Voltar

Milton Garbugio é o novo presidente do Conselho de Ética do Algodão

26 de Junho de 2018

O vice-presidente da Abrapa, Milton Garbugio, assumiu, no dia 22 de junho, a presidência do Conselho de Ética do Algodão, cargo que ocupará de junho de 2018 a junho de 2020. Esta é a segunda vez que a Abrapa ficará à frente da instituição. A primeira foi no mandato de Haroldo da Cunha, de 2008 a 2010.


Formado pelas entidades de representação da cadeia produtiva da fibra, Abrapa, BBM, Anea e Abit, o Conselho tem sido um âmbito de solução amigável de conflitos no cumprimento dos contratos comerciais com a commodity, desde que foi fundado, em 28 de novembro de 2007.


“É muito evidente o efeito do Conselho de Ética no ambiente de negócios. Nos dois anos em que estive na presidência, foram poucos casos a resolver, e as arbitragens em instâncias como o ICA e a BBM diminuíram bastante. De forma transparente e esclarecedora, as dúvidas têm sido dirimidas e as partes envolvidas resolvem suas questões mais rapidamente”, afirma Marco Antônio Aluísio, que antecedeu Garbugio.

Quer ficar por dentro de tudo
que acontece no Portal Abrapa?

assine nossa newsletter

Voltar

Abrapa, Agopa e Sou de Algodão apoiam 5º Estácio Fashion Design

25 de Junho de 2018

Na noite de terça-feira, 19/06, alunos e professores do curso de moda da faculdade Estácio de Sá de Goiânia organizaram o 5º Estácio Fashion Design no Mega Moda Shopping. O desfile apoiado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Associação Goiana de Produtores de Algodão (Agopa) e o movimento Sou de Algodão teve como tema central “A Saga do Algodão“, onde os alunos apresentaram suas peças de vestuário produzidas a partir da fibra natural. Na abertura do evento foi promovida uma mesa redonda com a participação de Carlos Alberto Moresco, presidente da Agopa, André Franco, superintendente de Economia Criativa e Solidária do Estado de Goiás, Walério Araújo, estilista homenageado pelos estudantes e Suely Calafiori, coordenadora do Projeto de Extensão em Design de Moda da Estácio e mediadora do bate-papo.


Moresco abriu a conversa em torno dos diversos setores da cadeia produtiva do algodão e apresentou ao público os avanços brasileiros para uma produção cada vez mais sustentável. “No Brasil, 78% do algodão produzido é certificado ABR e 69% dele tem licença internacional BCI, e, em Goiás, 100% dos produtores são certificados pelo Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR). Hoje podemos ficar tranquilos em relação ao uso da pluma, pois estamos também garantindo relações justas de trabalho e a preservação do meio ambiente, comprovados por meio da certificação anual que é feita nas propriedades”.


Sobre o Sou de Algodão, Moresco complementou: “o movimento vem para mostrar para a população o quão importante é o uso da fibra natural, produzida dentro dos conceitos de produção sustentável e esclarece que, quando esse fio natural é utilizado, toda a cadeia produtiva é incentivada”.


O algodão e a moda se enquadram no que o superintendente para Economia Criativa e Solidária, André Franco, considera como inovadora. “É a economia do século 21, mais resistente a crises econômicas. Estamos finalizando um estudo sobre o PIB criativo de Goiás e os valores são surpreendentes”, comemora.

O homenageado, e destaque da noite, o estilista Walério Araújo, inspirou os alunos com sua trajetória na moda brasileira. “Cada aluno criou uma peça inspirada na minha trajetória, este é o desafio, sobretudo porque utilizou materiais em algodão. Existe um preconceito com os tecidos em algodão, das pessoas acharem que a roupa não pode ser glamorosa, mas pode ser sim. Vai na modelagem, vai na estrutura e pode ser criado algo ainda mais bonito do que já é associado ao glamour. O algodão é, sim, glamoroso e é um tecido extremamente atemporal”, posicionou.


Após a mesa redonda com representantes da moda, da cotonicultura e do Poder Público, foi a vez de conferir a produção dos alunos de Design de Moda. As peças continham, no mínimo, 80% de sua composição em algodão, mas muitos figurinos foram totalmente feitos a partir da fibra natural. É o caso da aluna Letícia Moraes, que se envolveu com a proposta do desfile para construir sua própria identidade: “Entender a Saga do Algodão foi importante para minha formação profissional e criativa”, disse.


Mateus Zuppa também produziu peças e participou da organização do desfile. O aluno não encontrou dificuldade para trabalhar com algodão. “Eu havia usado algodão em outros desfiles. A diferença agora foi que a escolha do tecido antecedeu a criação da peça. Para a coordenadora do Projeto de Extensão em Design de Moda da Estácio, Suely Calafiori, os alunos foram a fundo na pesquisa do algodão, das origens às possibilidades de uso na moda. “Quando entenderam a importância de ser sustentável, o trabalho deles mudou”, resumiu.



