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A Dinâmica do Mercado de Algodão

​Entrevista de Júlio Busato à Química e Derivados

08 de Março de 2022

Abrapa na Mídia

 

A Dinâmica do Mercado de Algodão

 

As perspectivas da cotonicultura para 2022 são destaque na edição de março da Revista Química e Derivados. O presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato fala sobre a expectativa de crescimento da safra 21/22 e sobre as preocupações com o ciclo seguinte, em razão do grande aumento nos preços dos insumos agrícolas.

 

Leia a entrevista completa:

https://quimica.com.br/revistas/qd630/index.html#p=78

 

Revista Química e Derivados, Ed. 630 – 02.03.2022

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Vozes do Agro: Desafios e oportunidades da cotonicultura em 2022

​Artigo de Júlio Cézar Busato para a revista Globo Rural

07 de Março de 2022

Vozes do Agro: Desafios e oportunidades da cotonicultura em 2022

 

Alta dos insumos agrícolas, mas setor continua se empenhando para melhorar a qualidade e valorizar da pluma no mercado internacional

 

JÚLIO CÉZAR BUSATO*

 

Apesar dos desafios impostos pela pandemia, 2021 foi um ano de excelentes resultados para o agro nacional. Com recorde de exportações e diversificação de destinos, garantimos superávit à balança comercial brasileira e encerramos mais um ciclo como setor mais dinâmico da economia do País.

 

Para os cotonicultores brasileiros, a boa notícia foi a retomada da demanda interna e externa em um ritmo mais rápido e intenso do que imaginávamos. Por ficarem mais tempo em casa, as pessoas acabaram descobrindo - ou redescobrindo - o algodão, uma fibra natural, confortável e biodegradável. O consumo mundial passou de 25 milhões de toneladas por ano para 27,1 milhão, aquecendo o mercado global e elevando a cotação da pluma.

 

Ao mesmo tempo, nos deparamos com alta de 100% no custo de fertilizantes, vulnerabilidade diante de gargalos logísticos históricos em relação à disponibilidade de navios e contêineres para transportar a nossa produção e forte resistência de nossos concorrentes, com a imposição de novas condições e barreiras aos produtos brasileiros. Assim, novos desafios se impõem em 2022 e nos próximos anos.

 

Um dos principais, sem dúvida, é garantir o fornecimento e reduzir o custo dos insumos, essenciais para obtermos maior produtividade. Atualmente, importamos 95% do cloreto de potássio, 70% da ureia e mais da metade do fósforo que utilizamos como fertilizantes. Também é grande a dependência de fornecimento de defensivos agrícolas, que garantem a produtividade das nossas lavouras. Precisamos fortalecer a indústria nacional e, cada vez mais, buscar defensivos de origem biológica – um caminho que já vem sendo adotado pelos cotonicultores brasileiros.

 

Em 2021, essa dependência externa nos expôs ao gargalo logístico global e resultou na alta generalizada de preços. Internamente, também temos nos deparado com problemas de infraestrutura, pois a velocidade de crescimento da agropecuária nacional tem sido maior do que o País consegue avançar, o que coloca a questão logística entre as preocupações do setor.

 

Nesse sentido, aplaudimos a recém sancionada Br do Mar, que torna mais flexíveis as regras para o afretamento de embarcações estrangeiras para transporte de mercadorias entre os portos do País, e apoiamos o Marco Legal das Ferrovias, que simplificará a participação de investidores no esforço de ampliação e modernização da malha ferroviária nacional.

 

Ainda no âmbito doméstico, a regularização fundiária é outra pauta prioritária para o agro nacional. A titulação de terras é extremamente burocrática e muitos produtores sequer têm a posse da área onde plantam. A nova lei, em tramitação no Senado Federal, facilitará a regularização daqueles que estão em conformidade com o Código Florestal e beneficiará famílias que, historicamente, foram incentivadas pelos governos a ocupar áreas e produzir alimentos e têm, naquela terra, o único imóvel para sua subsistência e geração de renda.

