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Abrapa e Amipa promovem capacitação de novos inspetores de usinas de beneficiamento de algodão de Minas Gerais

05 de Maio de 2025

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) realizou, no dia 29 de abril, em Uberlândia (MG), o curso de Capacitação e Qualificação de Inspetores de Unidades de Beneficiamento de Algodão (UBA). A formação foi promovida em parceria com a Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa) e contou com a participação de profissionais envolvidos diretamente no processo de amostragem dos fardos de algodão nas UBAs. Conduzido pela Abrapa e supervisionado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o treinamento integra o Programa de Qualidade do Algodão Brasileiro (PQAB) e faz parte de uma série de ações voltadas ao fortalecimento do pilar de qualidade na cadeia produtiva, que já passou pelos estados da Bahia e Mato Grosso do Sul e ainda deve contemplar o Mato Grosso.


O evento capacitou 24 novos inspetores — que se somam aos 55 capacitados nas duas últimas safras em Minas Gerais — totalizando quase 80 profissionais aptos a conduzir processos de amostragem, registro e rastreabilidade, conforme Instrução Normativa no 24/2016 (IN24) do Mapa. A qualificação foi viabilizada com o apoio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa) por meio do Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão (Proalminas) e Fundo de Desenvolvimento da Cotonicultura no Estado de Minas Gerais (Fundo Algominas).


Formação robusta para garantir rastreabilidade e padrões internacionais


O treinamento abordou práticas essenciais para padronizar o processo de amostragem nas UBAs e garantir a qualidade do algodão brasileiro, de acordo com as exigências do PQAB. Entre os principais tópicos, estão:


Amostragem em duas faces do fardo: retirada de duas subamostras padronizadas em peso e dimensão, conforme normas internacionais e do Mapa.


Identificação e lacração: aplicação de lacre inviolável e etiqueta codificada, permitindo rastreabilidade plena desde a unidade de beneficiamento até o laboratório.


Registro no SAI: lançamento de todos os dados de amostras e procedimentos, assegurando transparência e integridade das informações.


“O Brasil é hoje o maior exportador mundial de algodão: plantamos mais de 2,1 milhões de hectares, com estimativa de produção de 3,9 milhões de toneladas, das quais mais de 2,9 milhões seguem para o exterior”, destacou Anicézio Resende, gerente da Central de Classificação de Fibra de Algodão – Minas Cotton (filial da Amipa). “Cada um desses fardos precisa atender a critérios rigorosos de peso e dimensão de amostra, lacre certificado e registro transparente em sistema, para garantir a confiança dos clientes, sobretudo nos mercados asiáticos.”


Credibilidade reforçada pelo Programa Standard Brasil HVI (SBRHVI)


O gestor do Programa (SBRHVI) da Abrapa, Edson Mizoguchi, ressaltou o papel estratégico dos inspetores: “para mantermos a credibilidade do algodão brasileiro, temos o objetivo de qualificar quase 500 inspetores em 2025. São eles que coletam as amostras nos fardos e garantem que cheguem íntegras aos laboratórios, assegurando resultados confiáveis. A rastreabilidade, viabilizada pelo código de cada fardo, confere total transparência ao cliente estrangeiro”.


Segundo Mizoguchi, eventos similares ocorrem “praticamente em todos os estados produtores” e, embora os inspetores formados em Minas atendam prioritariamente a região, “nada impede que profissionais de outras regiões também venham a ser capacitados aqui”.


PQAB e o autocontrole como alicerces da qualidade


A diretora de relações institucionais da Abrapa e gestora do Sou de Algodão, Silmara Ferraresi, destacou o papel do PQAB , lançado em 2023: “oPrograma instituiu o autocontrole nas unidades de beneficiamento. Este treinamento é essencial para que os inspetores dominem todos os procedimentos: coleta e montagem das amostras, etiquetagem, lacração e registro online no sistema do Mapa. Uma amostra com peso e dimensão corretos garante ao laboratório HVI a precisão exigida pelos padrões internacionais”.


Ferraresi ressaltou ainda o caráter “quatro mãos” dessa cadeia: “se a unidade de beneficiamento e o laboratório atuam em sincronia, temos a melhor análise de qualidade possível, reforçando a imagem do algodão brasileiro nos mercados interno e externo”.


Com a certificação PQAB, produtores e beneficiadores brasileiros se alinham às melhores práticas globais, reforçando a imagem do Brasil como fornecedora de fibra confiável, sustentável e de alta performance.


Minas Cotton


Filial tecnológica da Amipa, a Central de Classificação de Fibra de Algodão (Minas Cotton), foi criada em 2006 com o apoio do Proalminas e é, reconhecidamente, um laboratório alinhado às normas e às melhores práticas


para realização de ensaios e classificação de fibra de algodão, priorizando processos que regulamentam o serviço de padronização da classificação do produto. Desde 2008 participa dos Round Test Interlaboratorial realizados pelo ICAC (Estados Unidos), ICA Bremen (Alemanha), Senai/FBET (Brasil).