Sobre o “Sou de Algodão”


Sou de Algodão” é um movimento que incentiva o uso desta fibra natural, essencial na moda e no bem-estar do brasileiro, e tem como objetivo conscientizar o consumidor final sobre os benefícios da matéria-prima e as práticas responsáveis da cotonicultura. É uma iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA).

Quer ficar por dentro de tudo
que acontece no Portal Abrapa?

assine nossa newsletter

Voltar

51ª reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados

25 de Junho de 2018

A colheita da safra 2017/2018 de algodão segue em marcha acelerada no Brasil e a expectativa dos produtores é de um novo recorde na produção nacional, de 2,015 milhões de toneladas de algodão em pluma, ante a marca alcançada em 2011, de 1,959 milhão de toneladas. Outro marco esperado para a cotonicultura brasileira, em 2018, é a escalada de uma posição no ranking dos maiores exportadores mundiais, superando a Austrália, e ficando atrás apenas dos Estados Unidos e Índia. De julho deste ano até junho de 2019, a previsão de embarques de pluma para exportação é de 1,170 milhões de toneladas, considerando a produção nacional esperada pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Os números foram divulgados durante a reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), ocorrida na última sexta-feira (22), durante a programação do XVII Anea Cotton Dinner, tradicional encontro promovido pelos Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), na ilha de Comandatuba, na região Sul da Bahia.


De acordo com o presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura, o crescimento da área plantada de 26% e a produtividade em torno de 1,7 mil quilos de pluma por hectare respondem pelo aumento de produção também na ordem de 26%. “Nesses últimos dois anos, a produção cresceu quase 60% e o primeiro levantamento da safra 2018/2019 já indica um crescimento na intenção de plantio de cerca de 12,5%, elevando a área plantada com algodão para 1,330 mil hectares. Se o clima ajudar e a produtividade se mantiver em linha com o que alcançamos na safra 2016/2017, o país poderá colher, na próxima safra, 2,26 milhões de toneladas de pluma”, antecipa Moura.


O crescimento de dois dígitos ao ano na área plantada deve continuar e reflete, segundo o presidente da Abrapa, o reconhecimento alcançado pelo algodão brasileiro no mercado internacional. “Hoje temos um produto que se equipara em qualidade ao dos Estados Unidos – que detém 40% das exportações – e muito próximo do australiano, considerado o melhor em qualidade, graças ao clima ‘controlável’ que a irrigação em 100% da área garante àquele país”, explica. No Brasil, as condições naturais do cerrado, que permitem o plantio na estação das chuvas e a colheita na seca, favorecem a produção em regime de sequeiro, com uso da irrigação em apenas 4% da área total de lavouras. “Ainda assim, alcançamos excelência na qualidade, com o bônus de termos uma produção sustentável, tanto ambiental quanto economicamente falando, porque a energia elétrica, que seria necessária para mover os pivôs, é muito cara”, afirma.



Exportações


Para o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), Henrique Snitcovski, o avanço sobre a posição da Austrália no ranking de exportadores, ainda nesta safra, é um marco importante do país, e a expectativa é de que, já na safra 2018/2019, o Brasil se encaixe como segundo maior exportador mundial. “Isso aumentará a sua participação e presença no mercado global e fortalecerá o país como fornecedor nos principais mercados consumidores, uma vez que terá à frente apenas os Estados Unidos, que respondem por 40% das exportações de algodão no comércio mundial”, afirma.


A guerra comercial entre Estados Unidos e China reflete no algodão brasileiro, diz Snitcovski, sobretudo, na volatilidade do mercado, por conta da incerteza criada pela tensão entre os dois países. “É fato que a China deixou de ser o maior importador de algodão, sendo substituída por Bangladesh e Vietnã, mas, já na temporada 2018/2019, volta com a previsão de se posicionar como um dos maiores importadores, com a redução dos estoques de reserva e manutenção da necessidade de suprir o déficit entre produção e consumo. Precisamos acompanhar muito de perto o que vai acontecer, e o que vai nos favorecer ou não, uma vez que se tratam de dois grandes players”, pondera. Ele acredita que, para o Brasil, com uma produção maior, será uma oportunidade de o país voltar a crescer em fornecimento de algodão para a China. “Apesar da volatilidade, o mercado depois vai se ajustar e, consequentemente, a participação dos países exportadores, em cada mercado consumidor”, prevê.



Indústria em alerta: Abit revê os números do setor


O clima de otimismo que marcava a indústria, representada na Câmara Setorial do Algodão e Derivados pela Associação Nacional da Indústria Têxtil e de Confecções (Abit), diminuiu em relação à reunião anterior, realizada no início de abril. A Abit reviu a estimativa de crescimento do setor, que na ocasião era de 3,5% para o segmento de confecção, de 4 a 4,1% para a indústria têxtil, com geração de 16 a 20 mil postos formais de trabalho. “Revisamos nossos números. No vestuário, hoje, a perspectiva de aumento de produção é de 1, 2% e de 2,9% nos têxteis. No início do ano, nossa expectativa de crescimento de varejo era de 5% e hoje é de quase a metade disso”, revela o presidente da Abit, Fernando Pimentel.


