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Sala temática do 13º Congresso do Algodão discute melhor estratégia para manejo de plantas daninhas

18 de Agosto de 2022

Na tarde desta quarta-feira (17), os participantes do 13º Congresso Brasileiro do Algodão, que acontece em Salvador, puderam conferir uma palestra sobre a melhor estratégia de manejo para plantas daninhas resistentes a herbicidas. A Sala Temática teve como coordenador o pesquisador do Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMAmt), responsável pelo Departamento de Proteção de Plantas. O CBA está sendo realizado no Centro de Convenções de Salvador e será encerrado nesta quinta-feira (18).


A discussão contou com apresentações do professor Anderson Luís Cavenaghi, da Univag (MS), do pesquisador e consultor Autieres Faria e do professor Rubem Oliveira, da Universidade de Maringá.  Cavenaghi fez uma palestra sobre Levantamento de plantas daninhas resistentes no sistema algodoeiro.  Segundo o professor, a Conyza spp, a Eleusine indica e a Amaranthus spp estão entre principais plantas daninhas que prejudicam a cultura.


“Essas são algumas plantas que os manejos normalmente utilizados não controlam, muitas vezes pela presença de resistência aos herbicidas”, explica. Para prevenir o surgimento dessas plantas no algodão, ele sugere algumas práticas. “O ideal é tentar investigar o que está acontecendo, coletando amostras e enviando para instituições de monitoramento de resistência para que seja possível confirmar e estudar a possibilidade de alteração dos mecanismos de ação utilizados na área”, afirmou.


O professor Rubem Oliveira fez palestra sobre Manejo de plantas daninhas resistentes ou de difícil controle. “Não deixar para o algodão os problemas que podem ser resolvidos na soja e não para a soja os problemas que você pode resolver na dessecação”, enfatizou Oliveira. Destacou ainda que, para evitar os prejuízos das plantas daninhas, uma combinação de estratégia é melhor que um herbicida perfeito, “porque uma hora ele vai gerar resistência”.


Por sua vez, o pesquisador Autieres Faria falou sobre Falha no controle: resistência ou deficiência na tecnologia de aplicação?. “A cada ano vemos o custo do manejo aumentando no Brasil. A cada ano, fazemos mais aplicação de herbicidas. Mas cadê nosso histórico de plantas daninhas?”, questionou Faria.


Ele chamou atenção para o fato de que, em geral, o problema da planta daninha só é percebido quando já está muito acentuado. “Outro problema é que não adianta fazer nosso controle se o vizinho não faz. A planta daninha hoje no país é um indicador de biodeficiência técnica operacional”, pontuou o pesquisador.

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Da produção ao consumidor final, como o uso da tecnologia modernizou a cadeia algodoeira

Portocarrero detalhou os programas e ações, geridos pela Abrapa, em favor da cotonicultura brasileira

18 de Agosto de 2022

O consumidor está cada vez mais exigente e quer saber de onde vem a matéria-prima das roupas que usa e como foi transformada em uma peça. Com base em exemplos realizados no Brasil, os palestrantes mostraram como o uso da tecnologia e a organização da cadeia têxtil permitem levar essas informações ao consumidor. Para discutir o tema "Da produção ao consumidor final, é possível entregar rastreabilidade completa?" foram convidados Alexandre Carvalho, gestor de Tecnologia da Bom Futuro Agrícola Ltda, o diretor Executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero, e a assessora da presidência da Abrapa, Silmara Ferraresi.  Eles foram os painelistas da Sala Temática 1, do dia 17, quarta-feira.


Carvalho trouxe a experiência da Bom Futuro e apresentou aos congressistas as soluções usadas no ambiente agrícola. Focou no uso da solução RFID, mostrou os ganhos e o que pode ser melhorado na gestão com a tecnologia. Segundo ele, a solução é usada na colheita do algodão, auxilia ainda na leitura dos lotes nos rolos de algodão, por exemplo, na leitura à distância e rápida, agilizando os processos e, mais do que isso, promove assertividade, além de possibilitar a geo localização. “A tecnologia é bem-vinda se traz resultados para o negócio”, afirmou.


