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ABR-UBA abre temporada de adesão para safra 2023/2024

A meta é ultrapassar as 120 unidades de beneficiamento aprovadas este ano

02 de Agosto de 2024

Teve início o período de adesão das Unidades de Beneficiamento de Algodão (UBA) — a primeira etapa industrial da matéria-prima até chegar ao consumidor final — ao programa de certificação socioambiental Algodão Brasileiro Responsável para Unidades de Beneficiamento de Algodão (ABR-UBA) para a safra 2023/2024. No ciclo passado, 99 UBAs, distribuídas em oito estados, foram aprovadas após auditorias pelo programa criado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Para este ano, a meta é ultrapassar as 120 unidades.


“Na última safra, foram certificadas 42% das unidades de beneficiamento existentes no país. Para este ano, buscamos ampliar esse número, pois o resultado alcançado até agora é um sinal claro do engajamento dos produtores brasileiros de algodão com o conceito de sustentabilidade e com o programa de certificação. Embora não seja obrigatório, o ABR-UBA continua ganhando mais adeptos a cada ano”, afirmou o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel.


Criado em 2021, o ABR-UBA é baseado nos pilares da sustentabilidade — ambiental, social e econômico —, e estabelece parâmetros de boas práticas para o beneficiamento nas unidades. Ele exige o cumprimento de legislações e normas específicas para a atividade, que são auditadas para a obtenção da certificação.


Na safra 2022/2023, dos 3,27 milhões de toneladas de algodão beneficiado, dois milhões de toneladas foram processadas em algodoeiras certificadas. Isso corresponde a 62% do montante. “O resultado é muito importante. O ABR-UBA introduz práticas que promovem uma gestão eficiente e a padronização dos processos, como medidas para evitar a contaminação dos fardos. O cumprimento desses requisitos inicia um processo de melhoria contínua nas usinas, com o objetivo de estabelecer um padrão de qualidade para os fardos brasileiros”, explicou Schenkel.



Adesão


As interessadas em aderir ao programa devem procurar uma das nove associações filiadas à Abrapa, que atue no seu estado: Abapa (Bahia), Agopa (Goiás), Ampa (Mato Grosso), Ampasul (Mato Grosso do Sul), Amapa (Maranhão), Amipa (Minas Gerais), Appa (São Paulo), Acopar (Paraná)  e Apipa (Piauí).


Para este ano, todo o protocolo e seus documentos foram reavaliados, com a inclusão de três novas perguntas que abordam a execução de trabalhos em altura acima de dois metros, a segurança nas áreas de vivência e o armazenamento de caroço. Foram introduzidas também medidas para prevenir assédio moral, sexual e qualquer outro tipo de violência.


“O escopo foi ajustado para incentivar a boas práticas voltadas ao bem-estar, saúde e segurança dos trabalhadores envolvidos nas atividades com máquinas e equipamentos usados no beneficiamento da pluma, e o aprimoramento é contínuo. O checklist de administração, nesta safra, inclui cinco novos itens, com o objetivo de promover a melhoria contínua nas unidades participantes”, disse Schenkel.


As certificadoras de terceira parte que atuarão nas associações estaduais serão Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Genesis Certifications e Qima/WQS. Os 173 itens avaliados estão organizados nos 8 critérios: contrato de trabalho; proibição de trabalho infantil; proibição de trabalho análogo ao escravo; liberdade de associação sindical; proibição de discriminação de pessoas; meio ambiente, segurança do trabalho e saúde ocupacional (NR31) e segurança no trabalho em máquinas e equipamentos (NR12); desempenho ambiental e boas práticas.

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Workshop sobre o uso de biológicos na agricultura reúne especialistas no 14° CBA

01 de Agosto de 2024

O uso de ferramentas de origem biológica na agricultura será o assunto em destaque no workshop 5, que integra a programação do 14° Congresso Brasileiro do Algodão (CBA), realizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), de 3 a 5 de setembro, na cidade de Fortaleza. Sob a coordenação do professor da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Thiago Gilio, quatro especialistas discutirão os desafios e as oportunidades na utilização de biológicos.


“Entre os principais desafios estão a identificação de microrganismos eficazes, a produção em larga escala mantendo a qualidade, o transporte, o desenvolvimento de métodos eficientes de aplicação no campo, a adaptação a diferentes condições climáticas, a navegação por regulamentações complexas e o conhecimento sobre a interação destes microrganismos”, explica Gilio, que também vê oportunidades promissoras.


“Por outro lado, as ferramentas biológicas podem melhorar a saúde do solo, aumentando a biodiversidade microbiana e recuperando solos degradados, o que resulta em maior produtividade e rentabilidade. Inovações tecnológicas, como a metagenômica, permitem uma utilização mais precisa dos microrganismos benéficos, com a possiblidade de monitoramento a cada safra em diferentes sistemas produtivos” diz o coordenador do encontro.


Para Gilio, este workshop trará não apenas uma visão geral sobre o uso de biológicos e bioinsumos, mas, também, atualizações técnicas e oportunidades que abrangem desde a prospecção, produção, aplicação e interações até formas de avaliar seus efeitos em diferentes sistemas produtivos ao longo do tempo.