“O que vai acontecer adiante definirá muito o que poderemos gerar de números positivos. Saímos em 2015/2016 de muita recessão, e, no ano passado, conseguimos recuperar a produção, o número de empregos e o varejo, que cresceu mais de 7%, e a indústria apresentou uma performance bastante razoável”, lembra Pimentel.


A chegada tardia e menos intensa do frio também atrapalhou os planos do setor industrial, impactando na venda das coleções de inverno.  “A verdade é que o consumidor deu preferência aos itens que ele havia deixado de consumir na recessão. Venderam-se mais os bens duráveis que os não duráveis ou semiduráveis, como é o nosso caso. De tal forma que, no início desse ano, de janeiro a abril, nós tivemos uma queda de 3,1% no consumo de vestuário no país. A produção têxtil ainda cresceu”, disse.


A indústria, segundo Fernando Pimentel, investiu em máquinas e equipamentos comprados no exterior, principalmente, voltados para a flexibilidade, produtividade e sustentabilidade, mas não tanto para aumentar a produção. “Nossas exportações de têxteis e vestuários caem, mas esperamos chegar ao final do ano com leve crescimento de 1%, e as importações continuam nos afetando muito, com esse varejo menor e as importações crescendo mais de 30% no vestuário.  São baques muito fortes na produção nacional”, lamenta.


Com relação a preço, Pimentel afirma ser “dramático” o quadro, por conta do aumento no custo dos insumos. “Nos últimos 12 meses, o algodão subiu mais de 40% e o índice de preços nas fabricas é extremamente baixo. Têxteis subiram 3,35% no período, e a confecção em registra deflação. Há uma pressão de margens violenta sobre a indústria e a capacidade de recompô-las nos preços depende da capacidade de repasse ao consumidor, e não há espaço para isso hoje”, diz. O descasamento entre o dólar e o preço dos insumos também afeta o quadro operacional das companhias, segundo Pimentel, destacando que estes últimos cresceram em torno de 46%, por conta da alta no preço da matéria-prima e da energia.



Durante a reunião da Câmara Setorial, a Abrapa apresentou para a Abit o monitoramento da colheita e do beneficiamento, que vem sendo executado pela entidade semanalmente. O levantamento tem como objetivo abastecer de informações o setor industrial que, em janeiro, temia um possível desabastecimento de algodão na entressafra. “Por tudo que estamos vendo até agora, não há o que temer”, afirma Arlindo Moura.


Greve dos caminhoneiros



Segundo pesquisas da Abit entre seus associados, a greve dos caminhoneiros representou uma perda de quatro dias integrais de produção, dentre os nove dias completos de greve. “Ainda não sabemos o quadro final, porque essa questão ainda não está resolvida. Quatro dias de produção significam, com impostos, um faturamento de R$2,5 bilhões, que não serão recuperados”, diz.


Os produtores de algodão também sentem o impacto da greve dos caminhoneiros, especialmente, pela ameaça de tabelamento do frete, tema que ainda não está resolvido, segundo o presidente da Abrapa. A associação que, nos primeiros dias da greve, apoiou a demanda por mudanças na política de preço dos combustíveis da Petrobras, manifestou-se contrária ao movimento em seguida, com os impactos da paralisação sobre o abastecimento do país e a demanda do setor pelo tabelamento. Para Arlindo Moura, da Abrapa, isso representa um retrocesso de 30 anos na economia brasileira “e não deveria ter sido sequer aventado e muito menos acatado”, concluiu.

Quer ficar por dentro de tudo
que acontece no Portal Abrapa?

assine nossa newsletter

Voltar

Mobilização do SBRHVI chega a Minas Gerais

18 de Junho de 2018

Depois de Mato Grosso do Sul e Bahia, foi a vez de Minas Gerais receber a Abrapa, em uma mobilização de produtores para o programa Standard Brasil HVI (SBRHVI), cujo foco é a qualidade na classificação instrumental de algodão, através da padronização dos processos e da transparência no acesso a dados fidedignos de análise. O encontro com os produtores ocorreu na quinta-feira (14/06), no auditório da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa), onde o gestor de Qualidade da Abrapa, Edson Mizoguchi, apresentou um panorama do SBRHVI e esclareceu as dúvidas levantadas pelos cotonicultores presentes. A agenda da mobilização incluiu uma visita ao Minas Cotton, o laboratório de análise de algodão da Amipa, para a aplicação da lista de Verificação e Diagnóstico de Conformidade do Laboratório (VDCL).


“Tivemos um público muito interessado, e a expectativa é de grande adesão em Minas Gerais”, afirmou Mizoguchi. O encontro foi aberto pelo diretor executivo da Amipa, Lício Pena, que também espera o engajamento em massa dos produtores mineiros ao programa. Segundo Pena explicou, o Minas Cotton já havia aderido à iniciativa. “Essa mobilização é muito importante para os cotonicultores, pois eles passam a compreender a logística do SBRHVI, especialmente, do sistema. Agora, sabendo melhor como funciona, é começar a trabalhar”, disse o executivo.


