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Brasil lidera exportação de algodão com produção sustentável e certificada

Com mais de 3 milhões de toneladas certificadas na safra 23/24, setor algodoeiro avança em sustentabilidade e amplia presença no mercado global.

25 de Fevereiro de 2025

A produção de algodão no Brasil é um exemplo de sustentabilidade e rastreabilidade no agronegócio. Na safra 2023/2024, mais de 3 milhões de toneladas foram certificadas pelo programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), abrangendo 450 propriedades e representando 84% da produção nacional. O crescimento de mais de 20% em relação ao ciclo anterior reforça o compromisso do setor com as boas práticas ambientais, sociais e econômicas.


Em entrevista ao Planeta Campo, Gustavo Piccoli, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), destacou a evolução da certificação e o impacto positivo dessa iniciativa para a consolidação do Brasil como líder mundial na exportação de algodão. “Esse número representa o compromisso do produtor e das associações estaduais em garantir que a produção seja cada vez mais responsável. O ABR já tem mais de 10 anos e caminha para certificarmos praticamente 100% das propriedades”, afirmou Piccoli.


Boas práticas dentro e fora da porteira


O programa ABR é fundamentado em três pilares: social, ambiental e econômico. Na esfera social, as fazendas certificadas garantem condições de trabalho seguras, respeitam as normas trabalhistas e promovem o bem-estar dos colaboradores. No aspecto ambiental, os produtores adotam técnicas sustentáveis, como o manejo integrado de pragas (MIP), uso de insumos biológicos, proteção de nascentes e redução do uso de defensivos químicos.


“O produtor de algodão tem usado cada vez mais tecnologia de ponta para mitigar impactos ambientais. O uso de bioinsumos e o MIP são estratégicos para manter a sanidade das lavouras com menos impacto”, ressaltou Piccoli.


A sustentabilidade do algodão brasileiro também se estende para além das fazendas. Iniciativas como o programa Sou de Algodão, o ABR Log e o ABR UBA garantem que toda a cadeia produtiva siga padrões de responsabilidade e rastreabilidade. “O Sou de Algodão certifica não só as lavouras, mas também confecções e marcas que utilizam nossa pluma. Já o ABR Log assegura uma logística eficiente e o ABR UBA monitora o beneficiamento do algodão”, explicou.


Desafios e o caminho para 100% da produção certificada


Apesar dos avanços, o setor algodoeiro ainda enfrenta desafios para universalizar a certificação. Segundo Piccoli, a qualidade da pluma e a ampliação dos mercados consumidores são prioridades. “Nosso foco é manter a qualidade e expandir as exportações. Trabalhamos em parceria com a Apex e o MAPA por meio do programa Cotton Brasil, levando nossa produção para o mundo”, disse.


Atualmente, o Brasil já é o maior exportador de algodão do mundo, posto alcançado desde 2023. O objetivo agora é consolidar essa liderança e fortalecer o consumo de algodão no mercado interno. “Precisamos conscientizar o consumidor sobre a importância do algodão natural em relação às fibras sintéticas, que têm maior impacto ambiental. A melhor escolha sempre será o algodão brasileiro certificado”, concluiu o presidente da Abrapa.

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Jeans rastreável: como esta estratégia impacta o meio ambiente e o consumidor?

A prática utilizada por marcas brasileiras segue os princípios ESG para promover transparência e sustentabilidade em toda a cadeia produtiva

25 de Fevereiro de 2025

Faça chuva ou faça sol, o jeans é uma das peças mais amadas e clássicas de qualquer guarda-roupa. E, nos últimos anos, a peça está passando por uma transformação silenciosa, mas poderosa: o jeans rastreável.


Com o apoio de tecnologias como o blockchain, se tornou possível acompanhar toda a jornada do jeans: do cultivo do algodão à prateleira da loja. Mais do que uma inovação tecnológica, essa prática se alinha aos princípios de ESG (sigla, em inglês, para ambiental, social e governança) e promove transparência, sustentabilidade e ética em todo o processo. Mas o que isso, realmente, significa para o consumidor e para o meio ambiente?


O que é e como funciona o jeans rastreável?


