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Abrapa recebe representantes da Better Cotton Initiative (BCI), em Brasília

​Em 20/21, o Brasil foi o maior fornecedor, com 42% do total de algodão licenciado pela iniciativa suíça

07 de Julho de 2022

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) recebeu a visita de representantes da Better Cotton Initiative (BCI), nesta quarta-feira, 6, na sede da associação, em Brasília. As duas entidades atuam em benchmark desde 2013, por meio do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), gerido pela Abrapa, e licenciado pela Better Cotton. A BC é a maior iniciativa de sustentabilidade de algodão do mundo. Em 20/21, o Brasil foi o maior fornecedor, com 42% do total de algodão licenciado pela iniciativa suíça.

Segundo maior exportador e quarto maior produtor de algodão do mundo, o País avança no mercado global com a implementação de iniciativas pioneiras e inovadoras, sobretudo na área da pesquisa e no uso da tecnologia, para melhorar as técnicas de manejo nas lavouras e na qualidade do produto. O diretor Executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero, aproveitou a oportunidade para detalhar essas ações estratégicas da associação, em parceria com as estaduais e os produtores, para melhor posicionar o algodão no Brasil e globalmente. Destacou o empenho da associação na implementação de ações baseadas nos pilares social, ambiental e econômico, atendendo o protocolo do ABR, que é a certificação do algodão brasileiro. Hoje 84% da fibra tem a chancela do programa ABR. "O programa foi um grande passo que a cotonicultura brasileira deu e que posicionou o algodão em relação à forma de produzir no Brasil, com ênfase na sustentabilidade, observando as normas ambientais e trabalhistas. Dentro deste contexto, a parceria com a BCI é importante e estratégica globalmente", ressaltou.

Para o futuro, novos projetos e o aprimoramento dos atuais, estão no radar do setor. Entre eles, o que quantifica o sequestro de carbono na produção de algodão, para comercializar globalmente créditos para empresas que emitem carbono. "Será um passo a mais que daremos e uma garantia de sustentabilidade", disse.

Álvaro Moreira, gerente do BCI, demonstrou entusiasmo com as iniciativas brasileiras. "Acho que não tem programa semelhante ao ABR e é interessante ver as ações além do nosso acordo", observou. Segundo ele, o objetivo da visita é justamente estreitar as relações entre a BCI e a Abrapa, conhecer os projetos em andamento e trazer perspectivas globais do interesse da cotonicultura. "Temos muito a aprender com a rastreabilidade. É um processo de aprendizagem", destacou.

A visita também foi acompanhada pelo coordenador da BC no Brasil, João Rocha, pelo assessor da Abrapa, Vinicius da Silva, e virtualmente pelo gerente de Sustentabilidade, Fábio Antônio Carneiro.  O gestor da Qualidade, Edson Mizoguchi, acompanhou a visita ao Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA). Trata-se de um laboratório central de verificação e padronização dos processos classificatórios do algodão brasileiro que atua para garantir a qualidade e a credibilidade dos resultados aferidos nos diversos laboratórios instalados no território nacional.

 

Saiba mais sobre a BCI:

Better Cotton Initiative (BCI) é uma organização sem fins lucrativos, criada em 2005, com sede em Genebra, Suíça. A BCI atua para melhorar a produção mundial do algodão para aqueles que o produzem, para o meio em que é cultivado e o para futuro do setor. Seus associados são entidades que representam produtores, marcas de confecção prestigiadas, varejistas, fornecedores e outros elos da cadeia econômica do algodão, além da sociedade civil.

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Movimento Sou de Algodão alcança 1.000 marcas parceiras

05 de Julho de 2022

O Movimento Sou de Algodão, iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), alcançou 1.000 marcas parceiras no mês de junho, consolidando a proposta de despertar a consciência coletiva em torno da moda e do consumo responsável.

Lançado em 2016, durante o São Paulo Fashion Week, tem o objetivo de valorizar o algodão brasileiro por meio da união da cadeia produtiva e têxtil. Nos últimos anos, além da participação em semanas de moda, algumas ações que se destacaram foram: Sou de Algodão Conecta, pilar de negócios para as próprias marcas parceira; Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores, para estudantes de moda, e Programa SouABR, pioneiro na rastreabilidade da fibra com certificação socioambiental, de ponta a ponta.

O presidente da Associação, Júlio Cézar Busato, diz que não é apenas uma questão de democratizar o uso, mas de compartilhar, com transparência, o trabalho responsável do setor cotonicultor do Brasil. "Quando lançamos o movimento, havia uma distância entre o campo e a moda, já que produzimos uma fibra com responsabilidade socioambiental e certificação, mas, na época, ninguém conhecia. Para isso, era necessário informar e chamar a atenção para os atributos: natural, leve, hipoalergênico, suave e responsável. A presença da matéria-prima, no dia a dia das pessoas, se faz por meio dos produtos, por isso passamos a convidá-las a fazer parte e a compartilhar o nosso propósito: unir a cadeia, em torno da moda responsável e do consumo consciente. Chegar às 1.000 marcas é um marco importante e nos faz crer que estamos no caminho certo, movimentando consumidores por um futuro mais responsável", explica Busato.