 

Externamente, devemos enfrentar, com contraposição de dados, o uso de questões ambientais como barreiras comerciais, para proteção de mercados. Nenhum país possui Reserva Legal ou Áreas de Preservação Permanente como exigido pela lei brasileira. Nossa agricultura sequestra mais carbono do que emite e caminha para um modelo de neutralidade de carbono, produzimos com sustentabilidade e o mundo precisa conhecer e reconhecer o que fazemos.

 

Como cotonicultores, temos ainda o desafio de nos empenharmos para melhorar a qualidade do algodão brasileiro como um todo. De nada adianta boas iniciativas de alguns produtores. Temos que subir a régua e alcançar um padrão internacional de excelência. Só assim conquistaremos credibilidade, confiabilidade e maior valorização da nossa pluma no mercado internacional.

 

O cenário é promissor, com previsão de aumento de 13,4% na área plantada de algodão na temporada 21/22, em relação ao ciclo anterior, chegando a 1,547 milhão de hectares. A recuperação deve se refletir no crescimento de 16,5% da produção, estimada em 2,71 milhões, sendo que 65% já estão comercializados.

 

Podemos dizer que demos uma ótima largada na safra 21/22. As chuvas permitiram a antecipação do plantio de soja no Mato Grosso, onde é cultivado 70% da nossa fibra. Isso favorecerá a cultura do algodão, majoritariamente de segunda safra, pois teremos maior espaço para iniciar o cultivo e poderemos até aumentar um pouco mais a área plantada.

 

Sem dúvida, o horizonte é de oportunidades para a cotonicultura brasileira. Cabe a nós aproveitá-las para, num futuro próximo, nos tornarmos os maiores exportadores globais da fibra e, mais adiante, o Brasil assumir o posto de principal produtor de algodão do mundo.

 

*Júlio Cézar Busato é presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa)

 

https://revistagloborural.globo.com/Noticias/Opiniao/Vozes-do-Agro/noticia/2022/02/desafios-e-oportunidades-da-cotonicultura-em-2022.html

 

Revista Globo Rural – Vozes do Agro - 16.02.2022

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Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão

​ALGODÃO PELO MUNDO #09/2022

04 de Março de 2022

- Destaque da Semana – Mais uma semana de volatilidade nos mercados, com o conflito entre Rússia e Ucrânia dominando a pauta.


- Algodão em NY – O contrato Mai/22 fechou ontem a 119,80 U$c/lp (+0,5%). O contrato Dez/22 também teve leve alta na semana (101,58 U$c/lp, +0,3%).


- Preços - Ontem (03/03), o algodão brasileiro estava cotado a 137,75 U$c/lp (-250 pts) para embarque em Mar-Abr/22 (Middling 1-1/8" (31-3-36) posto Ásia, fonte Cotlook). Para o embarque Out-Nov/22 o indicador de ontem era de 117,0 U$c/lp (-100 pts).


- Altistas 1 - Nos últimos 30 dias, cotações de commodities como trigo, milho, e soja se valorizaram, enquanto o algodão teve queda.


- Altistas 2 - Com esta valorização recente, principalmente dos cereais, analistas acreditam que a área de algodão nos EUA para este ano deve ser menor que o anunciado pelo NCC e USDA.


- Altistas 3 - Janeiro e fevereiro foram meses bem mais secos que o esperado em grande parte EUA. A seca atinge 58% do país, incluindo o principal estado produtor de algodão (Texas), além de outros estados do Sul e Oeste.


- Baixistas 1 - Com os preços de energia, gás e petróleo em alta, indústrias têxteis podem reduzir a produção. O alerta foi dado esta semana pela Confederação Europeia de Vestuário e Têxtil (Euratex).


- Baixistas 2 - Os EUA estão acelerando as vendas e principalmente os embarques de sua safra 21/22.  Se nos próximos 5 meses forem embarcados os mais de 9 milhões de fardos já vendidos, o cenário de escassez se reduz, uma vez que na sequência entram as novas safras do Brasil e Austrália.


- Baixistas 3 - O conflito na Ucrânia segue sendo a maior ameaça global no momento.


- Cotton Brazil - Turquia 1 - Abrapa, Anea e Apex-Brasil concluíram esta semana a Missão Vendedores com saldo final positivo. Após realizar evento com clientes do Paquistão em Dubai, a última semana foi dedicada à Turquia.