“Os pesquisadores que conduzirão este workshop abordarão diversos aspectos dos biológicos na agricultura. Estruturamos o evento de maneira a possibilitar o máximo de interação entre os participantes e os especialistas da área, utilizando exemplos práticos para ilustrar os conceitos discutidos ao longo do encontro”, finaliza o agrônomo, com doutorado em Genética e Melhoramento pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), com doutorado sanduíche, no ARS-USDA, Soybean Genomic and Improvement Lab, Beltsville, MD, (EUA).


Palestrantes


Com o tema “Biológicos no controle de doenças e nematóides em algodoeiro”, Fabiano Perina, pesquisador da Embrapa Algodão, abre a programação. Engenheiro Agrônomo, possui mestrado e doutorado em Fitopatologia pela Universidade Federal de Lavras e, doutorado sanduíche, pela Universidade de Delaware (EUA). Atualmente, faz pesquisas sobre o manejo e diagnóstico de doenças e nematóides do algodoeiro e sistemas de produção de algodão, na Embrapa Algodão.


A palestra seguinte fica a cargo do professor associado da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Galdino Andrade Filho, que falará sobre os compostos secundários de microrganismos, interações e potenciais usos na agricultura. Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Londrina, Galdino possui doutorado em Ecologia Microbiana, pela Universidade de Granada, e pós-doutorado em avaliação de risco ambiental de organismos geneticamente modificados, pela University of Surrey (UK); além de um segundo pós-doutorado em Análise de bioindicadores da saúde do solo, pelo USDA – Agricultural Research Service (EUA).


Na sequência, a sócia fundadora da GoGenetic e CEO da Start-up GoSolos, Vânia Pankievicz, abordará a metagenômica como ferramenta para a utilização e aplicação de bioinsumos. A palestrante, vencedora do FINEP-Prêmio Mulheres Inovadoras em 2021, é bióloga, com mestrado e doutorado em Bioquímica e Biologia Molecular pela Universidade Federal do Paraná (UFPR); e pós-doutorado em Agronomia pela Universidade de Wisconsin-Madison (EUA).


Encerra a programação, a líder do grupo de pesquisa em Biodiversidade e Biotecnologia Agrícola, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Martha Viviana Celly Torres. Ela traçará um panorama do uso de bioinsumos de base microbiana no norte de Mato Grosso. Graduada em Biologia pela Universidade Pedagógica e Tecnológica da Colômbia, Martha tem mestrado e doutorado em Microbiologia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL).

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Rastreabilidade fardo a fardo é destaque na visita da Missão Compradores pela Bahia

01 de Agosto de 2024

Apesar de toda diversidade da cotonicultura brasileira, o compromisso com a qualidade, a responsabilidade na produção e rastreabilidade dos fardos é uma característica no País. Essa foi a percepção que predominou em mais uma etapa da “Missão Compradores”, intercâmbio comercial realizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) - que neste ano mobilizou 21 representantes da indústria têxtil mundial.


Na quarta (31), a delegação passou pelo estado da Bahia, visitando duas fazendas no município de São Desidério: a Warpol, do grupo Busato, e a Nossa Senhora do Carmo, propriedade de Dirceu Montani. A agenda incluiu ainda o Centro de Análise de Fibras da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), em Luis Eduardo Magalhães.


Na fazenda Warpol, o chinês Qi Zhang acompanhou de perto o processo de rastreabilidade. “As amostras de algodão são retiradas assim que saem da prensa. Cada amostra tem um número específico correspondente, que é o mesmo número que vai no fardo, no QR Code. Então é realmente uma rastreabilidade fardo a fardo”, destacou ele.


A “brancura” da pluma baiana também saltou aos olhos de Zhang. “Na etapa de expedição, os fardos são todos separados de maneira uniforme, o que é muito bom para nós, da indústria têxtil. Mas o que mais me chamou a atenção é o quanto o algodão baiano é branco”, comentou.


Júlio Busato, ex-presidente da Abrapa e sócio-proprietário da fazenda Warpol, recebeu de braços abertos a delegação da missão. “É um prazer receber na nossa fazenda os gestores da indústria têxtil global para que eles possam ver de perto o profissionalismo dos produtores de algodão da Bahia. É uma honra para nós”, afirmou.


Diferentemente de Mato Grosso, onde o cultivo do algodão é feito em sua maioria em áreas de sequeiro, na fazenda baiana foi possível conferir o uso da irrigação. Hoje, somente 8% da área plantada brasileira irriga alguma etapa do processo produtivo.


Alexandre Schenkel, presidente da Abrapa, explica que no Brasil a irrigação não é a técnica predominante. “Aproveitamos ao máximo a água naturalmente disponível porque nosso foco é a produção responsável e o uso racional dos recursos naturais. Mas quando é necessário, a irrigação entra de forma inteligente, nos talhões onde realmente é necessário”, comentou.


A comitiva conheceu também a estrutura onde será nova sede e o novo laboratório de análise de algodão da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa). De acordo com o presidente da Abapa , Luiz Carlos Bergamaschi, a capacidade de análise será dobrada a partir de 2025.