Marcio Portocarrero, por sua vez, discorreu sobre os programas e ações, geridos pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), em favor da cotonicultura brasileira. Trouxe os exemplos implementados pela Abrapa, por meio dos programas ABR-Algodão Brasileiro Responsável, certificação brasileira para unidades produtivas de algodão; ABR-UBA (voltado às unidades de beneficiamento). Portocarrero discorreu sobre a certificação de conformidade oficial do algodão brasileiro, dada às algodoeiras da Fazenda Pamplona, do Grupo SLC Agrícola, e da GM, do Grupo Moresco, ao laboratório de HVI do estado de Goiás e para o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), localizado em Brasília.


A SLC e a GM fazem parte do projeto-piloto de certificação e que consistiu na inspeção das facas, retirada de amostras, conforme a IN24, e malas com lacre para envio ao laboratório, por exemplo. Para o diretor, a certificação de conformidade é um grande passo da cotonicultura no cumprimento da missão de criar um ambiente favorável ao crescimento do setor. “Temos o nosso card brasileiro”, destacou, acrescentando que a Abrapa e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento trabalharam juntos, no projeto-piloto, na safra 2021/202, para a estruturação e implantação da certificação de conformidade oficial do algodão brasileiro. Observou, no entanto, que isso não se faz sem um programa de rastreabilidade maduro e eficiente e a Abrapa aposta diariamente na tecnologia e na inovação como pilares para o aprimoramento e modernização do setor.


Para mostrar como isso é possível, a assessora da presidência da Abrapa, Silmara Ferraresi, apresentou a experiência da associação na execução de ações e programas que resultaram na sonhada rastreabilidade da fibra da lavoura até a etiqueta. É um trabalho permanente para agregar valor ao algodão brasileiro. “Queremos que cada vez mais pessoas tenham informações sobre o que fazemos”, disse, ao acrescentar que, ainda neste ano, a Abrapa lançará plataforma para consulta da rastreabilidade em lotes para o cliente.


Silmara explicou, em detalhes, aos congressistas como é feita a rastreabilidade da pluma, de onde vêm os dados do fardo, da algodoeira, que é possível identificar a localização, entre outras informações, como os dados de produção, origem, quem é o produtor e se tem a certificação ABR. A rastreabilidade avançou e foi possível firmar parcerias com a indústria da moda, desafio perseguido com o objetivo de fazer peças responsáveis ambientalmente. Hoje, a rastreabilidade da semente ao guarda-roupa, por meio do SouABR, é realidade. Renner e Reserva são parceiras na entrega da rastreabilidade do algodão brasileiro com certificação socioambiental. Isso é possível por meio do blockchain. 


Carlos Alberto Moresco, integrante da Comissão Científica e que coordenou as discussões, considerou o debate sobre o tema essencial na atual conjuntura global. "Cada vez mais o consumidor exige do mercado informações. A Abrapa iniciou a oferta ao mercado nacional da rastreabilidade completa, da semente até a prateleira da loja. É um trabalho interessante e que atenderá também o mercado internacional", destaca.

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Especialistas analisam oportunidades do mercado de carbono para o algodão

​O Brasil precisa evoluir no tema e se adequar às metodologias internacionais

18 de Agosto de 2022

As emissões globais de Gases de Efeito Estufa (GEE) cresceram 53% nos últimos 30 anos e o CO2 representa 74% das emissões, apesar de menos nocivo que os demais. Por isso há uma preocupação de governos, especialmente europeus, com as mudanças climáticas. No âmbito internacional, China, EUA, Índia e Europa representaram a metade das emissões globais em 2019 e os dez maiores países são 65% do total. China, inclusive, possui o maior valor de emissões totais e EUA, o maior valor per capita. O Brasil é considerado o 7º maior, com 2,9% das emissões. Em termos agropecuários, os indianos e chineses são os maiores emissores, seguidos pelos brasileiros em terceiro lugar na classificação.