- Cotton Brazil - Turquia 2 - Nas cidades de Gaziantep e Kahramanmaraş, foram visitadas 8 indústrias, incluindo as maiores do país. Além disso, foi realizado um evento Cotton Brazil em cada cidade.


- Cotton Brazil - Turquia 3 - Nos eventos, foram apresentados os avanços do algodão Brasileiro em termos de qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade.


- Cotton Brazil - Turquia 4 - Os eventos foram encerrados com uma mesa redonda entre produtores e exportadores Brasileiros e industriais Turcos para discutir comércio e cooperação entre os países no setor do algodão.


- Cotton Brazil - Paquistão e Turquia importaram 25% do algodão brasileiro no ultimo ciclo.  Ambos países estão em franca expansão de suas indústrias, com investimentos bilionários sendo feitos em fiações.


- Cotton Brazil 2 - Como resultado das discussões, uma série de ações em várias áreas foram definidas como prioritárias para que o algodão Brasileiro continue sua rota crescente de valorização nesses países.


- Agenda - Semana que vem (9/3), é publicado relatório mensal do USDA.


-  Exportações 1 - O Brasil exportou 166,9 mil tons de algodão em fev/22. O volume embarcado foi 32,9% inferior a fev/21.


- Exportações 2 - De agosto de 2021 a fevereiro de 2022, as exportações somam 1,19 milhão de tons.


- Semeadura 2021/22 - Até ontem (03/03) 99,9% da área já havia sido semeada no Brasil. Restam ainda os últimos talhões a serem plantados em MG e GO.


- Preços - Consulte tabela abaixo ⬇


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Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, programa da Abrapa. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com

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Missão vendedores, em Dubai, aproxima Brasil e Paquistão

​Evento realizado pela Abrapa deve ampliar presença do algodão brasileiro no terceiro maior consumidor mundial da fibra

03 de Março de 2022

O Cotton Brazil Outlook 2022, realizado em Dubai nesta semana, consolidou o Brasil como firme fornecedor de algodão para o Paquistão, terceiro maior consumidor e quarto maior importador mundial da fibra. O evento foi promovido pela Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Associação Nacional de Exportadores de Algodão (Anea), em programação paralela à Expo Dubai 2020.

O acesso a informações atualizadas sobre safra e exportação brasileiras e a interação entre entre cotonicultores brasileiros e industriais paquistaneses foram muito bem avaliados pelo público, que reuniu mais de 100 empresas do setor têxtil e do algodão do Paquistão. "Começamos a produzir o 'novo' algodão brasileiro há 25 anos, e apenas recentemente nos tornamos grandes exportadores. Ainda podemos dobrar o volume destinado ao mercado externo, alcançando 4 milhões de toneladas. Essa é nossa meta", afirmou o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato.

A missão deve resultar na ampliação da participação brasileira no mercado paquistanês. "Brasil e Estados Unidos são nossos maiores fornecedores. Vimos hoje o quanto a cotonicultura brasileira evoluiu nos últimos anos. Creio que o próximo passo é aperfeiçoar o acesso aos testes de qualidade por High Volume Instrument (HVI) antes dos embarques", sugeriu Adil Bashir, industrial e ex-presidente da All Pakistan Textile Mills Association (APTMA). Ele participou de uma mesa redonda em que produtores brasileiros e industriais paquistaneses fizeram perguntas e respostas e trocaram impressões sobre os dois países.

O tema já está na pauta de prioridades da Abrapa. "Estamos desenvolvendo, com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), um programa de certificação oficial do algodão brasileiro que irá garantir ainda mais confiabilidade e transparência às análises de qualidade da pluma. Devido à envergadura da iniciativa, teremos novidades em 2023", antecipou Busato.

A proximidade entre os dois elos da cadeia favorece a abertura de mais mercado e o surgimento de novas oportunidades de negócios, explica Marcelo Duarte, diretor de Relações Internacionais da Abrapa e head do programa Cotton Brazil. "As indústrias do Paquistão planejam expandir sua produção e preveem investimentos bilionários. Com isso, vão precisar de mais algodão do que já consomem", pontua.