“Para nós, produtores baianos, é importante receber a “Missão Compradores” porque nos dá a oportunidade de mostrar a eficiência brasileira na produção, em todos os elos da cadeia produtiva”, afirmou Bergamaschi durante a visita. Ele explica que o intercâmbio acaba funcionando também como uma oportunidade para que os cotonicultores recebam feedbacks sobre pontos que ainda podem melhorar no cultivo do algodão.


O sul-coreano Jiwoon Park atestou a seriedade do laboratório da Abapa. “Muito organizado, segue os parâmetros internacionais e tem alta confiabilidade nas análises de HVI. Para nós, industriais, é muito importante que o algodão chegue com as mesmas características de qualidade que solicitamos, e ver essa credibilidade nas análises aqui nos dá mais confiança”, pontuou.


Nesta quinta (01), a “Missão Compradores” visita Goiás e segue para Brasília (DF). A comitiva reúne representantes das indústrias têxteis de Bangladesh, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Honduras, Índia, Paquistão e Turquia. Neste ano, o intercâmbio está em sua oitava edição – a primeira ocorreu em 2015.


A “Missão Compradores” é uma das ações do Cotton Brazil, iniciativa que representa internacionalmente o setor produtivo do algodão brasileiro. Coordenado pela Abrapa, o programa é realizado em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e tem apoio da Anea. A missão é realizada em conjunto com as associações estaduais de produtores de algodão de Mato Grosso (Ampa), Bahia (Abapa) e Goiás (Agopa).

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Profissionalismo e sustentabilidade do algodão em Mato Grosso chamam atenção na Missão Compradores

01 de Agosto de 2024

A cada edição da Missão Compradores, intercâmbio comercial em que a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) recebe importadores de algodão no Brasil, o generalismo a respeito da cotonicultura brasileira é substituído por uma visão mais realista do cotidiano no campo. Em sua oitava edição, a iniciativa reúne 21 representantes da indústria têxtil mundial e, na primeira etapa, o destaque foi o profissionalismo na gestão das fazendas e as boas práticas ambientais.


     Neste ano, a comitiva recepcionada pela Abrapa traz executivos de oito países: Bangladesh, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Honduras, India, Paquistão e Turquia. Culturas, idiomas e realidades bem diferentes dos brasileiros o que torna ainda mais útil abrir a porteira das fazendas aos importadores.


     Dos 21 representantes das indústrias têxteis mundiais que estão conosco, 19 visitam pela primeira vez nosso País. É uma bela oportunidade de mostrar na prática nosso compromisso com as pessoas, o ambiente e a qualidade, ponderou Alexandre Schenkel, presidente da Abrapa.


     Para Faizah Mahmoot, de Bangladesh, a oportunidade teve efeito duplo. A visita à fazenda Bom Futuro, em Campo Verde (MT), na terça (30) foi a primeira vez em uma lavoura de algodão. Conhecemos desde a colheita até o beneficiamento. Vimos como classificam o algodão e os programas sociais e ambientais que o grupo tem. Foi uma experiência ótima, comentou.


     Na Bom Futuro, destaque para a verticalização da produção. Além da algodoeira, a propriedade tem uma biofábrica de defensivos biológicos e uma indústria esmagadora – que produz óleo de algodão. Ainda em Campo Verde, a comitiva conheceu a Cooperfibra, cooperativa que é fiação e tem também um laboratório de classificação de algodão. Lá, um dos atrativos foi ver os diferentes tipos de fios que podem ser confeccionados a partir do algodão brasileiro.


Boas práticas


     Na segunda (29), a comitiva visitou a fazenda Boa Esperança, em Lucas do Rio Verde (MT). É uma propriedade com uma preocupação muito forte com o bem-estar dos colaboradores, além de ter boas práticas ambientais. Aqui, foram reflorestadas muitas áreas com árvores frutíferas, palmeiras e outras espécies para ampliar a área preservada para além do que exige a legislação, explicou Schenkel.


     Com 33 mil hectares destinados ao plantio de algodão na safra 2023/24, a Boa Esperança produz em área de sequeiro, sem irrigação – assim como 92% da produção nacional. Outro diferencial é o grande uso de compostagem (resíduos orgânicos que contribuem para a nutrição do solo), reduzindo a necessidade de fertilizantes minerais. Além disso, 100% do manejo é feito com controle biológico associado ao químico.


     Durante a visita, era dia de colheita, atividade que Raza Ellahi, da Turquia, acompanhou de perto. O que mais chamou a atenção foi a eficiência na colheita, com máquinas de última geração e pessoas capacitadas. Conversei com os gestores da fazenda para entender como eles dividem os talhões, escolhem as variedades e organizam as máquinas para colher, disse ela.


     Já a chinesa Sarah Hong destacou o grau de profissionalismo encontrado. Fiquei impressionada com o quanto a operação de colheita é bem estruturada. A separação dos lotes de algodão é feita desde o início das atividades. Isso é muito importante porque nós, compradores, precisamos de lotes uniformes para extrairmos o máximo da capacidade produtiva da fiação, explicou Hong.


     Toda a pluma produzida na fazenda Boa Esperança é destinada à exportação e a rastreabilidade da produção abrange todas as etapas produtivas – do plantio da semente até a chegada dos fardos ao contêiner que seguirá aos portos.