 

PERFIL DAS MARCAS

Presentes em todas as cinco regiões do Brasil, cerca de 82% se encontram nas regiões sudeste e sul. Atualmente, são vários segmentos que se dividem entre os elos da indústria têxtil para chegar até o consumidor final. Os cinco segmentos com maior representatividade são as marcas infantis, com 226, 178 no feminino, 130 que trabalham com o masculino e o feminino, 91 de artesanato e 63 exclusivas para o universo maculino.

Juliana Cecilio, dona da Mon Petit Pijamas, uma das cinco primeiras marcas a fazerem parte do movimento, diz que a iniciativa tem agregado e acrescentado muito valor ao negócio. "Pelo Sou de Algodão, eu pude saber mais sobre a matéria-prima que uso, conhecer outro lado da cadeia de produção e unir forças com outros empreendedores. Por isso, quero continuar espalhando essa semente para meus clientes e parceiros."

 

COMPROMISSO COM O MEIO AMBIENTE

Para Edmundo Lima, diretor executivo da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX), parceira institucional do Sou de Algodão, ao alcançar esta marca, a iniciativa passa a se consolidar como ação coletiva e colaborativa que preza pela preservação do meio ambiente, pelo respeito ao trabalhador e pela sustentabilidade dos negócios. "Como elo importante da cadeia, o varejo de moda representado pela ABVTEX ressalta a união de forças para ganhar escala e ter maior impacto positivo, por isso, apoia o movimento desde 2017."

Para o CEO do Grupo Malwee, Guilherme Weege, a adesão ao movimento vai ao encontro das exigências do público. "A parceria veio para somar às ações que já desenvolvemos para estimular uma moda sustentável, ética e transparente em toda a sua cadeia de valor. Além disso, reflete também no apelo com o consumidor, que busca por marcas que oferecem propósito por meio de seus produtos. A união com o Movimento reforça ainda mais o nosso compromisso", explica Weege.

Para se tornar uma marca parceira, é necessário trabalhar com produtos que utilizam, no mínimo, 70% de algodão em sua composição e a adesão é gratuita. Além de divulgação mútua e participação em ações e campanhas em prol de uma moda mais responsável, também são enviadas tags para serem utilizadas nos itens, para que seja comunicado o uso da fibra nacional.

 

 

Leia mais: MOVIMENTO SOU DE ALGODÃO ALCANÇA 1.000 MARCAS PARCEIRAS – Costura Perfeita

Mídia: Costura Perfeita

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Abrapa revisa projeção de colheita da safra 2021/22

05 de Julho de 2022

A revisão da colheita da safra 2021/22 apontou que 6,9% da área total de algodão foi colhida. Os dados foram divulgados pela Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão).

A previsão de crescimento ficará abaixo das estimativas iniciais, devido às intempéries climáticas que atingiram as regiões produtoras de maneira diferenciada, com chuvas excessivas ou seca.

Ainda segundo a Abrapa, a projeção é colher 2,609 mil toneladas de algodão, na safra 21/22, ante as estimativas iniciais de 2,8 milhões de toneladas. Apesar da revisão negativa, o volume de pluma projetado para a colheita 2021/2022 é 10,8% maior do que as 2,36 milhões de toneladas colhidas na safra passada.

Fonte: Abrapa

 

Leia mais: Abrapa revisa projeção de colheita da safra 2021/22 - SBA1 | Sistema Brasileiro do Agronegócio

Mídia: Canal do Boi

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Abrapa acompanha lançamento do Plano Safra

05 de Julho de 2022

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Júlio Cézar Busato, acompanhou o anúncio do Plano Safra 2022/2023 pelo governo federal, na quarta-feira (29). A entrada em vigor será em 1º de julho, data oficial de início do novo ano-safra. O setor cotonicultor ainda aguarda a divulgação do reajuste do preço mínimo do algodão, cuja definição ainda depende de voto do Conselho Monetário Nacional (CMN), que deve ocorrer nos próximos dias. A cerimônia foi no Palácio do Planalto.

Serão R$ 340,88 bilhões para apoiar a produção agropecuária nacional até junho do próximo ano. O valor reflete um aumento de 36% em relação ao Plano anterior. Do total de recursos disponibilizados, R$ 246,28 bilhões serão destinados ao custeio e comercialização, uma alta de 39% em relação ao ano anterior. Outros R$ 94,6 bilhões serão para investimentos (+29%). Os recursos com juros controlados somam R$ 195,7 bilhões (alta de 18%) e com juros livres R$ 145,18 bilhões (alta de 69%). O montante de recursos equalizados cresceu 31%, chegando a R$ 115,8 bilhões na próxima safra.