O evento, que contou também com a presença de Rafaela Albuquerque, gerente de projetos, e Márcio Rodrigues, gerente de Agronegócios da Apex-Brasil, permitiu a troca de informações importantes sobre o mercado brasileiro. "Não sabíamos que o Brasil era o maior fornecedor individual de Better Cotton, por exemplo. É um dado relevante e que indica um grande futuro pela frente", afirmou Rehman Naseem, CEO da Fazal Cloth Mills Limited, uma das maiores fiações e tecelagens do Paquistão.

Better Cotton é o algodão licenciado pela Better Cotton Initiative, organização mundial sem fins lucrativos focada no fomento à produção sustentável e responsável da pluma por todo o globo. No Brasil, opera em parceria com a Abrapa. Em 2020, os cotonicultores brasileiros responderam por 37% do volume total da pluma certificada pela BCI no mundo.

O Cotton Brazil Outlook 2022 é uma das atividades da primeira Missão Vendedores realizada pela Abrapa desde o começo da pandemia. Após a etapa de Dubai, a comitiva brasileira, formada por cotonicultores e exportadores, seguiu para a Turquia.

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Agronomia Sustentável: engenheiros atuam em toda a cadeia produtiva da moda

Sustentabilidade e rastreabilidade do algodão brasileiro é destaque no Canal Rural

03 de Março de 2022

Abrapa na Mídia

 

Agronomia Sustentável: engenheiros atuam em toda a cadeia produtiva da moda

 

Plantio de algodão sem impactos ambientais, produção de fibras recicláveis e redução do consumo de água na confecção são algumas das tarefas lideradas por esses profissionais

 

A indústria têxtil é o segundo setor de transformação que mais emprega no Brasil. Entre os trabalhadores da área, existem engenheiros de diversas áreas. Este foi o destaque do terceiro episódio da terceira temporada do programa Agronomia Sustentável, que percorreu a cadeia da moda para mostrar todo o ciclo de produção das roupas que servem de vestimenta e símbolo de expressão da sociedade.

 

Antes de uma peça desfilar nas principais passarelas do mundo, o trabalho começa no campo. No caso das peças de algodão, o processo inicia com o preparo do solo e a escolha da semente. "O primeiro passo é ter uma semente com procedência, certificada. Algumas características são importantes quando se vai comprá-la, como pureza genética, alto poder de germinação e vigor, porque isso garante um bom estabelecimento da lavoura", informa o engenheiro agrônomo Doglas Broetto.

 

Depois do plantio e da colheita, vem a armazenagem, o beneficiamento e, então, entram em ação outras engenharias. De acordo com o engenheiro industrial mecânico James Nadin, seu papel é o de garantir que os artigos sejam feitos dentro das especificações necessárias, o que envolve as cores corretas da peça. "Acompanhamos  todo o processo produtivo desde o túnel, a tinturaria, a tecelagem, o acabamento final, a revisão, a embalagem e a entrega", resume.

 

Ele trabalha em uma região do estado de São Paulo considerada referência na indústria têxtil nacional, localizada entre os municípios de Hortolândia, Nova Odessa, Americana, Sumaré e Santa Bárbara D'Oeste. São mais de 1.200 confecções, que representam quase 3% do Produto Interno Brasileiro (PIB). Por lá, as questões ambientais sempre entram na pauta. "Fora as nossas certificações, utilizamos matérias-primas e produtos corretos. Temos a estação de tratamento de efluentes mais moderna e tecnológica das indústrias têxteis do Brasil", conta Nadin.

 

Sustentabilidade na moda 

 

A sustentabilidade é um grande desafio no setor da moda, considerado um dos mais poluentes do mundo, especialmente por conta do poliéster. Contudo, a inspetora do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo (Crea-SP) e engenheira ambiental Maria Constantino lembra que olhar apenas o caráter ambiental sem se atentar ao social e econômico não é o correto, independente da área.

 

"A sustentabilidade visa melhorar a sua vida como indivíduo e também a sociedade. Ela é o equilíbrio para que nós possamos realmente desenvolver como sociedade, gerar emprego e economia e preservar os recursos naturais que são finitos", declara. Segundo ela, também entra nessa conta a saúde e segurança do trabalho.

