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ALGODÃO PELO MUNDO #42/2023

Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão no seu WhatsApp

27 de Outubro de 2023

Destaque da Semana - Depois de atingir o menor valor em 3 meses na última sexta com vendas dos fundos, as cotações de algodão voltam a subir, atingindo ontem a máxima de 10 dias.


Algodão em NY - O contrato Dez/23 fechou nesta quinta 26/10 cotado a 84,59 U$c/lp (+0,4% na semana). O contrato Jul/24 fechou 87,04 U$c/lp (-0,3% na semana) e o Dez/24 a 81,02 (-0,6% na semana).


Basis Ásia - o Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia: 894 pts para embarque Out/Nov (Middling 1-1/8" (31-3-36), fonte Cotlook 26/out/23).


Altistas 1 - No mercado do algodão, o grande fator positivo desta semana foi o alto volume de vendas semanais divulgadas pelo USDA, muito acima das últimas semanas.


Altistas 2 - A economia dos EUA cresceu ao ritmo mais rápido em quase dois anos no último trimestre, devido a um grande aumento nos gastos dos consumidores.


Altistas 3 - O Produto Interno Bruto da maior economia do mundo atingiu uma taxa anualizada de 4,9%, mais que o dobro do ritmo do segundo trimestre e o principal motor de crescimento da economia tem sido gastos pessoais.


Baixistas 1 - O dólar americano segue em alta, com seu índice atingindo a maior cotação em 12 meses, enquanto o barril de petróleo WTI caiu 8% esta semana.


Baixistas 2 - Com a guerra na Ucrânia ainda em andamento, a intensificação e pulverização do conflito Israel-Hamas tem o potencial de afetar a economia global, além das enormes potenciais consequências humanitárias.


Baixistas 3 - Notícias como a de hoje, dando conta que os EUA atacaram alvos ligados ao Irã em território sírio, deixam o mundo em alerta com a perspectiva de o conflito se ampliar.


EUA 1 - As vendas semanais de exportação divulgadas pelo USDA saltaram para 205.673 fardos (480 libras). Os três principais mercados foram China (54%), Bangladesh (22%) e Vietnã (14%).


EUA 2 - As vendas da safra atual tiveram aumento de 155% em relação à semana anterior e 82% em relação à média das últimas quatro semanas.


EUA 3 - Mais de 41% da área de algodão já está colhida nos EUA, enquanto classificação de lavouras de algodão de boas a excelentes caiu ainda mais para 29% (-1 p.p.).


China 1 - Em setembro, a China importou 235.556 toneladas, o que representa o setembro mais forte desde 2013/14. As maiores origens foram os EUA com 107.168 toneladas, o Brasil com 50.982 toneladas e a Austrália com 48.301 toneladas.


China 2 - No acumulado agosto e setembro, as importações acumuladas são de 410 mil toneladas, o que é novamente o maior número desde 2013/14. O USDA atualmente projeta que a China importará 2,18 milhões de toneladas.


China 3 - As vendas dos leilões da Reserva Estatal da China continuam baixas. Hoje foram vendidos somente 29,7% do total de 20 mil toneladas ofertados.


China 4 - De 31 de julho a 27 de outubro, os leilões da Reserva da China totalizaram 815.121 toneladas vendidas para 438 fiações, totalizando 77,8% do volume ofertado. As maiores origens foram: EUA (38,7%) seguido pelo Brasil (30%), Xinjiang (27,4%) e Austrália (3,9%).


Paquistão - A colheita de algodão no Paquistão segue avançando com apenas pequenos problemas climáticos. A previsão da colheita é de 1,42 milhão de toneladas, 67% a mais que a safra passada (850 mil tons) devido às enchentes que atingiram o país.


Austrália - Apesar de condições relativamente confortáveis em termos de armazenamento de água para irrigação, a situação começa a preocupar os produtores para a próxima safra, já que as bacias hidrográficas estão totalmente secas e a umidade de solo está em níveis muito baixos.


Egito - O governo do Egito limitou as exportações de algodão a 40.000 toneladas para a safra 2023/24.


Agenda 1 - A Abrapa irá acompanhar a comitiva do Ministro Carlos Fávaro em visita oficial à Índia na próxima semana. Em Nova Délhi, a principal pauta do setor do algodão do Brasil é a negociação de uma cota de importação de algodão livre de imposto.


Agenda 2 - O objetivo é que o algodão brasileiro esteja livre dos 11% de imposto cobrados na entrada no país, semelhante ao acordo atualmente vigente entre Índia e Austrália.


Exportações - O Brasil exportou 153,7 mil tons de algodão até a terceira semana de out/23. A média diária de embarque é 19,8% menor em comparação com o out/22.


Beneficiamento 2022/23 - Até o dia 26/10 foram beneficiados: BA (90%), GO (97,30%), MA (70%), MG (86%), MS (92%); PR (100%), SP (100%), MT (68%), PI (70%) Total Brasil : 74% beneficiado.


Preços - Consulte tabela abaixo ⬇


Quadro de cotações para 27-10


Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, programa da Abrapa. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com

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Abrapa apresenta primeiros resultados do Programa de Qualidade do Algodão Brasileiro – certificação voluntária/autocontrole para associados da Agopa

27 de Outubro de 2023

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) foi convidada a participar de uma reunião on-line com os cotonicultores de Goiás para detalhar o Programa de Qualidade do Algodão Brasileiro – certificação voluntária/autocontrole, realizado em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), no dia 25 de outubro. A convite da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), foram apresentados diversos aspectos do programa que qualifica o algodão brasileiro e que tem sido modelo de referência para outras cadeias produtivas no Brasil, principalmente para o mercado externo.


A diretora de Relações Institucionais da Abrapa, Silmara Ferraresi, apresentou os principais pontos do programa e enfatizou o significativo movimento de adesão ao sistema de autocontrole por parte do laboratório de análise e unidades de beneficiamento de algodão (UBAs) de Goiás. Ela destacou que no ano passado houve a implementação de um projeto piloto no Estado, e os resultados da safra deste ano surpreenderam. “Das 12 UBAs cadastradas em Goiás, 11 optaram pelo autocontrole. Até o momento (números atualizados no dia 24 de outubro), tivemos 3.797 malas do Estado de Goiás submetidas à análise. Isso demonstra o quanto o programa é relevante para produtores e toda cadeia produtiva do algodão”, afirmou. A última atualização indica ainda que 167.382 fardos de algodão foram analisados, em Goiás, e 161.798 estão certificados.


O algodão brasileiro é a primeira cadeia produtiva a ser certificada por autocontrole, no país. A certificação voluntária reforça a autenticidade dos laudos de análise por instrumento de alto volume do tipo HVI, o tipo de classificação mais utilizada nas transações com algodão em todo o mundo. Atualmente, os laudos são emitidos por 12 laboratórios brasileiros, que integram o Programa Standard Brasil HVI (SBRHVI), da Abrapa. “Em Goiás, as UBAs que ainda não haviam aderido, nesta safra, já entraram em contato conosco e planejam participar. Portanto, a expectativa é que a adesão ao programa no Estado atinja a marca de 100% no próximo ciclo”, destacou o gestor do Programa Standard Brasil HVI SBRHVI, Edson Mizoguchi.
Para o presidente da Agopa, Haroldo Cunha, o Programa de Qualidade do Algodão Brasileiro – certificação voluntária/autocontrole é importante para cotonicultura do País, sobretudo para o mercado externo. “O setor já contava com o Programa SBRHVI e o sistema de rastreabilidade dos fardos, porém, havia uma lacuna de quem iria validar a qualidade do processo. A certificação em parceria com o Mapa veio para preencher essa lacuna, proporcionando ao setor a credibilidade e confiabilidade de que uma entidade externa está monitorando e avaliando todo o processo. Esse programa é marcado por uma seriedade que abrange todas as etapas, desde a coleta de amostras dos fardos, garantindo a quantidade e o peso corretos, até o envio para os laboratórios para a emissão da certificação do algodão”, explicou.


Cid Alexandre Rozo, auditor federal agropecuário do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), órgão que faz a fiscalização do Programa de Qualidade do Algodão Brasileiro – certificação voluntária/autocontrole, também participou da reunião para explicar o papel de atuação do órgão federal durante o processo. O Mapa supervisiona os laboratórios de análise de qualidade de fibra, que atendem aos cotonicultores. A iniciativa valoriza o autocontrole executado pelos beneficiadores de algodão, trabalho este que é realizado pelos laboratórios de classificação monitorados pelo Programa SBRHVI.

