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De olho no futuro do mercado, Brasil participa do congresso do ITMF & IAF

12 de Setembro de 2024

Aguardado pela indústria têxtil mundial, o congresso anual da International Textile Manufacturers Federation (ITMF) e da International Apparel Federation (IAF) antecipou várias tendências do setor. Produtores e exportadores brasileiros de algodão aproveitaram a edição deste ano, que ocorreu em Samarkand, no Uzbequistão, nesta semana, para fortalecer a competitividade da pluma brasileira no cenário mundial.


 O congresso teve como tema “Inovação, cooperação e regulamentação - impulsionadores do setor têxtil e de vestuário”. Boa parte da programação foi um grande painel, com as inovações que a indústria ao redor do globo está desenvolvendo. Em foco, produtos têxteis capazes de atender à demanda tanto do consumidor quanto dos fabricantes.



“Participantes de mais de 35 países acompanharam quase 40 especialistas para compreender melhor a dinâmica da indústria. Além da situação atual das matérias-primas que usamos, e seu desenvolvimento futuro, abordamos regulamentação, inovação, digitalização, colaboração e inteligência artificial, que são e serão relevantes para a cadeia de suprimentos global de têxteis e vestuário nos próximos anos”, analisou Christian Schindler, diretor geral da ITMF.


 Entre as inovações, o destaque foi para as fibras – das artificiais às recicladas–, voltadas para um público preocupado com sustentabilidade. Já as fibras de nova geração, com tecnologias ainda mais avançadas que incluem algodão em sua composição foram percebidas como uma grande oportunidade futura para o Brasil.



“Viemos trazer um recado importante: o algodão brasileiro tem condições de suprir as demandas mais sofisticadas da indústria têxtil mundial. Produzimos em volume e em qualidade, com fibras diversificadas e uma pluma cultivada com responsabilidade socioambiental”, argumentou Alexandre Schenkel, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).


No ano comercial 2023/24, o Brasil tornou-se o maior exportador mundial de algodão, à frente dos Estados Unidos. O título tende a se repetir no ciclo atual (2024/2025), reforçando a posição do Brasil como um player importante para a indústria têxtil global.


Um dos motivos para isso é a oferta contínua de pluma de qualidade em larga escala. Em 2024, a previsão é de que o país amplie em 13% a produção anterior, alcançando 3,67 milhões de toneladas. Já a exportação é projetada para 2,86 milhões de toneladas, 6,7% acima do realizado em 2023/24.


“Temos produção e logística para garantir um fornecimento firme nos 12 meses do ano, e capacidade para ampliarmos, conforme a demanda aumente. E isso porque cultivamos algodão de forma responsável e eficiente, o que nos permite também ter preços competitivos”, explicou Schenkel.


Na última safra, mais de 80% da produção brasileira recebeu certificação socioambiental. O país é o maior fornecedor de algodão Better Cotton no mundo (37% do total) e os indicadores de qualidade mostram evolução ano a ano.


O uso do algodão como um dos materiais no mix de fibras sintéticas é uma oportunidade, afirma Celestino Zanella, vice-presidente da Abrapa. “É mais uma opção de mercado para nós e estamos prontos para atender a essa demanda”, afirmou o produtor.


Focados na ampliação de mercado, os brasileiros avaliaram positivamente o painel de novidades do congresso anual da ITMF & IAF. “Conhecer as tendências das outras fibras é fundamental para traçarmos nossos planos daqui pra frente, sempre com o objetivo de termos mais participação no mercado. Além disso, vimos técnicas de circularização e reciclagem muito úteis”, avaliou Miguel Faus, presidente da Associação Nacional de Exportadores de Algodão (Anea).


Cotton Brazil


O Cotton Brazil é a iniciativa que representa e promove o algodão brasileiro em escala global. Ele é resultado da parceria entre a Abrapa, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), e a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea). O programa foi criado em 2020 e tem escritório de representação em Singapura, focando em dez países prioritários, com ênfase para o mercado asiático.

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O Relatório de Qualidade do Algodão Brasileiro está de volta!

