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Abrapa orienta produtores e técnicos a evitar a contaminação do algodão

24 de Setembro de 2024

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) publicou uma nota técnica de recomendações de boas práticas para ajudar os cotonicultores e seus times, na lavoura e no beneficiamento, a evitar a contaminação da fibra. Essa nota complementa o rol de instruções relacionadas à qualidade do algodão brasileiro, em um trabalho que teve início em 2023, focado na prevenção de fibras curtas.


Entre as causas da contaminação estão sujeira, pegajosidade e outros tipos de contaminantes que podem ocorrer de diversas formas, e, em quase todas elas, as causas podem ser evitadas com práticas corretas. O guia é parte do esforço da associação para incrementar a qualidade do algodão brasileiro no que tange às chamadas características extrínsecas, perceptíveis a olho nu, que, quando não estão de acordo com os padrões desejáveis, podem impactar na transformação da matéria-prima na indústria, gerar prejuízos, desvalorização do produto e, em última instância, comprometer a imagem do Brasil como origem de algodão de qualidade.


De acordo com o gestor do programa Standard Brasil HVI (SBRHVI), da Abrapa, a cada safra, o algodão brasileiro tem melhorado suas características intrínsecas, aquelas só mensuradas por instrumentos tecnológicos, como o High Volume Instrument (HVI), e isso resulta na qualidade final do produto. Contudo, os aspectos ligados às características extrínsecas ainda precisam ser melhorados.  “Nosso objetivo é orientar produtores e operadores sobre os principais contaminantes, qual a sua origem, consequências e as formas de mitigar esses problemas”, explica Edson Mizoguchi. Para a elaboração do guia, contribuíram diversos profissionais da cadeia produtiva, com base no material disponibilizado pelo gerente de laboratório da Minas Cotton, Anicézio Resende.


A contaminação do algodão pode ocorrer por plástico, fragmentos da casca da semente (seed coat), pela ação de insetos, como a mosca branca, o pulgão e a cochonilha, que causam a “pegajosidade”, e por outros fatores, como raspas do caule que se misturam ao algodão na hora da colheita, capim, sementes, como o picão preto, fibras estranhas, metais ou tecidos. A própria escolha da variedade plantada pode influenciar. No Brasil, as contaminações mais comuns são seed coat, pegajosidade e plástico. Este último, lidera o número de queixas. Na fiação, por exemplo, o algodão contaminado por plástico ocasiona dificuldades no processamento, e, consequentemente, quebra do fluxo produtivo e aumento do custo com a mão de obra.


A presença de fragmentos de plástico no algodão pode ocorrer na lavoura, na colheita, no transporte ou no beneficiamento. “São pequenos pedaços de lona plástica do módulo triturado junto à pluma no beneficiamento”, explica o gestor. Entre as principais causas da contaminação está a qualidade da lona plástica, o manuseio, a regulagem da colheitadeira, o excesso de material e procedimento incorreto no corte da lona. “Nos Estados Unidos, há uma tabela de deságio para cada região. Um algodão contaminado por plástico no nível um ou dois recebe um desconto de 4000 pontos, o que representa 50% do seu valor. Estima-se que a contaminação por plástico seja de 1% a 3%. Se houver 3% de contaminação podemos ter um deságio de 518 milhões de reais”, afirma Mizoguchi.


Já a contaminação por seed coat ocorre nas etapas da colheita e beneficiamento do algodão, quando fragmentos da casca da semente ficam presos às fibras. “Seja qual for a contaminação, somente a constância de boas práticas irá garantir a qualidade final do algodão que produzimos”, enfatiza Mizoguchi.


Fibras Curtas


 Um dos maiores problemas enfrentados na cotonicultura são as fibras curtas. Consideradas aquelas com comprimento inferior a meia polegada (12,7mm), são perceptíveis apenas na análise instrumental, em máquinas do tipo HVI (High Volume Instrument), e sua ocorrência compromete os processos nas fiações, ocasionando perdas de matéria-prima e de produtividade. Além disso, quanto maior for o Conteúdo de Fibras Curtas (SFC), maior será o deságio no preço de venda da commodity. Nos últimos anos, o Brasil tem intensificado os investimentos para identificar as principais origens desse problema, que é uma das queixas recorrentes do mercado internacional. As causas podem estar na escolha da variedade, nos tratos culturais ou mesmo no beneficiamento da fibra.


Clique abaixo e acesse o conteúdo completo (nota técnica de contaminação e nota técnica de fibras curtas):


Nota técnica | Contaminação do Algodão Brasileiro:https://abrapa.com.br/wp-content/uploads/2024/09/Nota-Tecnica-%E2%80%93-Contaminacao.-versao-de-24.09.24.pdf 


Conteúdo em Fibras Curtas do Algodão Brasileiro: https://abrapa.com.br/wp-content/uploads/2023/11/Indice-de-Fibras-Curtas.pdf 


 

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Comissão Científica do 14° CBA faz balanço do evento

20 de Setembro de 2024

A comissão científica do 14° Congresso Brasileiro do Algodão (CBA), promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), esteve reunida na tarde desta sexta-feira (20) para fazer um balanço desta edição do evento, que aconteceu no início de setembro, em Fortaleza (CE) e reuniu um público recorde de mais de 4,2 mil pessoas.


