses, começou os trabalhos para conquistar a certificação internacional. Esse mês, representantes da Abrapa participaram de um seminário montado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o USDA, especialmente para apresentar aos brasileiros o modelo americano de classificação de algodão. O CBRA é o laboratório central de verificação e padronização dos processos de classificação da fibra do Brasil, que atuará para garantir a qualidade e a credibilidade dos resultados aferidos nos diversos laboratórios instalados no país.


Nos EUA, a verificação da qualidade da fibra é garantida pelo governo, que avalia 100% da produção do país. No Brasil, os agricultores, através da Abrapa, com recursos do Instituto do Algodão Brasileiro – IBA, assumiram a tarefa de "rechecar" por amostragem 1% da safra nacional. Além disso, o CBRA integrará em um único sistema todos os 14 laboratórios de High Volume Instrument (HVI) do Brasil, estabelecendo o parâmetro para a calibragem dos 63 instrumentos do tipo disponíveis atualmente no território nacional.


"A padronização e a verificação da qualidade do nosso algodão, através de processos de aferição rigorosos e invioláveis, vão reforçar a credibilidade do produto no mercado internacional, com possíveis ganhos em remuneração para o produtor. A safra 2016/17 será um marco muito importante para definir os passos que tomaremos na busca pela certificação internacional. Viagens de referência como esta são muito importantes para orientar esses passos", afirma o presidente da Abrapa, Arlindo Moura.


De acordo com o gestor do Programa de Qualidade da Abrapa, Edson Mizoguchi, que viajou para Memphis para conhecer em detalhes o modelo americano, o padrão do USDA foi a referência da entidade para a certificação do CBRA pelo alto grau de confiabilidade e o reconhecimento internacional conquistado desde a sua implantação, em 1995. "Ele garantiu à fibra dos Estados Unidos o chamado green card, uma espécie de qualidade reconhecida e passe livre em qualquer mercado", diz Mizoguchi.



Proatividade


Durante três dias, a equipe da Abrapa conheceu detalhadamente o sistema do USDA, que fiscaliza cada etapa da safra. A coleta das amostras é feita por agentes oficiais, que atestam o tamanho e a integridade do material. "Os americanos conseguem ser muito ágeis no resultado, que leva em média três dias para ser divulgado. Temos ainda um logo caminho pela frente, mas estamos trabalhando para atingir nossas metas", afirma Mizoguchi.


A meta da Abrapa é, no primeiro ano, implantar o Sistema de Gestão da Qualidade baseado na NBR ISO/IEC 17.025. Ao mesmo tempo, a Associação já iniciou o processo de certificação internacional que é conferida pelo ICA Bremem, FDA AMS e DIRAD-LTC. O ICA Bremem foi uma das instituições que colaboraram para a Abrapa desenvolver o seu programa Standard Brasil HVI – SBRHVI, lançado em Liverpool em outubro de 2016. O CBRA é um dos três pilares desse programa, que inclui o Banco de Dados da Qualidade e a Orientação Técnica aos Laboratórios de HVI de todo o Brasil.


"A proatividade é uma marca da Abrapa, bem como a busca da qualidade em tudo o que faz. Essa missão que assumimos ao construir o CBRA, fortalecerá a credibilidade e a reputação da fibra brasileira no mercado mundial", afirma o presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura.



O Centro


O CBRA foi inaugurado pela Abrapa em Brasília, em 6 de dezembro de 2016, ao final do mandato do ex-presidente João Carlos Jacobsen Rodrigues. Para a construção da estrutura e instalação do laboratório, foram investidos em torno de R$9 milhões, de um total de R$50 milhões já aplicados pela Abrapa e suas associadas no Programa de Qualidade.


O Centro é equipado com duas máquinas de HVI com a calibragem do algodão-padrão do USDA e capacidade de analisar 800 amostras por dia. Essa é a tecnologia mais avançada e recorrente no mundo para a classificação de algodão. Ela avalia com precisão características intrínsecas e extrínsecas da fibra, como comprimento, resistência, uniformidade, espessura, reflectância, dentre outras, minimizando a subjetividade da classificação visual, que continua existindo, em paralelo ao HVI. No CBRA, todo o ambiente é controlado para atingir e manter as condições ideais de temperatura e umidade para a análise.

Quer ficar por dentro de tudo
que acontece no Portal Abrapa?

assine nossa newsletter

Voltar

Cotonicultores esperam a liberação de três novas variedades transgênicas em 2017

18 de Janeiro de 2017

Os produtores de algodão aguardam, para 2017, a liberação pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) de três novas tecnologias em OGM para a cultura. Todas elas trazem eventos combinados, como tolerância a herbicidas e resistência a insetos (lagartas). A próxima reunião da CTNBio está agendada para os dias 08 e 09 de fevereiro.