Para o gerente do laboratório, Anicézio Resende, a oportunidade de tirar dúvidas dos produtores e de checar os itens de conformidade, com a aplicação da lista de VDCL, tornou a mobilização muito eficaz. “Sempre existe um ou outro produtor com alguma resistência; com receio de divulgar seus dados. Mas, aqui em Minas, acho que todo mundo vai aderir, depois de conhecer melhor o programa”, afirmou. A lista de VDCL, segundo Resende, é fundamental para a checagem dos procedimentos. “Nós, que estamos no processo no dia a dia, muitas vezes deixamos passar alguma inconformidade, não tão visível.  A lista nos ajuda a enxergar as melhorias que precisam ser feitas”, explicou.


Gabarito


Resende aproveitou a oportunidade para reforçar com os produtores a necessidade do estreito cumprimento à Instrução Normativa número 24 do Mapa (IN24), que estabelece as dimensões das amostras que devem ser mandadas ao laboratório, e apresentou ao gestor da Abrapa uma solução encontrada por eles para facilitar o corte dessas amostras no tamanho correto.



Trata-se de um gabarito de metal, que é colocado em par na prensa, na algodoeira, um na parte superior e o outro na inferior. “Fizemos um modelo de faca e apresentamos isso ao diretor executivo da Amipa, como uma alternativa que poderia ser implantada pela própria associação. O protótipo foi aprovado e agora, nós mesmos, no Minas Cotton e Amipa, vamos confeccionar esses modelos e entregar nas algodoeiras”, diz, esclarecendo que a faca garante o corte no tamanho correto, mas a conformidade no volume dependerá da destreza de quem coleta a amostra. “Vamos promover treinamentos para isso”, afirmou. No estado de Minas Gerais há oito usinas em funcionamento e outras duas devem começar a operar ainda nesta safra 2017/2018.

Quer ficar por dentro de tudo
que acontece no Portal Abrapa?

assine nossa newsletter

Voltar

Abrapa faz mobilização para adesão do cotonicultor ao SBRHVI na Bahia

11 de Junho de 2018

No dia 8 de junho, no auditório da Bahia Farm Show, em Luís Eduardo Magalhães/BA, a Abrapa reuniu os cotonicultores baianos, tradings, representantes de laboratórios para falar sobre a importância da adesão e do cumprimento dos procedimentos do programa Standard Brasil HVI, SBRHVI, e do Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão, CBRA. O momento fez parte da agenda de mobilização a que a entidade deu início em maio, e incluiu a visita para aplicação da lista de Verificação e Diagnóstico de Conformidade do Laboratório (VDCL) no laboratório da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) e da Kuhlmann, em Roda Velha. O ano de 2018 é um marco importante na recente história do CBRA, inaugurado em dezembro de 2016, já que, após funcionar em caráter experimental em 2017, ele vai operar normalmente. Também este ano, o Centro oficializou o pedido de certificação ao ICA Bremen.


O encontro com o público foi aberto pelo conselheiro consultivo e ex-presidente da Abrapa, João Carlos Jacobsen Rodrigues, que destacou os ganhos reais que a credibilidade nos resultados das análises de HVI trazem, não apenas para a imagem do algodão brasileiro, mas para a remuneração do cotonicultor. Jacobsen acredita que, em médio prazo, os produtores possam conseguir cerca de R$500 a mais por hectare.


“O algodão americano tem 500 pontos de ágio e o nosso, às vezes, 500 de deságio, por falta de aferição; de instrumentos de verificação de que o produto que foi vendido será o mesmo que chegará ao destino, e que a análise que o cliente está vendo será a mesma remetida pelo laboratório no Brasil. Precisamos eliminar os riscos, dando ao comprador a garantia de que o laudo que ele recebeu é 100% confiável. A boa notícia é que isso tem um valor que os compradores estão dispostos a pagar”, enfatiza.


Para Jacobsen, é muito importante que todos estejam comprometidos em conseguir esse status de credibilidade. “Por isso, é fundamental que o produtor cobre do laboratório a pontuação que ele tem, dentre os demais, no Brasil: quanto é o seu percentual de assertividade. Aderir ao SBRHVI não é despesa. É investimento com retorno garantido”, afirmou.


De acordo com o gestor de Qualidade da Abrapa, Edson Mizoguchi, a agenda de mobilização, que já passou pelo Mato Grosso do Sul e Bahia, prossegue até julho.