Na produção convencional de um jeans, em muitas empresas, há pouca transparência em relação à origem dos materiais e às práticas adotadas ao longo da cadeia produtiva. Essa tecnologia monitora detalhadamente todas as etapas, garantindo que tudo ocorra dentro dos critérios de ESG e apresentando dados como:




  • Origem do algodão utilizado

  • Processos industriais aplicados no jeans

  • Onde foi confeccionado

  • Como foi confeccionado


“Cada etapa da produção, desde a plantação do algodão até o produto final, é registrada em sistemas seguros como o blockchain, que garantem a transparência e a integridade dos dados”, explica Thiago Leão, Gerente de Merchandising da Levi Strauss & Co na América Latina.


blockchain, citado por Thiago Leão, não é a única forma de coletar os dados, mas é uma das principais ferramentas: “Ela funciona como um banco de dados descentralizado que registra todas as transações e etapas do processo de produção de forma segura e transparente”.


Silmara Ferraresi, diretora de relações institucionais da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), completa dizendo que 100% do algodão presente no produto tem certificação socioambiental pelo programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR).


“Na nossa plataforma, a coleta de dados ocorre ao longo de toda a cadeia têxtil: os códigos de barra dos fardos de algodão certificado usados pela fiação, os lotes de fios usados pela tecelagem ou malharia, os lotes de tecido ou malha utilizados pela confecção e, por fim, os lotes de produção das peças finais entregues ao varejo. Tudo isso é validado, a cada etapa, pelo sistema e, quando aprovados, são gravados em blockchain”.


Todas estas informações que compõem o trajeto do jeans ficam disponíveis ao consumidor final: as pessoas podem acessá-las através da leitura de QR codes presentes nas peças dos varejistas que integram o programa de rastreabilidade.


Pioneirismo brasileiro


É isso mesmo: trata-se de uma estratégia que nasceu da parceria entre a Abrapa e o movimento Sou de Algodão. Silmara conta que a iniciativa foi desenvolvida e concretizada de forma coletiva, com a participação de todos os atores envolvidos na cadeia de suprimentos: “Um trabalho de muitas mãos”.


Benefícios socioambientais


A rastreabilidade do jeans vai além da transparência, ela é uma ferramenta poderosa para práticas ESG. O controle rigoroso da cadeia produtiva garante condições de trabalho mais justas para todos o os envolvidos no processo, permite identificar e corrigir excessos no consumo de água, reduzindo o desperdício de materiais e o impacto ambiental.


Segundo um levantamento do Instituto Fashion Revolution, são necessários cerca de 7 mil litros de água para produzir um único par de calças jeans. Pensando nisso, a Levi’s adotou a tecnologia “Water<Less” (“Menos Água”, em inglês), que reduz significativamente o uso de água nos processos de acabamento da peça:


Ela reduz os ciclos de lavagem do jeans e prioriza o uso ozônio para clarear o tecido, evitando a necessidade de água e produtos químicos. Até 2019, economizamos mais de 172 milhões de litros de água”.


— Thiago Leão


Já a Vicunha Têxtil, empresa especializada na produção de denim, destina 100% de água de reuso para outra fábrica. Com esta estratégia, o esgoto doméstico urbano é purificado para uso industrial e reaproveitado, eliminando a necessidade de captação de água de mananciais: “O esgoto, que antes era descartado, agora é reutilizado pela nossa indústria!”


Apesar de a estratégia permitir melhores e mais conscientes escolhas para o consumidor, é preciso que a proposta seja abraçada por toda a indústria têxtil: o que é tendência hoje, pode se tornar uma exigência amanhã!


Silmara cita que um dos desafios dessa ampliação são os “investimentos em novas tecnologias, softwares, equipamentos e treinamento de pessoal”, o que pode encarecer no valor da peça final, caso as marcas não optem por absorver estes custos.


“A rastreabilidade na produção de jeans apresenta desafios técnicos e financeiros, mas também pode trazer benefícios para as marcas que buscam se diferenciar no mercado e atender às expectativas dos consumidores por produtos mais transparentes e sustentáveis”, conclui.