26.10.2023
Imprensa Abrapa
Catarina Guedes – Assessora de Imprensa
(71) 98881-8064
Monise Centurion – Jornalista Assistente
(17) 99611-8019

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Sou de Algodão celebra sete anos com avanços no campo, na tecnologia e no mundo da moda

Por meio de parcerias, campanhas de comunicação, sustentação dos pilares, investimento em rastreabilidade e atração de novos talentos, iniciativa da Abrapa está cada vez mais presente nos diversos segmentos do Brasil

26 de Outubro de 2023

Nesta quinta-feira, 26, Sou de Algodão completa sete anos de trabalho que mobilizou toda a cadeia produtiva do algodão, do produtor ao consumidor final. Entre as grandes conquistas do Movimento, destacam-se a chegada das mais de 1.400 marcas parceiras de diversos segmentos, a descoberta de talentos por meio de três edições do Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores, o investimento e a notoriedade com o programa SouABR e, para fortalecer seu posicionamento, este ano realizará seu segundo desfile no São Paulo Fashion Week.


A iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), conta com o apoio de empresas e instituições que ajudam na conversa com o público final, sobre a importância do algodão brasileiro para a moda e como o consumo consciente pode mudar os rumos do segmento. Para Alexandre Schenkel, presidente da Abrapa, a matéria-prima é como o fio condutor que sustenta a cadeia produtiva. “Devemos preservar e promover incansavelmente o potencial da nossa fibra, assegurando que sua contribuição para o bem-estar social e o desenvolvimento sustentável não seja negligenciada. Na Abrapa, estamos comprometidos em elevá-la a uma posição de destaque global, garantindo que seu valor seja reconhecido e respeitado em todos os setores da indústria têxtil”, explica.


O Sou de Algodão conta com apoios institucionais que ajudam na divulgação do trabalho realizado e dos benefícios do algodão brasileiro. Um deles é o Santa Catarina Moda e Cultura (SCMC). Para Fernanda Rickmann, gestora de projetos do SCMC, esse trabalho em conjunto começou pois também acreditam na colaboração entre todos os elos da indústria, como um caminho para o futuro. “A parceria nos enche de orgulho. Uma fibra tão relevante e presente em nossas vidas. Parabéns por tantas conquistas e que os novos desafios possam ser superados”, comemora.


Como tudo começou


Quando surgiu, em 2016, o Sou de Algodão trouxe ao São Paulo Fashion Week daquele ano sua mensagem principal: democratizar o uso da fibra no mundo da moda. Por meio dos seus pilares Ambiental, Social e Econômico, a iniciativa chamou a atenção de marcas e estilistas que decidiram incluir o algodão em suas peças e torná-lo um diferencial perante o mercado. E para manter o caminho de sucesso, três novas frentes foram adicionadas para fortalecer a imagem do movimento com o público: comunicação, sustentabilidade e rastreabilidade.


Comunicação

Uma das primeiras estratégias para transmitir a mensagem e estimular o senso coletivo, foi realizar parcerias com empresas da indústria têxtil, varejistas, estilistas, universidades com cursos de moda e instituições que apoiam o uso da matéria-prima. Ao se tornarem parceiras, todos passaram a compartilhar o propósito de promover a moda responsável, já que o consumidor final, cada vez mais consciente, está em busca desse tipo de conduta em suas marcas preferidas. Dessa forma, o movimento chega ao sétimo ano de existência com mais de 1.400 empresas de todos os segmentos do mercado.


A Cooperativa Bordana foi uma das primeiras marcas a se tornarem parceiras do movimento. Para Celma Grace de Oliveira, diretora presidenta, sempre houve um interesse genuíno em promover práticas sustentáveis e éticas no negócio. “A parceria trouxe uma oportunidade para fortalecer nossa marca e contribuir para uma indústria têxtil mais consciente. Quando nos juntamos ao Sou de Algodão, percebemos que a união de esforços é fundamental para impulsionar mudanças positivas na indústria da moda. A conscientização dos consumidores sobre a origem dos produtos que adquirem é essencial para promover uma cadeia produtiva mais transparente e responsável”


O Senac SP também faz parte do movimento. Viviane Torres Kozesinski, docente do bacharelado em Design de Moda do Centro Universitário Senac Santo Amaro, conta que tudo começou em 2020, por causa de uma palestra de divulgação do 2º Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores. A partir disso, a parceria é feita por meio de convites para compor o júri do evento anual “Talentos Senac Moda” e para prestigiar as criações colaborativas apresentadas nos desfiles no SPFW. “Reconhecendo a importância do uso do algodão em nosso mercado, estimulamos a participação dos nossos alunos no Desafio Sou de Algodão, orientados criativa e tecnicamente pelo grupo de professores tutores e pelo consultor criativo do curso João Pimenta. A parceria firmada em 2023, marca a implementação da troca de conhecimento sistematizado a respeito do uso na moda, por meio de diversos formatos de atividades e com impacto positivo e permanente na formação dos nossos alunos do curso”, explica a professora.


A promoção da fibra é feita por meio da presença do movimento em mais de 20 desfiles nas principais semanas de moda do País, como o São Paulo Fashion Week e a Casa de Criadores, e três edições do concurso para estudantes de moda e design, com apoio das fiações, malharias e tecelagens parceiras.


Isa Isaac Silva, um dos grandes nomes da moda brasileira e que faz parte do SPFW, comenta que a parceria surgiu na Casa de Criadores. “É algo muito valioso. Fico muito feliz de saber que podemos contar com o Sou de Algodão, que incentiva a usarmos bases de algodão para estarmos juntos com a nossa cadeia nacional têxtil. Apresentamos looks em semanas de moda feitos com tecidos que têm um menor impacto ao meio ambiente. Como a frase da marca já diz, ‘acredite no seu axé’, e eu acredito no movimento”, reflete.


O estilista Dário Mittmann se tornou parceiro depois que participou do Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores. "É como fazer parte de uma família, pois ele foi criado para somar. Sou eternamente grato pelas portas que me abriram e me possibilitaram estar onde estou hoje. É tão nobre esse trabalho, dando oportunidade a outros jovens talentos da moda brasileira de mostrarem seu trabalho", explica.


Sustentabilidade


A verdade é que tudo começa na fazenda. A Abrapa estrutura, há mais de 20 anos, a produção de algodão com melhores práticas e, por isso, tornou-se referência no mundo. Hoje, o país é o maior fornecedor da matéria-prima responsável, 2º maior exportador, 3º maior produtor e conta com 82% da última safra certificada pelo Programa Algodão Brasileito Responsável (ABR).


Graças a esses números e ao interesse por sustentabilidade na moda, as marcas passaram a olhar a matéria-prima com mais interesse e o consumidor começou a ansiar por empresas mais responsáveis e que entregam transparência. Esses dois tópicos encorajaram a Abrapa, por meio do Sou de Algodão, a lançar o primeiro programa de rastreabilidade real da cadeia fornecedora do varejo de moda, mostrando a origem responsável da fibra, da semente ao guarda-roupa.


Rastreabilidade


O Programa SouABR é a primeira iniciativa de rastreabilidade, em larga escala, na cadeia têxtil nacional. Com registros dos dados de cada etapa rastreada em Blockchain, que garante a autenticidade das informações, a rastreabilidade do algodão parte da propriedade de origem, com certificação ABR, passando por toda cadeia têxtil até o produto na loja. A tecnologia proporciona digitalização que torna a informação acessível e auditável em todas as etapas do processo, garantindo confiabilidade.


Por meio da leitura do QR Code presente na etiqueta da roupa, o consumidor que compra esta peça na loja pode conhecer a fazenda onde o fibra com certificação socioambiental foi cultivado, a fiação que o transformou em fio, a tecelagem ou a malharia que desenvolveu o tecido ou a malha e a confecção que cortou e costurou. Todas as peças rastreáveis do programa SouABR têm, no mínimo, 70% de algodão, em sua composição, sendo que 100% dessa matéria-prima natural presente no produto tem a certificação socioambiental ABR.


Silmara Ferraresi, gestora do movimento, reflete sobre todo o trabalho realizado durante esses sete anos. "Olhando para trás, é com orgulho que testemunhamos como o Sou de Algodão se transformou em uma voz unificada para os defensores da responsabilidade socioambiental, da qualidade e da inovação na indústria têxtil. Cada fio de nossa jornada foi entrelaçado com o compromisso de elevar a conscientização sobre as raízes e as vantagens do algodão brasileiro. À medida que celebramos esta jornada, reafirmamos nossa promessa de continuar promovendo a excelência e a integridade em cada fibra cultivada e em cada coração que se conecta com nossa causa”, finaliza.