Quer ficar por dentro de tudo
que acontece no Portal Abrapa?

assine nossa newsletter

Voltar

PAP 2018/2019

07 de Junho de 2018

Embora não suficientes para a demanda individual do cotonicultor brasileiro, cuja média de custos por hectare gira em torno de R$7,6 mil, e haja disparidade entre os recursos anunciados e os efetivados, por dificuldades de acesso, o Plano Agrícola e Pecuário 2018/2019, anunciado na manhã da quarta-feira (06/06) pelo presidente da República Michel Temer contou com o apoio do setor algodoeiro, representado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), segundo a qual o modelo de cultivo da pluma no Brasil, que consorcia soja e milho, otimiza o uso do crédito federal.>


De acordo com a Abrapa, atualmente o crédito oficial representa em torno de 20% do custeio da produção. Cerca de 30% do financiamento vêm da venda antecipada às tradings, outros 30% são oriundos da indústria de químicos e fertilizantes, e o restante, eventualmente, provêm do produtor, com recursos próprios. “Pelo PAP, o limite individual de crédito é de R$3 milhões ao ano, suficientes para o plantio de 394 hectares da commodity. Ainda assim é um recurso muito importante no mix de crédito do cotonicultor”, observa o diretor executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero, que representou o presidente da entidade, Arlindo de Azevedo Moura, na ocasião.


Em seu discurso, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, afirmou que a necessidade de financiamento do agro brasileiro é calculada em, aproximadamente, R$390 bilhões. “Nosso Plano Safra apresenta R$191 bilhões. Isso significa que estamos menos dependentes do crédito agrícola oficial, e que hoje, praticamente, 50% da produção nacional são aportados graças à chegada de outros agentes para financiar o agronegócio, com a política correta e responsável de redução de taxa de juros. Mostra claramente que, dentro do setor agropecuário brasileiro, os produtores também estão se capitalizando”, afirmou.



Divisas


Segundo Maggi, este ano, a previsão do Mapa é de exportação de 32 milhões de toneladas de milho; 85 milhões de toneladas de grão e farelo de soja; um milhão de toneladas de algodão; 35 milhões de sacas de café; 28 milhões de toneladas de açúcar, dentre outros produtos. “O agronegócio, em 2018, trará para o país US$ 97,3 bilhões, um aumento de U$9,3 milhões em relação ao último ano. Nosso saldo da balança comercial passará de US$ 83 bilhões de dólares. Este é o setor que tem dado ao país o suporte necessário para enfrentar a grande crise que nós vivemos. O setor que se movimenta com ciência, tecnologia, conhecimento e determinação”, enfatizou o ministro, lembrando ao presidente que, “se não fosse a agricultura, a pecuária e todo o agronegócio, as dificuldades do Governo seriam maiores”.



Nova linha


Na ocasião, Blairo Maggi anunciou a disposição do Governo de criar uma linha de financiamento com prazos de dez a doze anos e dois anos de carência, para socorrer os produtores que tiveram problemas específicos em determinadas áreas do setor agrícola. “Nessa modalidade de socorro, não terá subsídio. As taxas serão TLP (Taxa de Longo Prazo) mais 4,7% ao ano. É uma demonstração de que estamos atentos para não deixar que aconteça o que aconteceu no passado, quando tivemos de fazer uma renegociação imensa, que trouxe problemas para os produtores e custou caro para a nação brasileira. Interferir nesses pontos no momento correto é o que pretendemos”, concluiu.



Reconhecimento internacional


“O Governo tem de estar à altura do extraordinário sucesso que é o agronegócio. Hoje estamos renovando o nosso compromisso com o campo brasileiro, que faz do Brasil essa potência agrícola. Os recursos anunciados estimulam a produção e impulsionam o crescimento da economia brasileira”, destacou o presidente da República, Michel Temer, em sua fala, mencionando o retorno que recebe dos líderes mundiais.


“Nossa agricultura virou sinônimo de produtividade, eficiência, de segurança alimentar e eu sou testemunha disso. Quando converso com líderes de vários países, ouço elogios frequentes ao agro brasileiro, e também ao trabalho da Embrapa. Tudo isso feito se fez com respeito à natureza, sem as divergências do passado entre a produção e o meio ambiente”, relatou. Temer elogiou o trabalho do ministro Blairo Maggi e o entusiasmo dos setores agrícolas que o apoiam na criação e execução de políticas para o desenvolvimento do agronegócio do país.



Tecnologia no algodão


Segundo Temer, apoiar o produtor rural é incentivar a inovação tecnológica. “Um tempo atrás, Blairo me levou para colher algodão no Mato Grosso. Lá ele me colocou numa máquina e me disse para colher. Eu não sabia como, e ele me disse: aperta esse botãozinho que a máquina faz tudo! A máquina colhia e já ensacava”, lembrou o presidente, referindo-se às tecnologias que envolvem satélites e GPS, e a capacidade de enfardar o algodão, à medida em que os capulhos são colhidos na própria lavoura. “Esse avanço na tecnologia gera empregos para milhares de pessoas no campo e na cidade”, reconheceu.



O PAP


No custeio, em relação à safra anterior, o PAP representou incremento de 1,5%. O total de R$191 bilhão tem 80% de recursos com juros controlados, equivalentes a R$118,8 bilhão. Para investimento, são 40 bilhões a juros controlados.


Expansão da capacidade de armazenagem e inovação tecnológica (PCA e Inovagro) foram prioridades pelo sexto ano consecutivo. Os programas terão, respectivamente, R$2,15 bilhões e R$1,15 bilhão, com taxa de juros de 6,0% ao ano.