Desde 2005, a CTNBio liberou 13 tecnologias transgênicas de algodão, sendo a última em 2016, após uma lacuna de quatro anos. Trata-se da Bollgard III x Roundup Ready Flex, tolerante ao herbicida glifosato e resistente a insetos (lagartas). De 1998, quando foi liberada a primeira soja transgênica no país, até 2016, CTNBio liberou a comercialização de 67 tecnologias geneticamente modificadas, entre soja, milho e algodão.



Depois de, aproximadamente, dez anos de pesquisas e investimentos em torno de US$150 milhões, em média, os obtentores das tecnologias desenvolvem em campo cada variedade por mais dois anos, até completarem o dossiê, que é submetido à CTNBio. Na Comissão, pela lei brasileira, são necessários 90 dias para a emissão de um parecer. "Na prática, o tempo médio tem sido de 18 meses a 24 meses", explica o consultor técnico da Abrapa, Edivandro Seron.



As três novas tecnologias que devem chegar ao mercado, quando aprovadas pela CTNBio, foram submetidas pela Monsanto (tolerante aos herbicidas dicamba e glufosinato de amônio); Bayer (resistente a insetos e tolerante aos herbicidas glifosato e glufosinato de amônio) e Dow AgroSciences (resistente a lagartas e tolerante ao glufosinato de amônio).


Veja a lista de todas as tecnologias já liberadas pela CTNBio em soja, milho e algodão.

Quer ficar por dentro de tudo
que acontece no Portal Abrapa?

assine nossa newsletter

Voltar

Abrapa participa de reunião no MAPA

13 de Janeiro de 2017

Com os preços do algodão operando em um dos maiores patamares dos últimos seis meses – em torno de U$0,74 por libra-peso, contra uma média de U$0,66 – e o andamento da safra dentro do esperado, a reunião da comitiva da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão – Abrapa no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, realizada ontem (12/01) em Brasília, se deu em clima de otimismo.



A reunião marcou o início do mandato do produtor Arlindo de Azevedo Moura à frente da Abrapa, sucedendo João Carlos Jacobsen Rodrigues, desde o dia 1° do ano. O grupo foi recebido pelo chefe de gabinete do ministro Blairo Maggi, Coaraci Castilho, e pelo assessor especial do MAPA, Sérgio De Marco. Também participaram da audiência o presidente da Associação Matogrossense dos Produtores de Algodão – AMPA, Alexandre Schenkel, e o diretor executivo da Abrapa, Márcio Portocarrero.



Na pauta da reunião, as prioridades da cotonicultura brasileira, com a continuação dos trabalhos que a entidade já vinha desenvolvendo e novas demandas para o desenvolvimento do setor. De acordo com Arlindo Moura, o andamento e a expectativa para a safra em curso foram um dos temas mais discutidos na ocasião. A perspectiva para a safra brasileira de algodão em 2016/17 é de incremento de 20% na produção, apesar da redução da área plantada em cerca de 4%. O Mato Grosso, maior produtor de algodão do país, está concluindo o plantio da segunda safra. A Bahia, segundo maior produtor, já concluiu a safra de verão, a única do estado. O país deve colher em torno de 3,53 milhões de toneladas de algodão em caroço neste ciclo.



 "A subida dos preços em função do aumento do consumo e diminuição dos estoques mundiais, aliada a uma janela de plantio muito interessante, nos deixa otimistas para a retomada do crescimento de área a partir da próxima safra. Os 20% a mais na produção que deveremos ter em 2016/17 são fruto do aumento da produtividade nas lavouras, após um período de comprometimento nesse índice em 2015/16. Resta-nos esperar que tudo saia dentro do previsto", diz Arlindo Moura.

Quer ficar por dentro de tudo
que acontece no Portal Abrapa?

assine nossa newsletter

Voltar

​ Agricultor brasileiro: o herói vilanizado.

12 de Janeiro de 2017

Na iminência de uma divulgação de proporções mundiais, perversamente calcada em um posicionamento ideológico vazio e equivocado que ora começa a ganhar visibilidade, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão – Abrapa, juntamente com as suas dez Associações Estaduais, vem a público manifestar não apenas sua revolta, mas, principalmente, sua preocupação acerca do tema escolhido como enredo do Carnaval 2017 pela escola de samba Imperatriz Leopoldinense, intitulado “Xingu: o clamor que vem da floresta”.


Com atraso de quase dois séculos, a agremiação carnavalesca resgatou do Nacionalismo Romântico o herói indígena, tão bem forjado por José de Alencar em sua obra O Guarani, e o transpôs, sem qualquer atualização, para os holofotes da Marquês de Sapucaí, com propagação maciça na mídia. Contra esse herói brasileiro – o “bom selvagem” ingênuo e puro – elegeu como vilão o agricultor e todo o agronegócio, acusando-o de roubar as terras dos índios, destruir as matas e secar os rios.