Sobre Sou de Algodão


É um movimento único no Brasil que nasceu em 2016 para despertar uma consciência coletiva em torno da moda e do consumo responsável. Para isso, a iniciativa une e valoriza os profissionais da cadeia da fibra, dialogando com o consumidor final com ações, conteúdo e parcerias com marcas e empresas. Outro propósito é informar e democratizar o Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que segue rigorosos critérios ambientais, sociais e econômicos, representando 42% de toda a produção mundial de algodão responsável.


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14º Congresso Brasileiro do Algodão terá palestras silenciosas nas salas temáticas

25 de Outubro de 2023

Aprofundar, silenciosamente, em conteúdos específicos da cotonicultura brasileira, em meio a uma "multidão" de três mil pessoas, numa experiência, ao mesmo tempo, individual e coletiva, pode soar difícil de imaginar, mas é uma das grandes inovações do 14ª Congresso Brasileiro do Algodão (14ºCBA), o maior evento da cadeia produtiva do algodão no Brasil, que será realizado entre os dias 03 e 05 de setembro de 2024, em Fortaleza/CE. O CBA é promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), em parceria com as suas nove associações estaduais, e, a cada dois anos, reúne a comunidade cientifica, produtores e representantes de todo o agronegócio do algodão no País.


Serão ao todo seis salas temáticas, divididas em hubs, dispostos, simultaneamente, em um espaço hexagonal. O público participa das apresentações com fones de ouvido, e tem a flexibilidade de poder migrar entre as salas, conforme o interesse no tema, sem precisar definir previamente as palestras de preferência, explica a CEO da Comunicato Eventos Únicos, Melissa Matteo. A empresa atende a Abrapa na produção do congresso, há quatro edições. As salas temáticas são parte importante da programação do CBA e acontecem sempre no período da tarde. Durante as manhãs, as palestras "máster" seguem no formato tradicional, na plenária.


"O formato de palestras silenciosas vem para solucionar uma demanda dos participantes, que antes precisavam 'correr' para garantir seu lugar em algumas das salas mais concorridas", argumenta Melissa Matteo. Ela conta que fones de ouvido farão a captura dos áudios dos palestrantes, que serão distribuídos em canais intercambiáveis. "É indiscutível a flexibilidade deste formato. O público poderá, inclusive, mudar de sala, apenas trocando de canal no fone, quando quiser, sem precisar sair do lugar", conclui.


O 14º CBA terá como tema "Algodão Brasileiro: Construindo história rumo ao protagonismo mundial". Na edição de 2024, a realização do congresso vai coincidir com os 25 anos de criação da Abrapa. "Não poderia haver tema mais oportuno, uma vez que a cotonicultura brasileira está celebrando conquistas históricas importantes, neste momento. Na safra 2022/2023, subimos mais um patamar no pódio dos grandes produtores mundiais, chegando à quarta posição no ranking do fornecimento da fibra. Colhemos uma safra superior a três milhões de toneladas e estivemos muito perto de nos tornar o segundo maior exportador de algodão do mundo. Sem dúvida, este protagonismo vem sendo construído, neste primeiro quarto de século da Abrapa, e a importância que damos à ciência - razão de ser do CBA, - está na base disso", declara Alexandre Schenkel, presidente da Abrapa.


por Redator CBA

Maiores informações em: 14º Congresso Brasileiro do Algodão terá palestras silenciosas nas salas temáticas. - Congresso Brasileiro do Algodão (congressodoalgodao.com.br)

 

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Leve e sustentável, o algodão volta a ganhar prestígio na moda

O Brasil assumiu o posto de inédita relevância nesse movimento do bem

23 de Outubro de 2023

E o nosso movimento cresce a cada dia, em tamanho, parceiros (são mais de 1400 marcas) e, também, em repercussão e reconhecimento. Esta semana, ganhamos as páginas de um dos mais importantes veículos de comunicação do país, a Revista Veja. Na matéria, a jornalista Simone Blanes aponta para o novo fôlego no consumo do algodão no Brasil, mostrando que a matéria-prima que a natureza criou tem vantagens que não podem ser copiadas, é boa para o planeta, e se alinha às agendas dos novos tempos. Vale a pena conferir!


Por Simone Blanes
Atualizado em 20 out 2023, 18h06 - Publicado em 22 out 2023, 08h00


DOMÍNIO - Desfile só com a fibra natural: apelo entre as novas gerações DOMÍNIO - Desfile só com a fibra natural: apelo entre as novas gerações (Marcelo Soubhia/FOTOSITE/)


O ser humano até tenta copiar, mas existem coisas que a natureza faz questão de mostrar que são inimitáveis. O algodão é uma delas. Dificilmente se encontra matéria-prima tão leve e gostosa de se vestir. Remete, em um primeiro momento, a camiseta, moletom e roupas íntimas. Costura o tricoline e o denim, usado em jeans. É natural, versátil, menos propício a causar alergias. É democrático. São infindáveis os adjetivos empregados por quem tece um fio de elogios a esse material que nasce e cresce em árvores. Outro atributo é ser sustentável. E é com essa saudável mistura de benefícios para a moda e o ambiente que o algodão tem sido resgatado — especialmente ante a acelerada expansão dos tecidos sintéticos, cuja cadeia de produção e consumo faz mal à Terra.


PASSARELA - Camila Queiroz: modelo de João Pimenta fez bonito na São Paulo Fashion Week (Ze Takahashi/FOTOSITE)


Vive-se, portanto, uma boa hora para o algodão, e o Brasil — viva! — assumiu o posto de inédita relevância nesse movimento do bem. Hoje, o insumo responde por 54% dos tecidos utilizados pela indústria têxtil nacional. "Quando comparamos com o mundo, com um índice de 22%, estamos muito à frente", diz Silmara Ferraresi, diretora de relações institucionais da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). O prestígio é impulsionado por estilistas e grifes — responsáveis pela maior parte do mercado de vestuário brasileiro —, de mãos dadas com o cultivo (o país é o terceiro maior produtor global, autossuficiente na oferta para a indústria de roupas). O movimento Sou de Algodão , criado em 2016 para unir todos os agentes da cadeia produtiva, com especial atenção para a colheita, finalmente ganhou tração. E deu-se uma expansão que parecia improvável, dada a popularidade das malhas sintéticas, como o poliéster, que vinha havia anos escanteando a fibra natural.


CONFORTO - Hailey Bieber: de camiseta e jeans molinhosCONFORTO - Hailey Bieber: de camiseta e jeans molinhos (Reprodução/Instagram)


A campanha em defesa do material no Brasil ganhou fôlego com a adesão de 1 400 marcas, contemplando varejistas do porte de Renner, C&A e Riachuelo e 67 estilistas, com nomes como Reinaldo Lourenço e Martha Medeiros, que já priorizam a fibra em seus desfiles e vestidos de gala, e João Pimenta, que elevou o algodão ao posto de protagonista na São Paulo Fashion Week. Fora do Brasil há também expansão, como revelam as fotos leves e soltas da modelo Hailey Bieber.


CRIATIVIDADE - A atriz Ana Hikari usa e abusa do tecido: cortes ousados (Gabriel Bertoncel)


A explosão de interesse combina com os humores dos novos tempos, em especial com os anseios das novas gerações, que já não compram só por comprar, atentas ao que levam para os armários domésticos. Nessa direção, um outro passo foi a criação do Sou ABR, primeira rede de rastreabilidade em larga escala na cadeia têxtil brasileira. Lendo um QR code nas etiquetas, pode-se saber tudo da peça: a fazenda de colheita, a tecelagem ou a malharia que desenvolveu o tecido e a confecção que cortou e costurou a roupa. Tudo certificado para que haja, no mínimo, 70% da fibra na composição do que se leva no corpo. Há quem ainda desdenhe do algodão — "Tragam os lençóis de seda pois não sou mulher de usar os de algodão", disse certa vez Marilyn Monroe —, mas é chegada a hora de já não tratá-lo com desdém. É chique, sim.


Publicado em VEJA de 20 de outubro de 2023, com citação da Abrapa.


Leia mais em: https://veja.abril.com.br/comportamento/leve-e-sustentavel-o-algodao-volta-a-ganhar-prestigio-na-moda/

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Sou de Algodão promove dois webinars para turmas do Senac

O tema foi o 3º Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores para estudantes de moda da unidade de Pindamonhangaba

20 de Outubro de 2023

No dia 17 de outubro, o Sou de Algodão promoveu dois webinars sobre o 3º Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores, comandados pela gestora de relações institucionais Manami Kawaguchi. As turmas vespertinas e noturnas do Senac Pindamonhangaba foram impactadas pelo conteúdo do projeto que visa estimular a criatividade dos estudantes de moda de todo o Brasil. Ao todo, foram cerca de 45 alunos que também puderam conhecer mais sobre o movimento.