Este material foi produzido com apoio da Prelo Comunicação Assessoria de Imprensa da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa)
Contato: redacao@prelocomunicacao.com.br Assessores de Imprensa: Emília Calábria (34) 99262-6295 | Ana Carolina Amorim (34) 98721-1452 | Bárbara Sábio (34) 99677-7126 | Orlei Moreira (34) 99992-6423

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Missões do agro brasileiro vão à China para ampliar mercados

Visitas acontecem em meio à guerra tarifária entre Pequim e Washington

05 de Maio de 2025

Em meio à guerra tarifária entre Estados Unidos e China, o Brasil vai enviar a maior comitiva de empresários do setor agropecuário para uma missão ao país asiático a partir desta semana. Cerca de 150 pessoas ligadas a diferentes segmentos produtivos brasileiros estarão em território chinês para agendas sobre aberturas de mercado, ampliação das exportações e discussões sobre questões sanitárias e tarifárias.


O país asiático já é o principal comprador de soja e carnes do Brasil. Outros segmentos do agronegócio brasileiro buscam ampliar as vendas à China e dar tração a pautas que ganharam novo fôlego com a disputa entre Pequim e Washington. Ao menos nove segmentos terão representantes na delegação: carne bovinacarne de aves e suínos, milho, etanol de milho e DDG, frutas, café, algodão, citros e biotecnologia. Em 2024, as exportações brasileiras à China se aproximaram dos US$ 50 bilhões.


Haverá eventos próprios, promovidos por associações nacionais com importadores chineses, missões ao interior da China para atrair novos clientes e conhecer hábitos de consumo da população local e até a inauguração de um escritório conjunto em Pequim dos exportadores brasileiros de carnes de aves, suína e bovina.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também estará na China entre 12 e 13 de maio para participar do Fórum China-Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos). Ele deverá ter agenda bilateral com o presidente chinês Xi Jinping. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e a presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Silvia Massruhá, também irão.


A formação da maior delegação brasileira na China se deve a uma série de fatores. Algumas entidades já tinham agenda programada há algum tempo. Outras aproveitaram o chamamento do governo a partir da confirmação da ida de Lula e viram oportunidades com o tarifaço mútuo entre chineses e norte-americanos. Alguns executivos já iriam para a Sial, maior feira sobre alimentação do país, em Xangai, entre 19 e 21 de maio.


Oportunidade


Entes públicos e privados veem o momento como “oportuno” para o Brasil reforçar laços com os chineses e tentar ampliar a presença comercial no país asiático com a tensão entre Pequim e Washington. A presença massiva de empresários do agronegócio lá simboliza esse cenário de oportunidade, disse o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua.


“A guerra tarifária dá alento para setores que, eventualmente, não estivessem tão organizados para estar na China. É muito importante esse movimento de o Brasil mostrar para a China que somos parceiros, que estamos aqui se eles precisarem”, completou.


A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) e a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) vão inaugurar um escritório na capital chinesa para fincar o pé no país. Empresas de carne bovina buscarão ampliar suas vendas a cidades do interior chinês. Já os frigoríficos de carnes de aves e suínos olham possibilidades de ocupar eventuais espaços deixados pelos americanos.


No caso das frutas, o objetivo é destravar as vendas de melão e uva, que têm autorização de embarque ao país, mas sem grandes volumes comercializados até aqui. A Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) vai enviar 42 pessoas para entender as preferências e particularidades do mercado para realizar negociações mais efetivas com os importadores chineses.


“O correto posicionamento do nosso produto é fundamental para a continuidade da relação comercial. Temos todas as condições de competir muito bem, desde que a gente entenda a necessidade deles e os atenda”, afirmou o gerente técnico da Abrafrutas, Jorge de Souza.


A missão foi planejada antes da posse de Donald Trump na Casa Branca, mas a briga dele com Pequim é um “novo ingrediente” para os empresários brasileiros. Os EUA são o principal fornecedor de uvas aos chineses. A expectativa do setor é conseguir espaço no mercado chinês de frutas nos meses de dezembro a maio, quando o inverno rigoroso impossibilita a produção de frutas do país.


O segmento de café também está otimista com a expansão dos negócios. Na visão dos produtores nacionais, clientes asiáticos estão dispostos a pagar mais pelo grão brasileiro. O presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), Márcio Ferreira, estará na China para agendas com autoridades locais e a participação em feiras. “Serão muitas ações para aprofundar laços e estreitar os negócios no café”, disse ao Valor.