12 de Setembro de 2024

No Brasil, a colheita do algodão caminha para a fase final. Nos 12 laboratórios HVI do país, 83 equipamentos estão trabalhando intensamente para analisar a produção. Isso representa um total de aproximadamente 17.089.252 análises, garantindo total transparência na avaliação da qualidade da pluma produzida. Até agosto, foram analisadas 6.060.472 amostras da safra 2023/2024. Para conferir os índices de qualidade do algodão brasileiro apurados até agora, acesse o Relatório de Qualidade do Algodão Brasileiro – safra 2023/2024 – agosto de 2024, no link  https://abrapa.com.br/wp-content/uploads/2024/09/Relatorio-de-Qualidade-do-Algodao-Brasileiro-%E2%80%93-safra-2023.24-agosto.pdf

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Mato Grosso No Ar: Entrevista Alexandre Schenkel - Parte 2

11 de Setembro de 2024

A entrevista da semana de hoje é com o presidente da Abrapa – Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, Alexandre Schenkel. Agora ele conversa com Vanderlei Munhoz sobre a industrialização do algodão em Mato Grosso, as dificuldades encontradas pela indústria, o diálogo com os governos estadual e federal e a preocupação com a reforma tributária.


Confira: https://www.matogrossonoar.com.br/artigo/entrevista-da-semana-parte-2-alexandre-schenkel

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Safra de algodão 23/24: produção brasileira elevada apesar de desafios com clima e pragas

11 de Setembro de 2024

Os dados oficiais da Conab apontam que, até esta segunda-feira (09), a safra de algodão 2023/24 está 95,6% colhida no Brasil. Com os trabalhos em sua reta final, a avaliação da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) é de que a produção pode configurar recorde histórico, mais em função do aumento de área do que pela produtividade.


“Foi um ano interessante. Foi prejudicial para a soja que antecede 70% da safra de algodão e isso fez uma janela de plantio mais curta em janeiro, então não favoreceu tanto o algodão. Estávamos torcendo por boas chuvas no final do ciclo, o que fez com que tivéssemos boas produtividades. Vamos ter uma produtividade boa, mas não excelente como foi 2023, é uma safra boa mas não excepcional, mas por causa do aumento de área neste ano vamos bater recorde de produção”, diz Alexandre Schenkel, Presidente da Abrapa.


Exemplo deste cenário é o estado do Mato Grosso, principal produtor de algodão do Brasil. De acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), houve aumento de 21,57% na área semeada na safra 23/24 em relação ao plantio de 22/23. Já a produtividade registrada ficou 6,42% menor no atual ciclo. Sendo assim, a produção final do Mato Grosso deve ficar em 6,39 milhões de toneladas de algodão em caroço, 13,9% superior ao ciclo 22/23.


O saldo é parecido também em Goiás, onde apesar das dificuldades, a produção final vem sendo registrada acima do esperado. “Foi um ano atípico, tivemos problemas climáticos no início do estabelecimento da cultura, tivemos problemas com pragas, mosca-branca foi um alvo bastante forte na soja e depois no algodão e o bicudo sempre presente. Foi um ano desafiador para o produtor, mas o balanço é positivo, a maioria das regiões e dos produtores com quem a gente conversou está atingindo produção maior do que o esperado”, diz Carlos Alberto Moresco, Vice-presidente da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa).


“O que chamou mais a atenção foram infestações altas de bicudo em praticamente todas as regiões produtoras, mas tivemos também problema com mosca-branca que na cultura da soja já foi um problema bem maior do que nas quatro safras anteriores, problema de tripes também com uma população na soja e ofertando também no algodão e lagartas mais na região da Bahia do que no Mato Grosso”, relata a Pesquisadora da Fundação MT, Lúcia Vivan.


“O bicudo sempre foi a principal praga do algodoeiro, mas temos que ficar cada vez mais atentos porque foi um desafio muito grande nesse ano demandando muitas aplicações para o controle. Também a mancha-alvo teve um ataque muito severo porque tivemos um período de chuvas muito grande no mês de abril que prejudicou as lavouras do Mato Grosso e aumento a tensão para manchas foliares”, acrescenta Schenkel.


Quem também destaca esse aumento nos casos de mancha-alvo nos algodoeiros é Guilherme Hungueria, Gerente de Campanhas para Milho e Algodão da Bayer. “Essa safra foi bastante atípica para o produtor de algodão, especialmente no Mato Grosso onde houve condições climáticas inesperadas. Somado a isso, a gente viu um comportamento diferente de uma doença que é conhecida do produtor que é a mancha-alvo. Nesse sentido, a gente trabalhou fortemente para identificar o que vem acontecendo com essa doença, trabalhamos nos laboratórios juntamente com outros pesquisadores. O produtor enfrentou uma janela de plantio diferente, situações climáticas diferentes e esse é um fungo necrotrófico, que tem comportamento de permanecer nos restos das culturas, são diversos fatores que podem ter contribuído”.