 

Pequenos produtores

Os recursos para os pequenos produtores rurais tiveram um acréscimo de 36%. Serão destinados R$ 53,61 bilhões para financiamento pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), com juros de 5% e 6% ao ano. Desse valor, 31 R$ bilhões são para custeio e comercialização e R$ 22,6 bilhões para investimentos.

 

Demais produtores e cooperativas

Para os demais produtores e cooperativas, o total disponibilizado chega a R$ 243,4 bilhões, com taxas de juros de 7% a 12,5% ao ano, de acordo com a linha de crédito. Os produtores rurais também podem optar pela contratação de financiamento de investimento a taxas de juros pós-fixadas.

Fonte: Abrapa

 

Leia mais: Abrapa acompanha lançamento do Plano Safra - Notícias Agrícolas (noticiasagricolas.com.br)

Mídia: Notícias Agrícolas

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Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão

ALGODÃO PELO MUNDO #26/2022

01 de Julho de 2022

- Destaque da Semana – Ao fim de um semestre marcado por uma China ainda lutando contra a Covid, guerra na Europa, inflação e temores de recessão, o algodão não resistiu: caiu 17% no semestre e quase 40% desde o pico no início de Maio.

 

- Algodão em NY – A volatilidade continua muito alta. Depois de baixas e limite de alta, o contrato Dez/22 fechou ontem a 98,84 U$c/lp (-3,11%). Referência para a safra 2022/23, o contrato Dez/23 era cotado a 82,76 U$c/lp (-1,72%) e o Dez/24 a 79,10 U$c/lp (-1,17%) para a safra 2023/24. Mercado operando em forte queda neste momento.

 

- Preços - Ontem (30/06), o algodão brasileiro estava cotado a 141,75 U$c/lp (-1.050 pts) para embarque em Ago-Set/22 (Middling 1-1/8" (31-3-36) posto Ásia, fonte Cotlook). Para o embarque Out-Nov/22: 118,75 U$c/lp (-1000 pts).

 

- Altistas 1 - O relatório semanal de condição nos plantios de algodão nos EUA indica que as lavouras estão se deteriorando. Lavouras em estado "ruim" e "muito ruim" aumentaram para 30% (+4%) e o estágio "boa a excelente" abrange 37% (-3%).

 

- Altistas 2 - Essas baixas condições iniciais de safra tendem a gerar um altíssimo abandono de área em 2022. Esta semana começam os pedidos de seguro para as áreas abandonadas. Apesar do impacto na oferta de algodão, os produtores não serão prejudicados, já que as indenizações de seguro garantirão renda alta aos afetados.

 

- Altistas 3 – Além dos EUA e Brasil, problemas na produção também ocorrem na Austrália, devido ao excesso de chuvas no final do ciclo. Na Índia, as chuvas de monções estão abaixo do esperado por enquanto.

 

- Baixistas 1 – Receios (e alguns indícios) de redução de demanda mundo afora e o risco cada vez mais claro de recessão prevaleceram nos últimos dias no mercado.

 

- Baixistas 2 – A consultoria Cotlook divulgou ontem seu relatório de oferta e demanda global. Os números trazem uma redução na projeção de consumo (22/23) de 26 milhões para 25,2 milhões de toneladas desde a última projeção no mês anterior. O USDA mantém o número de 26,46 milhões de toneladas.

 

- EUA 1 - No relatório Acreage, divulgado ontem pelo USDA, a estimativa de área plantada de algodão subiu para 5,05 milhões de hectares, alta de 11% com relação à safra passada e 2% acima da estimativa inicial divulgada em março/22.

 

- EUA 2 – O Texas, maior produtor, responde por mais de 57% da área plantada nos EUA (2,9 milhões ha) e é justamente o que mais sofre com a seca este ano.

 

- Evento Anea - No simpósio realizado pela Anea no sábado passado, o presidente da Abrapa, Júlio Busato, mostrou as estratégias para que o Brasil se torne primeiro produtor mundial de algodão. Uma delas é o programa Cotton Brazil.

 

- Evento Anea 2: Diretor da Ecom Cotton, Antonio Esteve alertou para o cenário macroeconômico mundial, que exige cautela com a alta inflação em todo o planeta. A situação impacta na previsão de crescimento mundial, com queda no consumo.

 

- Safra 2021/22 1 - A Abrapa atualizou a estimativa para a safra 2021/22 com produção de 2,609 milhões tons de algodão ante o número anteriormente projetado de 2,8 milhões tons. Essa redução reflete as intempéries climáticas.

 

- Safra 2021/22 2 - Mesmo com o decréscimo, esse volume supera em 10,8% as 2,36 milhões tons colhidas no ciclo passado. Os números foram divulgados na última reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados.