Na pauta do encontro, foi destacado o sucesso da organização e da programação técnica e científica, que abrangeu 31 diversos temas de interesse para o setor. “Acredito que conseguimos aperfeiçoar o conteúdo dessa programação em relação à edição anterior, adaptando os temas às preocupações atuais dos cotonicultores e dos profissionais envolvidos na cadeia produtiva da fibra. Foi um evento lindo!”, afirma o presidente da comissão científica do 14° CBA, Jean Belot.


As palestras silenciosas, que aconteceram simultaneamente em 6 hubs, nas tardes de 03/09 e 04/09, foram uma das novidades no formato trazido nesta edição e que fez sucesso entre congressistas e palestrantes. Estes, embora estivessem reunidos no mesmo palco, em formato hexagonal, separados por divisórias, puderam proferir suas palestras, transmitidas através de fones de ouvido acoplados em cada cadeira.


Para o próximo CBA, que acontecerá em 2026, em local a ser definido, a comissão científica a ser nomeada pela nova diretoria da Abrapa em 2025 avaliará as plenárias e hubs que mais funcionaram, bem como quantidade de conteúdos, formato, tempos de duração e grade de horários, com o objetivo de melhor atender a expectativa do público. O grande desafio continuará sendo surpreender a todos com mais novidades, formatos inovadores e, claro, muito conteúdo de qualidade sobre o algodão.

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Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa

ALGODÃO PELO MUNDO #35/2024 20/09/2024

20 de Setembro de 2024

Destaque da Semana - Cotações sobem para os maiores patamares em quase três meses. Eventos climáticos e redução expressiva da taxa de juros nos EUA foram os principais fatores altistas da semana.


Algodão em NY - O contrato Dez/24 fechou nesta quinta 19/09 cotado a 73,03 U$c/lp (+3,8% vs. 12/set). O contrato Dez/25 fechou em 72,62 U$c/lp (+1,8% vs. 12/set).


Basis Ásia - O Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia é de 823 pts para embarque Out/Nov-24 (Middling 1-1/8" (31-3-36), fonte Cotlook 19/set/24).


Altistas 1 - Nos EUA, duas tempestades tropicais - uma na região do Golfo do México e outra nas Carolinas - causaram forte alta na segunda-feira, levando alguns contratos aos limites de alta.


Altistas 2 - O dólar americano caiu 0,65% na semana, atingindo o nível mais baixo desde 2022, tornando o algodão mais barato para compradores internacionais.


Altistas 3 - O Federal Reserve dos EUA reduziu as taxas de juros pela 1ª vez em quatro anos, cortando 50 pontos-base para uma faixa de 4,75% a 5,00%, enquanto a expectativa do mercado era de 25 pontos-base~. O Fed também previu cortes adicionais nas taxas de juros tanto em 2024 quanto em 2025.


Altistas 4 - Na quinta-feira passada (12), o USDA reduziu as safras norte-americana e global, mas aparentemente só nesta semana o mercado assimilou os números.


Baixistas 1 - O relatório semanal de vendas de exportação do USDA mostrou vendas líquidas de 106.800 fardos de algodão para 2024/2025 (-8% em relação à semana anterior e +23% em relação à média das 4 semanas).


Baixistas 2 - Os bons ares da economia americana nesta semana não são sentidos na China. Consumidores chineses enfrentam altas dívidas e um setor imobiliário em dificuldades, reduzindo a disposição para consumo e investimento.


Baixistas 3 - As importações de algodão pela China em 2023/24 foram atipicamente altas, e em grande parte destinadas à Reserva Estatal. Neste ano, o país ainda está pouco ativo nas compras internacionais.


EUA - Depois do furacão Francine semana passada, outra tempestade tropical ameaça as Carolinas, ameaçando as lavouras de algodão principalmente quanto à qualidade.


China 1 - Em agosto, a China importou cerca de 150 mil tons de algodão, segundo dados alfandegários preliminares. É o menor volume mensal desde jul/23.


China 2 - Já a importação de fios foi de 110 mil tons em ago/24 – abaixo das 116 mil tons de jul/24 e das 175 mil tons de ago/23.


Bangladesh - A conjuntura bengalesa segue desafiadora, com atraso na liberação de cartas de crédito, juros altos e fornecimento irregular de energia. Somam-se inundações e agora atrasos no porto de Chattogram devido a protestos.


Turquia - Em julho, a Turquia importou 87.140 tons de algodão (2º maior volume mensal de 2023/24). No acumulado, o volume é de 761.655 tons, com EUA e Brasil respondendo por 30% e 29%, respectivamente.


Índia - Até 13/set, o plantio de algodão na Índia alcançou 11,2 milhões ha, restando 9,1% da área prevista, conforme dados oficiais. É a menor área semeada em setembro desde 2016/17.