A pesquisadora explica que as condições climáticas desta temporada acabaram sendo mais favoráveis ao desenvolvimento das pragas. “Isso se deu em virtude do período mais seco e da dificuldade de destruição da soqueira, que manteve algumas plantas na cultura da soja. Tivemos também uma janela de plantio maior com relação à outras safras até pela dificuldade de plantio da soja em período correto, então muitas áreas que eram de segunda safra de algodão passaram a ser primeira safra. Então na cultura da soja já tivemos uma infestação muito maior e isso acaba passando para a cultura do algodão”, diz Vivan.

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Mato Grosso No Ar: Entrevista Alexandre Schenkel

10 de Setembro de 2024

A entrevista da semana de hoje é com Alexandre Schenkel presidente da Abrapa – Associação Brasileira dos Produtores de Algodão. Na primeira parte ele conversa com Vanderlei Munhoz sobre o crescimento do algodão brasileiro no mercado externo, o trabalho feito ao longo dos anos para sair da condição de importador para exportador, as perspectivas da produção brasileira e o projeto “Sou do Algodão”.


Confira aqui: https://www.matogrossonoar.com.br/artigo/entrevista-da-semana-parte-1-alexandre-schenkel

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Brasil aposta em rastreabilidade do algodão para entrar em países mais difíceis

10 de Setembro de 2024

Fortaleza, 9 de setembro de 2024 – A rastreabilidade do algodão é cada vez mais importante para o setor, principalmente para a exportação, onde o Brasil precisa alocar um grande volume. “Muitas de nossas exportações são indiretas. Vendemos para a Ásia, mas parte dos consumidores têxteis finais está na Europa e nos Estados Unidos”, explica Marcelo Duarte, diretor de Relações Internacionais da Abrapa – Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, que concedeu entrevista exclusiva à Agência Safras News, durante o 14o Congresso Brasileiro do Algodão (CBA), em Fortaleza.


Duarte lembra que a Europa e os Estados Unidos impõem restrições que impactam na demanda pelo algodão. “As fábricas têxteis estão na Ásia, mas eles querem saber de onde vem o fio que compram a roupa”, explica. O Brasil precisa atender esta demanda, entregando produto rastreável.


Neste caminho, a Syngenta é a primeira empresa a utilizar peças que tem rastreabilidade de um programa da Abrapa. “Todos os nossos colaboradores do estande no Congresso estão usando camisas totalmente rastreáveis, de ponta a ponta”, explica Rafael Borba, gerente de Marketing Algodão da marca.


Segundo o gerente, o projeto estimula o consumo de fibra natural e sustentável. “Isto nos ajuda a buscar novos mercados e entrar em países mais difíceis”, justifica.

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Abit e Abrapa assinam compromisso de aumentar consumo interno de algodão de 700 mil toneladas para 1 milhão

09 de Setembro de 2024

Setor têxtil brasileiro vem crescendo e se recuperando das quedas da pandemia. Indústria nacional também acompanha aumento das exportações de algodão do Brasil para indústrias estrangeiras concorrentes. Assista https://www.youtube.com/watch?v=cNgNMJj-zIo&t=1s

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Abrapa e ABIT assinam compromisso para alavancar consumo interno de algodão

Anúncio foi feito durante plenária sobre perspectivas para o mercado têxtil com empresários do Brasil e especialistas internacionais

09 de Setembro de 2024

Como criar sinergia entre cotonicultores, indústria, varejo e cliente final para alavancar o consumo da fibra de algodão? A resposta a esta pergunta ganhou destaque no último dia do 14º Congresso Brasileiro de Algodão. A plenária “Estratégias globais do mercado têxtil: conectando com o consumidor final” mobilizou o debate sobre o tema entre especialistas internacionais e empresários brasileiros, além de ter trazido uma novidade de peso: o anúncio de um compromisso assinado entre as associações brasileiras de Produtores de Algodão (Abrapa) e da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) de elevar o consumo interno de algodão para um milhão de toneladas anuais.


Líder de um grupo de empresas de consultoria internacional que tem entre os seus clientes marcas como Hugo Boss e Versace, Giuseppe Gherzi fez um panorama sobre tendências de ponta do mercado têxtil e de fibras a nível internacional, ressaltando o grande potencial do Brasil.