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Empresa mato-grossense lidera produção nacional de roupas com algodão rastreável

Com raízes no campo, a Almagrino se destaca em sustentabilidade e inovação no setor de  vestuário, e projeta crescimento na nova safra de pluma

05 de Maio de 2025

Enquanto a safra 24/25 de algodão está em desenvolvimento nas lavouras de Mato Grosso, com estimativas que apontam para uma produção estadual de 2,67 milhões de toneladas de pluma, o setor de vestuário segue trazendo inovações e qualidade para os seus consumidores. É nesse contexto que a Almagrino, empresa mato-grossense de moda sustentável, vem se destacando.


Com produção de roupas baseada no algodão certificado pelo programa ABR – Algodão Brasileiro Responsável – da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), a Almagrino entrega ao mercado peças que contam a história do campo ao consumidor final, por meio do programa SouABR, também da ABRAPA, um sistema de rastreabilidade que abrange da semente até o guarda-roupa. O controle e cuidado deram à empresa a liderança entre os varejistas de vestuário na produção de roupas com uso de algodão rastreável no Brasil, em 2024, conforme o relatório divulgado pela ABRAPA. Foram mais de 30 mil peças certificadas e disponibilizadas aos consumidores pela Almagrino.


“Esse destaque representa o reconhecimento da nossa estratégia de negócio que prioriza de forma autêntica a produção consciente. Valorizamos a fibra produzida no Brasil com os mais altos padrões socioambientais”, explica Pedro Sávio, sócio fundador da Almagrino.


Para o ano de 2025, a projeção da empresa é atingir a fabricação de mais de 50 mil peças de roupas produzidas a partir da pluma com certificação de origem.


Criada no maior polo produtor de algodão do país, a Almagrino é exemplo de como o agro pode impulsionar novos modelos de negócio sustentáveis. Desde a sua criação, há apenas três anos, a Almagrino tem alcançado metas próprias de oferecer qualidade e inovação em suas peças. A empresa foi a responsável pelo lançamento da primeira camiseta rastreável do Brasil equipada com QR code visível através do programa SouABR, que permite a interação direta com o consumidor ao mostrar todas as etapas da cadeia de produção da peça. Depois disso, vieram as inovações na camisa polo e camisa social, com a mesma tecnologia.


“A Almagrino tem um projeto inédito: uma ‘plantação de camisetas’. Nossos sócios e equipe acompanham o cultivo do algodão em uma área exclusiva, que fica a pouco mais de 100 km de Cuiabá. Esse monitoramento permite um acompanhamento do plantio, manejo, colheita, beneficiamento até a fiação, malharia e confecção das roupas. Com isso, conseguimos compartilhar em tempo real a história de uma peça de roupa desde quando era uma semente”, explica Pedro Sávio.


Qualidade e rapidez no atendimento a eventos e empresas


No ano passado, a Almagrino expandiu seu portfólio e sua atuação no mercado corporativo criando uma nova linha chamada Projeto 50 (P50), com foco em produtos personalizados com  algodão certificado e rastreável para empresas que valorizam a pauta de sustentabilidade. A entrada no mercado B2B surgiu como uma resposta natural à demanda por peças que unam qualidade, sustentabilidade e atendimento rápido. “Conseguimos entregar um padrão de qualidade premium com prazos reduzidos e uma plataforma de sustentabilidade completa, ideal para empresas que querem vestir o  algodão brasileiro com propósito e responsabilidade”, comenta Pedro Sávio.


Ainda de acordo com Pedro Sávio, muitos clientes da marca são empresas ligadas ao próprio setor do agronegócio. “Nossos clientes fazem mais do que uma escolha de consumo — é um posicionamento. A gente tem uma primícia: desenvolver processos, gestão e sistemas necessários para produzir peças com algodão certificado e rastreabilidade em blockchain. Essa transparência nas informações é diferencial competitivo, que permite ao nosso cliente saber a origem do algodão, que foi cultivado com boas práticas ambientais, trabalhistas e produtivas”, complementa.

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Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa - 02/05/2025

ALGODÃO PELO MUNDO #17/2025

02 de Maio de 2025



Destaque da Semana - As cotações caíram nas últimas cinco sessões da bolsa ICE.  Valorização do dólar, clima favorável no Texas e demanda fraca pressionaram os preços para baixo .

Algodão em NY - O contrato Jul/25 fechou nesta quinta 01/mai cotado a 65,66 U$c/lp (-5,1% vs. 24/abr). O contrato Dez/25 fechou em 67,43 U$c/lp (-4,2% vs. 24/abr).

Basis Ásia - Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia: 898 pts para embarque Mai/Jun-25 (Middling 1-1/8" (31-3-36), fonte Cotlook 01/mai/25).