Atualmente, o Senac é o principal agente de educação profissional focado no comércio de bens, serviços e turismo, com cursos presenciais e a distância em vários níveis de ensino. Está presente em mais de dois mil municípios e possui mais de 600 unidades escolares, empresas pedagógicas e unidades móveis.


Para Manami, os webinars dão oportunidade para os alunos conhecerem mais sobre o projeto e se inspirarem. “Com o Desafio, eles podem exibir seus talentos artísticos e mergulhar profundamente na importância crucial do algodão na indústria da moda responsável. Ao participar ativamente dessa competição, os alunos do Senac são capacitados a explorar soluções de design que combinam estilo com consciência ambiental, preparando-os para um futuro no setor", reforça Manami.


Como se inscrever no 3º Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores


Os interessados em participar devem realizar as inscrições no portal http://www.soudealgodao.com.br/desafio até o dia 30 de abril de 2024, podendo ser projetos individuais ou em duplas. Além disso, os trabalhos poderão ser dos segmentos de moda masculina, feminina, alta costura, prêt à porter, fitness, homewear/loungewear ou streetwear.


Sobre Sou de Algodão
É um movimento único no Brasil que nasceu em 2016 para despertar uma consciência coletiva em torno da moda e do consumo responsável. Para isso, a iniciativa une e valoriza os profissionais da cadeia do algodão, dialogando com o consumidor final com ações, conteúdo e parcerias com marcas e empresas. Outro propósito é informar e democratizar o Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que segue rigorosos critérios ambientais, sociais e econômicos, representando 42% de toda a produção mundial de algodão sustentável.



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SEGUE O FIO: A RASTREABILIDADE NA MODA

Sistema mostra evolução no Brasil e no mundo com novas ferramentas e integração de elos da cadeia produtiva

20 de Outubro de 2023




(ABERTURA) Ilustração: C. J. Robinson

Enquanto as agendas ESG e 2030 se tornam mais prementes a empresas e governos em prol de um sistema ambiental e socialmente mais equilibrado e saudável, tentando fazer valer os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, a indústria da moda – e todos os elos que fazem parte dela, do campo ao consumidor final, até seu descarte –, está dando os primeiros passos em um dos pontos que podem ajudar nessa empreitada: a rastreabilidade.

Há alguns anos começamos a ouvir falar sobre a importância de um sistema que traga luz a cada etapa produtiva, mostrando onde, quando, como e quem fez, contribuindo, também, para que haja maior transparência nesse sistema. Com tantas etapas, o setor têxtil se mostra realmente desafiador: depende de investimento, tempo e, principalmente, boa vontade da cadeia de fornecedores em abraçar a ideia e compartilhar alguns de seus dados (bem como investimento em sistemas de proteção destes, de forma mais robusta), mas nem todas as empresas estão preparadas para isso. Porém, um sistema de rastreio é perfeitamente aplicável e tende a ser cada vez mais recomendado, tornando-se um ganho coletivo e mitigando condições impróprias de trabalho e materiais de origem duvidosa, por exemplo.

Segundo a consultora da Delloite no Reino Unido, Vicki Falck, a rastreabilidade não pode permanecer opcional e será fundamental para alcançar maiores resiliência e eficiência da cadeia de fornecimento da moda.

Em seu ponto de vista, as empresas que agora fazem disso uma prioridade e colaboram ativamente com os seus fornecedores e com a indústria em geral para enfrentar o desafio estarão mais bem preparadas para tranquilizar as partes interessadas, cumprir potenciais requisitos de relatórios no futuro e permanecer resilientes contra os riscos da cadeia de fornecedores.

A consultora vai além: ressalta que as empresas de moda que mantêm um diálogo contínuo com os seus fornecedores estarão mais bem equipadas para realizar uma implementação bem-sucedida. “Um bom relacionamento entre a marca e seus fornecedores deve trazer à tona as preocupações dos fornecedores e proporcionar uma plataforma para resolver quaisquer bloqueios. Com o tempo, essas resoluções podem informar uma abordagem-padrão para gerenciar preocupações comuns dos fornecedores, ajudando a gerenciá-las em grande escala.”

TECNOLOGIA EM PROL DA SUSTENTABILIDADE

Um dos meios que mais têm sido utilizados para os sistemas de rastreabilidade é a tecnologia blockchain, um sistema temporal de encadeamento de dados (blocos) que não podem ser modificados ou, caso haja alteração em alguma das informações, ela também fica registrada. Não há como escapar.

Apesar da disseminação do blockchain, existem formas diversas de rastreio, como o código de barras, QR Code, entre outras. Uma solução que vem ganhando destaque no setor têxtil, aqui no país e no exterior, é a da R-Inove, startup brasileira criada pela engenheira têxtil Micheline Maia Teixeira, que sempre atuou no setor, tendo passado por fiação, malharia e confecção. Foram 3 anos de desenvolvimento, testes, erros e acertos até a sua solução única de rastreabilidade têxtil sair do papel, um processo que não foi nada fácil, segundo Micheline.

Mas vamos contar a história do início. A ideia da engenheira têxtil começou a surgir no período em que ainda atuava em empresas do setor, e duas questões a incomodavam bastante: a falta de garantia de origem de um artigo têxtil e a falta de transparência na mão de obra nessa cadeia.

“Quando discutia essas questões com pares, ouvia que o caminho era nanotecnologia, mas eu sempre argumentava que, para o têxtil, essa tecnologia ainda é cara e muito distante do consumidor final. Vale salientar aqui que acredito que qualquer transformação de mercado em busca de um mundo mais transparente e justo na produção industrial precisa contar com a participação efetiva do cliente final. Foi dessa necessidade que surgiu a ideia da nossa solução, que deveria atender aos critérios de rastreabilidade total, com a geolocalização real produtiva com o objetivo de mitigar a mão de obra injusta (análoga à escrava), que fosse economicamente viável, mas que o consumidor interagisse”, relata.
                                                                                                                                                        Micheline Maia Teixeira, cofundadora da R-Inove. / Divulgação

Para explicar como funciona o sistema de rastreabilidade desenvolvido pela R-Inove, Micheline costuma usar uma analogia: é como se fosse um código de barras (no qual estarão todas as informações) impresso no fio que fará o lote do tecido, seja ele malha ou plano, seja cru ou tinto, mas, em vez de barras paralelas, elas são horizontais e sequenciais, invisíveis a olho nu, somente com luz UV, não alteram o tecido ou design das peças e se mantêm permanentes, ou seja, não saem nem com lavagens. Auxilia, inclusive, na circularidade, pois até em aterros sanitários a rastreabilidade do fio continua valendo.

Ela destaca que, para ter uma confiabilidade na rastreabilidade, é preciso estar no início da cadeia têxtil, e não no final, além de não poder ser um processo fácil de falsificar, como as etiquetas. Segundo Micheline, uma das grandes dificuldades para se obter a rastreabilidade completa da cadeia têxtil está na necessidade de imprimir o código de rastreio na etapa inicial, ou seja, no fio cru, antes de se tornar uma malha ou tecido, e isso significa que o código sobre o fio precisa sobreviver a todo o processamento industrial, até mesmo nas etapas de acabamento e tingimento, que são realizadas sob meio aquoso e a alta temperatura, por horas. O código também não pode interagir com os corantes desse acabamento e precisa ficar evidente, independentemente da cor do tingimento. Ao final de tudo, o código ainda precisa manter sua assertividade de leitura, para que possa ser lido por qualquer pessoa, apenas com um celular.

“Um produto que possui algo modificado geneticamente, seja ele fibra ou líquido que foi aspergido sobre o têxtil, fica invisível ao consumidor e só pode ser autenticado por meio de análises realizadas em laboratórios específicos, o que torna caro e moroso o processo de autenticação. Porém, o que considero como maior desvantagem é o fato de que modificações genéticas são associadas a grandes lotes, pois fica inviável economicamente individualizar. Com isso, uma grande produção contém o mesmo código genético, e a realidade é bem diferente no têxtil, pois muita coisa é terceirizada ou produzida por pequenas empresas. Não dá para ter transparência total quando todos estão associados ao mesmo código genético simplesmente porque todos não trabalham da mesma forma. No nosso caso, a nossa codificação consegue individualizar todas as empresas da cadeia que participaram da produção da peça têxtil, com a geolocalização real de cada etapa produtiva, com o objetivo de deixar clara a mão de obra envolvida na produção. Além disso, o próprio consumidor faz a leitura, sem necessidade de nenhuma análise laboratorial cara e demorada.”