Quer ficar por dentro de tudo
que acontece no Portal Abrapa?

assine nossa newsletter

Voltar

Representantes da BCI visitam Abrapa

06 de Junho de 2018












 

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) recebe esta semana uma comitiva da Better Cotton Initiative (BCI), ONG suíça, referência internacional na certificação de algodão sustentável, que, desde 2013, opera em benchmarking com o programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), da Abrapa. Além de alinhar os protocolos de licenciamento BCI e de certificação ABR, que tratam das práticas sustentáveis ¬– ambientais, sociais e econômicas – e de participar de reuniões na sede da associação em Brasília, os representantes da entidade vão percorrer fazendas produtoras de algodão no Oeste da Bahia e na região do Vale do Iuiú, naquele estado. Na safra 2016/2017, 78% da pluma produzida no Brasil foram certificados pelo programa ABR e 69% receberam o licenciamento da BCI. No período, o país produziu 1,5 milhão de toneladas de algodão em 939 mil hectares de lavouras.


Para gerente de programa sênior da BCI, Corin Wood-Jones, que se reuniu na segunda-feira (04/06) com o presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura, e com o diretor executivo, Marcio Portocarrero, o benchmarking tem feito grandes avanços, e a expectativa da entidade é alcançar todos os produtores de algodão do Brasil. “Há muita oportunidade de crescimento e a chave para isso é gerar conhecimento sobre os benefícios que a sustentabilidade traz para o produtor, não apenas ambientais e sociais, mas também econômicos”, afirmou. “Queremos 100%, mas se alcançarmos 90%, já será um resultado fantástico”, concluiu.


Para o presidente da Abrapa, Arlindo Moura, esses encontros anuais são muito importantes para os ajustes de protocolo, que variam também com as eventuais mudanças nas legislações trabalhistas e ambientais. “Hoje o Brasil já alcançou o posto de o maior fornecedor mundial de algodão sustentável. De toda a pluma licenciada pela BCI no mundo, respondemos por 30%. Manter essa posição já é um grande desafio, mas queremos expandir a participação nesse montante”, finalizou.





Quer ficar por dentro de tudo
que acontece no Portal Abrapa?

assine nossa newsletter

Voltar

Checklist da certificação

05 de Junho de 2018

Processos de gestão mais robustos e incremento da qualificação profissional dos trabalhadores do laboratório foram os principais avanços percebidos por um dos mais respeitados especialistas em classificação de algodão do mundo, Axel Drieling, do Centro Global de Testagem e Pesquisa do Algodão (ICA Bremen). Esta foi a sua segunda visita ao Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), após um ano, desde o primeiro workshop realizado, em junho de 2017.


Drieling esteve na sede do CBRA, em Brasília, entre os dias 28 e 30 de maio, como consultor para a certificação internacional do laboratório, que será pleiteada este ano ao ICA Bremen, instituição de referência mundial que congrega o Faserinstitut Bremen, o Bremen Fibre Institute (FIBRE) e o Bremer Baumwollboerse (BBB). Se conquistar a chancela, o CBRA entra para o seleto grupo de 11 laboratórios do gênero no mundo, distribuídos na China, Austrália, Estados Unidos, Espanha, Alemanha, Grécia, Uzbequistão e África do Sul. Foram dois dias de consultoria para preparação do CBRA para certificação e um dia de treinamento das equipes dos laboratórios de HVI participantes do programa Standard Brasil HVI (SBRHVI).


De acordo com o especialista, uma vez que a Abrapa já está em fase final de cumprimento dos procedimentos em relação à estrutura e aos processos operacionais, o prazo até a conquista da certificação dependerá do andamento dos trâmites burocráticos, e da auditoria que deverá ser realizada no CBRA. “Uma das tarefas que cumprimos nesta segunda vinda do especialista Axel Drieling ao CBRA foi checar, item por item, o questionário que tínhamos previamente, e que deve ser muito parecido com o que receberemos do ICA Bremen, tão logo o processo de requerimento oficial for iniciado. Podemos dizer que dos cerca de 100 itens constantes do documento, em torno 95% já foram realizados”, afirma o gestor de Qualidade da Abrapa, Edson Mizoguchi. Na ocasião, Drieling também avaliou o programa SBRHVI.

Quer ficar por dentro de tudo
que acontece no Portal Abrapa?

assine nossa newsletter

Voltar

Crescimento sustentável: 5 de junho Dia Mundial do Meio Ambiente

05 de Junho de 2018

No acumulado de duas safras consecutivas, 2016/2017 e 2017/2018, a produção de algodão no Brasil registrou um aumento da ordem de 57%, enquanto a área cresceu 25,6%, chegando a 1,2 milhão de hectares. A diferença no ritmo de crescimento revela os ganhos de eficiência nas lavouras, conquistados a cada safra. A estimativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) é, no curso de três a cinco anos, dobrar a área plantada e subir um degrau no ranking da produção mundial, chegando ao posto de quarto maior produtor. Na safra que começa a ser colhida, o Brasil deve colher dois milhões de toneladas de algodão em pluma.