Workshop


     No domingo (28), foi realizado um workshop sobre a cotonicultura brasileira. O evento foi aberto pelo presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel, e contou com a presença do produtor e ex-ministro da Agricultura, Blairo Maggi. Aqui, em Mato Grosso, cultivamos com responsabilidade e eficiência. E temos potencial para expandir a produção: basta haver demanda, afirmou o presidente da Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão (Ampa), Eraí Maggi.


     O diretor de Relações Internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte, apresentou uma visão geral sobre os principais ativos do algodão brasileiro (qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade). Fernando Rati, gestor do Cotton Brazil, mostrou dados atualizados sobre a produção de algodão em Mato Grosso e o diretor da Associação Nacional de Exportadores de Algodão (Anea), Ariel Coelho, traçou um diagnóstico do mercado nacional e internacional da fibra.


     Na safra 2023/24, a previsão é de que o Brasil produza cerca de 3,7 milhões de toneladas de pluma, com exportações estimadas em cerca de 2,6 milhões de toneladas.


Agenda


     Nos próximos dias, a Missão Compradores passará pelos municípios baianos de São Desidério e Luís Eduardo Magalhães, por Cristalina, em Goiás, até a sede da Abrapa, em Brasília (DF). Estão programadas visitas técnicas ao Centro de Análise de Fibras da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) e ao Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), estrutura coordenada pela Abrapa.


     As informações partem da assessoria de imprensa da Abrapa.

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Indústria têxtil mundial fica impressionada com algodão brasileiro

01 de Agosto de 2024

Profissionalismo e sustentabilidade do algodão em Mato Grosso chamam a atenção na Missão Compradores; comitiva recepcionada pela Abrapa traz executivos de oito países A cada edição da “Missão Compradores”, intercâmbio comercial em que a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) recebe importadores de algodão no Brasil, o generalismo a respeito da cotonicultura brasileira é substituído por uma visão mais realista do cotidiano no campo. Em sua oitava edição, a iniciativa reúne 21 representantes da indústria têxtil mundial e, na primeira etapa, o destaque foi o profissionalismo na gestão das fazendas e as boas práticas ambientais. Neste ano, a comitiva recepcionada pela Abrapa traz executivos de oito países: Bangladesh, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Honduras, Índia, Paquistão e Turquia. Culturas, idiomas e realidades bem diferentes dos brasileiros – o que torna ainda mais útil “abrir a porteira” das fazendas aos importadores.


“Dos 21 representantes das indústrias têxteis mundiais que estão conosco, 19 visitam pela primeira vez nosso País. É uma bela oportunidade de mostrar na prática nosso compromisso com as pessoas, o ambiente e a qualidade”, ponderou Alexandre Schenkel, presidente da Abrapa. Para Faizah Mahmoot, de Bangladesh, a oportunidade teve efeito duplo. A visita à fazenda Bom Futuro, em Campo Verde (MT), na terça (30) foi a primeira vez em uma lavoura de algodão. “Conhecemos desde a colheita até o beneficiamento. Vimos como classificam o algodão e os programas sociais e ambientais que o grupo tem. Foi uma experiência ótima”, comentou.


Na Bom Futuro, destaque para a verticalização da produção. Além da algodoeira, a propriedade tem uma biofábrica de defensivos biológicos e uma indústria esmagadora – que produz óleo de algodão. Ainda em Campo Verde, a comitiva conheceu a Cooperfibra, cooperativa que é fiação e tem também um laboratório de classificação de algodão. Lá, um dos atrativos foi ver os diferentes tipos de fios que podem ser confeccionados a partir do algodão brasileiro. Boas práticas. Na segunda (29), a comitiva visitou a fazenda Boa Esperança, em Lucas do Rio Verde (MT). “É uma propriedade com uma preocupação muito forte com o bem-estar dos colaboradores, além de ter boas práticas ambientais. Aqui, foram reflorestadas muitas áreas com árvores frutíferas, palmeiras e outras espécies para ampliar a área preservada para além do que exige a legislação”, explicou Schenkel.


Com 33 mil hectares destinados ao plantio de algodão na safra 2023/24, a Boa Esperança produz em área de sequeiro, sem irrigação – assim como 92% da produção nacional. Outro diferencial é o grande uso de compostagem (resíduos orgânicos que contribuem para a nutrição do solo), reduzindo a necessidade de fertilizantes minerais. Além disso, 100% do manejo é feito com controle biológico associado ao químico. Durante a visita, era dia de colheita, atividade que Raza Ellahi, da Turquia, acompanhou de perto. “O que mais chamou a atenção foi a eficiência na colheita, com máquinas de última geração e pessoas capacitadas. Conversei com os gestores da fazenda para entender como eles dividem os talhões, escolhem as variedades e organizam as máquinas para colher”, disse ela.