Após a apresentação do consultor, foi promovido um debate mediado pela jornalista Maria Prata, com a participação do próprio Gherzi, da consultora italiana Marzia Lanfranchi, do presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel, do diretor-presidente das Lojas Renner S.A, Fábio Adegas, e do presidente da Vicunha Têxtil, Marcos De Marchi.


Co-fundadora da plataforma “Cotton Diaries”, Marzia Lanfranchi ressaltou a importância do diálogo com as marcas e a exploração do diferencial oferecido pela cadeia produtiva do algodão. “A conexão humana do algodão é incrível, e a oportunidade que nós temos aqui é de estabelecer um canal com as marcas em torno do potencial que essa narrativa oferece, uma história de sustentabilidade, conectada com ciência e dados reais”, ressaltou Marzia.


O presidente da Vicunha Têxtil, Marcos De Marchi, por sua vez, ressaltou as propriedades únicas do algodão, em termos de toque e conforto, e as largas oportunidades que existem para o algodão brasileiro, a despeito do domínio das fibras sintéticas. “O que nós temos que mostrar ao mundo é que o nosso algodão é sustentável, que a nossa produção não ocupa áreas de comida e também buscar acordos internacionais para tornar o produto têxtil mais competitivo”, resumiu De Marchi.


Anúncio – Após a plenária, o presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), Fernando Pimentel, e o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Alexandre Schenkel, assinaram um documento, anunciando o compromisso conjunto de elevar o consumo interno de algodão para um milhão de toneladas anuais.


Considerada um marco histórico para a cadeia produtiva do algodão brasileira, a meta representa um avanço significativo em relação às atuais 700 mil toneladas, demonstrando a confiança das duas entidades no potencial de crescimento e desenvolvimento do setor.


Para Pimentel, a iniciativa demonstra o fortalecimento de uma visão sistêmica da cadeia produtiva. “A própria iniciativa desse congresso mostra essa capacidade de conexão, de coesão. Vamos coordenar esforços e acelerar a execução dos nossos planos: temos um país muito competitivo na área agrícola e tem que transportar essa competitividade para a indústria”.


Já o presidente da Abrapa finalizou a plenária com uma perspectiva otimista.  “Nos anos 1970, quando Pelé venceu a Copa do Mundo usando camisa de algodão, o Brasil disputava a terceira divisão do mercado, como importador de algodão. Nos anos seguintes, construímos uma nova era do algodão brasileiro, chegando à segunda divisão. Agora nós queremos ser cada vez mais protagonistas. Em 2030, vamos ser não só os maiores como os melhores fornecedores de algodão do mundo, com sustentabilidade e responsabilidade”, afirmou Schenkel.


Fonte: 14º Congresso Brasileiro de Algodão

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Algodão Brasileiro: Transformando a Fibra em Marca

09 de Setembro de 2024

A cadeia produtiva do algodão brasileiro está em constante evolução, com esforços para transformar o produto, tradicionalmente uma commodity, em uma marca reconhecida pelo consumidor final. A iniciativa “Sou do Algodão”, liderada pela Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), busca aumentar o consumo interno e consolidar a imagem da fibra no mercado nacional e internacional.


Durante o 14º Congresso Brasileiro do Algodão (CBA), realizado em Fortaleza, especialistas destacaram a importância de entender o mercado e o consumidor para diferenciar o algodão brasileiro no cenário global. João Branco, ex-CMO do McDonald’s, compartilhou insights sobre como construir uma marca forte, autêntica e próxima do consumidor, citando o exemplo de sucesso do rebranding do McDonald’s no Brasil. Para ele, criar uma conexão emocional com o público é essencial para o sucesso de qualquer produto.


Luis Fernando Samper, especialista em marcas, falou sobre o posicionamento do café colombiano, que se destacou nos anos 60 e hoje é amplamente reconhecido, em parte pela criação das cafeterias Juan Valdez, em resposta à chegada da Starbucks. Ele destacou a importância de agregar valor ao produto e entender as nuances que afetam sua produção e qualidade.


Para Silmara Ferraresi, diretora de Relações Institucionais da Abrapa, o algodão brasileiro já atingiu um nível de rastreabilidade impressionante, sendo 100% rastreável. No entanto, ela reforçou a necessidade de planejar o futuro da fibra, adicionando mais valor ao produto e consolidando a posição do Brasil como um dos maiores exportadores mundiais de algodão. Atualmente, o Brasil exporta cerca de 2,7 milhões de toneladas de algodão por safra e consome internamente cerca de 700 mil toneladas, com a meta de elevar o consumo nacional para 1 milhão de toneladas.