Esse tem sido um dos trunfos da R-Inove: ter conseguido chegar a um processo ímpar, que traz transparência às etapas, e é economicamente viável de ser implantado, já que o código é colocado em cones de apenas um dos fios que farão parte da carga do tear plano ou circular, e esse mesmo código se repetirá no rapport.

Entre as empresas que já estão utilizando a solução de rastreamento da R-Inove estão a tecelagem Brand Têxtil (SP), a fiação Fiasul (PR) e as marcas Virgínia Barros (calçados biodegradáveis e feitos à mão) e Natural Cotton Color, pioneira na utilização de algodão orgânico e naturalmente colorido.

“A Brand Têxtil abriu suas portas para os testes em viscose e deu muito certo. Hoje, sua linha de viscose estampada é 100% rastreável, que pode ser acessada por meio de qualquer celular. A Fiasul, localizada em Toledo (PR), também testou nossa solução em malha de algodão e hoje a apresenta aos seus clientes como um diferencial em seus produtos de linha.

Atualmente, finalizamos testes em duas grandes empresas e iniciamos a fase de negociação. Estamos também com testes em andamento em outras três empresas, além de uma prova de conceito que deve ocorrer em uma rede hoteleira. Desse total, duas empresas são do segmento de EPIs. Infelizmente esse é um segmento de produtos-alvo de falsificadores em virtude do alto preço dos tecidos funcionais (à prova de fogo e antiarco elétrico). Buscamos dar ao trabalhador da linha de frente, como bombeiros, eletricistas, etc., ferramentas para verificar se a vestimenta que está usando vai protegê-lo adequadamente”, conta a cofundadora da R-Inove.

No caso da Natural Cotton Color, um dos primeiros cases da startup, a maior questão na época era a pirataria. Com uma moda autoral, artesanal, sustentável e com todos os cuidados em relação ao uso do algodão orgânico da Paraíba, que já nasce colorido, e à mão de obra, que conta com rendeiras do sertão paraibano, a marca de Francisca Vieira faz sucesso no mercado externo, em especial o europeu, o que atraiu olhares de falsificadores, questão que agora vem sendo tratada judicialmente.

Natural Cotton Color: o rastreio e as certificações aumentam o valor agregado e a credibilidade da marca junto ao mercado. / Divulgação


Francisca conta que as peças de sua marca com o fio rastreável eram pilotos para o projeto da R-Inove junto ao Senai CETIQT, e a novidade foi apresentada na Febratex 2022, em Blumenau (SC). Mas a implantação desse sistema de rastreabilidade ainda não pode ser aplicada às suas peças comerciais e a CEO da Natural Cotton Color elenca alguns motivos: primeiro, a empresa ainda possui uma grande quantidade de malhas e tecidos em estoque para serem usados, e o fio impresso precisa ser tramado junto, ou seja, na hora de tecer; segundo, depende de tecelagens que aceitem introduzir o fio no tear; terceiro, o custo, o qual a empresa não consegue absorver no momento, tampouco repassar aos seus consumidores. Porém, é assertiva em dizer que o rastreio e as certificações aumentam o valor agregado e a credibilidade da marca no mercado.

“Como já temos duas certificações – o que aumenta o custo final do produto – e estamos a caminho da terceira, a Global Organic Textile Standard (GOTS), o custo para fazer o rastreamento de uma tonelada de matéria-prima é praticamente equivalente ao que pagarei na GOTS, que é uma referência mundial na rastreabilidade da cadeia produtiva”, explica. Mas, no caso, ambos os sistemas de rastreabilidade (GOTS e R-Inove) possuem alguns pontos distintos de abrangência.

Em sua opinião, micro e pequenas empresas que têm se empenhado em ter toda a sua cadeia pautada em processos sustentáveis deveriam ter acesso à inovação em rastreabilidade, como no caso da R-Inove, com subsídios, como do próprio Senai ou outras entidades do setor. “As instituições brasileiras precisam cuidar da moda sustentável”, reforça.

Por falar em micro e pequenas empresas, Francisca conta uma novidade que pode dar uma forcinha nessa questão: por meio da Associação Brasileira da Indústria, Comércio, Serviços e Educação para Moda Sustentável (Abrimos) e Instituto IA (Incubação e Aceleração), dois projetos vêm sendo trabalhados. Um deles é junto à ApexBrasil, voltado exclusivamente à exportação de moda sustentável; e o outro é de adequação de produtos de moda sustentável para que possam ganhar o mercado externo, pois, como a grande maioria desses negócios é composta por MEI e ME, e os serviços terceirizados, é necessário que haja uma qualificação de mão de obra que atenda aos critérios das demandas internacionais.

“Pela primeira vez, Sebrae e ApexBrasil estão trabalhando em parceria, com suas diretorias alinhadas sob o mesmo propósito, um complementando o outro. Como o Sebrae tem foco em micro e pequenas empresas, creio que isso possa ajudar a subsidiar a rastreabilidade dos produtos.”

DESCORTINANDO PROCESSOS

Completando dois anos de lançamento, feito em 7 de outubro de 2021, Dia Mundial do Algodão, o SouABR, programa de rastreabilidade do algodão brasileiro – da semente ao consumidor final –, idealizado e promovido pela Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), tem galgado grandes avanços junto aos seus participantes, que, mandatoriamente, precisam ter a certificação ABR (Algodão Brasileiro Responsável), cumprindo quase duzentos itens de verificação. Vale destacar aqui que 42% de toda a produção mundial de algodão é licenciado BCI.

O objetivo é trazer maior transparência à cadeia produtiva algodoeira na moda em todas as suas etapas do processo: a origem da semente, quem plantou, quem colheu, quem beneficiou, quem fiou, quem teceu, quem tingiu, quem confeccionou, quem comprou, incentivando os consumidores a fazerem escolhas mais conscientes dos produtos que estão adquirindo, ao mesmo tempo que estimula melhores práticas ambientais, sociais, trabalhistas e econômicas a cada elo da indústria. Na verdade, a SouABR é a primeira iniciativa de rastreabilidade em larga escala na cadeia têxtil brasileira, de ponta a ponta, por meio de blockchain, algo inédito também no exterior, por mais que haja plataformas dedicadas ao setor. Uma vez registrados em blockchain, os dados são imutáveis e auditáveis.

Antes de ser oficialmente apresentado ao mercado, o programa SouABR passou por um período de cerca de um ano e meio sendo gestado. Entre as empresas que aceitaram o desafio de passar por esse laboratório estão a Reserva (com camisetas masculinas), marca do Grupo AR&Co, e as Lojas Renner (com peças de sua linha feminina).

A Reserva deu o start ao programa em 2021, com as primeiras camisetas rastreáveis, e junto dela os fornecedores: Incofios e Fio Puro (fiação); Vicunha e RenauxView (tecidos planos); Dalila Ateliê Têxtil (malharia); EGM, Lavinorte e ByCotton (confecções).

Alan Abreu, da Reserva, primeira marca a lançar peças rastreáveis pelo programa SouABR.


“No momento do lançamento do Programa SouABR, em 2021, o pioneirismo e a inovação foram fatores importantes para o posicionamento da marca em relação à rastreabilidade, além da gestão de conformidade das fazendas envolvidas no processo de cultivo do algodão, que possibilita comunicar com responsabilidade e transparência todo o trajeto percorrido pelo produto, da fazenda à prateleira da loja”, destaca Alan Abreu, especialista em Sustentabilidade da Reserva.

Assim como no início do projeto, a Reserva continua com a rastreabilidade do SouABR em suas camisetas de algodão, mas Silmara Ferraresi, diretora de comunicação institucional da Abrapa, explica que só entram no sistema de rastreabilidade as peças que usaram lotes de algodão em conformidade com o ABR, pois pode acontecer de algum fardo diferente ser misturado à fabricação do tecido. Em abril deste ano, a Reserva alcançou a marca de 100 mil camisetas rastreadas pelo SouABR.

“Digo que não é uma campanha publicitária: são peças que têm uma história própria que não se mistura com outras histórias”, pontua.