Já a chinesa Sarah Hong destacou o grau de profissionalismo encontrado. “Fiquei impressionada com o quanto a operação de colheita é bem estruturada. A separação dos lotes de algodão é feita desde o início das atividades. Isso é muito importante porque nós, compradores, precisamos de lotes uniformes para extrairmos o máximo da capacidade produtiva da fiação”, explicou Hong. Toda a pluma produzida na fazenda Boa Esperança é destinada à exportação e a rastreabilidade da produção abrange todas as etapas produtivas – do plantio da semente até a chegada dos fardos ao contêiner que seguirá aos portos.


No domingo (28), foi realizado um workshop sobre a cotonicultura brasileira. O evento foi aberto pelo presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel, e contou com a presença do produtor e ex-ministro da Agricultura, Blairo Maggi. “Aqui, em Mato Grosso, cultivamos com responsabilidade e eficiência. E temos potencial para expandir a produção: basta haver demanda”, afirmou o presidente da Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão (Ampa), Eraí Maggi. O diretor de Relações Internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte, apresentou uma visão geral sobre os principais ativos do algodão brasileiro (qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade). Fernando Rati, gestor do Cotton Brazil, mostrou dados atualizados sobre a produção de algodão em Mato Grosso e o diretor da Associação Nacional de Exportadores de Algodão (Anea), Ariel Coelho, traçou um diagnóstico do mercado nacional e internacional da fibra.


Na safra 2023/24, a previsão é de que o Brasil produza cerca de 3,7 milhões de toneladas de pluma, com exportações estimadas em cerca de 2,6 milhões de toneladas. Agenda. Nos próximos dias, a “Missão Compradores” passará pelos municípios baianos de São Desidério e Luís Eduardo Magalhães, por Cristalina, em Goiás, até a sede da Abrapa, em Brasília (DF). Estão programadas visitas técnicas ao Centro de Análise de Fibras da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) e ao Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), estrutura coordenada pela Abrapa.


Saiba mais. A “Missão Compradores” está em sua oitava edição em 2024 e integra o escopo de ações do Cotton Brazil, iniciativa que representa internacionalmente o setor produtivo do algodão brasileiro. Coordenado pela Abrapa, o programa é realizado em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e tem apoio da Anea. A missão é realizada em conjunto com as associações estaduais de produtores de algodão de Mato Grosso (Ampa), Bahia (Abapa) e Goiás (Agopa).

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Comitiva internacional destaca a sustentabilidade do algodão produzido em Mato Grosso

A 8ª edição da “Missão Compradores”, da Abrapa, reuniu 21 representantes da indústria têxtil mundial na sua primeira etapa

01 de Agosto de 2024

A cada edição da “Missão Compradores”, intercâmbio comercial em que a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) recebe importadores de algodão no Brasil, o generalismo a respeito da cotonicultura brasileira é substituído por uma visão mais realista do cotidiano no campo. Em sua oitava edição, a iniciativa reúne 21 representantes da indústria têxtil mundial e, na primeira etapa, o destaque foi o profissionalismo na gestão das fazendas e as boas práticas ambientais.


Neste ano, a comitiva recepcionada pela Abrapa traz executivos de oito países: Bangladesh, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Honduras, Índia, Paquistão e Turquia. Culturas, idiomas e realidades bem diferentes dos brasileiros – o que torna ainda mais útil “abrir a porteira” das fazendas aos importadores.


“Dos 21 representantes das indústrias têxteis mundiais que estão conosco, 19 visitam pela primeira vez nosso País. É uma bela oportunidade de mostrar na prática nosso compromisso com as pessoas, o ambiente e a qualidade”, ponderou Alexandre Schenkel, presidente da Abrapa.


Para Faizah Mahmoot, de Bangladesh, a oportunidade teve efeito duplo. A visita à fazenda Bom Futuro, em Campo Verde (MT), na terça (30) foi a primeira vez em uma lavoura de algodão. “Conhecemos desde a colheita até o beneficiamento. Vimos como classificam o algodão e os programas sociais e ambientais que o grupo tem. Foi uma experiência ótima”, comentou.


Na Bom Futuro, destaque para a verticalização da produção. Além da algodoeira, a propriedade tem uma biofábrica de defensivos biológicos e uma indústria esmagadora – que produz óleo de algodão. Ainda em Campo Verde, a comitiva conheceu a Cooperfibra, cooperativa que é fiação e tem também um laboratório de classificação de algodão. Lá, um dos atrativos foi ver os diferentes tipos de fios que podem ser confeccionados a partir do algodão brasileiro.


Boas práticas


Na segunda (29), a comitiva visitou a fazenda Boa Esperança, em Lucas do Rio Verde (MT). “É uma propriedade com uma preocupação muito forte com o bem-estar dos colaboradores, além de ter boas práticas ambientais. Aqui, foram reflorestadas muitas áreas com árvores frutíferas, palmeiras e outras espécies para ampliar a área preservada para além do que exige a legislação”, explicou Schenkel.


Com 33 mil hectares destinados ao plantio de algodão na safra 2023/24, a Boa Esperança produz em área de sequeiro, sem irrigação – assim como 92% da produção nacional. Outro diferencial é o grande uso de compostagem (resíduos orgânicos que contribuem para a nutrição do solo), reduzindo a necessidade de fertilizantes minerais. Além disso, 100% do manejo é feito com controle biológico associado ao químico.