Baixistas 1 - A China reduziu as projeções de uso industrial e importações, elevando os estoques finais para 10,2 milhões de tons (estoque/uso de 113%).

Baixistas 2 - As exportações de roupas da China para os EUA estão afetando o varejo, podendo resultar em falta de estoque , prejudicando o consumo de algodão.

Baixistas 3 - Chuvas beneficiais caíram esta semana em áreas do Oeste do Texas .

Altistas 1 - Apesar das chuvas recentes, será necessário muito mais para reverter as condições de seca .

Altistas 2 - O Secretário do Tesouro dos EUA deu a entender que um acordo já foi fechado com um parceiro comercial dos EUA (talvez Índia). 

Altistas 3 - Anúncio de outros possíveis acordos que sinalizem maior comércio e menos tensão podem aquecer o mercado.

EUA 1 - Chuvas bastante aguardadas ocorreram no oeste do Texas . No Delta, o plantio foi interrompido por tempestades, mas logo retomado.

EUA 2 - Na semana fechada em 27 de abril, a semeadura atingiu 15% da área prevista, 1 ponto percentual a mais que no mesmo período de 2024 e que na média de cinco anos.

China 1 - Nesta semana, o plantio de algodão atingiu 99% da área em Xinjiang. Devido a ventos fortes, prevê-se replantio em partes do norte e do leste de Xinjiang.

China 2 - Em março, a China importou 73.748 tons de algodão – o menor volume mensal em dois anos. O Brasil forneceu 60% do total. No acumulado de ago/24 a mar/25, foram 955.258 tons (-58,6% a menos que em 2023/24). 

China 3 -A Associação de Algodão da China divulgou seu balanço de oferta e demanda de algodão 24/25, aumentando os estoques finais de 2024/25 em 140 mil tons . A safra foi mantida inalterada em 6,66 milhões de tons (USDA estima 6,97 milhões).

China 4 - As importações foram reduzidas em 130 mil toneladas, para 1,3 milhões de tons (USDA: 1,4 milhões tons). O consumo pelas indústrias têxteis caiu em 771 mil toneladas, para 7.7 milhões tons (USDA: 8,1 milhões tons).

China 5 - A China iniciou seu feriado do Dia do Trabalho , que se estende de 1 a 5 de maio. Embora os chineses estejam pouco ativos no mercado internacional, sua ausência afeta o mercado .

Índia - A indústria têxtil indiana ainda busca a melhor solução frente à suspensão da exportação de fios de algodão para Bangladesh por via terrestre. A proibição entrou em vigor em 13/04, afetando 30% do comércio indiano de fios. 

Bangladesh - Do outro lado da fronteira, a redução da importação de fios de algodão da Índia é bem vista pela Bangladesh Textile Mills Association (BTMA). A entidade calcula que 500 mil novos empregos podem ser gerados se as compras da Índia caírem 50%. 

Bangladesh 2 - Em evento em parceria com a Cotton USA, a BTMA voltou a defender a isenção de taxas na exportação de itens feitos com algodão norte-americano.

Paquistão - Protestos contra a construção de canais no rio Indus fecharam rodovias na província de Sindh, prejudicando a logística com os portos de Karachi – capital da província e maior cidade do país. 

Coreia do Sul - Em março, a Coreia do Sul importou 6.709 tons , das quais 59% tiveram origem no Brasil . De ago/24 a mar/25, o total é de 44.853 tons (15,4% a mais que em 2023/24). 

Exportações - As exportações brasileiras de algodão somaram 210,1 mil tons nas quatro primeiras semanas de abril. A média diária de embarque é 12,6% superior à registrada no mesmo mês de 2024.


Preços - Consulte tabela abaixo ⬇

Quadro de cotações para 30-04

Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil - cottonbrazil@cottonbrazil.com

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Abrapa e associações estaduais anunciam workshops com foco na qualidade do algodão

02 de Maio de 2025

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) realiza, em parceria com a Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) e a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), uma série de workshops técnicos de qualidade em maio de 2025. Os eventos têm o objetivo de preparar produtores e trabalhadores nas melhores práticas de manejo pré e pós-colheita, controle de seed coat (fragmentos de casca de semente) e prevenção de contaminações por plásticos.


Confira o cronograma da primeira rodada de workshops:
Agopa: 09/05/2025 – Goiânia, GO
Abapa: 14/05/2025 – Luís Eduardo Magalhães, BA
Ampa/IMAMT: 27/05/2025 – Cuiabá, MT


Edson Mizoguchi, gerente do Programa de Qualidade da Abrapa, destaca que os workshops surgem da necessidade de fortalecer ainda mais o padrão da fibra brasileira. "A qualidade intrínseca do algodão brasileiro evolui a cada ano, como comprovado pelo Relatório de Qualidade 2023/2024, que acaba de ser concluído. Ainda assim, temas como a pegajosidade, a presença de seed coat e a contaminação por plásticos precisam ser tratados com prioridade", afirma.