Paquistão - A safra de algodão do Paquistão está em observação: o clima quente e seco melhorou as condições, mas não o suficiente para reduzir os danos já ocorridos. As estimativas da indústria para a safra são de 1,2 milhão de tons.


Indonésia - O volume de algodão importado pelos indonésios em julho alcançou 35.675 tons, totalizando 402.434 tons no ano comercial 2023/24. O Brasil foi o principal fornecedor, com 33% desse total.


Safra 2024/25 - Nesta semana, a Abrapa divulgou as primeiras estimativas para safra 2024/25: área de 2,14 milhões ha (+7,4%) e produção de 3,97 milhões tons (+8%). Os dados foram apresentados à Câmara Setorial do Algodão, do Mapa.


Safra 2023/24 - Os números da safra passada foram fechados em 1,99 milhão ha de área plantada e produção de 3,68 milhões tons. MT se manteve como maior produtor nacional, com 2,67 milhões tons.


Exportações - As exportações brasileiras de algodão somaram 87 mil tons até a 2da semana de set.


Colheita 2023/24 - Até ontem (19/09), foi concluída a colheita nos estados do MA, MS, MT, PR e SP. Os trabalhos continuam na BA (98,14%), GO (96,81%), MG (99%) e PI (97,18%). Total Brasil: 99,56%.


Beneficiamento 2023/24 - Até ontem (19/09), foram beneficiados no estado da BA (70%), GO (64,71%), MA (60%), MG (70%), MS (69%), MT (43%), PI (47,33%), PR (100%) e SP (100%). Total Brasil: 49,77%.


Preços - Consulte tabela abaixo ⬇


Quadro de cotações para 19_09


Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, iniciativa que representa a cadeia produtiva do algodão brasileiro em escala global. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com

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Safra brasileira de algodão 2024/2025 deverá ser 8% maior e Brasil pode manter a liderança global nas exportações

20 de Setembro de 2024

As primeiras estimativas para a safra de algodão 2024/2025 pela Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), foram divulgadas na manhã desta quarta-feira (18), durante a 76ª reunião do foro, presidido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). De acordo com o levantamento sobre os dados indicados pelas associações de produtores estaduais, a área plantada com a cultura, no país, deverá ser em torno de 7,4% maior, em relação ao ciclo 2023/2024, chegando a 2,14 milhões de hectares. Neste cenário, e considerando uma produtividade projetada em 1859 quilos de algodão beneficiado (pluma) por hectare (0,6%), a produção pode chegar a 3,97 milhões de toneladas de algodão, um crescimento aproximado de 8%.


Os números iniciais são mais otimistas do que os divulgados no dia anterior pela Conab, que projeta uma produção de 3,68 milhões de toneladas de pluma, numa área de 2 milhões de hectares, com produtividade esperada de 1831 quilos por hectare. Os dados foram consolidados na 76ª reunião da Câmara, que ocorreu por conferência pela internet, reunindo elos diversos da cadeia de valor, como a indústria e os exportadores.


Na oportunidade, também foram fechados os números obtidos em 2023/2024. No quinto levantamento do período, o Brasil registrou área total de 1,99 milhão de hectares, com produção de 3,68 milhões de toneladas de pluma e produtividade de 1848 quilos de pluma por hectare, praticamente os mesmos divulgados no levantamento anterior, feito em junho de 2024. O estado de Mato Grosso se manteve como o maior produtor nacional, com 2,67 milhões de toneladas de algodão em pluma, colhidos numa área de 1,47 milhões de hectares, seguido pela Bahia, que colheu 679,8 mil toneladas, em 345,4 mil hectares, e por Mato Grosso do Sul, que registrou produção de 66,6 mil toneladas e área 32 mil hectares.


“As projeções para a safra que virá são ainda muito preliminares. Para consolidar a previsão, vai depender muito da produtividade, que por sua vez está atrelada ao clima, sobre o qual não temos ingerência. Por isso, e considerando também o mercado, a nossa recomendação é que o produtor se preocupe muito em reduzir – ou otimizar – os custos e fazer o melhor possível para aumentar a produtividade, para compensar os preços não tão atrativos no momento”, afirma o presidente da Abrapa e da Câmara Setorial, Alexandre Schenkel.


Liderança deve ser mantida


De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), Miguel Faus, para o próximo ciclo, as expectativas são de que o Brasil continue como o maior exportador global, frente aos Estados Unidos em volume exportado. A boa notícia, contudo, acontece num período desafiador. Segundo Faus, o mercado internacional de algodão tem apresentado oscilações entre 68 e 72 centavos por libra-peso nos últimos meses, refletindo uma demanda fraca.


“A oferta global, marcada por grandes safras no Brasil, Estados Unidos e Austrália, contrasta com uma demanda moderada, especialmente pela redução das importações da China, o maior comprador mundial. A China, que no ciclo anterior representava 50% das exportações brasileiras, agora absorve apenas cerca de 20%, desafiando o setor a buscar novos mercados, como Índia e Egito”, explica.