Esse foi o panorama apresentado pelo vice-presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel, para responder à questão O mercado de carbono é uma oportunidade para o algodão brasileiro?”. Especialistas afirmam que o Brasil ainda precisa evoluir no tema e se adequar às metodologias aceitas internacionalmente. Nesse sentido, o Governo Federal está analisando a implementação do Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE) para regular a compra e venda de créditos de carbono no País. E o Ministério do Meio Ambiente já estabeleceu procedimentos para a elaboração dos Planos Setoriais de Mitigação das Mudanças Climáticas e o Sistema Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa para atingir a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), compromisso do Brasil na COP 21. “Hoje o consumidor se preocupa com as formas de produção e os rastros que o produto vai deixar no meio ambiente para as futuras gerações. Por isso, a pegada de carbono vai ser o fator de impacto no momento da compra”, completou Schenkel.


Mas tudo isso precisa estar interligado com boas práticas agrícolas e manejo de solo. Para Cimélio Bayer, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), as técnicas de conservação do solo vão se refletir na produtividade das culturas e determinar o acúmulo de carbono. "O produtor que tiver assistência técnica em relação a isso conseguirá aumentar a produtividade. Se possuir amostragem do solo e construir uma boa linha base com plantio direto, vai comercializar esses créditos de carbono, obtendo ganhos em função da melhoria do manejo porque é com a qualidade do solo que se ganha dinheiro", afirmou Bayer. Para ele, o ganho maior é agronômico e a rentabilidade é consequência que pode se transformar numa oportunidade de agregar valor aos produtos agrícolas.


Encerrando a programação da sala temática, o diretor de Negócios de Carbono da Bayer, Fábio Passos, apresentou cases de fazendas com oportunidades e ações concretas rumo ao mercado de carbono. Durante sua palestra, Passos apresentou o programa PRO Carbono da Bayer, projeto que estimula sistemas de produção na agricultura que contribuam para a redução das emissões com metodologia adequada ao clima tropical. “Trazendo para a cotonicultura, para ter um algodão melhor do que o australiano, não basta olhar a quantidade de carbono que será gerado na lavoura, mas sim o sistema de produção a ser adotado para transformar minha produção que, consequentemente, vai gerar mais créditos de carbono”, detalhou o especialista. Para isso, a Bayer faz parcerias com agricultores de todo o país e elabora planos de manejo com práticas mais sustentáveis. Segundo Passos, mais de 90% das empresas listadas em bolsas de valores têm compromisso com a redução de emissão de carbono, seguindo tendências de consumo cuja preocupação tem como pilar as questões ambientais e de sustentabilidade.

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Produtores discutem como reduzir os contaminantes da fibra brasileira

Recomendações para o manejo em campo e nas algodoeiras foram dadas por pesquisadores e especialistas no tema

18 de Agosto de 2022

Como reduzir os contaminantes na fibra brasileira, do campo até a unidade de beneficiamento de algodão (UBA) foi o tema debatido pelos pesquisadores Jean Belot, coordenador da Comissão Científica, Paulo Degrande, (UFGD), Márcio Souza, integrante da Comissão Científica, Renildo Mion, da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR) e Edmilson Santos, do Grupo SLC Agrícola.  Eles abordaram os contaminantes de diversas origens (insetos, plantas, plásticos) e a forma que afetam a produção das indústrias têxteis. Foram dadas algumas recomendações para o manejo a campo e nas algodoeiras, com o objetivo de reduzi-los na fibra brasileira.