Combate ao greenwashing


Na teoria é tudo muito bonito, mas e na prática, como fica? O greenwashing ainda é uma prática bastante comum nas empresas para divulgar dados falsos sobre supostas propostas socioambientais. Ou seja, para parecerem mais ecológicas do que realmente são, elas divulgam campanhas enganosas e utilizam descrições vagas nos rótulos de seus produtos.


Para combater esta “maquiagem verde”, existem certificações e regulamentações que garantem a autenticidade dos dados coletados, como explica Luciano Grassi Tamiso, diretor de novos negócios da AgTrace, plataforma que faz o monitoramento


“Cada parceiro envia seus dados para o sistema, juntamente com as evidências e documentos comprobatórios, como notas fiscais e romaneios, por exemplo. Esses dados são automaticamente validados, conforme as regras predefinidas para o projeto, e são verificados com os demais elos da cadeia produtiva. Após a validação, as informações ficam registradas no blockchain e seus dados se tornam imutáveis”.


Vale lembrar que, além do jeans rastreável, há outras formas de consumir moda com consciência:




  • Busque informações sobre as marcas antes de adquirir os produtos

  • Descarte corretamente as roupas e outros materiais têxteis

  • Consuma de etiquetas que promovam práticas ambientais, como oferta de pontos de coleta de roupas

  • Procure marcas que utilizam técnicas como o upcycling, que transforma um material usado em um novo item

  • Compre peças de segunda mão em brechós

  • Invista em aluguel de roupas e acessórios

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Com produção recorde, Brasil se torna o maior exportador de algodão do mundo pela primeira vez

24 de Fevereiro de 2025

A edição de sábado (22) do Jornal Nacional, da Rede Globo, destacou o avanço do Brasil no mercado global de algodão. O país alcançou o posto de maior exportador mundial da fibra, superando os Estados Unidos, que lideravam o ranking há duas décadas. Esse marco é resultado de grandes investimentos em tecnologia no campo, que elevaram a qualidade do algodão brasileiro e despertaram o interesse da indústria têxtil em diversas partes do mundo. Confira aqui a reportagem completa.

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Cotonicultores certificados pelo ABR na safra 2023/2024 poderão ter desconto de 0,5% em juros do Plano Safra 2024/2025

20 de Fevereiro de 2025

Cotonicultores com fazendas certificadas pelo programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR – safra 2023/2024), da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), já podem se habilitar ao desconto de 0,5% nas taxas de juros de custeio do Plano Safra 2024/2025. O benefício se deve ao reconhecimento do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), como elegível ao programa Brasil Agro Mais Sustentável, conforme já havia antecipado o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, durante o 14º Congresso Brasileiro do Algodão (14º CBA).


Para ter acesso ao desconto, os cotonicultores que se enquadram nos requisitos devem estar inseridos na plataforma Agro Brasil Mais Sustentável até o dia 30 de junho. O primeiro passo, é procurar as respectivas associações estaduais.


De acordo com o presidente da Abrapa, Gustavo Piccoli, o incentivo representa um reconhecimento direto àqueles que adotam práticas sustentáveis na produção de algodão. “Estamos comprometidos em fortalecer a posição do Brasil como referência em algodão responsável, consolidando nossa liderança como o maior exportador mundial da fibra”, ressaltou Piccoli.


Para Carlos Fávaro, o ganho financeiro é uma vantagem adicional para aqueles que demonstram compromisso com a responsabilidade social e ambiental. “O setor do algodão foi a primeira cadeia produtiva a se beneficiar desta iniciativa, mostrando que está alinhado à visão de sustentabilidade”, afirmou o ministro, durante encontro com Gustavo Piccoli, presidente da Abrapa, na última quarta-feira (12).


O ABR


Criado em 2012, o Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) visa a padronizar e promover o aperfeiçoamento constante na gestão de recursos naturais, condições de trabalho e técnicas de cultivo nas fazendas de algodão. Na safra 2023/2024, o ABR certificou 451 unidades produtivas, com volume de 3,04 milhões de toneladas de algodão certificado, chegando a 83% da produção nacional.