No mercado interno, ainda de acordo com a Anea, a demanda segue moderada, e a expectativa é de que o preço se mantenha estável, com possível queda no final do ano devido ao aumento da oferta. No entanto, a qualidade e o rendimento da safra têm sido positivos, o que traz otimismo para o setor.


“Será um grande marco confirmar a liderança do Brasil nas exportações de algodão, porque prova que não foi apenas uma casualidade da conjuntura, mas é uma tendência duradoura.  Esse é o fruto de um trabalho que é resultado da união de todo o setor, catalisado pela ação assertiva do Cotton Brazil, iniciativa de promoção do algodão brasileiro no mercado externo, implementada pela Abrapa, Anea e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, ApexBrasil”, diz o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel.


Desempenho da Indústria Têxtil e de Vestuário (2024)


De janeiro a julho de 2024, a produção têxtil cresceu 3,6% e a de vestuário 1,3%. No entanto, ao longo de 12 meses, o vestuário ainda apresenta queda de -1,4%. A importação de vestuário subiu 12,9% de janeiro a agosto, e a importação do setor, como um todo, subiu 13,4%. Já a exportação de têxteis e confeccionados caiu 9,5%, principalmente devido à crise na Argentina, principal mercado do Brasil. O setor gerou quase 25 mil novos empregos no período, mas prevê cortes no final do ano, o que é corriqueiro devido a sazonalidade da produção.


“O varejo de vestuário mostra sinais de recuperação, com previsão de atingir 1,1% positivo até o final de 2024. A confiança empresarial e o cenário econômico são otimistas, refletindo o controle da inflação e a expectativa de crescimento do PIB”, disse o representante da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Oliver Tan Oh.


Alternativas ao Porto de Santos


Durante a reunião da Câmara Setorial, o tema da logística portuária também foi tratado, tendo como convidado o consultor Luiz Antonio Pagot, que mostrou resultados de um estudo encomendado pela Abrapa e a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), para avaliar alternativas ao Porto de Santos para o embarque da pluma para o mercado externo. Segundo o consultor, está sendo avaliada a viabilidade de outros portos, como Itajaí, Itaguaí, Paranaguá e Salvador, para tentar reduzir os custos e melhorar a eficiência das operações, dada a escalada de preços no Porto de Santos.


“Alguns portos já estão operando com sucesso, como Itajaí e Itaguaí, enquanto outros, como Paranaguá, ainda enfrentam desafios, como falta de contêineres vazios”, explicou.


Segundo Pagot, a exploração de novos portos tem se mostrado eficaz, com Salvador surgindo como uma opção promissora. A linha da MSC, que opera semanalmente, conecta diretamente à Ásia, passando por Suape e Itaguaí antes de seguir para destinos como a China. Isso permite um tempo de trânsito competitivo (cerca de 38 dias até a Ásia), com redução de custos de transporte — de R$ 1.700,00 para cerca de R$ 900,00 por contêiner, tornando Salvador uma alternativa viável e economicamente vantajosa. “Além disso, o porto oferece uma grande disponibilidade de contêineres vazios e armazéns REDEX especializados em estufagem de algodão, com capacidade crescente. A consolidação de Salvador como hub de exportação representa um alívio significativo para os produtores, especialmente do Mato Grosso e da Bahia, que agora contam com um porto confiável e eficiente para escoar sua produção para mercados internacionais”, concluiu.

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Safra brasileira de algodão 24/25 deve superar em 8% a temporada anterior

Cenário positivo mantém Brasil na liderança global das exportações de algodão

20 de Setembro de 2024

O Brasil deve colher na safra 2024/2025 3,97 milhões de toneladas de algodão, um crescimento aproximado de 8% sobre a safra anterior. A projeção consta em um levantamento apresentado nesta quarta-feira,18, durante a 76ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de de Algodão e Derivados.


De acordo com dados indicados pelas associações de produtores estaduais, a área plantada com a cultura no país deverá ser 7,4% maior, em relação ao ciclo 2023/2024, chegando a 2,14 milhões de hectares. A produtividade projetada é de 1.859 quilos de algodão beneficiado (pluma) por hectare, 0,6% superior à safra passada.


Os números iniciais da Câmara Setorial são mais otimistas do que os divulgados recentemente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que projeta uma produção de 3,68 milhões de toneladas de pluma, numa área de 2 milhões de hectares, com produtividade esperada de 1.831 quilos por hectare.


“As projeções para a safra que virá são ainda muito preliminares. Para consolidar a previsão, vai depender muito da produtividade, que por sua vez está atrelada ao clima, sobre o qual não temos ingerência. Por isso, e considerando também o mercado, a nossa recomendação é que o produtor se preocupe muito em reduzir – ou otimizar – os custos e fazer o melhor possível para aumentar a produtividade, para compensar os preços não tão atrativos no momento”, afirma o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e da Câmara Setorial, Alexandre Schenkel.