 

- Agenda 1 – Hoje, no final do dia, serão divulgados os dados de exportação do Brasil do mês de Junho.

 

- Agenda 2 – Na próxima segunda (4/Jul) haverá o feriado da Independência nos EUA. Portanto, a bolsa não funcionará.

 

- Colheita 2021/22 - Até ontem (30/06):  BA (23%); GO (15,5%); MS: (8%); MT (5%); MG (12%); SP (89%); PI (13%); MA (1%). Total Brasil: 9,1% colhido.

 

- Beneficiamento 2021/22 - Até ontem (30/06):  BA (9%); GO (5%); MT (1%); MG (9%); SP (79%); PI (1%). Total Brasil: 3% beneficiado.

 

- Preços - Consulte tabela abaixo ⬇

 

Boletim Algodao pelo Mundo 26.jpeg

Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, programa da Abrapa. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com

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Abrapa acompanha lançamento do Plano Safra

​Cerimônia foi no Palácio do Planalto, na quarta-feira, 29, e reuniu o setor do agronegócio do País

01 de Julho de 2022

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Júlio Cézar Busato, acompanhou o anúncio do Plano Safra 2022/2023 pelo governo federal, na quarta-feira (29). A entrada em vigor será em 1º de julho, data oficial de início do novo ano-safra. O setor cotonicultor ainda aguarda a divulgação do reajuste do preço mínimo do algodão, cuja definição ainda depende de voto do Conselho Monetário Nacional (CMN), que deve ocorrer nos próximos dias. A cerimônia foi no Palácio do Planalto.

Serão R$ 340,88 bilhões para apoiar a produção agropecuária nacional até junho do próximo ano. O valor reflete um aumento de 36% em relação ao Plano anterior. Do total de recursos disponibilizados, R$ 246,28 bilhões serão destinados ao custeio e comercialização, uma alta de 39% em relação ao ano anterior. Outros R$ 94,6 bilhões serão para investimentos (+29%). Os recursos com juros controlados somam R$ 195,7 bilhões (alta de 18%) e com juros livres R$ 145,18 bilhões (alta de 69%). O montante de recursos equalizados cresceu 31%, chegando a R$ 115,8 bilhões na próxima safra.

 

Pequenos produtores

Os recursos para os pequenos produtores rurais tiveram um acréscimo de 36%. Serão destinados R$ 53,61 bilhões para financiamento pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), com juros de 5% e 6% ao ano. Desse valor, 31 R$ bilhões são para custeio e comercialização e R$ 22,6 bilhões para investimentos.

 

Demais produtores e cooperativas

Para os demais produtores e cooperativas, o total disponibilizado chega a R$ 243,4 bilhões, com taxas de juros de 7% a 12,5% ao ano, de acordo com a linha de crédito. Os produtores rurais também podem optar pela contratação de financiamento de investimento a taxas de juros pós-fixadas.

 

Veja como ficaram os juros:

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13º CBA: Salas Temáticas, do dia 17, abordarão temas como sistemas de produção, mercado de carbono e biotecnologia

​O congresso é organizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e se realizará entre os dias 16 e 18 de agosto, em Salvador

29 de Junho de 2022

A viabilidade econômica e social do cultivo de algodão, técnicas para o melhoramento da qualidade da fibra, ferramentas de controle de pragas, mercado de carbono, biotecnologia e rentabilidade das lavouras serão alguns dos assuntos discutidos no 13º Congresso Brasileiro do Algodão (CBA), nas salas temáticas do dia 17 de agosto, no Centro de Convenções de Salvador. As palestras se realizarão na parte da tarde, nos horários das 14h15 às 16h e 16h45 às 18h15. Pela manhã, no mesmo dia, ocorrerão as Plenárias e, paralelamente às palestras, a área de exposição. No último dia do evento, 18, ocorrerão diversos workshops. A programação completa está disponível no site do CBA: http://congressodoalgodao.com.br/programacao-2022/ . Não haverá transmissão em tempo real somente no modo presencial e por meio de inscrições antecipadas.

O CBA é organizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e tem o apoio de várias instituições e empresas que se preocupam com a expansão da produção da fibra com sustentabilidade. O evento reúne especialistas, produtores, pesquisadores e empresas brasileiras e internacionais. No dia 17, serão 12 Salas Temáticas e 44 palestrantes, além dos moderadores e coordenadores de cada bloco. Confira, a seguir, os assuntos e convidados de cada ST.

 

É possível entregar rastreabilidade completa?