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Plantio na reta final e projeção mantida

19 de Fevereiro de 2025

O plantio da safra 2024/2025 está quase finalizado, e a produção estimada segue em 3,91 milhões de toneladas – um crescimento de 5,8% em relação à safra anterior, segundo o levantamento da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Agora, as lavouras avançam para a fase de desenvolvimento, enquanto o monitoramento de pragas e doenças segue intenso no campo. O beneficiamento do algodão colhido na safra passada está em 99,2%, garantindo o produto pronto para abastecer o mercado nacional e o internacional. Acompanhe estas e outras informações no Relatório da Safra da Abrapa de fevereiro de 2025. Clique no link e confira.

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Cotonicultores certificados pelo ABR na safra 2023/2024 poderão ter desconto de 0,5% em juros do Plano Safra 2024/2025

19 de Fevereiro de 2025

Cotonicultores com fazendas certificadas pelo programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR – safra 2023/2024), da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), já podem se habilitar ao desconto de 0,5% nas taxas de juros de custeio do Plano Safra 2024/2025. O benefício se deve ao reconhecimento do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), como elegível ao programa Brasil Agro Mais Sustentável, conforme já havia antecipado o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, durante o 14º Congresso Brasileiro do Algodão (14º CBA).


Para ter acesso ao desconto, os cotonicultores que se enquadram nos requisitos devem estar inseridos na plataforma Agro Brasil Mais Sustentável até o dia 30 de junho. O primeiro passo, é procurar as respectivas associações estaduais.


De acordo com o presidente da Abrapa, Gustavo Piccoli, o incentivo representa um reconhecimento direto àqueles que adotam práticas sustentáveis na produção de algodão. “Estamos comprometidos em fortalecer a posição do Brasil como referência em algodão responsável, consolidando nossa liderança como o maior exportador mundial da fibra”, ressaltou Piccoli.


Para Carlos Fávaro, o ganho financeiro é uma vantagem adicional para aqueles que demonstram compromisso com a responsabilidade social e ambiental. “O setor do algodão foi a primeira cadeia produtiva a se beneficiar dessa iniciativa, mostrando que está alinhado à visão de sustentabilidade”, afirmou o ministro, durante encontro com Gustavo Piccoli, presidente da Abrapa, na última quarta-feira (12).


 O ABR


Criado em 2012, o Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) visa a padronizar e promover o aperfeiçoamento constante na gestão de recursos naturais, condições de trabalho e técnicas de cultivo nas fazendas de algodão. Na safra 2023/2024, o ABR certificou 451 unidades produtivas, com volume de 3,04 milhões de toneladas de algodão, chegando a 83% da produção nacional.




  • Passo a passo para habilitação do produtor com fazenda certificada ABR na safra 2023/2024 (exercício 2024): 



  1. Produtor: verificar a validade da certificação ABR de sua(s) fazenda(s) – Somente os produtores com fazendas que possuem a certificação do Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), na safra 2023/2024, (exercício 2024), estão aptos a receber o benefício;

  2. Produtor: contactar a Associação Estadual para atualizar o Cadastro Ambiental Rural (CAR) – Ela é responsável pelo processo de garantir que todas as informações estejam corretas. O registro atualizado é essencial para garantir a adesão ao desconto;

  3. Associação Estadual: enviar as informações do produtor devidamente validadas para a Abrapa;

  4. Abrapa: enviar as informações recebidas da Associação Estadual para o SERPRO e comunicar a Associação Estadual sobre liberação do produtor para acesso à plataforma;

  5. Produtor: após Associação Estadual informar a liberação para acesso à Plataforma AB+S, acessar o link: https://agrobrasil.agricultura.gov.br/abs/home para aceite da inclusão, habilitando a fazenda certificada ao programa de desconto;

  6. Produtor: após acessar o link, entrar com gov.br;

  7. Produtor: após acessar o gov.br, dar o aceite no Termo de Uso e Política de Privacidade;

  8. Produtor: em seguida, clicar em "Meus Estabelecimentos Rurais",

  9. Produtor: filtrar CPF ou CNPJ ao qual deseja ver os Estabelecimentos relacionados. Eles aparecerão na lista de Estabelecimentos Rurais, pois foram previamente cadastrados junto ao SERPRO pela Associação Estadual/Abrapa. Clique na aba Ações para habilitar o Estabelecimento desejado,

  10. Produtor: Procurar a instituição financeira para apresentação da documentação necessária de financiamento do Plano Safra (2024/2025) e verificar se o desconto está aplicado em suas operações.