Liderança exportadora deve ser mantida


De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), Miguel Faus, para o próximo ciclo, as expectativas são de que o Brasil continue como o maior exportador global, frente aos Estados Unidos, em volume exportado. A boa notícia, contudo, acontece num período desafiador. Segundo Faus, o mercado internacional de algodão tem apresentado oscilações entre 68 e 72 centavos por libra-peso nos últimos meses, refletindo uma demanda fraca.


“A oferta global, marcada por grandes safras no Brasil, Estados Unidos e Austrália, contrasta com uma demanda moderada, especialmente pela redução das importações da China, o maior comprador mundial. A China, que no ciclo anterior representava 50% das exportações brasileiras, agora absorve apenas cerca de 20%, desafiando o setor a buscar novos mercados, como Índia e Egito”, explica.


No mercado interno, ainda de acordo com a Anea, a demanda segue moderada e a expectativa é de que o preço se mantenha estável, com possível queda no final do ano devido ao aumento da oferta. No entanto, a qualidade e o rendimento da safra têm sido positivos, o que traz otimismo para o setor.


“Será um grande marco confirmar a liderança do Brasil nas exportações de algodão, porque prova que não foi apenas uma casualidade da conjuntura, mas é uma tendência duradoura.  Esse é o fruto de um trabalho que é resultado da união de todo o setor, catalisado pela ação assertiva do Cotton Brazil, iniciativa de promoção do algodão brasileiro no mercado externo, implementada pela Abrapa, Anea e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, ApexBrasil”, diz Schenkel.


Desempenho da indústria têxtil e de vestuário (2024)


Ainda de acordo com dados apresentados nesta quarta, de janeiro a julho de 2024, a produção têxtil cresceu 3,6% e a de vestuário 1,3%. No entanto, ao longo de 12 meses, o vestuário apresenta queda de 1,4%. A importação de vestuário subiu 12,9%, de janeiro a agosto, e a importação do setor, como um todo, subiu 13,4%.


Já a exportação de têxteis e confeccionados caiu 9,5%, principalmente devido à crise na Argentina, principal mercado do Brasil. O setor gerou quase 25 mil novos empregos no período, mas prevê cortes no final do ano, o que é corriqueiro devido à sazonalidade da produção.


“O varejo de vestuário mostra sinais de recuperação, com previsão de atingir 1,1% positivo até o final de 2024. A confiança empresarial e o cenário econômico são otimistas, refletindo o controle da inflação e a expectativa de crescimento do PIB”, disse o representante da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Oliver Tan Oh.


Alternativas ao Porto de Santos


Durante a reunião da Câmara Setorial, o tema da logística portuária também foi tratado, tendo como convidado o consultor Luiz Antonio Pagot. O especialista mostrou resultados de um estudo encomendado pela Abrapa e a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa) para avaliar alternativas ao Porto de Santos, por onde embarca a produção para o mercado externo. Segundo o consultor, está sendo avaliada a viabilidade de outros portos, como Itajaí, Itaguaí, Paranaguá e Salvador, para tentar reduzir os custos e melhorar a eficiência das operações, dada a escalada de preços no Porto de Santos.


“Alguns portos já estão operando com sucesso, como Itajaí e Itaguaí, enquanto outros, como Paranaguá, ainda enfrentam desafios, como a falta de contêineres vazios”, explicou o consultor.


Segundo Pagot, a exploração de novos portos tem se mostrado eficaz, com Salvador surgindo como uma opção promissora. A linha da MSC, que opera semanalmente, conecta diretamente à Ásia, passando por Suape e Itaguaí antes de seguir para destinos como a China. Conforme o especialista, isso permite um tempo de trânsito competitivo (cerca de 38 dias até a Ásia), com redução de custos de transporte — de R$ 1.700,00 para cerca de R$ 900,00 por contêiner, tornando Salvador uma alternativa viável e economicamente vantajosa.


Safra de algodão 2023/2024


Durante a reunião, também foram apresentados os números obtidos, pela Câmara Setorial, no 5° levantamento da safra de algodão 2023/2024. No período, o Brasil registrou área total de 1,99 milhão de hectares, com produção de 3,68 milhões de toneladas de pluma e produtividade de 1.848 quilos de pluma por hectare, praticamente os mesmos divulgados no levantamento anterior, feito em junho de 2024.


Conforme a apresentação, o estado de Mato Grosso se manteve como o maior produtor nacional, com 2,67 milhões de toneladas de algodão em pluma, colhidos numa área de 1,47 milhões de hectares, seguido pela Bahia, que colheu 679,8 mil toneladas, em 345,4 mil hectares, e por Mato Grosso do Sul, que registrou produção de 66,6 mil toneladas e área 32 mil hectares.

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Safra de algodão 2024/2025 cresce 7,4%

“Será um grande marco confirmar a liderança do Brasil nas exportações de algodão"

20 de Setembro de 2024

A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do algodão e Derivados divulgou que a safra de algodão 2024/2025 deve crescer 7,4%, com uma área de 2,14 milhões de hectares e produção prevista de 3,97 milhões de toneladas. A previsão é mais otimista que a da Conab, que estima 3,68 milhões de toneladas em 2 milhões de hectares. Para 2023/2024, o Brasil teve uma produção de 3,68 milhões de toneladas em 1,99 milhão de hectares, com Mato Grosso liderando a produção.