O gerente reforça que a presença de contaminantes — considerados qualidades extrínsecas — pode comprometer a percepção de qualidade do algodão tanto na indústria quanto no comércio. "Resíduos como plástico, fragmentos de sementes, caule, capim, picão-preto, fibras estranhas e até metais podem ocasionar ajustes na classificação e descontos na comercialização. Por isso, é fundamental atenção redobrada no manejo para preservar a reputação da nossa produção", diz Mizoguchi.

Impactos nas relações comerciais
Avançar em qualidade é essencial para reforçar a imagem do algodão brasileiro no mercado internacional, como explica Gustavo Piccoli, presidente da Abrapa. "O algodão brasileiro conquistou um lugar de destaque no mercado internacional graças à sua qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade. Nosso desafio agora é seguir elevando esses padrões, e os workshops sobre qualidade são uma etapa crucial para reforçar esse compromisso de melhoria contínua", afirma Piccoli.


Segundo Marcelo Duarte, diretor de Relações Internacionais da Abrapa, a iniciativa reflete a proximidade da cadeia produtiva do algodão do Brasil com seus principais compradores. "O nível de exigência dos mercados internacionais aumenta a cada ano. Ações como essa mostram que o Brasil não apenas escuta seus parceiros comerciais, mas responde de forma proativa, elevando ainda mais a confiabilidade da nossa fibra", destaca.

Apoio das associações estaduais
A realização dos workshops conta com o apoio da Ampa, Abapa e Agopa, que também serão responsáveis pela divulgação dos programas detalhados e inscrições. Para os presidentes das associações estaduais, este é um alinhamento fundamental para a cadeia produtiva, e a expectativa é reforçar a qualidade da fibra brasileira.


Orcival Gouveia Guimarães, presidente da Ampa, destaca que a capacitação técnica é essencial para atender às crescentes exigências do mercado têxtil. “Levar conhecimento e promover a troca de ideias com as indústrias têxteis é fundamental para abrir novos mercados para a fibra brasileira”, afirma.

A presidente da Abapa, Alessandra Zanotto Costa, ressalta que a qualidade é o pilar que fortalece a competitividade do algodão da Bahia nos mercados nacional e internacional. “Este workshop é um espaço estratégico para alinharmos a cadeia produtiva e garantir valor à fibra, da lavoura ao consumidor”, completa.

Para Haroldo Cunha, presidente da Agopa, a qualidade do algodão está diretamente ligada às práticas adotadas no campo.
“Nosso objetivo com o workshop é abordar todas as etapas - do manejo ao beneficiamento - e reforçar a importância de um olhar holístico sobre a produção, com foco na qualidade em cada fase.”

Os workshops serão incorporados ao calendário técnico anual da Abrapa e de suas associadas, consolidando uma rotina de atualização contínua para o setor.

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Grupo chinês mira duas cidades em MT para instalar indústria de US$ 80 milhões

A empresa chinesa Haid Group estaria entre Campo Verde e Rondonópolis para instalar uma unidade de processamento de caroço de algodão

30 de Abril de 2025

empresa chinesa Haid Group avalia Campo Verde e Rondonópolis como possíveis locais para a instalação de uma unidade de processamento de caroço de algodão em Mato Grosso. A estimativa é que mais de US$ 80 milhões sejam investidos pelo grupo, que realiza a sua terceira visita no estado.


O anúncio foi feito pelo grupo chinês durante reunião com o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, e o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), César Miranda, nesta segunda-feira (28) em Cuiabá.


Em meados de fevereiro e março, como destacado pelo Canal Rural Mato Grosso, representantes da empresa chinesa visitaram diversos municípios mato-grossenses, com o intuito de avaliar seus potenciais. Entre eles Rondonópolis, Primavera do Leste, Lucas do Rio Verde, Campo Verde e Sorriso.


Fundada em 1998 na China, a Haid Group possui atuação na cadeia do agronegócio, incluindo produção de ração animal, criação animal e de alimentos, entre outros.


A empresa é uma das líderes globais na produção de ração animal, com ampla presença internacional, contando com mais de 600 subsidiárias em países como China, Vietnã, Índia, Indonésia, Egito e Equador.


A previsão é que a unidade a ser instalada em Mato Grosso gere cerca de 150 novos postos de trabalho.


qualidade da produção de caroço de algodão, segundo o diretor sênior do grupo chinês, Lee Yong Qiong, tem entre os fatores decisivos para a escolha de Mato Grosso para a instalação da unidade fabril do grupo.