Durante a visita, era dia de colheita, atividade que Raza Ellahi, da Turquia, acompanhou de perto. “O que mais chamou a atenção foi a eficiência na colheita, com máquinas de última geração e pessoas capacitadas. Conversei com os gestores da fazenda para entender como eles dividem os talhões, escolhem as variedades e organizam as máquinas para colher”, disse ela.


Já a chinesa Sarah Hong destacou o grau de profissionalismo encontrado. “Fiquei impressionada com o quanto a operação de colheita é bem estruturada. A separação dos lotes de algodão é feita desde o início das atividades. Isso é muito importante porque nós, compradores, precisamos de lotes uniformes para extrairmos o máximo da capacidade produtiva da fiação”, explicou Hong.


Toda a pluma produzida na fazenda Boa Esperança é destinada à exportação e a rastreabilidade da produção abrange todas as etapas produtivas – do plantio da semente até a chegada dos fardos ao contêiner que seguirá aos portos.


Workshop


No domingo (28), foi realizado um workshop sobre a cotonicultura brasileira. O evento foi aberto pelo presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel, e contou com a presença do produtor e ex-ministro da Agricultura, Blairo Maggi. “Aqui, em Mato Grosso, cultivamos com responsabilidade e eficiência. E temos potencial para expandir a produção: basta haver demanda”, afirmou o presidente da Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão (Ampa), Eraí Maggi.


O diretor de Relações Internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte, apresentou uma visão geral sobre os principais ativos do algodão brasileiro (qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade). Fernando Rati, gestor do Cotton Brazil, mostrou dados atualizados sobre a produção de algodão em Mato Grosso e o diretor da Associação Nacional de Exportadores de Algodão (Anea), Ariel Coelho, traçou um diagnóstico do mercado nacional e internacional da fibra.


Na safra 2023/24, a previsão é de que o Brasil produza cerca de 3,7 milhões de toneladas de pluma, com exportações estimadas em cerca de 2,6 milhões de toneladas.


Agenda


Nos próximos dias, a “Missão Compradores” passará pelos municípios baianos de São Desidério e Luís Eduardo Magalhães, por Cristalina, em Goiás, até a sede da Abrapa, em Brasília (DF). Estão programadas visitas técnicas ao Centro de Análise de Fibras da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) e ao Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), estrutura coordenada pela Abrapa.

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Abrapa participa de debate sobre o futuro da cotonicultura brasileira, em Cuiabá

01 de Agosto de 2024

O Brasil é, hoje, o maior exportador de algodão do mundo. Para assegurar o sucesso das próximas safras e debater o futuro da cotonicultura no país, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) se uniu a um time de especialistas e participou, em 31 de julho, do XVI Encontro Técnico do Algodão, realizado em Cuiabá (MT). O evento, promovido pela Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), reuniu pesquisadores e mais de 350 participantes de 11 estados, além de inscritos online.


O diretor executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero, participou do painel de abertura, que abordou os desafios, oportunidades e o futuro da cotonicultura. Entre os palestrantes convidados estavam o economista e sociólogo Marcos Troyjo e o CEO do Grupo Locks, Samuel Locks. Na sequência, ocorreu um painel com foco em Sistemas de Produção.


“Atualmente, a área destinada ao plantio é duas vezes menor do que no passado, mas produzimos seis vezes mais algodão no Brasil em comparação com a década de 70. Esse resultado reflete a base do desenvolvimento da nossa cotonicultura: tecnologia e produtividade. O cultivo da fibra ocupa apenas 0,2% do território nacional, o que contribui para a preservação do meio ambiente”, afirmou Portocarrero.


Foram apresentadas as transformações do setor ao longo dos anos e os avanços que resultaram em uma mudança de paradigma, elevando o país de segundo maior importador de algodão para o maior exportador global da fibra.


“Esse êxito é um reflexo do esforço de todos os produtores e do trabalho da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) na promoção internacional. Os associados da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) também desempenharam um papel importante, destacando a excelente qualidade e a sustentabilidade do algodão brasileiro. Esse esforço foi fundamental para o nosso reconhecimento”, destacou.


Ele ainda pontuou o trabalho desenvolvido pela Abrapa, que este ano completa 25 anos à frente da representação dos cotonicultores brasileiros. E ressaltou os programas estratégicos da associação nas áreas de promoção, sustentabilidade, rastreabilidade e qualidade.


O setor cresceu enfrentando crises, adaptando-se e avançando em questões estratégicas, com investimentos, pesquisa, inovação, profissionalismo e organização. “Hoje, o algodão brasileiro é produzido com responsabilidade social e ambiental, e possui rastreabilidade completa, desde a semente até o produto final”, disse Portocarrero.



Programação


O XVI Encontro Técnico do Algodão terminará no dia 02 de agosto, com uma agenda que inclui oito painéis focados em aspectos técnicos da cultura do algodão. O dia 01 será dedicado à retrospectiva da safra 23/24. Marcio Souza, coordenador de projetos e difusão de tecnologia do Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMA-MT), mediará o relato de produtores das regiões Norte, Médio Norte, Sul e Oeste de Mato Grosso, além do estado da Bahia. Também serão discutidos temas como clima, fisiologia das plantas, pragas, o bicudo do algodoeiro e o controle de fitonematoides.