Os palestrantes trouxeram suas experiências para explicar a origem de diversos contaminantes, o modo de detectá-los para minimizar o impacto durante o processo de produção da fibra e beneficiamento. Márcio Souza, integrante da Comissão Científica, abordou questões sobre o manejo, as boas práticas agrícolas para conseguir uma fibra de boa qualidade e com menos contaminante. Ressaltou sobre a época adequada de plantio para a melhor formação dos capulhos e menor contaminação. “A escolha da cultivar, da variedade mais adequado para o ambiente produtivo em que se vai trabalhar, implicará em cultivares mais bem formadas”, disse, acrescentando a necessidade de uma área uniforme para que não haja variabilidade elevada da produção.


Renildo Mion, da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), e Edmilson Santos, da SLC Agrícola, abordaram o impacto dos contaminantes plásticos na fibra e nas algodoeiras. O envoltório plástico que foi uma grande solução na colheita, também trouxe a contaminação à pluma, impactando na qualidade e, consequentemente, no preço. Mion apresentou algumas soluções usadas para amenizar a contaminação e que pode ser detectado no processo de beneficiamento, como girador de módulos, o abridor de módulo vertical, entre outros. Se engana quem pensa que os prejuízos são apenas na colheita, o impacto atinge a indústria têxtil e de fiação também.


O impacto das pragas no valor do algodão foi a abordagem de Paulo Degrande, da UFGD, na sua fala aos congressistas. Citou, por exemplo, o aparecimento de açucaramento da pluma devido ao ataque de pulgões, também as questões relacionadas ao aparecimento de melado, que é o açucaramento promovido pelo ataque da mosca branca. Ele chamou atenção para a intercorrência do pulgão e da mosca-branca que se alimentam de seiva do floema e produzem açúcares. Isso acaba atingindo a pluma e leva a problemas no processamento.

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Pequenos produtores apostam em cooperação na busca de alternativas para o cultivo do algodoeiro

Tema esteve em pauta durante a programação do 13o Congresso Brasileiro de Algodão, que acontece no Centro de Convenções de Salvador

18 de Agosto de 2022

Da dificuldade de acesso a tecnologias à falta de estrutura, capacidade logística e baixa competitividade, os desafios encontrados pelos pequenos agricultores para sobreviver no mercado de algodão são inúmeros, mas há também um espaço para oportunidades baseadas, sobretudo, na cooperação. Este foi o recado deixado pelos palestrantes que participaram na tarde de quarta-feira (17) da sala temática sobre a viabilidade econômica e social do cultivo do algodoeiro para a agricultura familiar.  A atividade integrou a programação do 13o Congresso Brasileiro do Algodão (CBA), que prossegue até quinta (18), no Centro de Convenções de Salvador, na Bahia.


“O maior desafio para os pequenos agricultores de algodão é a governança da cadeia produtiva, a promoção de uma articulação público-privada para ampliar a competitividade”, opina a engenheira agrônoma Adriana Gregolin, da FAO, ao citar outras dificuldades, como falta de apoio em pesquisa, dificuldade de acesso a informações técnicas, sociais e econômicas, além de acesso insuficiente a mercados. Na contramão destas tendências, a especialista apresentou as boas práticas empreendidas pelo projeto Regional +Algodão, implementado ela FAO e Agência Brasileira de Cooperação (ABC), em sete países da América Latina, com resultados que envolvem, entre outras coisas, um aumento da produtividade que chegou, por exemplo, a 71% no Paraguai.


Outro palestrante da sala temática, o pesquisador da Embrapa Algodão Odilon Ribeiro mostrou à plateia do 13o CBA uma série de equipamentos alternativos desenvolvidos pela empresa em parceria com a FAO e a ABC com foco nas necessidades dos pequenos agricultores. “O agricultor de base familiar utiliza ainda hoje instrumentos rudimentares; nesse sentido nosso objetivo é reduzir o seu esforço físico, aumentando a área de trabalho e tornando a atividade menos onerosa, mais eficiente e ágil”, explica o pesquisador, ao citar exemplos como o de um equipamento surgido da transformação de uma motocicleta em um triciclo com uso na preparação e cultivo do solo.