“Atualmente, ainda trabalhamos a rastreabilidade exclusivamente com as camisetas e enxergamos oportunidades para, futuramente, evoluir o mix, contemplando também camisas e calças. Tratando-se de moda, é um projeto que exige muitas “costuras” institucionais, devido aos vários elos da cadeia de valor. Enquanto companhia Arezzo&Co, temos feito um forte trabalho para que o couro utilizado nos produtos não tenha nenhuma relação com o desmatamento ou com conflitos em terras de povos originários, e, para isso, também foi iniciado em 2022 um ambicioso projeto de rastreabilidade da cadeia do couro com o uso da tecnologia blockchain. A Arezzo&Co é uma das primeiras companhias de moda no Brasil a fazer rastreabilidade do couro com essa tecnologia, o que reforça o protagonismo, o compromisso, a responsabilidade e a transparência com as práticas ESG”, reforça Alan.
Lojas Renner: ambição de, até 2030, alcançar a rastreabilidade de 100% de seus produtos feitos com algodão. / Divulgação

A Renner, outra parceira de primeira hora do SouABR, conta que em 2019 fizeram uma Proof Of Concept (PoC) de rastreabilidade digital, monitorando 15% dos pedidos realizados no período de avaliação daquele ano, o que os fez entender os ganhos e as possibilidades que tinham em mãos. Em 2022, já no projeto de rastreabilidade com a Abrapa, Renner e Youcom, lançaram as primeiras calças jeans 100% rastreáveis do país com o uso de blockchain.

“Além da parceria de rastreabilidade do algodão com a Abrapa, pretendemos incorporar todos os nossos fornecedores diretos à rastreabilidade digital nos próximos anos, bem como expandir essa tecnologia a outras matérias-primas. Ter o processo de rastreabilidade em nossas roupas mostra que é possível conciliar moda, inovação e sustentabilidade para dar maior transparência ao processo produtivo de ponta a ponta, ao mesmo tempo que nos permite engajar e influenciar positivamente fornecedores e parceiros no nosso ecossistema. Com isso, reforçamos nosso compromisso com a moda responsável e permitimos que os clientes façam suas escolhas cada vez mais conscientes”, destaca Eduardo Ferlauto, gerente-geral de Sustentabilidade das Lojas Renner.

Assim como a Reserva, a Renner pretende expandir a rastreabilidade a outras matérias-primas têxteis que utilizam em suas coleções e tem a ambição de, até 2030, alcançar a rastreabilidade de 100% de seus produtos feitos com algodão.

“O objetivo é parte do novo ciclo de compromissos públicos da companhia, que já conquistou resultados significativos na área de sustentabilidade, implementando soluções inovadoras ao desenvolvimento e geração de valor de todo seu ecossistema de moda responsável”, completa Ferlauto.

CADEIA PRODUTIVA E COLABORATIVA
C&A: Processo de implantação de rastreabilidade mais curto em virtude da integração com os fornecedores. / Divulgação

Em 2023, uma das maiores atualizações no programa de rastreabilidade SouABR foi a adesão da C&A. Silmara Ferraresi, da Abrapa, diz que para além de ser uma varejista centenária e de capilaridade global, com o aprendizado que vinham tendo desde o início do funcionamento do programa, o tempo de implantação caiu substancialmente. Enquanto as primeiras varejistas precisaram se estruturar durante dois anos, praticamente, a C&A, que aderiu ao SouABR em janeiro deste ano, estava com sua primeira coleção-cápsula de duas calças jeans femininas rastreáveis (7,8 mil peças) à venda para a campanha do Dia dos Namorados, em junho. Claro que alguns fatores ajudaram, como trabalhar com alguns fornecedores que já atuavam no programa, como a Vicunha, mas a C&A agregou novos parceiros, como a Emphasis, confecção com mais de 30 anos no mercado e especializada em jeans, localizada em Votorantim, interior de São Paulo, e já planeja novas coleções com peças rastreáveis.

Cyntia Kasai, gerente-sênior de ASG na C&A Brasil, explica que o trabalho de longa data junto à cadeia de fornecedores, fortalecendo as boas práticas socioambientais e de inovação, contribuiu para a rapidez na implantação do sistema de rastreio, que foi de aproximadamente 10 semanas, e além do algodão querem ampliar para as peças com viscose e poliéster.

“A coleção foi um grande passo em nosso compromisso de oferecer uma moda cada vez mais sustentável, responsável e com transparência”, salienta Cyntia, que revela como foram as etapas desse processo.

Primeiro, a formalização da parceria com a Sou de Algodão e ao programa SouABR; depois, processo de manufatura da coleção, com coleta de inputs de dados de manufatura na plataforma de rastreabilidade SouABR (dados de produtos, tecidos, fios, fardos de algodão, unidades de produção, entre outros); criação do layout e impressão das tags das peças (informativo do Algodão Rastreável com QR Codes que direcionam às páginas web de rastreabilidade SouABR); e, por último, a definição e execução da estratégia de comunicação (peças, e-commerce). Como desafio, ela destaca os processos de manufatura que precisaram garantir que os fios e os tecidos de algodão fossem compostos 100% algodão certificado ABR e o desenvolvimento de uma comunicação que estimule a cliente a conhecer mais sobre o produto e valorizá-lo.

“A rastreabilidade vai além da transparência sobre a origem do produto e das etapas de produção, também contribui para reduzir riscos socioambientais e oferece uma opção de compra mais consciente à nossa cliente”, complementa.

Gabriele Ghiselini Cavaliunas, diretora-administrativa da Emphasis. Foto: Arquivo Pessoal


A Emphasis, que entrou neste projeto junto à C&A, conta que teve todo o suporte da varejista e da Abrapa na integração ao sistema de rastreabilidade. De acordo com Gabriele Ghiselini Cavaliunas, diretora-administrativa da Emphasis, não houve grandes mudanças nas práticas de controle que já adotavam em seu cotidiano.

“Começamos na compra do tecido, em que separamos por lote e nota fiscal em nosso estoque. Após liberar a produção, eles sobem para o corte, no qual separamos por lotes e identificamos quantas peças fizemos em cada lote de tecido. Depois, segue para a costura, lavanderia e acabamento, seguindo nossa metodologia de ordem de produção. Feitas essas etapas, preenchemos o sistema de rastreabilidade, mostrando quantas peças por lote fizemos e entregamos ao cliente”, elenca Gabi.

Em seu ponto de vista, a transparência ao consumidor final é um caminho sem volta, e será exigida cada vez mais.

“As empresas íntegras terão cada vez mais espaço no mercado e, dessa forma, puxarão outras para o mesmo patamar. Na Emphasis, prezamos muito pela transparência do negócio e a valorização da mão de obra. A rastreabilidade joga luz ao trabalho sério que fazemos no mercado e nossa responsabilidade social no meio em que vivemos”, argumenta a empresária.


 

 

 


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A empresa que intenciona aderir ao programa de rastreabilidade SouABR precisa cumprir outros critérios, sem exceções, e um deles é que a peça a ser rastreada tenha no mínimo 70% de algodão, e que esse insumo seja das fazendas certificadas pelo programa ABR. Além disso, toda a cadeia de fornecedores necessita topar ser mapeada, engajada, entender o funcionamento do programa e compartilhar seus dados. Silmara também conta que, além das empresas que já estão inseridas no programa SouABR, este ano a Abrapa entrou em uma nova fase e abriu espaço a outras marcas que queiram ser elegíveis.

“Acho que esse é outro aspecto positivo do projeto: ele é coletivo e colaborativo”, destaca Silmara Ferraresi, da Abrapa. “É uma experiência nova tanto para nós quanto para quem está na cadeia têxtil, e considero que a rastreabilidade física é uma experiência muito positiva, ao mesmo tempo que exige bastante de quem está envolvido no processo, tanto que não temos tantos exemplos de rastreabilidade de fibras, internacionalmente falando. No Brasil e no mundo, somos o primeiro projeto de rastreabilidade do algodão em escala de ponta a ponta.”

PERCEPÇÃO DE VALOR

Micheline Maia, da R-Inove, assim como Cyntia Kasai, da C&A, acredita que o amadurecimento do mercado em relação à importância da rastreabilidade virá com a mudança de comportamento do consumidor em busca de transparência produtiva do produto ou marca que ele está utilizando.