“As projeções para a safra que virá são ainda muito preliminares. Para consolidar a previsão, vai depender muito da produtividade, que por sua vez está atrelada ao clima, sobre o qual não temos ingerência. Por isso, e considerando também o mercado, a nossa recomendação é que o produtor se preocupe muito em reduzir – ou otimizar – os custos e fazer o melhor possível para aumentar a produtividade, para compensar os preços não tão atrativos no momento”, afirma o presidente da Abrapa e da Câmara Setorial, Alexandre Schenkel.


Miguel Faus, da Anea, prevê que o Brasil continuará como o maior exportador global de algodão. No entanto, o mercado enfrenta preços oscilantes entre 68 e 72 centavos por libra-peso devido à demanda fraca e à redução das importações pela China, que agora compra apenas 20% do algodão brasileiro. O setor busca novos mercados, como Índia e Egito. No mercado interno, a demanda é moderada, e os preços podem cair no final do ano, mas a qualidade da safra é positiva, gerando otimismo.


“Será um grande marco confirmar a liderança do Brasil nas exportações de algodão, porque prova que não foi apenas uma casualidade da conjuntura, mas é uma tendência duradoura.  Esse é o fruto de um trabalho que é resultado da união de todo o setor, catalisado pela ação assertiva do Cotton Brazil, iniciativa de promoção do algodão brasileiro no mercado externo, implementada pela Abrapa, Anea e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, ApexBrasil”, diz o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel.

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Câmara setorial estima aumento de 7,4% da área de algodão na temporada 2024/25

20 de Setembro de 2024

A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados, do Ministério da Agricultura e Pecuária, estima que a área plantada com algodão no País em 2024/25 cresça 7,4% em relação a 2023/2024, e atinja 2,14 milhões de hectares. Durante a 76ª reunião da câmara, presidida pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), foi divulgado levantamento considerando os dados indicados pelas associações de produtores estaduais.


A produtividade projetada é de 1.859 quilos de algodão beneficiado (pluma) por hectare, o que aponta para produção de 3,97 milhões de toneladas de algodão, 8% maior que a da temporada anterior.


Em nota, a Abrapa diz que os números são mais otimistas do que os divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que projeta uma produção de 3,68 milhões de toneladas de pluma, numa área de 2 milhões de hectares, com produtividade esperada de 1.831 quilos por hectare.


“Para consolidar a previsão, vai depender muito da produtividade, que, por sua vez, está atrelada ao clima, sobre o qual não temos ingerência. Por isso, e considerando também o mercado, a nossa recomendação é que o produtor se preocupe muito em reduzir – ou otimizar – os custos e fazer o melhor possível para aumentar a produtividade, para compensar os preços não tão atrativos no momento”, afirma na nota o presidente da Abrapa e da Câmara Setorial, Alexandre Schenkel.


Sobre a temporada 2023/24, a Abrapa informou área total de 1,99 milhão de hectares, com produção de 3,68 milhões de toneladas de pluma e produtividade de 1.848 quilos de pluma por hectare, em linha com o levantamento anterior, de junho. “O Estado de Mato Grosso se manteve como o maior produtor nacional, com 2,67 milhões de toneladas de algodão em pluma, colhidos numa área de 1,47 milhões de hectares, seguido pela Bahia, que colheu 679,8 mil toneladas, em 345,4 mil hectares, e por Mato Grosso do Sul, que registrou produção de 66,6 mil toneladas e área 32 mil hectares.


No evento desta quarta-feira, o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), Miguel Faus, disse esperar que no próximo ciclo o Brasil continue como o maior exportador global. “A oferta global, marcada por grandes safras no Brasil, Estados Unidos e Austrália, contrasta com uma demanda moderada, especialmente pela redução das importações da China, o maior comprador mundial. A China, que no ciclo anterior representava 50% das exportações brasileiras, agora absorve apenas cerca de 20%, desafiando o setor a buscar novos mercados, como Índia e Egito”, afirmou.


Quanto ao mercado interno, a Anea destacou a demanda “moderada”, e a expectativa é de que o preço se mantenha estável, com possível queda no final do ano devido ao aumento da oferta.


Ainda de acordo com a nota da Abrapa, de janeiro a julho de 2024, a produção têxtil cresceu 3,6% e a de vestuário 1,3%. No entanto, ao longo de 12 meses, o vestuário ainda apresenta queda de -1,4%. A importação de vestuário subiu 12,9% de janeiro a agosto, e a importação do setor subiu 13,4%. “Já a exportação de têxteis e confeccionados caiu 9,5%, principalmente devido à crise na Argentina, principal mercado do Brasil.”