Com coordenação de geóloga e perita em negociação  Cecília Malaguti do Prado, da ABC, a sala temática contou ainda com uma apresentação sobre mecanização para agricultura de pequeno porte, realizada por Valdinei Sofiatti, da Embrapa Algodão, e um palestra de José Tibúrcio Carvalho Filho, da Cooperativa dos Produtores Rurais de Catuti, que mostrou ao público como os produtores do semi-árido mineiro retomaram o cultivo do algodão e construíram um centro de difusão de tecnologias, após um processo no qual o cultivo da planta foi dizimado pelo bicudo-do-algodoeiro nos anos 1990.

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Com tecnologia, informação e uma legislação específica, é possível a produção de microorganismos on farm

Assunto foi abordado em um dos workshops técnicos no Congresso do Algodão

18 de Agosto de 2022

A produção on farm, ou produção na fazenda de insumos biológicos foi tratada em workshop sobre o tema, que aconteceu na tarde desta quinta-feira (18), no último dia do Congresso Brasileiro do Algodão (CBA). Esse ano o encontro nacional chega a sua 13ª edição e tem Salvador com cidade escolhida para receber o evento nacional da cotonicultura. Com programação técnica, a mesa foi composta por representantes da esfera governamental, empresarial e de pesquisa para analisar o futuro da produção de microorganismos, ampliar o conhecimento sobre a legislação brasileira, compartilhar experiências e alertar os participantes sobre os cuidados com o controle de qualidade.


De acordo com a Embrapa, a demanda por insumos biológicos tem crescido no Brasil, seguindo uma tendência mundial e observa-se um interesse pela produção de insumos biológicos on farm, para uso próprio.


André Peralta, coordenador-geral de Agrotóxicos e Afins, do Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), tratou sobre a legislação sobre a produção de microrganismos on farm. De acordo com Peralta, a legislação de fertilizante não permite produção para uso próprio. Apenas se for enquadrado como agrotóxico.


De acordo com a legislação vigente, produto fitossanitário pode ser produzido para uso próprio, na agricultura orgânica. Peralta mencionou projetos de lei que estão em discussão na Câmara (PL 658) e no Senado (3668/2021), que tratam a classificação, a produção, comercialização e destino de bioinsumos.


Trazendo a experiência da indústria na produção on farm de microorganismos, o coordenador de produção da SLC Agrícola, Doglas Broetto, abordou os avanços do uso de biológicos e os processos de produção on farm. “Os processos precisam ser analisados em todas as etapas. É preciso avaliar o meio de cultura, a fonte de contaminação, fazer o controle qualitativo e especialmente, ter pessoas capacitadas para monitorar, controlar e registrar os bioinsumos”.


A pesquisadora Rose Monnerat discorreu sobre os principais cuidados na produção e controle de qualidade dos microrganismos on farm. A especialista esclareceu que o processo pode ser realizado tomando os cuidados necessários. “É necessário ter uma estrutura física adequada, um responsável técnico, seguir as etapas de coleção de trabalho com microrganismos bem identificado, corpo técnico capacitado e respeitar a fisiologia do microorganismo”, pontua Monnerat.


“É preciso entender os riscos, os custos e a qualidade da produção on farm. Com o aumento da procura por bioinsumos, as indústrias vêm ofertando produtos seguros e de qualidade. Para o futuro é fundamental ter tecnologia e informação, além de uma legislação específica”, conclui Rose Monnerat.

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Pesquisadores e executivos debatem tendências para aprimorar a qualidade do algodão brasileiro

​Tema foi alvo de um dos workshops na programação do 13o Congresso Brasileiro de Algodão, encerrado hoje no Centro de Convenções de Salvador

18 de Agosto de 2022

Executivos e pesquisadores do Brasil e exterior estiveram reunidos na tarde desta quinta (18), para traçar um panorama das perspectivas para o aprimoramento da qualidade do algodão brasileiro dos pontos de vista das exigências dos mercados interno e externo, da evolução tecnológica da indústria têxtil e das boas práticas de governança, meio ambiente e sociedade (ESG). O workshop – coordenado por Sergio Dutra, do Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMAmt) - integrou a programação do último dia do 13o Congresso Brasileiro de Algodão, que reuniu os principais atores do segmento no Centro de Convenções de Salvador (BA).