A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) e a Abrapa assinaram um compromisso conjunto para elevar o setor a um novo patamar. Segundo Alexandre Schenkel, presidente da Abrapa, o Brasil já avançou significativamente nas últimas décadas, saindo de importador de algodão para ser um dos maiores exportadores globais. A meta para 2030 é consolidar o país como o melhor e maior fornecedor de algodão do mundo, aumentando tanto a produção quanto a qualidade do produto.


Fernando Pimentel, da ABIT, ressaltou a importância de coordenar esforços entre os diferentes setores da cadeia produtiva para acelerar a execução de planos estratégicos. A presença de grandes nomes da indústria têxtil e do varejo, como Fábio Adegas, diretor-presidente da Lojas Renner, e Marcos De Marchi, presidente da Vicunha Têxtil, reforça a importância de parcerias sólidas para alcançar esses objetivos.


Desafios e Oportunidades para o Algodão Brasileiro


O setor algodoeiro brasileiro enfrenta desafios e oportunidades significativas nos próximos anos. A sustentabilidade e a rastreabilidade são dois dos principais pilares que podem diferenciar o algodão brasileiro no mercado global. A Abrapa já vem adotando práticas avançadas de monitoramento e rastreabilidade, garantindo que o produto brasileiro atenda aos padrões internacionais de qualidade e sustentabilidade.


Além disso, o avanço da tecnologia na produção de algodão permite um monitoramento mais eficaz de todas as etapas, desde a plantação até a colheita, resultando em uma fibra de qualidade superior. A adaptação às novas demandas do mercado, como a preferência por produtos sustentáveis e rastreáveis, é um dos caminhos que o setor deve seguir para continuar crescendo e se consolidando como um dos principais produtores globais.


Outra oportunidade está na ampliação do consumo interno de algodão. Embora o Brasil seja um dos maiores exportadores de algodão, o consumo interno ainda pode ser significativamente ampliado. Com a meta de chegar a 1 milhão de toneladas consumidas internamente, o mercado nacional tem potencial para crescer, especialmente se o algodão brasileiro for posicionado como um produto de qualidade superior e sustentável.


O Papel do “Sou do Algodão”


O movimento “Sou do Algodão” desempenha um papel fundamental na conscientização do consumidor sobre a importância de escolher produtos que utilizam algodão nacional. Além de promover o uso do algodão em grandes redes de varejo e marcas de moda, o programa busca educar o consumidor sobre a rastreabilidade e os benefícios do algodão produzido no Brasil.


Esse tipo de iniciativa é crucial para aproximar o consumidor final do produto e criar uma conexão emocional com a marca algodão. Assim como no exemplo do café colombiano, citado por Luis Fernando Samper, o Brasil tem o potencial de transformar o algodão em uma marca reconhecida e valorizada globalmente, mas isso exige um trabalho conjunto de toda a cadeia produtiva e investimentos contínuos em marketing e posicionamento de marca.


O futuro do algodão brasileiro é promissor, mas também desafiador. A transformação da fibra em uma marca forte e reconhecida pelo consumidor final depende da sinergia entre produtores, indústria têxtil e varejo, além de investimentos em marketing e inovação. Com o avanço da rastreabilidade e o compromisso com a sustentabilidade, o Brasil tem a oportunidade de se consolidar como o maior e melhor fornecedor de algodão do mundo até 2030, tanto no mercado interno quanto no externo.

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Brasil supera os EUA e lidera exportações de algodão em novo recorde

09 de Setembro de 2024

O Congresso Brasileiro do Algodão 2024 reuniu mais de 3.500 participantes e mais de 100 palestrantes para debater as principais inovações e tendências no setor. Em sua 14ª edição, o evento também celebrou os 25 anos da ABRAPA e comemorou o recorde de 3,6 milhões de toneladas de algodão colhidas na safra 2023/2024. Além disso, o Brasil ultrapassou os EUA e se tornou líder mundial em exportações de algodão. Confira as novidades, os desafios para a próxima safra e os avanços tecnológicos que moldam o futuro da cotonicultura. Assista: https://www.youtube.com/watch?v=4YOVmFphhFI 


 

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