“Há um ambiente favorável para virmos para cá. A produção de caroço de algodão de Mato Grosso tem boa qualidade e quantidade suficiente para atender à nossa demanda. Queremos manter investimentos aqui, e a fábrica trará grandes benefícios econômicos para o Estado e para a nossa empresa”, afirmou durante a reunião com o governo do estado.


Haid Group anuncia local em maio


De acordo com o governo de Mato Grosso, a decisão final sobre a localização da unidade de processamento de caroço de algodão deverá ser anunciada em maio. A previsão é que o início das operações ocorra em até 20 meses após o início da construção.


“O grupo já está em estágio avançado de definição. Mato Grosso está cada vez mais atraindo empresas, especialmente aquelas ligadas à transformação de proteínas animais e vegetais. Esse movimento gera empregos de qualidade e, acima de tudo, novas oportunidades em todos os setores relacionados”, destacou o governador Mauro Mendes no encontro.

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Algodão: participação dos embarques brasileiros é a maior da história

30 de Abril de 2025

As exportações brasileiras de algodão em pluma estão intensas e já correspondem por 30,5% dos embarques mundiais, conforme dados do USDA analisados pelo Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, trata-se da maior participação da história e está, desde meados de 2024, acima da registrada para os Estados Unidos, de 25,8%, que, até então, sustentavam a primeira posição nesse ranking.


Pesquisadores do Cepea explicam que a colocação de destaque do Brasil se deve à oferta nacional recorde de algodão em pluma – a produção já representa 14% do total global da safra 2024/25, também de acordo com números do USDA deste mês. Em apenas nove meses da temporada 2024/25 (de agosto/24 a abril/25), o País exportou 2,35 milhões de toneladas, somente 12% menos que o total escoado em toda a safra anterior, conforme dados da Secex compilados pelo Cepea. Fonte: Cepea

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Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa - 25/04/2025

ALGODÃO PELO MUNDO #16/2025

25 de Abril de 2025



Destaque da Semana 1 - Cotações atingem maiores níveis desde dezembro/2024. Embora nada tenha sido oficialmente anunciado, os mercados foram impulsionados por rumores e declarações sinalizando uma possível trégua na guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.

Destaque da Semana 2- Nesta semana, Abrapa e Anea realizam uma importante missão ao Mercado Europeu . Mais informações abaixo.

Algodão em NY - O contrato Jul/25 fechou nesta quinta 24/abr cotado a 67,17 U$c/lp (+3,0% vs. 17/abr). O contrato Dez/25 fechou em 70,37 U$c/lp (+2,8% vs. 17/abr).

Basis Ásia - Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia: 925 pts para embarque Abr/Mai-25 (Middling 1-1/8" (31-3-36), fonte Cotlook 24/abr/25).

Altistas 1 - O presidente Trump comentou recentemente sobre a tarifa de 145% imposta às importações da China, dizendo que a taxa “ será reduzida substancialmente ”, embora “não chegará a zero”.

Altistas 2 - Além disso, o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que o atual impasse tarifário com a China é “insustentável”, reforçando a expectativa de uma possível trégua na guerra comercial.

Altistas 3 - Investidores reagiram com otimismo à possibilidade de redução de tensões entre as duas maiores economias do mundo.

Baixistas 1 - A China negou oficialmente que haja negociações em andamento . O Ministério das Relações Exteriores do país classificou as notícias sobre um acordo como “fake news”.

Baixistas 2 - Apesar da negação, o governo chinês estaria estudando a possibilidade de isentar alguns produtos dos EUA de suas tarifas, como equipamentos médicos e produtos químicos — o que pode ser interpretado como um gesto de aproximação .

Baixistas 3 - A maior preocupação do setor continua sendo entender como lidar com os efeitos do “tarifaço” sobre o comércio de têxteis e vestuário para o maior mercado consumidor do mundo.

EUA 1 - Chuvas beneficiaram lavouras nas regiões do Delta e no estado do Texas, melhorando os níveis de umidade do solo, embora mais precipitação ainda seja necessária em algumas áreas do Texas.

EUA 2 - Em 20 de abril, a semeadura de algodão nos EUA foi registrada no mesmo nível da média de cinco anos: 11% . Na Califórnia, o ritmo avançou 20 pontos percentuais e no Arizona, 12 pp. No Texas, o índice é de 16%.

China 1 - A área plantada com algodão em 2025 será de 2,917 milhões ha , conforme pesquisa divulgada pelo Cncotton. Confirmando-se, será um aumento anual de 1,5% .

China 2 - Com o plantio de algodão atingindo 90% nesta semana, a BCO registra um avanço de 24 pontos percentuais em relação à semana anterior. No sul da China, o índice chegou a 93%.

Índia - EUA e Índia discutem acordo comercial para expansão de mercado para 19 categorias de produtos e servidos, incluindo bens agrícolas, e-commerce, armazenamento de dados e minerais.

