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Congresso Brasileiro de Algodão acontece entre os dias 3 e 5 de setembro de 2024

Além de oferecer uma plataforma para a difusão do conhecimento, a 14º edição do CBA irá premiar os melhores trabalhos científicos sobre algodão

12 de Janeiro de 2024


Estimular a participação de estudantes e pesquisadores na apresentação de trabalhos científicos dedicados à cotonicultura é um dos principais objetivos do 14º Congresso Brasileiro de Algodão (CBA). Promovido a cada dois anos pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), o evento, marcado para ocorrer entre os dias 3 e 5 de setembro de 2024, em Fortaleza (CE), é o maior encontro da cadeia produtiva no Brasil, e se destaca pelo reconhecimento e premiação da pesquisa acadêmica de excelência, no país.


Além de oferecer uma plataforma para a difusão do conhecimento, o CBA irá premiar os melhores trabalhos científicos, concedendo bolsas de estudo e promovendo oportunidades de participação em congressos. Para Jean Belot, pesquisador do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) - que participou de todas as edições do Congresso e é coordenador-geral da Comissão Científica do 14º CBA -, a importância da pesquisa para sustentar a cadeia produtiva e de transformação da fibra de algodão é evidente, já que o Brasil é o único, entre os principais produtores mundiais, a enfrentar as complexidades dos trópicos úmidos.


“Nesse contexto desafiador, os produtores enfrentam obstáculos significativos e, portanto, necessitam de orientações contínuas para adaptar o manejo do cultivo às condições ambientais em constante mudança, como variações climáticas, de pragas e de doenças”, afirma.


Inicialmente concebido como um encontro de pesquisadores, promovido pela Embrapa Algodão, o CBA cresceu ao longo das últimas décadas, envolvendo a comunidade científica e ganhando participação ativa do setor produtivo e de empresas. Sua primeira edição aconteceu em 1997, também na cidade de Fortaleza.


Na opinião de Belot, para maximizar o retorno econômico da lavoura e atender as exigências, os produtores buscam otimizar o uso dos fatores de produção, como sementes e adubos, e incorporar inovações em seus métodos, sendo crucial que recebam informações embasadas em pesquisa de alta qualidade, respaldadas por princípios científicos.


“A capacidade de tomar decisões acertadas, fundamentadas em dados confiáveis, é essencial para enfrentar os desafios específicos do cultivo de algodão em condições tropicais úmidas e garantir a sustentabilidade e a prosperidade da produção”, explica.


Premiações no 14º CBA
As inscrições para a categoria de estudantes (graduação e pós-graduação lato sensu e stricto sensu) começam no dia 1º de abril e terminam em 30 de maio de 2024. Já para os demais autores, o prazo é de 1º de abril a 13 de junho de 2024. As inscrições deverão ser feitas mediante preenchimento de ficha eletrônica disponibilizada no portal do CBA.


Os trabalhos deverão abordar temas inovadores, criativos e com proposição de soluções para problemas enfrentados pela cadeia produtiva do algodão em oito áreas de conhecimento:


I – Produção Vegetal – Fisiologia, Ecofisiologia, Fitotecnia, Nutrição de Plantas e Sistemas de Produção;


II – Agricultura Digital – Agricultura de Precisão e Inteligência Artificial;


III – Colheita/Beneficiamento/Qualidade de Fibra e do Caroço;


IV – Controle de Pragas – Entomologia e Biotecnologia;


V – Fitopatologia e Nematologia;


VI – Matologia e Destruição de Soqueira;


VII – Melhoramento Vegetal e Biotecnologia; e


VIII – Socioeconomia.


Serão premiados os melhores estudos nas categorias Estudante de Graduação, Estudante de Pós-Graduação, Áreas Temáticas (pesquisadores de qualquer instituição) e Professor Orientador. Além da participação no 14º CBA, os melhores estudos nas categorias Áreas Temáticas e Professor Orientador também receberão bolsas de pesquisas para a safra 2024/2025.