Contudo, mais que apenas crescer em área e produção, os cotonicultores almejam fazer isso em bases sustentáveis, dando continuidade a uma história que começou há cerca de três décadas, quando a atividade migrou para o cerrado brasileiro. A palavra que, para muitos, é considerada um modismo, representou a diferença entre a extinção da cotonicultura no Brasil e a elevação do país ao grupo dos grandes players mundiais na produção da commodity.


Para crescer com o menor impacto possível ao meio ambiente, produtores de algodão investem em produtividade, a relação entre produção e área plantada. Nos primeiros anos da cotonicultura no cerrado, colhiam-se em média 675 quilos de pluma a cada hectare de lavoura. Na safra atual, os produtores esperam alcançar um número semelhante ao do ciclo de 2016/2017, em torno de 1,7 mil quilos de pluma por hectare. “A produtividade é o espelho de um trabalho bem-feito, que abarca a escolha das melhores variedades e tecnologias e o manejo correto da cultura, desenvolvida em condições favoráveis de clima e solo. É o que acontece no cerrado, região que concentra 97% da produção brasileira”, diz o presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura.


Junto às demais culturas cultivadas na matriz produtiva diversificada, no cerrado, onde geralmente é consorciado à soja e ao milho, o algodão ajuda a manter o patrimônio natural ao ocupar áreas de antigas pastagens, e incorporar tecnologias avançadas em cultivares, máquinas e insumos para intensificar e tornar mais eficiente a produção e o uso dos recursos naturais. “Assim, menos aberturas de novas áreas são necessárias para o avanço agrícola, e, consequentemente, para a meta de dobrar a área plantada com algodão”, explica Moura.


Quando considerada a produção não irrigada, que é o que acontece em 96% da cotonicultura nacional, o Brasil é o campeão mundial de produtividade no algodão. No cômputo geral, perde para a Austrália, que irriga 100% de suas plantações. Aumentar a produtividade e a área plantada com o algodão vai favorecer uma escalada no Brasil no ranking dos maiores produtores de algodão, ocupando o quarto lugar, que atualmente é do Paquistão, acredita o presidente da Abrapa.



Diversificação


Arlindo Moura afirma que, além da produtividade, a rotação de culturas com soja e milho também contribui para o melhor aproveitamento da terra, pois a participação de cada cultivo pode ser balanceada dentro da própria matriz. “Se os preços do algodão são melhores que o da soja num determinado momento, ele vai avançar sobre a cultura da oleaginosa, sem precisar desmatar para isso”, exemplifica.


Com a diversificação da matriz produtiva, a atividade deixou de ser uma monocultura, como ocorrera no passado, quando a commodity estava concentrada no Nordeste brasileiro e nos estados de São Paulo e Minas Gerais. A mudança para o cerrado demandou uma revolução conceitual no cultivo do algodão do Brasil, que começou com a substituição das variedades arbustivas – anuais – pelas herbáceas, replantadas a cada safra. “Sem isso, não haveria como fazer rotação de culturas, que quebra o ciclo de pragas e doenças, evita a exaustão do solo e otimiza o uso dos adubos e fertilizantes de uma safra para outra”, diz Moura.


Segundo o pesquisador e consultor, Eleusio Curvelo Freire, a mudança da cotonicultura para o cerrado foi revolucionária. “Primeiro, por adaptar o algodão ao bioma, uma área sem qualquer tradição para este cultivo. Contamos com a Embrapa e empresas da iniciativa privada, que desenvolveram variedades específicas para o cerrado. Isso exigiu tempo e dinheiro. Hoje estamos em outra fase da tecnologia. Temos os OGMs, máquinas modernas, capazes de mensurar com precisão a quantidade necessária de sementes e insumos por área, monitoramento por satélite, manejo estratégico de pragas e doenças, conjugando defensivos químicos e biológicos, uso intensivo de drones e outras inovações que nem mesmo na cidade são vistas, como os veículos autoguiados”, afirma.



Verde conservado


Nas propriedades produtoras de algodão no cerrado, a preservação da mata nativa excede os 20% determinados por lei nas chamadas Reservas Legais (RL), e a conservação das Áreas de Preservação Permanente (APP), como topos de morro, veredas e matas ciliares, é, de acordo com Arlindo Moura, rigorosamente cumprida. “Quem descumprir a lei, colocará em risco a aquisição de crédito e a exportação. Não conseguiríamos ser o quinto maior produtor de algodão mundial nem o quarto maior exportador sem observar os aspectos legais”, afirma.


Doutor em Ecologia e Chefe Geral da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda contrapõe as diferentes narrativas acerca do cerrado. “Inicialmente, o bioma de mais de 200 milhões de hectares, que representa ¼ do território brasileiro, era uma terra improdutiva que ninguém queria ‘nem de herança’. Depois, no final dos anos de 1990 e início dos anos 2000, graças à agricultura e a todo investimento tecnológico, principalmente, para correção dos solos, o cerrado ficou conhecido o ‘celeiro do Brasil’. Prova disso é que 97% do algodão que o país produz, 52% da cana-de-açúcar, 73% dos pivôs de irrigação e 33% dos armazéns, com capacidade de armazenagem de 43%, estão nos lá”, enumera.