"Nos próximos anos, eu acredito que o Brasil irá se tornar o maior exportador de algodão do mundo, mas precisamos também nos tornarmos os melhores", sentenciou Duarte, diretor de Relações Internacionais da Abrapa. Um dos plastrantes do primeiro bloco do workshop, voltado para a comercialização, ele mostrou à plateia os resultados de pesquisas que mostram a percepção dos compradores sobre o algodão brasileiro em relação a uma série de fatores relacionados à qualidade, como comprimento da fibra e resistência.


"Uma das vantagens para a comercialização do produto brasileiro é a análise HVI (High Volume Instrument)  e a rastreabilidade dos fardos, embora a confiabilidade dos dados ainda possa ser melhorada", complementou Thomas Reinhard, da empresa Paul Reinhard AG, na Suíça, que participou do workshop por meio de um vídeo enviado ao evento. Ainda no mesmo bloco, Daiane Cristina Flávio, da Bom Jesus Sementes, e Edmilson Santos, da SLC Agrícola, mostraram ao público as boas práticas que cada uma das suas empresas vem realizando para aprimorar a qualidade dos produtos.


No segundo bloco, o foco foi a indústria têxtil. O consultor de Tecnologia e Análise de Processos Harald Schwippl e Ronaldo Dantas, gerente de vendas regional da Rieter, uma fabricante de maquinário para a indústria de fiação, fizeram um resumo das diversas tecnologias de fiação existentes (anel convencional e compacto, a rotor e jato de ar), ressaltando as características desejadas das fibras para atender às exigências de cada uma delas. "No futuro, as tecnologias vão exigir cada vez mais fibras longas e uniformes, para garantir a qualidade do fio", ressaltou Ronaldo Dantas.


Ainda neste mesmo bloco, o workshop contou com a exibição de dois vídeos:  uma apresentação de Jordan Yung, da Universal Têxtil, sobre a experiência da empresa com a Vortex, uma tecnologia de fiação à base de ar comprimido, e uma palestra de Eric Hequet, da Texas Tech University,  um dos líderes dentro da área de pesquisa de qualidade da fibra do algodão nos Estados Unidos.


Por último, o workshop ainda promoveu um debate sobre ESG e cotonicultura com a participação do especialista em desenvolvimento de baixo carbono e gestão de paisagem Eder Zanneti e da diretora de ESG, Comunicação e Compliance do rupo Amaggi, Juliana Lopes.

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Custo de produção e competitividade do cultivo do algodoeiro são desafios para o produtor brasileiro

Cultura foi pressionada, principalmente, pelo preço dos fertilizantes

18 de Agosto de 2022

A importância das compras de insumos e a venda da produção, além das políticas públicas de longo prazo para investimentos e estratégias na obtenção de insumos agrícolas foram temas abordados nesse segundo dia do 13º Congresso Brasileiro do Algodão (CBA), que acontece até quinta-feira (19), no Centro de Convenções de Salvador. O evento, organizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), reúne players do setor para tratar de temas desafiadores.


Jones Yassuda, da AgrAll Inputs, explica que os fatores que mais influenciam no custo de produção são os fatores climáticos, as tecnologias genéticas disponíveis tanto em variedades como eventos transgênicos, a rotação de cultura, a estratégia de controle de como se utilizam os insumos, o custo dos produtos utilizados e a forma de aquisição destes insumos. “O gerenciamento destes fatores propiciara a melhor relação custo e receita para o cotonicultor”, explica.


Sobre essa relação custo e receita, é consenso entre os especialistas que os custos de todos os produtos agropecuários estão em patamares superiores àqueles observados em períodos anteriores à pandemia por Coronavírus. “Além da crise sanitária e a consequente diminuição da atividade econômica mundial, a falta de matérias-primas, a elevação nos preços dos combustíveis, os problemas logísticos na China e as recentes tensões no leste europeu e Ásia explicam os aumentos nos custos de produção”, avalia Rodrigo Gomes de Souza, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).