Acesso em: Congresso Brasileiro de Algodão acontece entre os dias 3 e 5 de setembro de 2024 - Revista Cultivar

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14º CBA premiará as melhores pesquisas científicas sobre algodão

12 de Janeiro de 2024

Estimular a participação de estudantes e pesquisadores na apresentação de trabalhos científicos dedicados à cotonicultura é um dos principais objetivos do 14º Congresso Brasileiro de Algodão (CBA). Promovido a cada dois anos, pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), o evento, marcado para ocorrer entre os dias 3 e 5 de setembro de 2024, em Fortaleza (CE), é o maior encontro da cadeia produtiva no Brasil, e se destaca pelo reconhecimento e premiação da pesquisa acadêmica de excelência, no país.


Além de oferecer uma plataforma para a difusão do conhecimento, o CBA irá premiar os melhores trabalhos científicos, concedendo bolsas de estudo e promovendo oportunidades de participação em congressos. Para Jean Belot, pesquisador do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) - que participou de todas as edições do Congresso e é coordenador-geral da Comissão Científica do 14º CBA -, a importância da pesquisa para sustentar a cadeia produtiva e de transformação da fibra de algodão é evidente, já que o Brasil é o único, entre os principais produtores mundiais, a enfrentar as complexidades dos trópicos úmidos.


“Nesse contexto desafiador, os produtores enfrentam obstáculos significativos e, portanto, necessitam de orientações contínuas para adaptar o manejo do cultivo às condições ambientais em constante mudança, como variações climáticas, de pragas e de doenças”, afirma.


Inicialmente concebido como um encontro de pesquisadores, promovido pela Embrapa Algodão, o CBA cresceu ao longo das últimas décadas, envolvendo a comunidade científica e ganhando participação ativa do setor produtivo e de empresas. Sua primeira edição aconteceu em 1997, também na cidade de Fortaleza.


Na opinião de Belot, para maximizar o retorno econômico da lavoura e atender as exigências, os produtores buscam otimizar o uso dos fatores de produção, como sementes e adubos, e incorporar inovações em seus métodos, sendo crucial que recebam informações embasadas em pesquisa de alta qualidade, respaldadas por princípios científicos.


“A capacidade de tomar decisões acertadas, fundamentadas em dados confiáveis, é essencial para enfrentar os desafios específicos do cultivo de algodão em condições tropicais úmidas e garantir a sustentabilidade e a prosperidade da produção”, explica.


Premiações no 14º CBA


Se você é estudante ou pesquisador e se interessa pela cotonicultura brasileira, este é o momento de planejar seus estudos para 2024.


As inscrições para categoria de estudantes (graduação e pós-graduação lato sensu e stricto sensu) começam no dia 1º de abril e terminam em 30 de maio de 2024. Já para os demais autores, o prazo é de 1º de abril a 13 de junho de 2024. As inscrições deverão ser feitas mediante preenchimento de ficha eletrônica disponibilizada no portal do CBA (www.congressodoalgodao.com.br).


Os trabalhos deverão abordar temas inovadores, criativos e com proposição de soluções para problemas enfrentados pela cadeia produtiva do algodão em oito áreas de conhecimento:


I – Produção Vegetal – Fisiologia, Ecofisiologia, Fitotecnia, Nutrição de Plantas e Sistemas de Produção;


II – Agricultura Digital – Agricultura de Precisão e Inteligência Artificial;


III – Colheita/Beneficiamento/Qualidade de Fibra e do Caroço;


IV – Controle de Pragas – Entomologia e Biotecnologia;


V – Fitopatologia e Nematologia;


VI – Matologia e Destruição de Soqueira;


VII – Melhoramento Vegetal e Biotecnologia; e


VIII – Socioeconomia.