 Mais informações estão disponíveis no site da Abrapa e links abaixo:


a)     Resolução do Banco Central CMN Nº 5.152, de 3 de julho de 2024: possui todas as referências para orientar os produtores a se habilitarem para pegar o incentivo.


Link: Resolução do Banco Central


b)    Programa Agro Brasil + Sustentável: possui as explicações sobre o funcionamento do programa, bem como iniciativas reconhecidas.


Link: Programa Agro Brasil + Sustentável — Ministério da Agricultura e Pecuária


c)     Plataforma Agro Brasil + Sustentável: plataforma digital onde o produtor habilita o Estabelecimento Rural para acessar o benefício.


Link: Plataforma Agro Brasil +Sustentável


d)    Site da Abrapa: página com referências detalhadas para orientar os produtores com fazendas certificadas ABR, na safra 2023/2024, a se habilitarem para pegar o incentivo.


Link:  ABR e Programa Agro Brasil + Sustentável – ABRAPA

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Crédito: 71,7 mil produtores podem ter desconto de 0,5 p.p no custeio por prática ambiental

19 de Fevereiro de 2025

Médios e grandes produtores rurais poderão contratar financiamentos de custeio no âmbito do Plano Safra 2024/25 com desconto de 0,5 ponto porcentual nas taxas de juros por boas práticas ambientais. De acordo com o Ministério da Agricultura, 71,7 mil produtores estão credenciados em programas de certificação de sustentabilidade da Pasta, reconhecidos para o benefício financeiro e aptos a receber o desconto em operações de custeio. São eles Produção Integrada (PI Brasil), com aproximadamente 18 mil produtores, Boas Práticas Agropecuárias (BPA) com cerca de 3 mil produtores e de Produção Orgânica com aproximadamente 50 mil agricultores, informou a pasta ao Broadcast Agro.


O desconto no chamado "custeio sustentável" está autorizado desde 2 de janeiro conforme resolução do Conselho Monetário Nacional (CNM). Mas a implementação do programa atrasou, já que faltava a listagem dos programas e instituições certificadoras reconhecidas pelo governo. A regulamentação foi publicada em portaria interministerial pelo Ministério da Agricultura e pelo Ministério da Fazenda na última quinta-feira (13).


A portaria reconhece as instituições e organismos certificadores dos programas de produção integrada, boas práticas agrícolas e produção orgânica. No âmbito da Produção Integrada (PI Brasil), o programa reconhece o Instituto Certifica Brasil. Sete programas foram reconhecidos no âmbito do Programa de Boas Práticas Agrícolas (BPA): Programa Soja Legal da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), Programa Certifica Minas Café da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais; Programa Certifica Minas da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais; Programa Boas Práticas Agrícolas IBS do Instituto BioSistêmico; Programa Algodão Brasileiro Responsável da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa); Programa Selo Ambiental do Arroz Rastreado do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga/RS) e Protocolo de Sustentabilidade Cooxupé Gerações da Cooperativa Guaxupé.


Dentro dos sistemas de produção orgânica, foram reconhecidas 11 instituições certificadoras que poderão emitir os certificados aos produtores rurais. São elas: Instituto Certifica Sociedade Simples; IBD Certificações Ltda.; Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar); Instituto Mineiro de Agropecuária; Ecocert Brasil Certificadora Ltda.; Agricontrol OIA Ltda.; Associação dos Produtores Orgânicos do Tapajós; Central de Associações de Produtores Orgânicos Sul de Minas; Associação de Agricultura Orgânica e Agroecologia da Zona da Mata/MG; Associação de Agricultura Biodinâmica do Sul (ABD-SUL) e Associação de Agricultores Biológicos do Estado do Rio de Janeiro (Abio). Os produtores que tiverem a chancela das certificações dessas instituições passarão a ter direito ao benefício, chamado de juros verdes pelo governo.