 

"O Crea, ao fiscalizar as condições de trabalho e a engenharia de segurança de certa indústria está garantindo que a pessoa que fez a roupa que a população usa teve uma condição social, legal de poder fazer esse processo. Infelizmente o que é produzido fora do Brasil não tem esse tipo de fiscalização, então uma grande dica que sempre dou em relação à indústria têxtil, para deixá-la mais sustentável, é consumir produtos nacionais".

 

Procedência do algodão

 

A história da moda no mundo começou em meados do século 15, no início do Renascimento europeu. "A moda é comportamento. Mesmo quem a nega está, de alguma forma, se relacionando com ela através da negação", acredita a engenheira mecânica têxtil Maria José Orione. Ela é diretora-acadêmica do Denim City, uma escola de moda localizada no coração do comércio popular de São Paulo.

 

A intenção do espaço é consolidar o Brasil como um polo de relevância internacional através do dênim, o tecido que dá origem ao famoso jeans. "O algodão chega em fardos da agroindústria, é descaroçado e a fibra virgem é transformada em fio ao longo do processo. Em outro processo temos a fibra reciclada, que são restos de tecido da própria tecelagem ou mesmo da confecção […]", explica.

 

No próprio Denim City existe uma estação de tratamento de efluentes e a água utilizada nos processos industriais volta para reúso. Assim, etapas da industrialização que antes gastavam milhões de litros de água são substituídos por técnicas mais modernas. Desta forma, a sustentabilidade da ponta da cadeia corrobora com a do início, visto que o Brasil é uma referência no mercado de algodão no quesito de qualidade e rastreabilidade, sendo o maior exportador de algodão sustentável do mundo.

 

Para comprovar a redução de impactos da fibra, a Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa) implantou o projeto Sou de Algodão. "O consumir chega na loja e através do QR Code [na etiqueta da roupa] tem acesso à toda a história do algodão e é inserido nesta história porque, no fim, vai utilizar essa peça", conta o engenheiro agrônomo e presidente da entidade, Júlio Busato.

 

Atualmente, mais de 800 marcas já estão engajadas no movimento. "O projeto Sou de Algodão aproxima o designer de moda, então é muito importante quando vemos que há um cuidado desde o plantio até o algodão crescer, colher e todo o tratamento para depois virar o fio e o tecido", considera o estilista Isaac Silva.

 

Relevância econômica do setor

 

Em 2020, o setor têxtil faturou 194 bilhões de reais no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Já em 2019, estima-se que a indústria nacional tenha produzido nove bilhões de peças, ultrapassando 20 milhões de toneladas de roupas. Esses números colocam o Brasil no patamar de maior cadeia têxtil completa de todo o Ocidente.

 

Neste universo, também trabalham engenheiros químicos, como o Caio Campiotto, que atua em uma indústria de Americana, em São Paulo. Ele afirma que profissionais com sua formação atuam desde o projeto e planejamento de uma planta fabril até a operação e gestão de resíduos. "Quando olho para o desenvolvimento de produtos ou no momento em que dimensiono equipamentos, tenho de pensar em quão eficientes e ecológicos eles são em termos de emissão de poluentes e consumo de recursos naturais, sempre pensando nas gerações futuras", diz.

 

Já em Santa Catarina, outro estado relevante no setor, a indústria têxtil, confecção, couro e calçado conta com 8.937 estabelecimentos, conforme a Abit. Desta forma, representa 17,2% da indústria do estado e também é focada em sustentabilidade na produção.

 

O próximo episódio da série vai mostrar o trabalho de engenheiros na meteorologia. O programa Agronomia Sustentável é uma realização do Canal Rural com o Sistema Confea e Crea, e vai ao ar todos os sábados, às 9h, com reprise aos domingos, às 7h30.

 

https://www.canalrural.com.br/agronomiasustentavel/agronomia-sustentavel-engenheiros-atuam-em-toda-a-cadeia-produtiva-da-moda/

 

Canal Rural – programa Agronomia Sustentável - 26.02.2022

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Começa temporada de emissão de etiquetas SAI – safra 2021/2022

28 de Fevereiro de 2022

O Sistema Abrapa de Identificação (SAI) está aberto, a partir de 01.03.2022, para emissão de etiquetas para a safra 2021/2022. Implementado em 2004 pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, Abrapa, o SAI permite o rastreamento da origem e da qualidade da fibra através da etiqueta aplicada nos fardos de algodão beneficiado, conferindo confiabilidade ao produto brasileiro.