Serão premiados os melhores estudos nas categorias Estudante de Graduação, Estudante de Pós-Graduação, Áreas Temáticas (pesquisadores de qualquer instituição) e Professor Orientador. Além da participação no 14º CBA, os melhores estudos nas categorias Áreas Temáticas e Professor Orientador também receberão bolsas de pesquisas para a safra 2024/2025.


Para saber mais, acesse o regulamento aqui:


https://congressodoalgodao.com.br/wp-content/uploads/2024/01/Regulamento-de-inscicaoi-e-premiacao-cientfica-14o-CBA.pdf


12.01.2024


Imprensa Abrapa


Catarina Guedes – Assessora de Imprensa


(71) 9 8881 – 8064


Monise Centurion – Jornalista Assistente


(17) 99611-8019

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Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão

ALGODÃO PELO MUNDO #01/2024 12/01

12 de Janeiro de 2024

Destaque da Semana - Logo mais (14hs de Brasília) sai o primeiro relatório de oferta e demanda do ano do USDA. Tensões no Mar Vermelho se agravam e resultados oficiais mostram que a receita de exportações de algodão Brasileiro em 2023 foi de US$ 3,07 bilhões.


Algodão em NY - O contrato Mar/24 fechou nesta quinta 11/01 cotado a 81,36 U$c/lp (+1,5% na semana). O contrato Jul/24 fechou 82,94 U$c/lp (+1,0% na semana) e o Dez/24 a 79,71 U$c/lp (-2,9% na semana).


Basis Ásia - O Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia: 882 pts para embarque Jan/Fev (Middling 1-1/8" (31-3-36), fonte Cotlook 11/jan/23).


Altistas 1 - O ponto de equilíbrio para produtores americanos de algodão é em torno de 85 U$c/lp. Nos atuais patamares, a área plantada pode cair para o menor nível em 10 anos.


Altistas 2 - Os preços do petróleo saltaram 4% hoje após ataques aéreos e marítimos noturnos dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha contra alvos terroristas no Iêmen, em resposta a ataques a navios de carga no Mar Vermelho.


Baixistas 1 - Entretanto, os efeitos das tensões no Mar Vermelho, rota por onde passa 12% do transporte marítimo de contêineres, já tem causado aumento nos fretes marítimos internacionais.


Baixistas 2 - As principais empresas de transporte de contêineres do mundo aplaudiram a atitude dos EUA e Grã-Bretanha na região, mas continuam operando no Canal de Suez, a rota mais rápida entre a Ásia e a Europa.


EUA - O primeiro número oficial de área plantada e estimativa de produção para 24/25 nos EUA será divulgado no USDA's 100th Annual Agricultural Outlook Forum, que ocorrerá 15-16 de Fevereiro de 2024.


China 1 - De acordo com a China Cotton Association (CCA), a área plantada de algodão tem previsão de redução de 1,5% em 2024 na comparação com 2023. A estimativa é de 2,725 milhões de hectares.


China 2 - Durante as últimas duas semanas, a demanda de têxteis melhorou na China. Varejistas estão preparando estoques para o ano novo Chinês. Estoques de fio e tecido finalmente baixaram, e a atividade da indústria também melhorou um pouco.


China 3 -Entretanto, a situação de mercado no gigante Chinês continua delicada, com estoques se acumulando nos armazéns alfandedagos, baixa taxa de operação das indústrias e preço do algodão importado ainda alto em relação ao algodão local, desestimulando as importações.


Taiwan - O mundo acompanha com atenção o resultado das eleições presidenciais em Taiwan, que ocorrem amanhã (13). O vencedor será peça-chave nas relações entre China e EUA.


Paquistão - Importação de algodão aumentou no Paquistão na semana passada. Rúpia estável, estoques reduzidos e preços domésticos mais altos têm levado as indústrias têxteis ao mercado externo, com destaque para o Brasil.


 Cotton Brazil 1 - O programa Cotton Brazil, marca que representa internacionalmente a cadeia produtiva do algodão brasileiro, realizou 5 missões comerciais, 18 eventos internacionais e 32 reuniões técnicas em 2023.