O consumidor está cada vez mais exigente e quer saber de onde vem a matéria-prima das roupas que usa e como foi transformada em uma peça. Com base em exemplos realizados no Brasil, os palestrantes mostrarão como o uso da tecnologia e a organização da cadeia têxtil permitem levar essas informações ao consumidor. Para discutir o tema "Da produção ao consumidor final, é possível entregar rastreabilidade completa?" foram convidados   Alexandre Carvalho, da Bom Futuro Agrícola Ltda, o diretor Executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero, e a assessora da presidência da Abrapa, Silmara Ferraresi.  A coordenação caberá ao integrante da comissão científica, Carlos Alberto Moresco, que considera a discussão sobre o tema essencial na atual conjuntura global. "Cada vez mais o consumidor exige do mercado informações. A Abrapa iniciou a oferta ao mercado nacional da rastreabilidade completa, da semente até a prateleira da loja. É um trabalho interessante e que atenderá também o mercado internacional", destaca.

 

Controle de pragas

O controle de pragas é crucial para a agricultura e para discutir o tema, o CBA traz os pesquisadores e especialistas na área: Jéssica Oliveira, do Instituto Mato-Grossense do Algodão, Taderson Galvan, da Provivi do Brasil, e Alexandre Lima Nepomuceno, da Embrapa Soja. Eles participarão da sala temática "Novas ferramentas para o controle de pragas" e apresentarão estudos e pesquisas sobre o tema. Além da busca de novos microrganismos para controle biológico, ou para identificação de genes candidatos à construção de plantas transgênicas resistentes a diversa pragas, outras tecnologias serão abordadas como o uso de feromônios, plantas transgênicas usando RNAi e uso de populações de insetos estéreis geneticamente transformados. "É uma sala temática interessante porque vamos mostrar exemplos não só do estudo básico, mas o já aplicado. Apresentaremos possibilidades de manejar a praga para que o produtor não fique dependente de uma única estratégia como, por exemplo, do controle químico", ressalta o coordenador do debate e integrante da comissão científica, Rafael Pitta.

 

Estratégias de manejo

Para discorrer sobre o tema "Desmistificando a nutrição e a adubação do algodoeiro no sistema atual de produção: exigências e estratégias de manejo", foram convidados Evandro Fagan Binotto, do Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM), Milton Ide, engenheiro agrônomo pela Esalq, e José João Gomes, da Amaggi.  A moderação fica a cargo de Ana Luiza Borin, integrante da comissão científica.

Também na quarta-feira, na sala temática sobre "Convívio e avanços no manejo de nematoides", Guilherme Asmus, pesquisador da Embrapa, Rosangela Silva, da Fundação MT, e Fabiano Perina, da Embrapa Algodão, discorrerão sobre os aspectos do ambiente de produção. Os palestrantes mostrarão a importância do manejo integrado para o controle desta praga de grande impacto no sistema de cultivo do algodoeiro nos cerrados. O monitoramento a campo é o primeiro passo, podendo ser apoiado pelas ferramentas de georreferenciamento. Todas as ferramentas disponíveis precisam ser articuladas no plano de manejo, desde a genética, o manejo cultural, controle biológico e químico.    "Será um importante momento para discutirmos o manejo de nematoides que só cresce, aumentando o problema nas lavouras", enfatiza o coordenador da ST e integrante da comissão científica, Celito Breda.

 

Cultivo do algodoeiro e a viabilidade econômica e social

Para entender se o "O cultivo do algodoeiro tem viabilidade econômica e social para a agricultura familiar?" foram convidados para palestrar Adriana Gregolin da FAO, Odilon Ribeiro, integrante da comissão científica, Valdinei Sofiatti, da Embrapa Algodão, José Tibúrcio Carvalho Filho, da Cooperativa dos Produtores Rurais de Catuti Ltda. Eles apresentarão novidades para a mecanização do cultivo algodoeiro em agricultura familiar, além de abordarem modelos de organização dos produtores. A sala será coordenada por Cecilia Malaguti do Prado, da ABC.

 

Produção: custo e competitividade

Na sala temática sobre "Evolução do custo de produção e da competitividade do cultivo do algodoeiro", Lucílio Rogério Aparecido Alves, do Cepea-ESALQ/USP, Rodrigo Gomes de Souza, da Companhia Nacional de Abastecimento, Lucas Braga Daltrozo, ESALQ/USP, Jones Yassuda da AgrAll Inputs, abordarão o custo de produção do algodão e de outras culturas do sistema (como soja, milho), além de evoluções futuras. A incidência da disponibilidade e dos custos dos insumos agrícolas também serão detalhadas nas apresentações dos painelistas. O objetivo da ST, segundo Lucílio, é discutir a estrutura de custos de produção do algodão, em um contexto de sistemas produtivos. Para isso, as análises envolverão informações das principais culturas, como soja e milho, tanto em termos de evolução histórica quanto de perspectivas para os próximos anos. "Trata-se de um tema oportuno, diante das incertezas atuais de pandemia e guerra. Queremos também entender a importância das compras de insumos e a venda da produção, assim como as questões agronômicas que envolvem o cultivo de algodão e o impacto nas gestões econômicas e financeiras da fazenda", destaca. Também serão discutidas, segundo ele, questões relativas às políticas públicas de longo prazo para investimentos e estratégias na obtenção de insumos agrícolas. "A dependência externa destes é um problema a ser atacado periodicamente."