Cada etiqueta possui uma sequência numérica de código de barras, que individualiza fardo por fardo, composta de 20 dígitos. Os dois iniciais,(00) identificam o tipo de código EAN/UCC, seguidos do dígito de extensão, que indica se a Unidade de Beneficiamento de Algodão (UBA) é matriz ou filial (0 a 9). Os 6 próximos números são o código GS1 da UBA. Logo após, vem a identificação da prensa. Os 6 dígitos seguintes são a numeração do fardo e o final é o verificador. Com essa composição, tem-se a garantia de individualização dos fardos, uma espécie de "certidão de nascimento".

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Para aumentar a transparência e a acessibilidade aos dados de rastreabilidade, desde a safra passada, as etiquetas ganharam um QR Code, que direciona para a página de consulta do portal Abrapa. O sistema permite que as informações sejam acessadas de qualquer celular.

Não perca tempo. Solicite já as etiquetas de identificação por meio do Sistema Abrapa de Identificação (SAI).  E não se preocupe: aquelas emitidas em safras anteriores e que ainda não foram utilizadas não perderão a validade. Em caso de dúvidas ou dificuldades, entre em contato com a Abrapa:

sai@abrapa.com.br

atendimento.sistemas@abrapa.com.br

Cel: 61 9 9809-7748

Cel: 61 9 9975-8527

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Abrapa e Anea apresentaram panorama mundial do setor à indústria têxtil

​Entidades participaram de reunião do Conselho de Administração da Abit

25 de Fevereiro de 2022

O panorama atual e as perspectivas do mercado mundial de algodão foram tema da reunião mensal do Conselho de Administração da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), realizada nesta quinta-feira (24).  O cenário foi apresentado pelo presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, e pelo diretor da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), Henrique Snitcovski.

O presidente da Abit, Fernando Pimentel, lembrou que o Brasil é hoje o quarto maior produtor e o segundo maior exportador mundial da fibra e elogiou o trabalho dos produtores brasileiros. "A cotonicultura tem feito um trabalho excepcional em termos de tecnologia, evolução da produtividade, e na conquista do mercado mundial", afirmou. Pontuou, no entanto, a preocupação da indústria têxtil com a alta nos preços mundiais da pluma e com o fornecimento.

Após apresentar um rápido histórico da produção de algodão no Brasil, Júlio Cézar Busato frisou que os produtores compartilham da mesma preocupação quanto ao vai e vem da cotação. "O sobe e desce não nos interessa. Gostaríamos de ter uma situação mais estável, para podermos nos programar melhor, mas o preço do algodão é formado através da demanda e da oferta, na Bolsa de Nova York", destacou o presidente da Abrapa, diretamente de Dubai, onde lidera uma missão de vendedores.

Ao longo dos anos, os cotonicultores brasileiros foram ganhando credibilidade no mercado mundial por cumprirem com seus contratos e, hoje, comercializam cerca de 70% da safra ainda durante o plantio. Segundo Busato, os contratos antecipados garantem a continuidade do cultivo. "Não podemos correr o risco de não conseguir plantar a próxima safra porque os preços caíram entre o plantio e a colheita. Devemos manter nossa área plantada ou até aumentar,  dependendo da rentabilidade da cultura. Não podemos perder o mercado que já conquistamos", ponderou.  Assegurou, no entanto, que não há risco de falta de algodão para a indústria têxtil nacional, pois o Brasil produz três vezes mais do que consome. "Dobramos a produção nos últimos 5 anos e podemos faze isso de novo", afirmou.

O diretor da Anea apresentou dados do USDA/ WASDE sobre os principais produtores, exportadores e consumidores mundiais de algodão, destacando a ampliação da participação brasileira no mercado global e o potencial do país se tornar, em breve, o terceiro maior produtor do planeta. "O Brasil tem sido um player relevante, nos últimos dois anos se consolidou como segundo maior exportador do mundo, com 25% do comércio internacional de algodão", avaliou Henrique Snitcovski. "Deixamos de ser figurantes e passamos a ser protagonistas neste mercado, e o mundo passou a olhar mais para o Brasil", completou.