No último dia do evento, haverá um painel dedicado ao "Cenário de Doenças na Cultura do Algodoeiro", com ênfase em manchas foliares. Em seguida, o encontro será encerrado com um painel sobre as melhores práticas e novas propostas para o manejo das plantas daninhas no algodoeiro.

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Abrapa, IPA e FPA se mobilizam para inclusão do óleo de algodão na cesta básica da reforma tributária

31 de Julho de 2024

A inclusão do óleo de algodão, o segundo mais consumido no Brasil, na cesta básica da reforma tributária para isenção de tributos foi discutida nas assembleias do Instituto Pensar Agropecuária (IPA) e da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), realizadas em Brasília no dia 30 de julho. No início do mês, a Câmara dos Deputados concluiu a votação do Projeto de Lei Complementar 68/24, que regulamenta a reforma tributária. Entre as várias alterações em relação ao projeto original do Poder Executivo, destaca-se a inclusão apenas do óleo de soja e do óleo de milho na cesta básica, uma omissão que passou despercebida. A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), o IPA e a FPA estão trabalhando para corrigir essa falha no Senado, antes que o projeto siga para sanção presidencial.


“Anteriormente, todos os óleos eram classificados genericamente como óleos vegetais, mas a isenção de impostos foi aprovada apenas para o óleo de soja e o óleo de milho. Estamos trabalhando junto ao IPA, à FPA e ao Senado para que o óleo de algodão também seja incluído na cesta básica. Contamos com o apoio da senadora Tereza Cristina e do senador Ireneu Orth”, afirmou Júlio Cézar Busato, conselheiro consultivo da Abrapa e vice-presidente do IPA.


Segundo ele, a prioridade é atuar no Senado para corrigir essa omissão e garantir a inclusão do óleo de algodão na cesta básica. “Isso permitirá que o produto feito à base do caroço de algodão também se beneficie da isenção fiscal”, explicou. O presidente da FPA, deputado federal Pedro Lupion, participou da reunião online devido à sua agenda no Paraná, que incluía ações relacionadas à reintegração de posse por agricultores, devido ao aumento de invasões de terras, especialmente nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e sul da Bahia.


A reforma tributária regulamenta diversos aspectos da cobrança do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), da Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS) e do Imposto Seletivo (IS), que substituirão o PIS, a Cofins, o ICMS, o ISS e parcialmente o IPI.  Entre os alimentos que passarão a ter as alíquotas de impostos reduzidas a zero, estão: arroz; feijão; leites e fórmulas infantis; manteiga; margarina; frutas, legumes e verduras; ovos; café; óleo de soja; farinha de mandioca; farinha, cuscuz e flocos de milho; farinha de trigo; açúcar; macarrão; e pão comum.


Além da discussão de temas relevantes da atualidade, os membros do IPA e do FPA também participaram de palestras sobre a situação geopolítica do país e as ameaças e oportunidades para o agro no cenário internacional.


O IPA congrega representantes das cadeias produtivas do agro brasileiro, da produção à indústria. A entidade discute e elenca as pautas prioritárias para o desenvolvimento agropecuário e subsidia, com informações, a FPA, que as defende no Congresso Nacional.

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Nutrição do algodoeiro é tema de workshop no 14° CBA

31 de Julho de 2024

A nutrição do algodoeiro será o tema central do workshop 4, que acontecerá no último dia do 14° Congresso Brasileiro do Algodão (CBA), realizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). No encontro, especialistas evidenciarão que a adubação e nutrição do algodoeiro estão diretamente relacionadas ao permitir que os materiais genéticos da cultura tenham condições de expressar seus potenciais produtivos conforme os ambientes de produção.


 “Para cada condição de solo e ambiente há a necessidade de fazer diagnósticos específicos, existindo estratégias diferentes. As respostas não são lineares porque há questões econômicas envolvidas. Por isso, o workshop 4 irá abordar, também, as eficiências técnicas e econômicas”, explica o coordenador do encontro, Leandro Zancanaro, sócio proprietário da Origens Parcerias Agrícolas.


 Zancanaro tem a expectativa de fazer com que as pessoas reflitam que, neste tema, há conceitos fundamentais que sempre foram atuais e que fornecem as diretrizes para o diagnóstico e elaboração das estratégias futuras. “Espero que o público tenha condições de interagir em relação ao que o conhecimento sobre a fisiologia associado à nutrição tem de novo, com comprovação científica”, afirma.


Palestras


 Quem abrirá o debate será o palestrante Álvaro Vilela Resende, da Embrapa Milho e Sorgo. Ele falará sobre conceitos de fertilidade no perfil do solo. Doutor em Solos e Nutrição de Plantas pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), ele é pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, na cidade de Sete Lagoas (MG), onde desenvolve pesquisas em manejo da fertilidade do solo e adubação, visando o uso eficiente de nutrientes em solos de fertilidade construída.