 

Contaminantes

"Como reduzir os contaminantes na fibra brasileira, do campo até a unidade de beneficiamento de algodão (UBA)?" será o tema debatido pelos pesquisadores e especialistas Jean Belot, coordenador da Comissão Científica, Paulo Degrande, (UFGD), Márcio Souza, integrante da Comissão Científica, Renildo Mion, da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR) e Edmilson Santos, do Grupo - SLC Agrícola.  O foco será abordar como os contaminantes de diversas origens (insetos, plantas, plásticos) podem afetar a produção das indústrias têxteis. Serão apresentadas algumas recomendações para o manejo em campo ou nas algodoeiras, com o objetivo de reduzi-los na fibra brasileira.

 

Mercado de carbono

Para discutir o tema "O mercado de carbono é uma oportunidade para o algodão brasileiro?", o CBA contará com a coordenação da sala temática do vice-presidente da Abrapa e integrante da comissão científica, Alexandre Schenkel. Cimélio Bayer, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), e Fábio Passos, da Bayer participarão das palestras. Além de apresentar indicadores para monitorar esse carbono no solo, os palestrantes mostrarão como é organizado o mercado de carbono, e como o produtor pode valorizar isso na sua fazenda.

 

Plantas daninhas x herbicidas

Anderson Luis Cavenaghi, da Univag, Rubem Oliveira, da Universidade Estadual de Maringá, e Autieres Faria, Grupo Piccini, discorrerão sobre "Qual melhor estratégia de manejo para plantas daninhas resistentes a herbicidas?", com ênfase no uso de variedades transgênicas associadas de herbicidas. Destacarão como essa prática favoreceu o aparecimento de plantas daninhas tolerantes ou resistentes aos herbicidas. Também serão dadas recomendações de como manejar essas plantas de difícil controle.  "Essa discussão é muito importante para que o produtor possa planejar e ter um auxílio na tomada de decisões, sabendo quais plantas podem não ser controladas pelos herbicidas usados", destaca.

 

Sistemas de produção     

"Intensificação e integração em sistemas de produção de algodão" serão os temas da sala que trará os palestrantes, Júlio Salton, da Embrapa Agropecuária Oeste, Luiz Carlos Bergamaschi, da Abapa e Alexandre Cunha de Barcellos Ferreira, pesquisador da Embrapa. Os pesquisadores abordarão temas de relevância sobre a integração de sistemas de produção de algodão, na sala coordenada por Táimon Semler, integrante da Comissão Científica.

 

Biotecnologia

O tema sobre "Biotecnologia para o cultivo do algodoeiro" foi trazido ao debate no CBA por gerar expectativa ao produtor. Participarão da sala os especialistas e pesquisadores no assunto, Marc Giband, do Cirad, Luis Herrera Estrella, professor da Texas Tech University, e Paulo Augusto Barroso, da Embrapa Territorial e presidente da CTNBio. Eles prometem discorrer sobre as novas biotecnologias que poderão ser usadas na cadeia do algodoeiro e se isso auxiliará no manejo da lavoura.

 

Gestão operacional

A gestão operacional das fazendas é cada vez mais complexa à medida que as áreas manejadas crescem. A discussão da sala temática "Um olhar sobre os avanços na gestão operacional das fazendas" será focada em encontrar um equilibro entre a parte operacional e as recomendações agronômicas, a fim de sustentar altas produtividades. A inovação em mecanização e a contribuição para uma gestão operacional otimizada também estarão em pauta. Para debater esses assuntos, o CBA traz Artur H.L. Falcette, da Sapé Agr; Leocyr Lazarete Junior, do grupo Masutti e Paulo Herrmann, engenheiro agrícola formado pela Universidade Federal de Pelotas. Segundo Lamas, integrante da comissão científica e coordenador da sala, será uma oportunidade para discutir a melhora da atividade agrícola e a redução de custos. "Hoje o que faz a diferença é a gestão operacional, conjuntamente com o planejamento estratégico. Dimensionar o uso de máquinas e otimizar a utilização delas, assim como fazer o adequado planejamento do cultivo, além de gerir pessoas", diz.

Para o coordenador da Comissão Científica, Jean Belot, os congressistas que participarem dos debates e discussões do 13º CBA receberão informações atualizadas em suas respectivas áreas. "Será uma oportunidade de acompanhamento das tendências da cotonicultura global", destacou.  Os temas foram definidos a partir de pesquisa feita em 2020 e 2021.