Bangladesh 1 - A Bangladesh Textile Mills Association (BTMA) formalizou ao National Cotton Council of America (NCCA) o pedido de isenção total sobre a exportação de roupas e produtos feitos com algodão norte-americano .

Bangladesh 2 - Para mostrar que priorizará as relações com os EUA, a BTMA anunciou que criará um armazém exclusivo para a pluma norte-americana.

Indonésia - A Indonésia também busca acordo com os EUA. Empresários têxteis indonésios e representantes da Cotton USA se reuniram e apoiam a decisão do governo da Indonésia de negociar com os EUA , em vez de retaliar pelas tarifas de importação.

Europa 1 - A semana foi marcada por uma extensa agenda de trabalho da Abrapa na Europa . Em pauta, a defesa do algodão na matriz têxtil mundial e a ampliação do consumo de algodão Brasileiro pelas principais marcas globais.

Europa 2 - O Reino Unido e a Europa compõem o maior mercado importador mundial de roupas e confecções , sendo sede das principais marcas mundiais. Um dos assuntos tratados foi a nova legislação europeia sobre importação de produtos.

Europa 3 - Além disso, a comitiva participou também de encontro promovido pela Apex, MRE e Mapa na Polônia com representantes das embaixadas Brasileiras em 12 países da Europa sobre estratégias de mercado para a região.

Europa 4 - A comitiva brasileira foi composta por dez representantes da Abrapa, Anea, Abapa e Ampa , que participou de agendas em Londres (Inglaterra) e Bruxelas (Bélgica).

Europa 5 - Entre as organizações visitadas, estão Textile Exchange, Make The Label Count (MTLC), Better Cotton e International Cotton Advisory Committee (ICAC) , organizações da União Europeia – além da embaixada brasileira em Londres e em Bruxelas.

Microplásticos 1 - A reciclagem química de poliéster com resíduos têxteis pode liberar quantidades significativas de microplásticos no ambiente, alertou pesquisa feita na Austrália divulgada nesta quarta (23).

Microplásticos 2 - O estudo, intitulado “Textile Recycling’s Hidden Problem”, foi desenvolvido pela Universidade de Newcastle, Australian Cotton Research Institute e Cotton Research and Development Corporation : https://bit.ly/abrapa250425

Exportações - As exportações brasileiras de algodão somaram 154,3 mil toneladas nas três primeiras semanas de abril. A média diária de embarque é 8,2% superior que a registrada no mesmo mês de 2024.

Consulte os preços na tabela abaixo:

Quadro de cotações para 24-04

Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil - cottonbrazil@cottonbrazil.com

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Defesa do algodão leva Abrapa à Europa

A importância da fibra para a indústria mundial pautou a agenda de trabalho em Londres e Bruxelas realizada nesta semana 

25 de Abril de 2025

O acirramento da disputa comercial entre Estados Unidos e China e a nova legislação europeia para produtos importados são apenas dois aspectos da conjuntura internacional que impactam a indústria têxtil no mundo todo. E, consequentemente, o algodão brasileiro. Atenta a esse cenário, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) realizou nesta semana uma extensa agenda de trabalho na Europa. Em pauta, a defesa do algodão na matriz têxtil mundial.


A mensagem foi levada para organizações ambientais, entidades do setor têxtil, legisladores e gestores públicos europeus. A delegação brasileira foi composta por dez representantes da Abrapa, da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), da Associação Baiana de Produtores de Algodão (Abapa) e da Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão (Ampa).


“O futuro da indústria têxtil e do consumo de moda no mundo pode ser mais sustentável e responsável com a contribuição do algodão. É uma fibra natural, de origem renovável, biodegradável, de menor impacto ambiental e sem riscos à saúde humana”, pontuou o presidente da Abrapa, Gustavo Piccoli.


O Reino Unido e a Europa compõem o maior mercado importador mundial de roupas e confecções, sendo sede das principais marcas mundiais. A agenda de trabalho foi realizada em Londres (Inglaterra) e Bruxelas (Bélgica).


Organizações como Textile Exchange, Make The Label Count (MTLC), Better Cotton, International Cotton Advisory Committee (ICAC) foram algumas das visitadas. A comitiva brasileira também se reuniu com a embaixada brasileira em Londres e em Bruxelas e com adidos agrícolas brasileiros nas duas cidades.


Além disso, a comitiva brasileira participa nesta sexta e sábado de encontro promovido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Ministério das Relações Exteriores (MRE) e Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) na Polônia. A agenda reúne representantes das embaixadas brasileiras em 12 países da Europa para discutirem estratégias de mercado para a região.