Compartilha da mesma opinião, Lucílio Alves, professor da ESALQ/USP e pesquisador do Cepea. Segundo ele, os custos de produção do algodão apresentaram elevação até a safra 2014/2015, mantendo-se estável até a temporada 2018, a partir de quando houve a elevação dos custos, sustentados especialmente pelos maiores preços de fertilizantes. “Tomando como base os custos para a região oeste da Bahia, em média, 85,5% dos custos totais de produção são operacionais e 14,5% se referem aos custos de oportunidade e de capital”, diz.


Por outro lado, equilibra a balança entre produção e venda os preços recebidos que também acompanharam este movimento, resultando na manutenção de margens de comercialização positivas para o produtor, o que estimulou o aumento da área plantada com grãos no Brasil em 5,8% na safra 2021/22, segundo dados da Conab. “Apesar das altas de custos, pode-se dizer que a rentabilidade da cultura segue favorável ao produtor. Os ajustes em usos de tecnologias, em sistemas de cultivo (como a segunda safra), em processos de compras de insumos e de venda antecipada da produção, ajudaram o produtor a aumentar a área com a cultura ao longo do tempo, aproveitando uma demanda internacional favorável”, aponta Lucílio Alves.


Contudo, um dos grandes vilões ainda continua sendo o custo dos fertilizantes. Enquanto entre as temporadas 2016/17 e 2020/21, os fertilizantes representaram, em média, 15,5% dos custos operacionais, em 2022 sua representatividade superou os 33% do custo operacional. “É algo preocupante. Há expectativas de que os preços possam ceder, comparativamente ao observado em 2022, mas que ainda fique acima do registrado nos anos 2020 e 2021. Assim, o ritmo de alta pode perder força, mas não há sinais de que volte aos patamares registrados antes da pandemia”, acredita Alves.


Yassuda ressalta que o problema toma grande dimensão porque o Brasil é muito dependente dos fertilizantes produzidos lá fora. “O incentivo nos investimentos da exploração local e produção local no caso dos nitrogenados se faz urgente para equilibrar e reduzir a dependência que beira 85% de importação. O Plano Nacional de Fertilizantes é um início, porém, o governo deveria tomar a iniciativa de coordenar a implementação de um programa de exploração local e incrementar a relação comercial entre os países produtores”, finaliza.

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Nutrição e Adubação: Exigências e estratégias de manejo na produção do algodão

​O debate, no formato de talk-show, foi coordenado pela pesquisadora da Embrapa Algodão e membro do Comitê Científico do CBA, Ana Luíza Borin

18 de Agosto de 2022

Desmistificando a nutrição e a adubação do algodoeiro no sistema atual de produção: exigências e estratégias de manejo foi um dos assuntos abordados na sala temática desta quarta-feira (17), no 13º Congresso Brasileiro do Algodão (CBA). Reunindo 2,5 mil inscritos, o evento acontece até quinta-feira (18), no Centro de Convenções de Salvador.


O debate, no formato de talk-show e coordenado pela pesquisadora da Embrapa Algodão e membro do Comitê Científico do CBA, Ana Luíza Borin, teve como demais participantes o pesquisador Evandro Binotto, do Centro Universitário de Pato de Minas, do engenheiro agrônomo e consultor Milton Ide e do gerente de Produção Sementes da empresa Amaggi, José João Gomes. Durante a conversa, cada especialista falou sobre suas experiências relativas aos resultados da nutrição e adubação das lavouras.


Milton Ide destacou os desafios nas lavouras de algodão do cerrado baiano. "Como todos sabem, é uma região onde o solo é muito pobre e exige um forte trabalho de química. São solos fracos e arenosos, que exigem correção para manter a base biológica", explicou. Ele também lembrou dos problemas causados pelas fortes chuvas que atingiram a Bahia no último verão. As lavouras ficaram encharcadas, o que gerou atraso no desenvolvimento das plantas, sendo mais um revés a ser superado.