A portaria interministerial estabelece que as instituições certificadoras serão as responsáveis pelo cumprimento dos critérios dos programas reconhecidos pelos seus produtores certificados, sendo passíveis de comprovação e verificação. As instituições devem assegurar que os produtores rurais certificados cumpram os requisitos estabelecidos nos programas.


Em caso de descumprimento dos critérios de práticas sustentáveis a instituição certificadora e os produtores certificados poderão ser penalizados, nos termos da legislação vigente, perdendo o direito à bonificação prevista na Resolução CMN nº 5.152, de 3 de julho de 2024. A relação das instituições reconhecidas pela portaria interministerial pode ser revista a qualquer momento, prevê a normativa.


Para concessão do desconto aos produtores rurais, as instituições financeiras deverão validar as informações na Plataforma AgroBrasil + Sustentável (AB+S) por meio da consulta de práticas agropecuárias sustentáveis. Os bancos devem checar se os produtores cumprem as regras para concessão de descontos por meio dos dados informados na plataforma. As instituições e certificadoras reconhecidas pelo governo devem manter atualizadas as informações dos produtores na plataforma AB+S, em especial quanto a mudança de classificação, inclusão ou exclusão de produtores certificados. O rebate nos juros será feito pelos agentes financeiros no momento da contratação das linhas quando a certificação ativa dos programas deve ser verificada.


O desconto é válido para operações contratadas até 30 de junho dentro do Plano Safra atual, ou seja, pode ser utilizado nas operações de custeio da safra de inverno. Outros 0,5 ponto porcentual de desconto nos juros pode ser obtido pelos produtores com Cadastro Ambiental Rural (CAR) validado - pouco mais de 105 mil. Médios e grandes produtores que contrataram financiamentos no RenovAgro (Programa de Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis, antigo ABC+) nos últimos cinco anos também poderão receber o abatimento adicional de 0,5 ponto porcentual nos juros para as áreas relacionadas com o investimento anterior - público estimado em 9 mil produtores rurais.

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O Futuro do Algodão Brasileiro

18 de Fevereiro de 2025

O crescimento da adesão das fazendas ao Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) na safra 2023/2024 foi o tema central da entrevista conduzida pela apresentadora Marusa Trevisan, no programa Planeta Campo, do Canal Rural, com o presidente da Abrapa, Gustavo Piccoli, nesta segunda-feira (17). Durante a conversa, ele também discutiu o futuro do algodão brasileiro, os desafios da sustentabilidade no setor e as perspectivas para o agronegócio. Piccoli destacou como o Brasil está se consolidando como referência mundial na produção de algodão sustentável. Não perca o bate-papo completo, disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=Z0Z6mXv5X4Y 

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Safras revisa produção de algodão no Brasil em 2024/25 para 3,83 milhões de toneladas

13 de Fevereiro de 2025

Porto Alegre, 12 de fevereiro de 2025 – O plantio da safra 2024/25 no Brasil ganhou ritmo nas últimas semanas e alcançou 83% da área projetada até o último dia 6 de fevereiro, segundo informações da Abrapa. A semeadura está se aproximando do seu fim, com a maioria das lavouras em estágio de desenvolvimento vegetativo.


A área plantada com algodão no Brasil foi revisada para baixo, com as projeções da Safras & Mercado indicando 2,12 milhões de hectares, ligeiramente abaixo da estimativa inicial de 2,15 milhões de hectares. Mesmo com os ajustes, a área com algodão deve crescer 6,3% em relação à temporada passada. Esse número supera a estimativa da Conab, que aponta 2,00 milhões de hectares.


A produção de algodão na safra 2024/25 no Brasil deve alcançar 3,83 milhões de toneladas, uma ligeira correção negativa em relação à previsão anterior de 3,85 milhões de toneladas. Isso representa um avanço de 3,6% em relação à produção colhida na temporada 2023/24, estimada em 3,69 milhões de toneladas. A Abrapa aponta 3,92 milhões de toneladas e a Conab, 3,70 milhões de toneladas.