A falácia é extremamente perigosa e encontra terreno fértil na ignorância. Muito provavelmente, quem entoará o enredo e o repetirá no calor da catarse carnavalesca, jamais conheceu o campo e ignora completamente um dos maiores motivos de orgulho que qualquer brasileiro pode – e deveria – ter. Temos o maior carnaval do mundo e o Rio de Janeiro sintetiza essa festa, é fato. Mas também somos uma superpotência planetária em agricultura, que deve colher nesta safra 214,8 milhões de toneladas de grãos: alimentos e fibras para nutrir e vestir uma importante parcela da população mundial de sete bilhões de pessoas. Abastecemos o nosso mercado interno e ainda somos o maior exportador mundial de carne bovina, frango de corte, café, açúcar, suco de laranja, dentre muitos outros.


Do cerrado brasileiro devem sair em torno de 3,53 milhões de toneladas de algodão em caroço, produzidos de maneira sustentável, com adoção intensiva de tecnologia. Para cada hectare plantado, o Brasil produz, em média, 1500 quilos de algodão em pluma, o que representa a maior produtividade de algodão do mundo, em lavouras sem irrigação.


Produtividade alta significa produzir mais em menos espaço, o que se consegue com boas e rigorosas práticas de plantio, manejo de pragas, e variedades adequadas. Devemos em grande parte esse status a uma empresa brasileira, a Embrapa. Essa sim, motivo de orgulho. E, sobretudo, devemos ao constante aprimoramento dos nossos agricultores.


Na contramão da produtividade, por uma série de políticas erradas ou inexistentes, temos 13% do território brasileiro, algo em torno de 110 milhões de hectares, destinados a apenas 0,25% da população nacional: os povos indígenas, enquanto a área utilizada pela agricultura é de 68 milhões de hectares, ou 8% do território nacional.  As terras indígenas equivalem, em média, a 482 hectares por pessoa. É como se cada indígena possuísse uma fazenda do tamanho de 482 campos de futebol para cuidar, sem assistência técnica, sem acesso a tecnologia e sem fiscalização. O resultado disso é lastimável. Não basta ter terra, é preciso saber e poder produzir.


Somos um país que pode, diante de qualquer crítica mundial, afirmar que detém 60% de suas matas preservadas. Nenhum outro país tem percentual de cobertura natural preservada desta magnitude, e consegue fazer o que fazemos nas nossas lavouras. Assim, chamar o agro de “belo” faz sentido, mas acusá-lo de ser “monstro” é inaceitável. Quem acha pouco, imagina que os alimentos, madeiras e fibras têxteis simplesmente se materializam do nada. Ignora a presença do homem do campo no seu dia a dia, em cada calça jeans, em cada refeição, habitação, remédio, produto de limpeza, papel... Não existe mágica. Alguém cultivou toda a matéria prima dos produtos à nossa volta. Qualquer outra versão é fantasia de carnaval.

Quer ficar por dentro de tudo
que acontece no Portal Abrapa?

assine nossa newsletter

Voltar

Proalmat renovado até 2025

Isenção fiscal sobre o ICMS tem impulsionado o desenvolvimento da cotonicultura em parâmetros sustentáveis no Matogrosso.

09 de Janeiro de 2017

O Governo do Estado do Mato Grosso renovou, até 31 de dezembro de 2025, a validade do Programa de Incentivo ao Algodão do Mato Grosso – Proalmat, que tem por objetivo fomentar a cotonicultura matogrossense dentro de padrões tecnológicos e ambientais de produtividade e qualidade, com estímulo à verticalização do setor e ao investimento social. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Mato Grosso, na última sexta-feira (6/01), através da lei de número 10.849/2016, que está em vigor desde o primeiro dia do ano.


Vinculado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, o Proalmat condiciona o benefício fiscal da redução de 75% do ICMS de 12% nas transações interestaduais da pluma ao cumprimento de pré-requisitos tecnológicos, sociais e ambientais na produção. Parte dos recursos renunciados é aplicada diretamente na cadeia produtiva, no financiamento de pesquisa científica, ações de defesa sanitária e de marketing para o desenvolvimento da atividade no estado, maior produtor nacional de algodão. A Associação Matogrossense dos Produtores de Algodão –AMPA aguarda a edição do Decreto Regulamentador que estabelecerá os procedimentos gerais para a aplicação da lei.


De acordo com o diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão – Abrapa, Márcio Portocarrero, ao longo dos anos, desde que foi instituído, em 1997, o Proalmat tem sido fundamental.


"O Proalmat é um instrumento que permite, dentre outros investimentos, uma série de iniciativas de abertura de mercado e promoção do algodão, como a realização de missões internacionais tanto de compradores de pluma, que são convidados a conhecer in loco o modelo de produção mato-grossense, quanto de vendedores, levando cotonicultores até o mercado comprador, além das fronteiras. Sendo o Mato Grosso o maior produtor de algodão do país, podemos dizer que o Programa tem ajudado a fortalecer o Brasil como player em todo o mundo", lembra o executivo.


09.01.2017


Imprensa Abrapa

Quer ficar por dentro de tudo
que acontece no Portal Abrapa?

assine nossa newsletter