“O consumidor precisa entender que não há segredo para uma roupa extremamente barata. Alguém pagou por ela: ou foi a mão de obra quase escrava, ou foram os processos inadequados e com excesso de poluição ambiental. Do outro lado, ainda há muito discurso de empresas sócio e ambientalmente corretas, mas que se assustam quando falamos que a nossa solução em rastreabilidade traz transparência efetiva. Até mesmo grandes organizações ainda não estão preparadas para a transparência total, pois não têm certeza se seus processos são 100% justos, principalmente quando terceirizam parte de sua produção. É preciso ressaltar que a inovação atrelada à transparência de produto e processo é um caminho sem volta para o segmento têxtil, e as empresas precisam estar atentas ou vão perder espaço. Apesar disso, temos tido respostas bem positivas e nossos clientes possuem um perfil de liderança inovadora e processos bem controlados, inclusive nos impactos que causam ao meio ambiente. Isso facilita a implementação da nossa tecnologia e cria um canal transparente e aberto ao consumidor. A marca passa a ter uma digital única e fala direto com seu cliente”, aponta Micheline.

Silmara, da Abrapa, complementa a reflexão: as empresas que estão compromissadas entendem que a rastreabilidade é importante para o consumidor final, mas esse consumidor, como no caso brasileiro, ainda não faz a opção de compra de uma peça única e exclusivamente por ela ser mais sustentável, isso falando do grande público. É necessária uma forma de educá-lo e, mais do que isso, que o grande público entenda os impactos positivos de uma cadeia produtiva justa para a toda a sociedade, consciência que já está mais difundida no mercado europeu.

MERCADO EXTERNO

Por falar em mercado europeu, tanto lá quanto em outros continentes, há países observando bem de perto as soluções que o Brasil vem trazendo à rastreabilidade na indústria têxtil como um todo, a exemplo do SouABR, que no exterior é apresentado junto ao Cotton Brazil, programa institucional da Abrapa de promoção internacional do algodão brasileiro, e ao R-Inove, que foi destaque na Conferência 2022 da International Textile Manufacturers Federation (ITMF), realizada em Davos, na Suíça.

Micheline Maia relata que esta foi uma experiência única e certamente, um marco em sua vida profissional. Depois, apresentou a solução de rastreabilidade da R-Inove em exposições em Portugal e Londres. “Atualmente, estamos trabalhando em uma parceria com Portugal que ainda está no início”, revela.

“Importante salientar que a Comissão Europeia aprovou medidas que vão obrigar as empresas a revisitarem seus modelos de negócio. Entre elas, ações que possam garantir o aumento da circularidade, diminuição da poluição ambiental causada pela produção têxtil e combate ao greenwashing, pois a cadeia têxtil, pelo próprio número de etapas produtivas, ainda é muito opaca. Em contrapartida, é uma das maiores empregadoras mundiais. Outra medida importante é o “Passaporte Digital do Produto”, garantindo ao consumidor informações precisas sobre as características e os impactos ambientais de cada produto. Espera-se que o nível de transparência das informações contribua para a decisão de compra e que cumpra um papel importante nas demandas por artigos menos poluentes e com maior ciclo de vida. Cada vez mais a sociedade está despertando para questões como desigualdade, justiça social ou poluição ambiental. Um grande segmento e de tanta importância econômica com o têxtil e de moda precisa estar alinhado a esse movimento. Por isso, acredito que muito em breve será obrigatória a comprovação de origem dos produtos, impactos gerados, inclusive a mão de obra envolvida, não somente na Europa, que já está iniciando essa transição, mas em âmbito mundial. Empresas precisarão estar preparadas para poder atender a essa demanda crescente por maior transparência”, sentencia a engenheira têxtil.

OUTROS EXEMPLOS

Como já dito, há outras empresas internacionais disponibilizando no mercado ferramentas de rastreabilidade voltadas ao setor têxtil. Um exemplo é a TextileGenesis, empresa holandesa fundada em 2018 e que, em janeiro de 2023, teve 51% de seu capital adquirido pela Lectra, em uma operação de 15,2 milhões de euros. A aquisição total deve ocorrer em mais duas etapas programadas: uma em 2026 e outra em 2028.

Legenda: TextileGenesis, plataforma SaaS de rastreabilidade que agora integra o grupo Lectra.
Foto: Divulgação


Utilizando blockchain, a TextileGenesis possui uma plataforma Software as Service (SaaS) que permite que marcas de moda e fabricantes têxteis garantam um mapeamento confiável, seguro e totalmente digital de seus têxteis, desde a fibra até o consumidor, garantindo, assim, sua autenticidade e origens. Entre alguns de seus parceiros estão Lenzing, U.S. Cotton Trust Protocol e Renewcell, além de marcas como Bestseller e H&M.

Outro é a FibreTrace®, plataforma SaaS em nuvem para rastreabilidade de fibra têxtil, tanto de forma digital quanto física, desde a fibra bruta até a loja. O serviço está disponível em dois formatos: FibreTrace® Mapped, uma solução digital gratuita que mostra transparência por meio de tecnologia blockchain; e FibreTrace® Verified, que adiciona scanners físicos ao processo de verificação para fornecer rastreabilidade e transparência irrefutáveis ​​para armazenar fibras em cada etapa da cadeia de fornecimento têxtil.

E mais uma opção é a TrusTrace, um ecossistema de rastreabilidade para a moda. A empresa, fundada em 2016 em Estocolmo, na Suécia, é a plataforma líder em rastreabilidade e gerenciamento de dados de conformidade para cadeias de valor de alto volume, tanto para têxteis quanto para a indústria de calçados, sobretudo commodities de alto risco e instalações de produção em regiões de alto risco (prevenção de trabalho forçado). A plataforma, construída em conformidade com o padrão GS1, padroniza como os dados da cadeia de suprimentos e de rastreabilidade de materiais são capturados, digitalizados e compartilhados entre marcas e fornecedores por meio de uma API aberta confiável, permitindo a integração direta entre os fluxos de trabalho de varejistas, fabricantes e fornecedores, bem como com terceiros, como agências de certificação, conjuntos de dados de ciclo de vida e outros fornecedores de soluções de sustentabilidade.


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Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão

ALGODÃO PELO MUNDO #41/2023 20/10

20 de Outubro de 2023

Destaque da Semana - Tensão no Oriente Médio e esfriamento do mercado Chinês derrubam mercado. Missão Cotton Brazil visita o Paquistão.


Algodão em NY - O contrato Dez/23 fechou nesta quinta 19/10 cotado a 84,27 U$c/lp (-0,8% na semana). O contrato Jul/24 fechou 87,27 U$c/lp (-0,4% na semana) e o Dez/24 a 81,54 U$c/lp (+0,5% na semana).


Basis Ásia - O Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia é de 901 pts para embarque Out/Nov (Middling 1-1/8" (31-3-36), fonte Cotlook 19/out/23).


Baixistas 1 - As vendas de algodão da Reserva Estatal chinesa caíram vertiginosamente esta semana. No leilão de hoje, somente 11% das 20 mil toneladas ofertadas foram arrematadas.


Baixistas 2 - Os leilões surtiram o efeito de desaquecer o mercado e os preços internos de algodão e fio na China caíram aproximadamente 600 pontos nos últimos quatro dias.


Baixistas 3 - Com a tensão no Oriente Médio e postura conservadora do Fed, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA subiram para 5%, o seu nível mais alto desde a crise financeira de 2007.


Altistas 1 - Os preços do petróleo estão em alta com a crise no Oriente Médio.


Altistas 2 - De acordo com o último dado do monitor de secas dos EUA, 47% da área de produção de algodão foi afetada pela seca.


Missão Paquistão 1 - Abrapa, Anea e ApexBrasil realizaram de 16 a 18.10 missão que incluiu produtores e exportadores brasileiros e visitou indústrias, realizou eventos e reuniões nos dois principais polos industriais do país (Karachi e Lahore).


Missão Paquistão 2 - Em Karachi, uma das maiores cidades do mundo, foram visitadas duas indústrias (Naveena e Indus Dyeing), realizado evento para em torno de 80 clientes e agentes - Cotton Brazil Outlook. A delegação ainda participou de um evento fechado com os proprietários e CEOs das principais indústrias do país.


Missão Paquistão 3 - Em Lahore, segunda maior cidade do país, foi realizado o Cotton Brazil Outlook para mais de 100 convidados, além de um almoço fechado com os maiores industriais da região e reuniões com a APTMA (principal entidade do setor têxtil do país) e representantes do alto escalão do governo do Paquistão.


Paquistão 1 - O Paquistão é o terceiro maior consumidor industrial de algodão (2,2 milhões de toneladas previstas para 23/24), atrás somente de China e Índia.


Paquistão 2 - O país também é um grande produtor. É o quinto maior produtor do mundo (1,4 milhão de toneladas em 23/24), mas com produtividade baixa (540 kg pluma/ha) nos seus 2,6 milhões de hectares plantados.