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VI Workshop de Manutenção Uster reforça qualificação dos laboratórios de análise de algodão  

13 de Fevereiro de 2025

Após três dias de capacitação, encerrou-se em 12 de fevereiro o VI Workshop de Manutenção Uster, o primeiro realizado em 2025 pelo Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). O treinamento, realizado em Goiânia (GO), faz parte do pilar de orientação aos laboratórios do programa Standard Brasil HVI (SBRHVI) e reuniu todos os laboratórios integrantes, além de técnicos da Uster Technologies, referência mundial em equipamentos de análise HVI.


De acordo com o gestor de Qualidade da Abrapa, Edson Mizoguchi, o foco do encontro foi a manutenção dos instrumentos HVI M100, que estarão em pleno funcionamento na safra 2024/2025. “O workshop abordou aspectos teóricos e práticos para garantir maior precisão e confiabilidade nas análises laboratoriais do algodão brasileiro”, afirmou. As atividades aconteceram no laboratório da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), que disponibilizou dois equipamentos para o treinamento.


No primeiro dia, o grupo recebeu orientações sobre a importância da manutenção preventiva e iniciou a prática no Módulo LS, responsável por medir o comprimento, a uniformidade e a resistência da fibra. No segundo dia, foi realizada a capacitação no Módulo Micronaire, utilizado para medir a finura da fibra. No terceiro dia, o foco foi o Módulo de Colorímetro e Trash. Ao final, o técnico da Uster fez uma apresentação da nova máquina Classing Q Pro e esclareceu as dúvidas dos participantes.


Ao final de cada módulo, os técnicos da Uster discutiram os principais problemas, suas causas e as possíveis soluções. Os participantes foram submetidos a uma avaliação e, aqueles que atingiram a média estabelecida, receberam certificados.



Adesão total


A capacitação teve todas as vagas preenchidas, refletindo a grande procura e o interesse dos profissionais em aprimorar seus conhecimentos. Ao todo, 23 pessoas participaram do encontro, incluindo cinco mulheres, reforçando a presença feminina no setor. "O treinamento junto aos técnicos que fabricam os equipamentos nos dá um suporte fundamental, juntamente com a Abrapa. Sempre há algo novo para aprendermos", destacou Iago da Silva Nascimento, encarregado de controle e qualidade do Centro de Análise de Fibras da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa). Segundo ele, a expectativa para a próxima safra é de um aumento de 10% a 12% na área plantada, chegando a 500 mil hectares na região do Matopiba e cerca de 4,5 milhões de amostras analisadas.


Já Renato Marinho de Souza, gestor do laboratório da Associação Sul-Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (Ampasul), reforçou a importância da uniformização dos processos laboratoriais. “A participação nos treinamentos nos ajuda a compartilhar boas práticas de manutenção e padronizar procedimentos operacionais, garantindo maior qualidade e confiabilidade às análises.” A expectativa da entidade para a safra 2024/2025 é a realização de cerca de 600 mil análises de HVI e 150 mil análises de classificação visual.


A equipe do Laboratório de Classificação Instrumental da Unicotton também aproveitou ao máximo o encontro. Segundo Cesar Arruda Cordeiro, supervisor de classificação tecnológica de algodão, a próxima safra é promissora, acompanhando o aumento da área plantada. “Vamos analisar cerca de 2 milhões de amostras e esperamos uma boa produtividade da safra”, destacou.


Para Rhudson Assolari, gerente do Laboratório de Classificação Visual e Tecnologia da Fibra de Algodão da Agopa, é sempre uma oportunidade para treinar novos profissionais e preparar a equipe para a safra, que promete ser ainda maior. “Consegui treinar dois colaboradores que já estavam comigo há anos, mas ainda não tinham participado desse workshop. Com isso, estamos mais preparados para a próxima safra, que deve crescer cerca de 20%”, disse.


“Tudo o que aprendi vou compartilhar com meus colegas. A capacitação nos ajuda a identificar problemas, as possíveis causas e, assim, vamos garantir mais confiabilidade no equipamento, menos tempo de parada, o que significa menos interrupções, e isso vai melhorar o rendimento e a qualidade dos laboratórios”, finalizou Gessagno Pereira, do Laboratório de Classificação de Algodão BV Kuhlmann.

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