Cotton Brazil 2 - As ações impactaram mais de 2,2 mil representantes da indústria têxtil de dez países: Bangladesh, China, Coreia do Sul, Egito, Índia, Indonésia, Paquistão, Tailândia, Turquia e Vietnã.


Cotton Brazil 3 - Com coordenação da Abrapa, o Cotton Brazil tem parceria da Apex.Brasil e Anea e recebe apoio dos ministérios das Relações Exteriores (MRE) e da Agricultura e Pecuária (Mapa).


Qualidade - O relatório “Estatística da Qualidade do Algodão Brasileiro”, da Abrapa, mostra que o índice de fibras curtas melhorou significativamente na safra 2022/23. Confira: https://bit.ly/abrapa-rqab.


Exportações 1 - O Brasil exportou 350,8 mil tons de algodão em dez/23. O volume foi o dobro que o total embarcado em dez/22.


Exportações 2 - No acumulado de jan a dez/23, as exportações somaram 1,62 milhão tons, queda de 10% com relação a 2022.


Exportações 3 - As exportações de algodão somaram receitas de US$ 3,07 bilhões em 2023, queda de 16% com relação a 2022.


Exportações 4 - A China foi o destino de 48% do algodão brasileiro exportado e também o destaque no aumento das importações em 2023 (+49%).


Preços - Consulte tabela abaixo ⬇


Quadro de cotações para 12-01


Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, programa da Abrapa. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com

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Nota de Pesar - Carlos Freitas

12 de Janeiro de 2024

A Abrapa e os cotonicultores brasileiros lamentam profundamente o falecimento do parceiro e amigo Carlos Freitas, empresário do setor de inspeção de exportação. Seu profissionalismo e espírito inovador contribuíram muito para ganhos de eficiência nos processos de exportação do algodão brasileiro, deixando um legado para o setor.


Estendemos nossas condolências à família, em especial à sua esposa Adriana e filhos.

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Relatório de Qualidade do Algodão Brasileiro – safra 2022/23 (dezembro)

11 de Janeiro de 2024

Com 92% da safra 2022/2023 analisada, já se pode ter uma visão bem completa sobre o desempenho do nosso algodão na classificação instrumental no período, e a Abrapa disponibiliza todos os dados relevantes sobre as caraterísticas intrínsecas da fibra, no relatório Estatística da Qualidade do Algodão Brasileiro. O destaque do ciclo foi a melhora significativa do índice de fibras curtas, comprovando que o esforço dos produtores, aliado à pesquisa e ao desenvolvimento científico, tem trazido resultados positivos. Clique no link abaixo e acesse o documento completo:


https://abrapa.com.br/wp-content/uploads/2024/01/Relatorio_de_Qualidade_do_Algodao_Brasileiro_%E2%80%93_safra_2022_2023.dezembro-2.pdf

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Algodão/Cepea: Brasil pode liderar as exportações globais de pluma em 2024

08 de Janeiro de 2024

O expressivo excedente brasileiro e a menor oferta norte-americana devem levar o Brasil a se tornar o maior exportador mundial de algodão em pluma em 2024.


Segundo pesquisadores do Cepea, o cultivo da temporada 2023/24 no Brasil deve ser incentivado pelos atrasos na semeadura de soja no Cerrado, e isso deve manter o excedente interno amplo ainda em 2024 e em parte de 2025. Assim, o Brasil deve ultrapassar os Estados Unidos e se tornar o terceiro maior produtor do mundo na temporada 2023/24.


Fonte: Cepea

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Produção de algodão no Brasil tem potencial para atingir 3,36 milhões de toneladas em 2024

08 de Janeiro de 2024

Porto Alegre, 5 de janeiro de 2024 – Para este ano, o comportamento da demanda deve seguir como principal determinante para o preço do algodão no mercado internacional. Após as idas e vindas com a pandemia, o mercado de algodão ainda busca um retorno à normalidade. A indicação de um Fed mais brando, com chance de início do corte nos juros nos Estados Unidos mais cedo do que o esperado, reforça as indicações positivas para 2024, informou a SAFRAS Consultoria.


     Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, a queda nos juros tende a destravar a economia e ter reflexos positivos sobre a atividade, com naturais implicações sobre o consumo de algodão. “Isso daria sustentação para uma perspectiva de leve melhora para os preços da fibra em 2024”, relata. “Mas, para que esse cenário se confirme, é preciso que o setor têxtil e de vestuário acelere a recomposição dos estoques”, pondera. “Esse movimento pode demorar um pouco, diante da cautela que cercam as ações desses agentes no mundo”. lembra.


     Em relação a produção de algodão do Brasil, Barabach disse que a área semeada com algodão deve ficar maior que o esperado inicialmente, com a fibra ocupando o espaço do milho de segunda safra e da soja de verão, em regiões que enfrentam problema com a falta de chuva, com destaque ao Mato Grosso e Goiás. Essa é a sinalização do Imea, reforçada pela Conab e Abrapa.


      “O fato é que o clima adverso deve levar alguns produtores a preferir o plantio de algodão a um eventual replantio de soja. A rentabilidade do algodão, melhor que o milho, também é um fator que estimula o crescimento da área com a pluma”, destaca Barabach.


     Com isso, Safras ajustou a projeção de área semeada com algodão para 1,86 milhão de hectares no ano safra 2023/2024, o que corresponde a um avanço de 11% em relação à safra 2022/2023. E assim, a produção de algodão do Brasil tem potencial de 3,36 milhões de toneladas em 2024.


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     Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS


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Brasil deve chegar ao pódio da produção mundial de algodão

País pode superar o volume de colheita dos Estados Unidos e alcançar a posição número três no ranking global, atrás apenas de China e Índia

04 de Janeiro de 2024

Carlos Alberto Moresco, de 49 anos, teve o primeiro contato com a agricultura aos 7. Em Ijuí (RS), onde seus pais cultivavam grãos e produziam leite, ele tomou gosto pelo trabalho no campo, que o transformou em um grande produtor de algodão, ainda que a milhares de quilômetros dali.


Certo de que seu futuro seria nas lavouras, ele formou-se técnico de agropecuária em 1993 e logo ingressou como estagiário na SLC Agrícola, um dos gigantes do agro brasileiro.


Após 20 anos de serviços prestados, a empresa o convidou a migrar para Luziânia, município goiano com forte vocação agrícola. Lá, Moresco ficou mais 12 meses, até se mudar para a Sementes Produtiva, onde iniciou sua jornada como produtor rural.


“Expliquei ao meu chefe que eu tinha o sonho de arrendar terras. Então, fizemos um acordo. Eu o ajudava com algumas rotinas, como a compra de insumos, e ele me daria apoio como avalista. Ele me ajudou bastante, e somos amigos até hoje”, relembra o agora produtor.


Em 2007, ele arrendou terras nos municípios goianos de Luziânia e Cristalina, cultivando soja, trigo, sorgo e milho semente em 8.000 hectares –o clima, diz, o ajuda com todas as opções. Mas foi no algodão que ele encontrou uma oportunidade para se destacar.


“Fiquei impressionado com as características de produção no Cerrado. É uma cultura desafiadora em termos de custo, mas vi muitas pessoas construindo patrimônio a partir dela”, afirma.


O encanto pelo algodão vem tomando corpo na agricultura brasileira, e Moresco é um dos exemplos concretos desse quadro. O produtor espera uma pequena queda na produtividade na safra 2023/2024, que deve passar das 340 arrobas de algodão em caroço por hectare da safra passada, um recorde, para 310 arrobas nesta safra. Mas, segundo ele, o resultado ainda está dentro da média, já que este é um ano de preocupações com o clima, devido ao fenômeno El Niño.