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Abrapa reduz previsão de produção no País para 2,6 mi/t na safra 2021/22

29 de Junho de 2022

O Brasil deve produzir na safra 2021/22, que está sendo colhida, 2,6 milhões de toneladas de algodão, disse o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Júlio Cézar Busato, em evento do setor realizado na Bahia e transmitido pela internet. "Vínhamos muito bem e, infelizmente, faltou a última chuva para o nosso algodão. Estávamos programando 2,8 milhões de toneladas, com possibilidade de chegar a 2,9 milhões de toneladas, mas a chuva não veio, e a nossa estimativa hoje é de 2,6 milhões de toneladas", disse.

Para a safra 2022/23, que será plantada no fim do ano, a perspectiva é de redução de área, mas Busato não estimou de quanto. "Os insumos subiram assustadoramente. Estive conversando com produtores e associações estaduais, e o Brasil talvez diminua a sua área, mas muito pouco. Estamos mais preocupados em produzir algodão para manter o mercado que conquistamos e não deixar nossos clientes sem o algodão brasileiro." Segundo o representante, o aumento de custo no algodão passa de 50%, puxado principalmente pela elevação dos fertilizantes. "O cloreto de potássio aumentou 400%", disse Busato. Contudo, o milho, que compete na segunda safra por área com o algodão, também teve elevação de custos, lembrou Busato.

Segundo Busato, a rentabilidade tende a ser menor, mas é preciso "olhar para o futuro". "Queremos num futuro próximo ser os maiores exportadores mundiais", afirmou. O presidente da Abrapa lembrou que, no início da pandemia, o Brasil havia colhido sua maior safra, que ficou meses à espera de compradores, e na hora da definição do plantio seguinte o algodão estava cotado a 40 cents por libra-peso. "Se fosse matemática, o Brasil ia plantar zero. Mas reduzimos apenas 15% a área e produzimos 2,3 milhões de toneladas", lembrou. "Temos nossos investimentos, treinamento de pessoas e um mercado que conquistamos e no qual queremos permanecer. Para a próxima safra vamos trabalhar no mesmo sentido."

Com relação à qualidade, Busato afirmou que apenas 6,9% da área de algodão foi colhida até o momento e é "muito cedo" para apresentar conclusões. "Desses números que temos até agora, o algodão se manteve com boa qualidade em comprimento e resistência de fibra e diminuiu um pouquinho o micronaire."

Questionado pela plateia sobre porcentual elevado de pegajosidade no algodão brasileiro, Busato disse que se trata de caso isolado. "É algum caso que aconteceu e que às vezes produtor nem sabe que aconteceu, porque foi em um canto de um talhão de lavoura em que não houve bom controle dos insetos sugadores", disse. "Mas hoje temos como saber quem é esse produtor. Tenho falado nas missões que compradores passem essa informação para a Abrapa que nós vamos entrar em contato com o produtor para saber realmente o que aconteceu."

Busato assinalou ainda que a Abrapa está testando a certificação do algodão brasileiro pelo Ministério da Agricultura. "Vamos ter a chancela do ministério de que aquela amostra que saiu de um fardo é uma amostra que foi analisada em laboratório e que o resultado é todo controlado por ele (ministério), como fazem os colegas norte-americanos", disse. Segundo o representante, a cadeia também busca uniformizar tecnologia que ajuda a identificar o local exato da fazenda em que o fardo foi produzido. "Isso vai dar uma aceleração nos processos de carregamento na fazenda e na exportação também."

 

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Futuro do agro foi debatido em evento, com a participação da Abrapa

29 de Junho de 2022

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Júlio Cézar Busato, participou de evento com produtores rurais para discutir o futuro do agronegócio brasileiro. O setor algodoeiro representa um dos principais segmentos do agro nacional. O Brasil está entre os quatro maiores produtores de algodão do mundo, com estimativas para a safra 2022/2023 de totalizar 2.796 (mil toneladas) produzidas, segundo relatório de safra de junho, divulgado pela Abrapa. Além disso, o Brasil é o segundo maior exportador da pluma, atrás apenas dos Estados Unidos. Busato aproveitou o encontro para apresentar as ações implementadas pela cadeia, visando a melhoria da produtividade, com responsabilidade social, ambiental e econômica. O evento foi uma iniciativa da Cargill e se realizou na cidade de Luís Eduardo Magalhães (BA).

Para o presidente da Abrapa, encontros com o setor produtivo são importantes momentos para a troca de impressões e discussões sobre avanços e desafios a serem perseguidos. No atual cenário de pujança da agricultura no País é importante mostrar as iniciativas e as ações dos respectivos segmentos para o desenvolvimento sustentável e responsável, que preze o meio ambiente, com crescimento econômico e responsabilidades sociais.  "Precisamos divulgar o que os produtores brasileiros estão fazendo em relação à preservação do meio ambiente. É um trabalho permanente que totaliza 299 milhões de hectares, o equivalente à cobertura de 14 países da Europa de verde", destaca. Para Busato, produzir com sustentabilidade é o que o setor algodoeiro faz, incentivado por um trabalho permanente da Abrapa, em parceria com as associações estaduais e os produtores. O programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e o ABR-UBA, voltado às beneficiadoras, foram exemplos citados pelo presidente da Abrapa ao grupo.