 A palestra seguinte será proferida pelo professor do Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM), Evandro Fagan, que abordará os aspectos fisiológicos que interferem na eficiência nutricional do algodoeiro. Fagan é graduado em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria, tem mestrado em Agronomia pela mesma universidade, e doutorado em Produção Vegetal pela Escola superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Atualmente é professor da UNIPAM, além de ministrar aulas de Fisiologia, Nutrição e Desenvolvimento de Plantas em cursos de especialização da ESALQ/USP.


 Na sequência, o coordenador de Solos e Pesquisa do Setor de Planejamento Agrícola, da SLC Agrícola, Marquel Jonas Holzschuh, falará sobre solos, ambientes de produção e fertilização do algodoeiro. Graduado em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), ele tem mestrado em Ciência do Solo pela UFSM e Doutorado em Ciência do Solo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Possui experiência em agronomia e pesquisa agrícola, com ênfase em correção, fertilidade e manejo do solo; adubação e nutrição de plantas.


 Leandro Zancanaro encerra o encontro com a palestra “Uso racional de fertilizantes: se adaptar a diversidade de situações”. Ele explica que essa adaptação depende do diagnóstico correto e conhecimento com base científica aplicado a uma atividade com o uso da tecnologia. “Tecnologia não tem a ver com o que é usado de insumos ou ferramentas, por mais sofisticadas que sejam, e sim, com o conhecimento”, acredita.


 Engenheiro Agrônomo formado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), ele tem mestrado em Ciência do Solo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS). Atualmente é sócio proprietário da Origens Parcerias Agrícolas, que trabalha com pesquisa nas áreas de solos, sistemas de produção, e consultoria nos Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.

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Laboratórios de análise de algodão da Ampasul e Agopa são aprovados em visita técnica do CBRA, em julho

31 de Julho de 2024

 Em julho, o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), deu início às visitas deste ano para aplicação do protocolo de Verificação e Diagnóstico de Conformidade do Laboratório (VDCL), como parte do programa Standard Brasil HVI (SBRHVI). A maratona começou pelo laboratório da Associação Sul-mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampasul), no dia 23, e, posteriormente, foi realizada no Laboratório de Classificação Visual e Tecnológica da Fibra de Algodão da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), no dia 30.


“Até outubro, os 12 laboratórios participantes do SBRHVI serão visitados para avaliação do cumprimento dos 42 itens da lista VDCL. Após as verificações, serão feitas recomendações para eventuais melhorias, visando assegurar que todos estejam plenamente em conformidade com o Programa de Qualidade do Algodão Brasileiro (PQAB)”, afirma o gestor dos programas de qualidade da Abrapa, Edson Mizoguchi.


Os requisitos para o laboratório participar do programa SBHVI englobam a parte estrutural, como, a climatização, os instrumentos de ensaio do HVI, a documentação e os registros de manutenção. O resultado confirma se o laboratório está operando com processos padronizados e se os dados obtidos nos ensaios com a pluma são precisos e transparentes. O trabalho do CBRA é orientar as unidades que serão, em outro momento, auditadas pelos fiscais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).


 “Nosso laboratório apresentou um Sistema de Gestão de Qualidade e se prepara para a acreditação junto ao CGCRE do Inmetro pela NBR ISO IEC 17025 no escopo de análise de HVI para as características micronaire, comprimento UHML, resistência em gramas por tex, índice de uniformidade, grau de brilho e de amarelamento”, afirma Renato Marinho de Souza, gerente do laboratório da Ampasul, que fica na cidade de Chapadão do Sul (MS). Nesta safra, a previsão do gestor é realizar 650 mil análises, um aumento de 57% em relação à safra 2022/23. Segundo ele, o estado sul-mato-grossense tem apresentado uma qualidade excelente nas principais características do algodão.


Para Rhudson Assolari, gerente do Laboratório de Classificação Visual e Tecnologia da Fibra de Algodão da Agopa, localizado no município de Goiânia (GO), a visita do CBRA é importante para avaliar toda operação, do início da chegada das amostras até as análises efetivadas. “Além disso, colocamos em operação uma nova máquina HVI-Classing Q Pro, considerada a modernização em termos de análise de algodão no Brasil. Ela é mais rápida do que a HVI-1000, o que aumenta a estabilidade das medições e reduz a influência do operador ao longo do tempo”, diz.


O laboratório da Agopa já possui um Sistema de Gestão da Qualidade implementado, além da acreditação na NBR ISO IEC 17025 pela CGCRE do Inmetro. “A nova máquina adquirida tem como objetivo aumentar a produtividade e reduzir a influência operacional nos ensaios”, explica o especialista em qualidade do algodão, Deninson Lima, do CBRA, que realizou a conferência no local.


A verificação é uma parte fundamental do programa do SBRHVI, que visa orientar os laboratórios nacionais. Outros dois pilares são: o CBRA e o Banco da Qualidade do Algodão Brasileiro. Os próximos encontros serão no mês de agosto, na Central de Classificação de Fibra de Algodão - Minas Cotton, em Uberlândia; no Laboratório de Classificação de Algodão BV Kuhlmann, em Rondonópolis e no Laboratório Petrovina, em Pedra Preta ; no Laboratório de Classificação Instrumental da Unicotton, em Primavera do Leste  e no da Cooperfibra, ambos em Campo Verde.

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