Paquistão 3 - Como não consegue suprir sua demanda somente com algodão doméstico, o Paquistão tem crescido suas importações de algodão, à medida que a indústria têxtil cresce. Hoje é o 5º maior importador de algodão do mundo (910 mil toneladas em 23/24).


Paquistão 4 - Para o Brasil, o Paquistão já é o quarto maior mercado para nosso algodão (188 mil toneladas exportadas em 22/23).


Paquistão 5 - O setor têxtil representa 62% das exportações do país, mas o Paquistão tem uma fatia de somente 2% das exportações globais têxteis, enquanto a China tem 35%.


Paquistão 6 - Com custos baixos de mão de obra, incentivos fiscais e livre acesso ao mercado europeu, o país pretende continuar expandindo seu parque fabril têxtil e ocupar um espaço maior nas exportações globais.


Paquistão 7 - No atual momento, as indústrias locais estão se beneficiando de ótima safra, que pode ser a maior em nove anos, e consequentemente preços atrativos para a indústria (75 U$c/lp posto na indústria).


Paquistão 8 - A tendência é que a partir da virada do ano, com o fim da safra local, a demanda se volte ao algodão importado no país.


Paquistão 9 - O algodão brasileiro já é conhecido pelas indústrias locais, mas ainda persistem alguns conceitos errados que foram esclarecidos nos diversos eventos e reuniões realizadas, que destacaram as vantagens do algodão Brasileiro.


Paquistão 10 - Muitos feedbacks também foram dados aos representantes do Brasil, principalmente no quesitos índice de fibras curtas, maior padronização no compartilhamento dos dados de HVI e aproximação com marcas e varejistas.


Paquistão 11 - Também foi sugerido que o Cotton Brazil trabalhe em conjunto com as indústrias locais para solução de algumas questões técnicas no tingimento com algodão do Brasil.


Exportações - O Brasil exportou 90,6 mil tons de algodão até a segunda semana de out/23. A média diária de embarque é 26,4% menor em relação a out/22.


Beneficiamento 2022/23 - Até o dia 19/10 foram beneficiados: BA (86%), GO (95%), MA (87%), MG (81%), MS (90%); PR (100%), SP (100%), MT (62%), PI (64%) Total Brasil : 69% beneficiado.


Preços - Consulte tabela abaixo ⬇


Tabela de cotação


Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, programa da Abrapa. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com

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Evento Cotton Brazil Outlook promove a parceria entre cotonicultores brasileiros e clientes no Paquistão

19 de Outubro de 2023

O potencial de ampliação da compra de algodão brasileiro pelo Paquistão mobilizou a Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex.Brasil) em uma missão comercial de 16 a 18 de outubro. Quarto maior importador da pluma nacional, o País consumiu 188 mil toneladas na safra 2022/23 e, em dez anos, aumentou em 220% as compras do Brasil.

Durante três dias, a comitiva brasileira – que incluiu produtores e exportadores brasileiros – visitou indústrias e intensificou o networking com representantes de entidades setoriais e do governo paquistanês. A Missão Paquistão integra as ações do Cotton Brazil, marca que representa a cadeia produtiva do algodão brasileiro no exterior.

“O Paquistão tem se tornado cada vez mais importante para nós, principalmente porque está investindo bastante na modernização de seu parque industrial para aumentar a oferta de produtos com alta qualidade”, observou Alexandre Schenkel, presidente da Abrapa.

A intensificação da parceria entre Paquistão e Brasil se ampliou em julho, durante a Missão Compradores, que é um intercâmbio comercial que traz importadores de algodão brasileiro para conhecerem in loco o sistema de produção.

“Participei da Missão Compradores e voltei impressionado com o profissionalismo com o qual o algodão brasileiro é produzido. Há muita qualidade, rastreabilidade, sustentabilidade. A ida ao Brasil mudou minha visão sobre o produto para melhor”, afirmou Omair Allawala, executivo da Textile Karachi e um dos participantes dos eventos no Paquistão.

Com o objetivo de reforçar a qualidade do algodão brasileiro e divulgar como a cadeia produtiva está organizada no Brasil, o presidente da Abrapa levou aos paquistaneses a mensagem de que o Brasil é um fornecedor confiável. “Teremos volume para entregar nos próximos anos e somos um fornecedor estratégico e responsável”, afirmou Schenkel.

Mensagem essa baseada em dados e projeções de safra, apresentadas durante duas edições do evento “Cotton Brazil Outlook”, em que a Abrapa mostrou as informações atualizadas e estimativas para o comércio exterior. O seminário foi realizado nas cidades de Karachi e Lahore, reunindo mais de 200 convidados. Ocorreu ainda reunião com representantes da All Pakistan Textile Mills Association (APTMA) – a principal entidade setorial do país – e membros do governo paquistanês, além de visitas a indústrias e reuniões com os principais compradores do país.

Um dos pontos altos na Missão Paquistão foi o programa de rastreabilidade do algodão brasileiro, que abrange 100% dos fardos produzidos. Além de explicar como acessar informações em tempo real, online, da produção brasileira, a Abrapa falou sobre o programa SouABR, que acompanha toda a jornada do algodão da produção nas fazendas até a chegada da peça de roupa no guarda-roupa do cliente – tudo por meio de um QR Code.

O presidente do Conselho da Embrapa e secretário especial do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Augustin, avaliou como produtiva a incursão pela indústria têxtil paquistanesa. “Os paquistaneses conhecem o algodão brasileiro, a qualidade do produto e estão interessados em mais negócios. Aqui, estamos mostrando os produtos brasileiros para o mundo, especialmente o algodão, e a qualidade da agricultura do Brasil”, afirmou.

Cotton Brazil. A presença consistente do algodão brasileiro no mercado internacional tomou corpo em 2019, quando Abrapa, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex.Brasil) e Anea lançaram o programa Cotton Brazil. A marca representa toda a cadeia produtiva do algodão brasileiro em escala global e prioriza dez países: China, Vietnã, Paquistão, Bangladesh, Coreia do Sul, Indonésia, Índia, Tailândia, Turquia e Egito.

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Sou de Algodão fecha setembro com 41 novas adesões de pequenos e grandes empreendedores

Das marcas locais até grandes reconhecidas do mercado da moda, as novas parceiras provam que o algodão está em alta

17 de Outubro de 2023

Sou de Algodão, iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), fechou o mês de setembro com a adesão de 41 novas marcas, totalizando 1.419 parceiras. No que diz respeito aos portes, 36 são de pequenos empreendedores e 5 são marcas de moda de grande porte e presentes em todo o território nacional. Já em relação aos segmentos, dividem-se, principalmente, entre acessórios e artesanato, com 16, e confecções, com 25, nas quais o infantil continua liderando com 8 adesões, seguido por feminino, com 7, e agênero, com 5.


Forte atração pelo algodão em diversos setores da moda
Um dos destaques de setembro foi a entrada do Grupo Veste, trazendo cinco marcas reconhecidas no mercado da moda: Bo.Bô, Dudalina, Individual, John John e Le Lis Blanc. Essa adesão ressalta a crescente conscientização das marcas de renome sobre a importância de adotar práticas responsáveis, como o uso da fibra natural, em sua produção. “A nossa matéria-prima oferece muito mais do que qualidade, porque também contribui com o meio ambiente, tornando-se uma escolha cada vez mais atrativa para o setor”, explica Silmara Ferraresi, diretora de relações institucionais da Abrapa e gestora do movimento Sou de Algodão.


Elisa Lima, Diretora de Relações com Investidores e ESG do Grupo Veste, diz que as fibras de algodão estão presentes na maioria dos produtos das marcas que fazem parte da empresa. “Fazer parte de um movimento tão relevante como o Sou de Algodão – que destaca ao consumidor o cultivo desta matéria-prima no Brasil para a responsabilidade social e ambiental – é muito importante para a construção de uma moda mais sustentável, o que é unanimidade aqui na Veste. Somos um grupo extremamente cuidadoso em toda a cadeia produtiva, com fornecedores certificados pela ABVTEX. Esta parceria com a Abrapa está só começando”, comemora.


As regiões
O Sudeste lidera com 29 novas marcas que chegaram ao movimento, seguido pelo Sul, com 7 adesões, e o Nordeste, com cinco. Essa distribuição demonstra um aumento significativo do interesse pela fibra em várias partes do Brasil. Entre os estados, São Paulo lidera com 21, seguido pelo Rio de Janeiro, com 6.


Para conferir todas as marcas parceiras Sou de Algodão, é só acessar este link marcas parceiras - Sou de Algodão (soudealgodao.com.br).


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