Para os organizadores da atividade, a participação da Abrapa foi de extrema relevância para o evento porque trouxe o ponto de vista da entidade que representa um dos principais segmentos do agro nacional. Foi uma oportunidade, de a cadeia mostrar os benefícios da produção mais sustentável, gerar valor e alavancar o agronegócio no Brasil.

Na ocasião, estiveram presentes Renata Nogueira, líder de sustentabilidade para o negócio agrícola da Cargill, Marcos Jank, coordenador do Centro Insper Agro Global e Julio Busato, presidente da Abrapa, além de 30 produtores da região. O debate foi mediado por Kellen Severo, jornalista especializada em Economia e Agronegócios.

Fonte: Abrapa

 

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Mídia: Jovem Sul News

 

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Cotonicultores brasileiros querem levar o País ao primeiro lugar em exportações

28 de Junho de 2022

Os produtores brasileiros de algodão trabalham com uma meta ambiciosa: querem que o Brasil seja o maior exportador mundial da fibra. Há capacidade para aumentar a área e a produção de algodão de forma rápida e eficiente, mas é preciso dar rentabilidade ao cotonicultor e atingir novos mercados.

"Nosso foco são nove países que hoje concentram 49% da população mundial e 90% da importação global de algodão. Para estes mercados, trabalhamos a produção em quatro pilares: qualidade, rastreabilidade, sustentabilidade e relacionamento com os clientes", disse Júlio Cézar Busato, presidente da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), no simpósio online The Global Cotton Market, no sábado (25).

O evento integra as ações do programa Cotton Brazil, e foi organizado pela Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) em parceria com Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). Direcionado a clientes internacionais da indústria têxtil, levou informações estratégicas sobre a cotonicultura e o comércio externo do algodão brasileiro a mais de 400 participantes, de forma presencial e online.

A Ásia é o continente que mais importa algodão brasileiro e, por isso, a Abrapa e a ApexBrasil trabalham, desde 2019, no Cotton Brazil, programa que objetiva desenvolver mercados. A iniciativa tem um escritório de representação em Singapura para estreitar relacionamento com os clientes potenciais.

"Estamos construindo a imagem do algodão brasileiro na Ásia. Com eventos e reuniões, mostramos aos nossos clientes que podem ter tranquilidade com a produção e entrega do produto e isso ocorre porque toda a cadeia do algodão está trabalhando unida", informou Busato.

"O algodão é uma cultura sazonal, mas estamos conseguindo mudar a percepção dos clientes externos nos apresentando como fornecedores contínuos, com estoque para atender as demandas nos 12 meses do ano", disse Miguel Faus, presidente da Anea. Ele revelou que, somente no mês de junho, já foram embarcadas 80 mil toneladas de algodão.

Mesmo com a garantia de entrega do produto, o cenário macroeconômico exige cautela, de acordo com Antonio Esteve, diretor da Ecom Cotton. Com a alta da inflação em todo o mundo, os bancos centrais tendem a tomar medidas duras em relação ao aumento de juros para frear os índices e trazer as taxas a níveis aceitáveis.

"A situação impacta na previsão de crescimento econômico mundial e, neste cenário, o consumo das pessoas será reduzido, especialmente em itens de consumo discricionário, como roupas", explicou.

Mesmo com uma conjuntura internacional desafiadora, há espaço para ampliar a presença brasileira no mercado externo. O Cotton Brazil busca ampliar o índice de market share nos países asiáticos, que já respondem por 99% dos embarques nacionais. Um exemplo é Bangladesh, segundo maior importador de algodão do mundo, em que o algodão brasileiro tem 14% de participação nas importações. Recentemente visitado por uma missão comercial da Abrapa, o país sinalizou interesse em adquirir mais pluma brasileira.

Representantes da indústria têxtil brasileira informaram que o algodão representa entre 35% e 40% dos custos e que é preciso planejamento de longo prazo para o equilíbrio das operações frente a um cenário de possível recessão mundial.

"Além disso, temos o desafio da modernização da nossa indústria para sermos mais eficientes e diminuirmos custos", afirmou Marco Antônio Branquinho, diretor presidente na Cedro Têxtil.

Sérgio Benevides, diretor da Valença Industrial, também citou a entrada de novas fibras no mercado e a crise mundial como desafios da indústria. "Várias fiações fecharam e não há novos empresários no ramo. Para o mercado interno chegar ao consumo de um milhão de toneladas, que é a meta, será preciso ter mais margem para o consumo de algodão", disse.

O evento contou ainda com a presença do diretor de Relações Internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte, e com o vice-presidente da Anea, Henrique Snitcovski.

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