Já José João Gomes relatou sua experiência no Mato Grosso. "Nosso grande desafio no uso do solo é conseguir aumentar a matéria orgânica. Hoje já conseguimos fazer um uso mais racional dos fertilizantes. Para isso, contamos com a parceria da Embrapa", disse Gomes. "Às vezes nossa produtividade não é muito grande, mas alcançamos boa rentabilidade".


Falando sobre a nutrição e seus efeitos nos estresses, o pesquisador Evandro Binotto comparou a folha à parte industrial das plantas. "Como uma indústria, ela consome parte do que produz. O resto ela exporta. O problema do algodoeiro é que ele precisa de muita luz, mas também sofre com o excesso de calor", apontando que a saída é buscar o equilíbrio para assegurar o melhor desempenho da cultura.

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Sensores e drones ajudam na identificação de pragas e doenças

Cotonicultores aderem à tecnologia no campo para reconhecer e tratar nematoides, plantas daninhas e doenças que comprometem a qualidade da produção

18 de Agosto de 2022

O último dia do 13º Congresso Brasileiro de Algodão (CBA), que está sendo realizado no Centro de Convenções de Salvador, contou com cinco workshops sobre diversos temas relacionados ao cultivo da pluma, entre eles, o que teve como tema "Sensores são eficientes para identificação de pragas, doenças, nematoides, plantas daninhas e estado nutricional". Coordenado por Lúcio de Castro Jorge, pesquisador da Embrapa Instrumentação, o workshop abordou as experiências de produtores e pesquisadores e o que está em desenvolvimento no setor para o combate de doenças, pragas e aplicações localizadas.


Segundo Lúcio Jorge, a tecnologia mais adotada nas propriedades são os sensores e os drones, mas outras tecnologias estão vindo para agregar, como big data, metaverso e inteligência artificial. "A agricultura está evoluindo bastante e tem toda uma mudança de paradigmas e de técnicas tradicionais que estão passando por adaptações", anuncia.


Julio Cezar Franchini dos Santos, da Embrapa Soja, destacou que estas ferramentas possibilitam ao produtor ter uma nova perspectiva de observação da propriedade. "Essas tecnologias possibilitam mostrar de cima coisas que você não estava vendo antes, como obtenção de índices vegetativos, espacialização dos níveis de estresse da cultura", revela ele, que acredita, que o segmento deve assumir estes desafios e investir em treinamento e capacitação de equipes.


Partilha da mesma opinião, o coordenador da sala, que vê na tecnologia um ótimo meio de fornecimento de dados, mas se não tiver o profissional que avalie toda informação recebida, de nada adianta ter a tecnologia. "O grande desafio está em como processar esses índices para tomar a decisão correta. É a parte mais importante do uso destas tecnologias", afirma Lúcio Jorge.


Murilo Maeda, da Texas A&M AgriLifeExtension, tratou da evolução do uso de sensores para pesquisa em algodão e enfatizou que os agrônomos precisam se adaptar as novas ideias e as novas tecnologias. "Não se sintam frustrados com o avanço da tecnologia. Abracem a oportunidade de utilizá-las, pois tem muita coisa para a gente descobrir e beneficiar a agricultura", afirmou.


Francelino Rodrigues, da Lincoln Agritech Ltd, abordou a aplicação de sensoriamento remoto para acessar sintomas de doenças nas plantas e como ele pode ser usado para gerar dados de estresse nas plantas. Fechando a programação da sala esteve o engenheiro aeroespacial Fábio Teixeira, da Hypercubes, que falou sobre o estado da arte dos novos nano satélites para o agronegócio, o projeto Hypercubes e suas aplicações no monitoramento agrícola através da espectroscopia que é o estudo da interação entre a luz e a matéria.

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