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Dia Mundial do Algodão e Cotton Brazil são destaque em assembleia da Abrapa

20 de Setembro de 2024

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Alexandre Schenkel, conduziu a 2ª Assembleia Geral Extraordinária de Representantes, realizada em 19 de setembro, encerrando a maratona de reuniões estatutárias do mês. O encontro online contou com a participação do Conselho de Administração, Delegados e Diretores Executivos das Associações Estaduais, e teve como pauta a aprovação de temas estratégicos, incluindo as comemorações do Dia Mundial do Algodão, programado para 07 de outubro, e as iniciativas do programa Cotton Brazil.


Durante a assembleia, ficou aprovada a prestação de contas referente ao primeiro semestre de 2024. O progresso em relação as tratativas para a renovação da parceria com a Better Cotton, uma das principais certificadoras de algodão do mundo foi informado aos participantes. Desde 2013, o Algodão Brasileiro Responsável (ABR) tem trabalhado em colaboração com a BC, incorporando critérios internacionais ao programa brasileiro e fortalecendo a posição do algodão nacional no mercado global.


A campanha da Abrapa para o Dia Mundial do Algodão, que tem como tema “A fibra de todas as gerações”, também passou pela análise dos presentes e seguirá para execução. O objetivo é valorizar a versatilidade e as histórias em torno do algodão brasileiro, promovendo uma celebração que envolva diversas gerações. “Queremos que a campanha gere desdobramentos que alcancem todos os públicos, desde os produtores até as marcas de moda parceiras”, destacou Silmara Ferraresi, diretora de relação institucionais da entidade.


Outro ponto tratado foi o desempenho do Cotton Brazil, com foco no último trimestre. Criado pela Abrapa para promover o algodão brasileiro em escala global, o programa conta com a parceria da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e o apoio da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea). Marcelo Duarte, diretor de relações internacionais, apresentou resultados preliminares do trabalho da consultoria contratada em Asia para avaliar a percepção da qualidade do algodoa brasileiro junto fiações internacionais. Comentou também sobre a assessoria estratégica em comunicação que será prestada por George Candon, especialista em comunicação e reputação. O trabalho, que está apenas começando, resultara na realização de dois workshops antes do International Cotton Association (ICA), agendados para os dias 14 e 15 de outubro.


Por fim, ficou decidido que uma comissão formada por ex-presidentes será responsável por organizar o pleito eleitoral para os conselhos de administração e fiscal da Abrapa para o biênio 2025/2026, conforme exigência estatutária.

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Relatório de Safra - setembro 2024

20 de Setembro de 2024

As primeiras projeções para a safra brasileira de algodão 2024/2025 foram divulgadas esta semana, na 76ª reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados, realizada na última quarta-feira (18). Os números são ainda preliminares, mas animadores. A produção deve ser por volta de 8% maior do que a registrada em 2023/2024, podendo chegar a 3,97 milhões de toneladas de pluma, numa área plantada de 2,14 milhões de hectares, 7,4% a mais do que a registrada no ciclo anterior. Até o momento, a expectativa do USDA é de que o Brasil se mantenha no posto de maior exportador mundial de algodão, e de terceiro maior produtor. A Câmara Setorial também consolidou os números da safra 2023/2024 no Brasil. As informações completas e um panorama da produção e do mercado global da commodity, você acompanha no Levantamento da Safra de Setembro.


Clique no link e acesse o documento: https://abrapa.com.br/wp-content/uploads/2024/09/Relatorio-de-Safra-%E2%80%93-setembro-de-2024.pdf

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Safra brasileira de algodão 2024/2025 deverá ser 8% maior e Brasil pode manter a liderança global nas exportações

19 de Setembro de 2024

As primeiras estimativas para a safra de algodão 2024/2025 pela Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), foram divulgadas na manhã desta quarta-feira (18), durante a 76ª reunião do foro, presidido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). De acordo com o levantamento sobre os dados indicados pelas associações de produtores estaduais, a área plantada com a cultura, no país, deverá ser em torno de 7,4% maior, em relação ao ciclo 2023/2024, chegando a 2,14 milhões de hectares. Neste cenário, e considerando uma produtividade projetada em 1859 quilos de algodão beneficiado (pluma) por hectare (0,6%), a produção pode chegar a 3,97 milhões de toneladas de algodão, um crescimento aproximado de 8%.


Os números iniciais são mais otimistas do que os divulgados no dia anterior pela Conab, que projeta uma produção de 3,68 milhões de toneladas de pluma, numa área de 2 milhões de hectares, com produtividade esperada de 1831 quilos por hectare. Os dados foram consolidados na 76ª reunião da Câmara, que ocorreu por conferência pela internet, reunindo elos diversos da cadeia de valor, como a indústria e os exportadores.


Na oportunidade, também foram fechados os números obtidos em 2023/2024. No quinto levantamento do período, o Brasil registrou área total de 1,99 milhão de hectares, com produção de 3,68 milhões de toneladas de pluma e produtividade de 1848 quilos de pluma por hectare, praticamente os mesmos divulgados no levantamento anterior, feito em junho de 2024. O estado de Mato Grosso se manteve como o maior produtor nacional, com 2,67 milhões de toneladas de algodão em pluma, colhidos numa área de 1,47 milhões de hectares, seguido pela Bahia, que colheu 679,8 mil toneladas, em 345,4 mil hectares, e por Mato Grosso do Sul, que registrou produção de 66,6 mil toneladas e área 32 mil hectares.