Ainda que não alcance o ótimo desempenho do ciclo anterior, Moresco é uma das faces do sucesso do cultivo da pluma no Brasil. Depois de a produção disparar nos últimos anos, o país deve, enfim, superar o volume de colheita dos Estados Unidos, alcançando a posição número três no ranking global de produção, atrás apenas de China e Índia. Além disso, os brasileiros devem disputar espaço com os americanos no mercado exportador.


As projeções mais recentes da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) convergem para a estimativa de que o Brasil produzirá 3,1 milhões de toneladas de pluma de algodão, enquanto a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), mais otimista, prevê 3,37 milhões de toneladas, o que, caso se confirme, representará um crescimento de 3% em relação à temporada anterior.


O órgão americano estima que o Brasil vai quase dobrar suas exportações e vender 2,5 milhões de toneladas ao mercado externo, encostando no volume dos embarques dos EUA, que deverá ser de 2,6 milhões de toneladas.


“Esses dados não trazem apenas um sentimento de otimismo, mas também de merecimento. Estamos há 30 anos investindo na cultura para torná-la mais moderna e sustentável. Hoje, a produção do Brasil é eficiente, e ela vai ocupar o lugar no mercado dos países que não são”, afirma o presidente da Abrapa, Alexandre Pedro Schenkel.


Todos os Estados brasileiros com vocação agrícola vêm aumentando sua área de cultivo da pluma. A Conab estima que a área total de cultivo de algodão nesta safra será de 1,7 milhão de hectares, a maior extensão em 22 anos.


Em Mato Grosso, o maior produtor nacional, as lavouras de algodão devem ganhar ainda mais espaço, por causa dos problemas nas plantações de soja, que têm levado alguns produtores a dessecar as plantas do grão para acelerar a colheita e, com isso, poder substituí-las pelo cultivo da pluma. A Conab projeta um aumento de 3% na área de plantio de algodão em Mato Grosso, para 1,2 milhão de hectares.


Essa opção, porém, não é para qualquer agricultor. É preciso ter capacidade financeira para migrar de cultura, além de experiência na lida com insumos, maquinário e, principalmente, solo fértil, ressalta Alexandre Cunha de Barcellos Ferreira, pesquisador da Embrapa Algodão.


Recentemente, fez barulho no mercado a decisão da SLC de plantar algodão em 16 mil hectares que estavam originalmente programados para a soja. Com isso, a companhia passaria a ter uma área 1% maior de cultivo da pluma do que na safra passada, totalizando 189 mil hectares, entre primeira e segunda safras.


 

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Sou de Algodão: O futuro da moda é transparente e responsável

Programa revoluciona indústria têxtil brasileira com rastreabilidade de algodão por blockchain

04 de Janeiro de 2024

Sabemos que o consumidor está cada vez mais consciente do seu papel quando o tema é sustentabilidade e transparência. E a busca por informações não se encerra na conduta das empresas, ela se estende à origem das matérias-primas por trás dos produtos que consome.


Nesse contexto, o Brasil se destaca como um pioneiro na busca por uma produção responsável e sustentável de uma das principais matérias-primas da indústria têxtil global, o algodão. Mais de 82% da produção do país já possui uma certificação socioambiental graças ao programa ABR (Algodão Brasileiro Responsável) desenvolvido pela Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão). Isso significa que a matéria-prima que alimenta a cadeia têxtil é cultivada com respeito ao meio ambiente e ao trabalhador, seguindo as melhores práticas de produção.


Sou de Algodão + SouABR


Na busca por despertar essa conscientização coletiva em torno da moda e do consumo responsável, em 2016 foi criado pela Abrapa, em parceria com o Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), o Sou de Algodão. Um movimento que busca a união de todos os agentes da cadeia produtiva dessa fibra, passando pelo homem do campo, tecelões, artesãos, fiadores, designers de moda, estilistas e estudantes, produzindo campanhas focadas e conteúdos direcionados ao consumidor final.