Assim como Busato, o dirigente da Anea destacou que o mercado doméstico continua sendo o mais importante para o algodão brasileiro, mas alertou para a necessidade de um maior planejamento por parte da indústria nacional: "É importante olhar pra as perspectivas do setor e se programar de maneira antecipada, junto com o mercado internacional".

Entre os desafios para a cotonicultura nacional, Snitcovski apontou o risco de perder área para o milho, caso os preços caiam muito. Também mencionou o custo dos insumos, os gargalos logísticos e a relação de preço entre algodão e fibras sintéticas. Por outro lado, lembrou que a forte agenda de marketing no mercado internacional e a regularidade de fornecimento representam oportunidades para a produção brasileira de algodão.

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Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão

ALGODÃO PELO MUNDO #08/2022

25 de Fevereiro de 2022

- Destaque 1 – Números do Outlook do USDA apontando estoques globais de algodão mais apertados em 22/23 ficaram totalmente em segundo plano com o início da guerra na Ucrânia.


- Destaque 2 – Infelizmente, a guerra que ocupa nossa atenção agora não é comercial. O conflito armado no leste Europeu traz enormes riscos à economia global, que ainda está se recuperando da pandemia de Covid-19.


- Destaque 3 – Nações aliadas da OTAN já iniciaram as sanções contra a Rússia. Entretanto, commodities não foram alvo. Evitando este tipo de sanção e liberando reservas estratégicas de petróleo, os EUA e seus aliados esperam reduzir os impactos do conflito em suas economias.


- Destaque 4 – Mesmo sem sanções (ainda?), produção e comércio de commodities (e fertilizantes) são normalmente afetados em situações de guerra.  Portos e ferrovias na Ucrânia já estão fechados, gerando pânico no mercado de cereais.


- Destaque 5 – Bancos recomendam compra de papéis atrelados a commodities. A curto prazo, as cotações de algodão podem se beneficiar, mas a elevação no custo de energia deve aumentar custos industriais, inflação e, consequentemente, impactar negativamente o consumo da fibra.


- Destaque 6 – Importante lembrar que com o cenário se agravando, fundos com grandes posições compradas (long) podem reavaliar suas aquisições. O cenário é delicado e deve ser acompanhado de perto.


- Algodão em NY – O contrato Mar/22 fechou ontem a 122,59 U$c/lp (+0,5%). Referência para a safra 2021/22, o contrato Dez/22, continua acima de 1 dólar ( 101,27 U$c/lp ), mas fechou em queda (-1,02%).


- Preços - Ontem (24/2), o algodão brasileiro estava cotado a 140,25 U$c/lp (+175) para embarque em Mar-Abr/22 (Middling 1-1/8" (31-3-36) posto Ásia, fonte Cotlook). Para o embarque Out-Nov/22 o indicador era cotado a 118,0 U$c/lp (•25 pts).


- Projeçōes 22/23 - 1 - O USDA divulgou suas primeiras estimativas para 2022/23 durante o Agricultural Outlook Forum esta semana. Apesar do aumento na produção global (27 mm de tons, +3,2%), o

consumo deve continuar sendo maior (27,5 mm de tons, +1,7%).  Assim, os estoques finais serão menores no próximo período (17,8 mm de tons, -3,1%).


- Projeçōes 22/23 - 2 - Os estoques finais projetados para 2022/23 serão os menores desde o período pré-pandemia e a relação estoque-uso projetada é de 65% (menos 3 p.p.)


- Projeçōes 22/23 - 3 - Os desdobramentos da atual guerra e demais riscos geopolíticos, além de fatores climáticos ainda não foram incorporados na análise do órgão americano.


- Paquistão - Esta semana, foi realizado em Dubai o evento Cotton Brazil Outlook 2022  para clientes do Paquistão. O evento foi muito bem avaliado pelos mais de 100 empresários Paquistaneses participantes. Houve muito interesse de estreitar os laços comerciais com o Brasil.