“As projeções para a safra que virá são ainda muito preliminares. Para consolidar a previsão, vai depender muito da produtividade, que por sua vez está atrelada ao clima, sobre o qual não temos ingerência. Por isso, e considerando também o mercado, a nossa recomendação é que o produtor se preocupe muito em reduzir – ou otimizar – os custos e fazer o melhor possível para aumentar a produtividade, para compensar os preços não tão atrativos no momento”, afirma o presidente da Abrapa e da Câmara Setorial, Alexandre Schenkel.



Liderança deve ser mantida


De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), Miguel Faus, para o próximo ciclo, as expectativas são de que o Brasil continue como o maior exportador global, frente aos Estados Unidos em volume exportado. A boa notícia, contudo, acontece num período desafiador. Segundo Faus, o mercado internacional de algodão tem apresentado oscilações entre 68 e 72 centavos por libra-peso nos últimos meses, refletindo uma demanda fraca.


“A oferta global, marcada por grandes safras no Brasil, Estados Unidos e Austrália, contrasta com uma demanda moderada, especialmente pela redução das importações da China, o maior comprador mundial. A China, que no ciclo anterior representava 50% das exportações brasileiras, agora absorve apenas cerca de 20%, desafiando o setor a buscar novos mercados, como Índia e Egito”, explica.


No mercado interno, ainda de acordo com a Anea, a demanda segue moderada, e a expectativa é de que o preço se mantenha estável, com possível queda no final do ano devido ao aumento da oferta. No entanto, a qualidade e o rendimento da safra têm sido positivos, o que traz otimismo para o setor.


“Será um grande marco confirmar a liderança do Brasil nas exportações de algodão, porque prova que não foi apenas uma casualidade da conjuntura, mas é uma tendência duradoura.  Esse é o fruto de um trabalho que é resultado da união de todo o setor, catalisado pela ação assertiva do Cotton Brazil, iniciativa de promoção do algodão brasileiro no mercado externo, implementada pela Abrapa, Anea e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, ApexBrasil”, diz o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel.



Desempenho da Indústria Têxtil e de Vestuário (2024)


De janeiro a julho de 2024, a produção têxtil cresceu 3,6% e a de vestuário 1,3%. No entanto, ao longo de 12 meses, o vestuário ainda apresenta queda de -1,4%. A importação de vestuário subiu 12,9% de janeiro a agosto, e a importação do setor, como um todo, subiu 13,4%. Já a exportação de têxteis e confeccionados caiu 9,5%, principalmente devido à crise na Argentina, principal mercado do Brasil. O setor gerou quase 25 mil novos empregos no período, mas prevê cortes no final do ano, o que é corriqueiro devido a sazonalidade da produção.


“O varejo de vestuário mostra sinais de recuperação, com previsão de atingir 1,1% positivo até o final de 2024. A confiança empresarial e o cenário econômico são otimistas, refletindo o controle da inflação e a expectativa de crescimento do PIB”, disse o representante da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Oliver Tan Oh.



Alternativas ao Porto de Santos


Durante a reunião da Câmara Setorial, o tema da logística portuária também foi tratado, tendo como convidado o consultor Luiz Antonio Pagot, que mostrou resultados de um estudo encomendado pela Abrapa e a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), para avaliar alternativas ao Porto de Santos para o embarque da pluma para o mercado externo. Segundo o consultor, está sendo avaliada a viabilidade de outros portos, como Itajaí, Itaguaí, Paranaguá e Salvador, para tentar reduzir os custos e melhorar a eficiência das operações, dada a escalada de preços no Porto de Santos.


“Alguns portos já estão operando com sucesso, como Itajaí e Itaguaí, enquanto outros, como Paranaguá, ainda enfrentam desafios, como falta de contêineres vazios”, explicou.


Segundo Pagot, a exploração de novos portos tem se mostrado eficaz, com Salvador surgindo como uma opção promissora. A linha da MSC, que opera semanalmente, conecta diretamente à Ásia, passando por Suape e Itaguaí antes de seguir para destinos como a China. Isso permite um tempo de trânsito competitivo (cerca de 38 dias até a Ásia), com redução de custos de transporte — de R$ 1.700,00 para cerca de R$ 900,00 por contêiner, tornando Salvador uma alternativa viável e economicamente vantajosa. “Além disso, o porto oferece uma grande disponibilidade de contêineres vazios e armazéns REDEX especializados em estufagem de algodão, com capacidade crescente. A consolidação de Salvador como hub de exportação representa um alívio significativo para os produtores, especialmente do Mato Grosso e da Bahia, que agora contam com um porto confiável e eficiente para escoar sua produção para mercados internacionais”, concluiu.

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