Foi a partir desse movimento, através da atuação junto a marcas parceiras, que se deu origem à iniciativa de rastreabilidade SouABR. Segundo Silmara Ferraresi, Diretora de Relações Institucionais da Abrapa, o projeto está transformando a forma como os consumidores enxergam suas roupas e como as marcas produzem moda de maneira responsável. “A iniciativa une e valoriza os profissionais da cadeia do algodão, dialoga com o consumidor final com ações, conteúdo e parcerias com marcas e empresas. Outro propósito é informar e democratizar o Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que segue rigorosos critérios ambientais, sociais e econômicos, representando 42% de toda a produção mundial de algodão licenciada pela Better Cotton Initiativa”, afirma.


Silmara conta que o SouABR é o primeiro programa de rastreabilidade por blockchain da indústria têxtil brasileira com algodão em larga escala. “Seu principal objetivo é oferecer total transparência ao público sobre a origem das roupas que consome. Essa inovação, que já está disponível em algumas marcas e varejistas, rastreia toda a cadeia produtiva de uma peça de roupa, garantindo a origem do algodão certificado pelo programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR)”, explica Silmara Ferraresi.


Para que o SouAbr tenha sucesso é importante a presença de parcerias sólidas. Para isso, o programa já conta com a parceria de diversos varejistas, fiações, tecelagens, malharias, confecções e marcas de varejo já aderiram. Inicialmente a parceria foi iniciada exclusivamente com Reserva, Renner e Youcom, em 2021; e hoje já conta com marcas como C&A, Almagrino, Fio Puro, Incofios, Renauxview, Vicunha, Dalila Textil, By Cotton, Ease, Ufoway e Emphasis.


Como Funciona a Rastreabilidade


Silmara afirma que a rastreabilidade é um processo simples para o consumidor. “Através da leitura de um QR Code na peça de roupa, o consumidor poderá verificar que o algodão utilizado tem a certificação socioambiental Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que entrega à indústria o comprometimento dos produtores com os três pilares da sustentabilidade: social, ambiental e econômico. O detalhamento dessa rastreabilidade se dá até ao nível de cada fazenda que produziu o algodão, além da fiação, tecelagem ou malharia, confecção e marca de varejo que fazem parte da cadeia rastreada daquele produto.”


Todas as informações que o consumidor tem acesso são armazenadas de forma segura por meio da tecnologia blockchain. São elas que garantem que o produto adquirido possui a certificação ABR de padrão de sustentabilidade. “A certificação ABR possui 183 itens de verificação distribuídos em 8 critérios, que são: contrato de trabalho, proibição do trabalho infantil, proibição de trabalho análogo a escravo ou em condições degradantes ou indignas, liberdade de associação sindical, proibição de discriminação de pessoas, segurança, saúde ocupacional, meio ambiente do trabalho, desempenho ambiental e boas práticas”, explica Silmara.


O programa tem sido bem recebido pelos produtores, que se sentem reconhecidos pelo esforço em produzir de forma responsável, e pelos consumidores finais, que apreciam a transparência e o compromisso das marcas com a sustentabilidade. O SouABR está pavimentando o caminho para uma indústria têxtil mais ética, transparente e responsável no Brasil, demonstrando que a moda e o consumo conscientes podem andar de mãos dadas.


Por um futuro mais sustentável e consciente


Silmara Ferraresi reconhece que esta é apenas a primeira etapa de um longo caminho para um mundo mais sustentável e consciente. “Estamos muito felizes com os resultados iniciais, principalmente considerando que este é um programa inovador para o mercado! Desenvolvemos o primeiro programa de rastreabilidade real, desde a matéria-prima até o varejo. Sabemos que ainda há um longo caminho para oferecer produtos rastreáveis em larga escala para o consumidor, e não depende apenas de nós. O resultado vem do esforço coletivo e este é apenas o começo”, finaliza.


Fotos: Rudiney/Abrapa


 

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