A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) realizou, no dia 29 de abril, em Uberlândia (MG), o curso de Capacitação e Qualificação de Inspetores de Unidades de Beneficiamento de Algodão (UBA). A formação foi promovida em parceria com a Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa) e contou com a participação de profissionais envolvidos diretamente no processo de amostragem dos fardos de algodão nas UBAs. Conduzido pela Abrapa e supervisionado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o treinamento integra o Programa de Qualidade do Algodão Brasileiro (PQAB) e faz parte de uma série de ações voltadas ao fortalecimento do pilar de qualidade na cadeia produtiva, que já passou pelos estados da Bahia e Mato Grosso do Sul e ainda deve contemplar o Mato Grosso.
O evento capacitou 24 novos inspetores — que se somam aos 55 capacitados nas duas últimas safras em Minas Gerais — totalizando quase 80 profissionais aptos a conduzir processos de amostragem, registro e rastreabilidade, conforme Instrução Normativa no 24/2016 (IN24) do Mapa. A qualificação foi viabilizada com o apoio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa) por meio do Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão (Proalminas) e Fundo de Desenvolvimento da Cotonicultura no Estado de Minas Gerais (Fundo Algominas).
Formação robusta para garantir rastreabilidade e padrões internacionais
O treinamento abordou práticas essenciais para padronizar o processo de amostragem nas UBAs e garantir a qualidade do algodão brasileiro, de acordo com as exigências do PQAB. Entre os principais tópicos, estão:
• Amostragem em duas faces do fardo: retirada de duas subamostras padronizadas em peso e dimensão, conforme normas internacionais e do Mapa.
• Identificação e lacração: aplicação de lacre inviolável e etiqueta codificada, permitindo rastreabilidade plena desde a unidade de beneficiamento até o laboratório.
• Registro no SAI: lançamento de todos os dados de amostras e procedimentos, assegurando transparência e integridade das informações.
“O Brasil é hoje o maior exportador mundial de algodão: plantamos mais de 2,1 milhões de hectares, com estimativa de produção de 3,9 milhões de toneladas, das quais mais de 2,9 milhões seguem para o exterior”, destacou Anicézio Resende, gerente da Central de Classificação de Fibra de Algodão – Minas Cotton (filial da Amipa). “Cada um desses fardos precisa atender a critérios rigorosos de peso e dimensão de amostra, lacre certificado e registro transparente em sistema, para garantir a confiança dos clientes, sobretudo nos mercados asiáticos.”
Credibilidade reforçada pelo Programa Standard Brasil HVI (SBRHVI)
O gestor do Programa (SBRHVI) da Abrapa, Edson Mizoguchi, ressaltou o papel estratégico dos inspetores: “para mantermos a credibilidade do algodão brasileiro, temos o objetivo de qualificar quase 500 inspetores em 2025. São eles que coletam as amostras nos fardos e garantem que cheguem íntegras aos laboratórios, assegurando resultados confiáveis. A rastreabilidade, viabilizada pelo código de cada fardo, confere total transparência ao cliente estrangeiro”.
Segundo Mizoguchi, eventos similares ocorrem “praticamente em todos os estados produtores” e, embora os inspetores formados em Minas atendam prioritariamente a região, “nada impede que profissionais de outras regiões também venham a ser capacitados aqui”.
PQAB e o autocontrole como alicerces da qualidade
A diretora de relações institucionais da Abrapa e gestora do Sou de Algodão, Silmara Ferraresi, destacou o papel do PQAB , lançado em 2023: “oPrograma instituiu o autocontrole nas unidades de beneficiamento. Este treinamento é essencial para que os inspetores dominem todos os procedimentos: coleta e montagem das amostras, etiquetagem, lacração e registro online no sistema do Mapa. Uma amostra com peso e dimensão corretos garante ao laboratório HVI a precisão exigida pelos padrões internacionais”.
Ferraresi ressaltou ainda o caráter “quatro mãos” dessa cadeia: “se a unidade de beneficiamento e o laboratório atuam em sincronia, temos a melhor análise de qualidade possível, reforçando a imagem do algodão brasileiro nos mercados interno e externo”.
Com a certificação PQAB, produtores e beneficiadores brasileiros se alinham às melhores práticas globais, reforçando a imagem do Brasil como fornecedora de fibra confiável, sustentável e de alta performance.
Minas Cotton
Filial tecnológica da Amipa, a Central de Classificação de Fibra de Algodão (Minas Cotton), foi criada em 2006 com o apoio do Proalminas e é, reconhecidamente, um laboratório alinhado às normas e às melhores práticas
para realização de ensaios e classificação de fibra de algodão, priorizando processos que regulamentam o serviço de padronização da classificação do produto. Desde 2008 participa dos Round Test Interlaboratorial realizados pelo ICAC (Estados Unidos), ICA Bremen (Alemanha), Senai/FBET (Brasil).
Este material foi produzido com apoio da Prelo Comunicação Assessoria de Imprensa da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa)
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