Com o ambientalismo, afirma Miranda, começou a emergir a narrativa de que o cerrado está ameaçado pelo agronegócio. “Isso não é verdade. A agricultura no cerrado não é fonte de desmatamento e sim de conservação, porque converteu áreas de pastagens em lavouras. Nos últimos 17 anos, a perda de vegetação nativa do cerrado foi de 0,25% ao ano, o que é irrisório. E, mesmo assim, não se pode creditar o desmatamento unicamente à agricultura. Parte disso pode estar associada à expansão das cidades, da malha rodoviária, por exemplo. Precisamos de números e mapas para definir isso”, afirma. “Por outro lado, quanto cresceu a renda e a produção de alimentos nesses últimos 17 anos?”, questiona.



Cerrado em expansão


Ainda de acordo com Evaristo de Miranda, no estado de São Paulo, que tem 1/3 do seu território no cerrado, nos últimos 20 anos não apenas não houve desmatamento, como o bioma está aumentando, após a revisão do Código Florestal Brasileiro.


“A expansão da agricultura está cumprindo o ideário ambientalista, que é não desmatar e converter pasto em área agrícola. Essa conversão se dá com o que há de mais moderno. O que existe de mais tecnológico e inovador está sendo aplicado no cerrado, e o resultado é intensificação, alta produtividade, uso da área integrado entre lavoura, pecuária e floresta, com rotação de culturas e plantio direto na palha”, elenca o chefe da Embrapa Territorial.


Segundo estudo contratado à instituição pela Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), o Oeste da Bahia é a região que mais preserva o meio ambiente naquele estado. Os 55 mil agricultores inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR) somam 7,9 milhões de hectares, sendo 4,1 milhões de hectares destes, preservados. Juntas, as Reservas Legais, APPs e a vegetação excedente respondem por 52% do cerrado baiano. “Esses produtores só usam 48% dos seus imóveis. A lei os autoriza a usar 80%. Em patrimônio imobilizado, isso representa, por baixo, R$11 bilhões dedicados à preservação da vegetação nativa, mantidos às suas custas. Que outra categoria faz isso? Bombeiros, jornalistas, dentistas, médicos, advogados?”, questiona.


Pelos números da Embrapa Territorial, o cerrado da Bahia, dentro do bioma nacional, representa de 7 a 8%. Mato Grosso, 17,6%; Minas Gerais, 16,4%; Goiás, 16,2% e São Paulo, 4%. “A quase totalidade da produção brasileira de algodão está nesses estados”, diz Evaristo de Miranda, lembrando também têm cerrado no Piauí, Tocantins e Maranhão.



Sinônimo de sustentabilidade


Ao adotar uma mentalidade sustentável, o Brasil se consagrou como o maior fornecedor mundial de algodão licenciado pela ONG suíça BCI. Em 2017, aproximadamente 30% de toda a fibra licenciada pela entidade suíça Better Cotton Initiative (BCI) saíram de lavouras brasileiras. A BCI é um programa global que está presente em 21 países e é referência internacional em licenciamento de algodão produzido sob os parâmetros da sustentabilidade, conceito baseado em três pilares: ambiental, social e econômico.


Alcançar esse status exigiu dos cotonicultores nacionais a adoção de uma mentalidade orientada para a melhoria constante, um processo liderado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que congrega os cotonicultores dos dez estados produtores. O avanço sustentável tem em sua base o programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), gerido pela Abrapa, e que, desde 2013, atua em benchmarking com a BCI, visando o incremento progressivo das boas práticas nas fazendas de algodão.



Na safra 2016/2017, 78% da pluma produzida no Brasil foram certificados pelo programa ABR e 69% receberam o licenciamento da BCI. No período, o país produziu 1,5 milhão de toneladas de pluma, em 939 mil hectares de lavouras.


“O benchmarking do ABR com a BCI é coordenado em todo o território nacional pela Abrapa, sendo implantado e executado pelas associações estaduais de produtores que a compõem. É sem dúvida um fator de diferenciação da nossa fibra no mercado internacional e contribui, somado a outras iniciativas da nossa associação, para o fortalecimento da imagem do algodão brasileiro e para o reconhecimento do país como origem sustentável de fibra”, diz Arlindo Moura.


Segundo Moura, a demanda por algodão sustentável é crescente, fruto da conscientização do cliente final. “Inúmeras marcas relevantes de vestuário estão comprometidas com o consumo de algodão sustentável, e almejam comprar exclusivamente algodão com a certificação BCI nos próximos anos, como a Adidas, Nike, H&M, C&A, dentre outras. Mesmo no mercado brasileiro, há indústrias que hoje dão preferência ou exclusividade ao algodão chancelado por esses programas. A sustentabilidade é um caminho que, para o bem das pessoas e do planeta, não permite retrocesso”, afirma.

Quer ficar por dentro de tudo
que acontece no Portal Abrapa?

assine nossa newsletter