- Paquistão 2 - O evento, que ocorreu nos dias 23 e 24/2, foi realizado pelo programa Cotton Brazil, parceira entre Abrapa, Anea e Apex Brasil. O público-alvo foi a indústria têxtil do Paquistão, 3º maior consumidor e 4º maior importador mundial de algodão.


- Agenda - Abrapa, Anea e Apex Brasil seguem com a Missão Vendedores agora na Turquia. Além de reunião de negócios e visitas a indústrias têxteis, será realizado o evento Cotton Brazil Outlook 2022 nas cidades de Gaziantep (28) e Kahranmarash (1º).


- ABR - Está aberta a temporada de adesão ao programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) para a safra 2021/ 22. A certificação é renovada anualmente. O ABR atua em benchmark com a Better Cotton (BCI).


-  Exportações - O Brasil exportou 112,6 mil tons de algodão nas três primeiras semanas de fev/22. A média diária de embarque é 38,5% inferior quando comparado com fev/21.


-  Semeadura 2021/22 - Até ontem (24/2) 99,8% da área já havia sido semeada no Brasil. Restam ainda os últimos talhões a serem plantados em MG e GO.


- Preços - Consulte tabela abaixo ⬇



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Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, programa da Abrapa. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com

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Abrapa e CBRA não terão expediente nos dias 28 de fevereiro, 01 e 02 de março

25 de Fevereiro de 2022

Abrapa e CBRA não terão expediente nos dias 28 de fevereiro, 01 e 02 de março.

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Câmara Temática de Insumos faz recomendações para evitar nova crise de abastecimento

Documento foi elaborado a pedido da ministra Tereza Cristina

24 de Fevereiro de 2022

A Câmara Temática de Insumos Agropecuários, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), encaminhou à ministra Tereza Cristina um relatório com recomendações pra enfrentamento da crise de insumos. O documento foi apresentado em reunião ordinária do colegiado, nesta terça-feira (22). Presidida pelo cotonicultor Arlindo Moura, ex-presidente e atual conselheiro da Abrapa, a Câmara tem por finalidade propor, apoiar e acompanhar ações para o desenvolvimento das atividades das cadeias produtivas do agronegócio brasileiro.

A produção agrícola brasileira depende, fundamentalmente de insumos importados. Estima-se que cerca de 85% dos fertilizantes e de 90% dos defensivos sejam fornecidos por outros países. Potencializada pela pandemia de COVID-19 e de outros fatores políticos nos principais países fornecedores desses insumos para o Brasil, a crise logística e energética internacional provocou uma disparada no preço dos insumos na largada da safra 21/ 22.

Visando identificar as causas, mitigar riscos e evitar maiores consequências à agropecuária nacional, a ministra Tereza Cristina criou um Grupo Temático no âmbito da Câmara Temática de Insumos Agropecuários. O tema foi analisado durante mais de 70 dias por representantes da indústria, produtores rurais e demais elos da cadeia de insumos e resultou em algumas recomendações ao Mapa.

Fortalecer e avançar na chamada diplomacia de insumos é uma das prioridades identificadas. Em outras palavras, o GT propõe um maior estreitamento das relações diplomáticas brasileiras com os principais fornecedores de insumos e a diversificação de parceiros comerciais, para garantir o fornecimento no curto, médio e longo prazos.

Outra recomendação diz respeito à vigilância ativa dos gargalos logísticos observados no fluxo de navios a granel e no transporte de contenedores desde o ano passado. Durante a reunião de hoje, diversas integrantes da Câmara manifestaram preocupação com relação à infraestrutura logística internacional e receio de uma nova crise. O tema foi apontado por Clorialdo Roberto Levrero, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo), como um dos principais desafios para 2022, junto à regularização da entrega de matérias-primas e á reversão do aumento da carga tributária promovida pelos governos estaduais nos últimos dois anos.

Como ações de curto prazo, o GT sugere ajustes pontuais em procedimentos regulatórios, agilidade no desembaraço aduaneiro e nos pontos de estrangulamento logístico e a manutenção das boas práticas comerciais entre produtores e fornecedores, incluindo a diluição das demandas ao longo dos períodos que antecedem as campanhas de plantio.

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