Responsável pelo Cotton Brazil, iniciativa que posiciona internacionalmente o algodão brasileiro, o diretor de Relações Internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte, avaliou positivamente a agenda de trabalho na Europa. “Temos um contato próximo e sólido com a indústria têxtil mundial. É fundamental construirmos essa mesma relação com os tomadores de decisão no mercado europeu. Nesta semana, avançamos nesse projeto, que é de médio a longo prazo”, observou Duarte.


O Brasil é um importante player para o mercado mundial de produtos têxteis e moda. Atualmente, é o terceiro maior produtor de pluma, atrás da China e Índia. No ano comercial 2023/24, tornou-se maior exportador mundial da fibra e tem se mantido como principal fornecedor de algodão certificado Better Cotton.

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Estudo da Embrapa Algodão comprova viabilidade do uso de farelo e torta de algodão na alimentação animal

24 de Abril de 2025

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e a Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento (Faped), participou da elaboração de um estudo técnico-científico que comprova a viabilidade do uso do farelo e da torta de algodão na alimentação animal. Conduzido pela Embrapa Algodão, o trabalho destaca o alto valor nutricional desses coprodutos — obtidos a partir do caroço do algodão, subproduto da separação da pluma — e seu potencial para reduzir custos, elevar a produtividade e fortalecer a sustentabilidade na pecuária brasileira.


A torta e o farelo de algodão são ricos em nutrientes como, por exemplo, proteína bruta, fibras e lipídeos, sendo muito utilizados na formulação de rações. O objetivo do estudo foi apresentá-los como alternativas viáveis na formulação de rações, reunindo evidências científicas que possam embasar as decisões de compradores e formuladores de dietas na pecuária.


“O aproveitamento integral da cadeia do algodão é uma das grandes fortalezas da nossa cotonicultura. O farelo e a torta representam uma alternativa viável do ponto de vista econômico e também sustentável. Quando utilizados de forma técnica e responsável, esses produtos trazem excelentes resultados, especialmente na redução dos custos com alimentação animal”, explicou Gustavo Piccoli, presidente da Abrapa.


Ao longo de um ano, a equipe de pesquisa analisou cerca de 150 estudos científicos para embasar a elaboração do relatório. A proposta surgiu após questionamentos recorrentes sobre a segurança e a eficiência do uso de subprodutos do algodão na alimentação animal. “O objetivo foi esclarecer, com base científica, que esses ingredientes são seguros e eficientes quando usados corretamente”, afirmou João Paulo Saraiva Morais, pesquisador em Fibras e Biopolímeros da Embrapa Algodão e um dos coordenadores do relatório.



Oferta de caroço 


Com o crescimento da produção nacional, aumentou também a oferta de caroço. Para a safra 2024/2025, a Abrapa estima uma produção de 5.067.049 toneladas de caroço de algodão. Esse volume, ao ser processado, dá origem à torta e ao farelo, que podem conter até 55% de proteína bruta.


Por essas características, os coprodutos se mostram como alternativas viáveis ao milho e ao farelo de soja, especialmente em dietas para bovinos, ovinos e caprinos. Segundo o relatório, a inclusão desses ingredientes pode melhorar o ganho de peso, aumentar a produção de leite e reduzir significativamente os custos com alimentação — que representam, em média, 70% das despesas em sistemas pecuários intensivos.


Além dos benefícios econômicos e nutricionais, o uso de torta e farelo de algodão contribui para um sistema de produção mais sustentável. A valorização desses coprodutos reduz o desperdício, amplia o aproveitamento da biomassa do algodão e diminui a competição com alimentos destinados ao consumo humano. Outro diferencial é a presença de ácidos graxos insaturados, que podem melhorar o perfil lipídico e o valor nutricional do leite.


“O farelo de algodão é o terceiro ingrediente proteico mais produzido no mundo para uso em dietas animais, podendo substituir parcialmente outros ingredientes devido ao seu alto teor de fibra, em torno de 28%, e níveis de proteína, que, em média, são de 40% e podem chegar a 55%. Esses números evidenciam o potencial da torta e do farelo, especialmente em regiões onde há limitação de outras fontes proteicas ou onde se busca diversificar as fontes de proteína na alimentação animal”, destaca Daniel Furlan Amaral, Diretor de Economia e Assuntos Regulatórios da Abiove.



Uso responsável 


O estudo também alerta para o uso responsável desses ingredientes, especialmente por conta do gossipol — substância natural do algodão que pode ser tóxica em grandes quantidades para algumas espécies, como aves e suínos. “É essencial seguir as recomendações técnicas, especialmente para espécies mais sensíveis. O relatório traz tabelas com valores máximos indicados para diferentes categorias de animais. O uso consciente garante segurança e bons resultados”, explicou o pesquisador.


Leia o relatório completo em:


https://abrapa.com.br/wp-content/uploads/2025/04/Relatorio-de-Farelo-de-algodao.pdf

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