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Com o início da colheita no Brasil, Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados realiza segunda reunião de 2025

Reunião contou com a presença de representantes do setor algodoeiro, da indústria têxtil e do governo federal.

30 de Junho de 2025

Na tarde desta segunda-feira, 30 de junho, a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados se reuniu em São Paulo para avaliar os resultados do setor cotonicultor e planejar os próximos passos. Na ocasião, a Abrapa apresentou o Relatório de Safra do segundo semestre, com a atualização das previsões e dados sobre o início da colheita em todo o Brasil.


Além da apresentação da Abrapa, o evento contou com exposições voltadas à produção interna, às exportações e ao consumo de algodão no Brasil e no mundo. Para o Presidente da Abrapa, Gustavo Piccoli, “a Câmara Setorial do Algodão é um instrumento muito importante para que o setor algodoeiro possa se unir e propor ao governo federal soluções de mercado justas e viáveis, que garantam o crescimento da cotonicultura no país”.


A reunião faz parte da programação do XXII ANEA Cotton Dinner Golf & Tournament, tradicional evento anual que agrega os principais representantes do mercado de algodão brasileiro.


Volume colhido aumenta, enquanto produtividade por hectare recua


Gustavo Piccoli apresentou o relatório que confirma o crescimento anual da produção, impulsionado pela expansão de 10,2% na área plantada em relação ao ciclo 2023/24, alcançando 2,143 milhões de hectares. Até 26 de junho de 2025, 3,7% da área cultivada no país já havia sido colhida. As lavouras apresentam produtividade inferior à registrada em 2024, com média estimada de 299,4 arrobas de algodão em caroço por hectare — uma queda de 2,0% em relação ao ano anterior, cuja produtividade foi de 305,6 arrobas por hectare.


Em Mato Grosso, responsável por 70% da produção nacional de pluma, 80% das lavouras encontram-se em fase de maturação. O presidente da Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (AMPA), Orcival Guimarães, relatou que, num primeiro momento, o clima favoreceu a produção no estado. Porém, afirmou que ainda é cedo para avaliar os impactos da chuva da última semana sobre a qualidade da produção e eventuais atrasos na colheita.


Na Bahia, segundo maior estado produtor do país, cerca de 10% da safra já foi colhida. No entanto, a presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Alessandra Zanotto, afirmou que a seca prolongada impactou negativamente o volume produzido no estado.


Cenário internacional e o algodão brasileiro


Durante o evento, o CEO da ECOM Trading, Antônio Esteve, foi convidado para fazer um panorama sobre a sustentabilidade econômica do algodão, destacando que a maior preocupação dos cotonicultores em todo o mundo é a perda de espaço da pluma para o poliéster e outras fibras sintéticas. “Houve uma queda de aproximadamente 6% no consumo per capita de algodão entre 2001 e 2024, o que representa uma perda crescente de mercado para a fibra descontínua de poliéster, conhecida como PSF”, comentou. Para ele, o Brasil, como líder em exportações e grande produtor da fibra natural, deve assumir o protagonismo no combate ao uso de fibras sintéticas. Outro ponto levantado por Esteve foi a qualidade do algodão nacional, principalmente no que tange o problema relacionado aos contaminantes. De acordo com o Diretor Executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero, “A questão levantada por Esteve é válida e a resposta que a Abrapa está dando é a realização de workshops e cursos para junto ao produtor, podermos melhorar a qualidade da fibra brasileira”.


O presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), Miguel Faus, apresentou as perspectivas do algodão brasileiro no comércio internacional. Segundo ele, em 2024, a China comprou uma quantidade considerável de algodão com o intuito de reforçar seus estoques, mas essa tendência não deve se repetir em 2025. Apesar da China continuar sendo o maior comprador da pluma brasileira, o volume importado passou de 1,2 milhões de toneladas nos 11 primeiros meses da safra 2023/24 para 484 mil toneladas no mesmo período de 2024/25. Para Faus, o trabalho realizado pelo programa Cotton Brazil na diversificação do mercado internacional é essencial para que o Brasil se mantenha como o maior exportador mundial.


Faus também comentou os dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). De acordo com o órgão, o Brasil continuará liderando as exportações globais de algodão no atual ano comercial, mantendo-se como o terceiro maior produtor mundial, atrás apenas da China e da Índia.


O diretor executivo do International Cotton Advisory Committee (ICAC), Eric Trachtenberg, também participou do evento e anunciou que, em 2026, o ICAC realizará a Cúpula Global de Têxteis, com o objetivo de atrair investimentos para os países membros. Segundo ele, “o trabalho conjunto dos produtores de fibra natural tem sido notado pela indústria e pelos legisladores. Mas podemos fazer ainda mais, lembrando ao consumidor que o algodão é um bem público”.


Mercado doméstico


A indústria têxtil brasileira segue avançando em ritmo lento, com previsão de expansão da produção de apenas 2,6% em 2025.


De acordo com o diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel, a competitividade com a indústria internacional tem dificultado o crescimento do setor no Brasil. Mesmo com o aumento na produção nacional de algodão, o consumo interno ainda não demonstra força suficiente para alavancar a indústria.


Pimentel também relembrou a meta compartilhada pela Abit e o setor cotonicultor de aumentar o consumo da fibra pela indústria brasileira em 1 milhão de toneladas por ano. Para isso, ressaltou a necessidade de expandir a indústria nacional,garantir o crescimento econômico de cerca de 3% ao ano, recuperar a participação no mercado interno, ter a preferência do consumidor por algodão nacional e ampliar as exportações de produtos têxteis manufaturados.


Homenagem


Na ocasião, o presidente da Abrapa, Gustavo Piccoli, prestou homenagem a Alexandre Schenkel, presidente do Instituto Brasileiro do Algodão, pelo trabalho realizado durante sua gestão à frente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados no biênio 2023/2024.



“Essa é uma homenagem de todos os produtores brasileiros pelo trabalho que você desenvolveu à frente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão. É admirável o seu empenho em prol do setor algodoeiro do Brasil, especialmente no que diz respeito às ações governamentais e às políticas públicas voltadas ao algodão.”

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Preço do algodão em baixa ameaça o lucro dos produtores brasileiros

Cotações da pluma na bolsa de Nova York já caíram 12% em 12 meses, e analistas não veem espaço para reação

27 de Junho de 2025

A colheita de algodão da safra 2024/25 já começou no Brasil, e se as perspectivas de produção são positivas, o cenário para os preços não anima os agricultores.


A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta que a produção de algodão em pluma deve alcançar 3,9 milhões de toneladas na atual temporada. Se confirmado, será o segundo recorde consecutivo, e aumento de 5,5% na comparação com o ciclo 2023/24.




Os preços, no entanto, estão cada vez menores. Na bolsa de Nova York, que baliza as cotações no Brasil, os valores já caíram 12,2% nos últimos 12 meses, segundo o Valor Data. Ontem (26/6), os contratos para entrega em dezembro foram negociados a 68,80 centavos de dólar por libra-peso — um ano antes, estavam em 77 centavos de dólar a libra-peso. Em junho de 2023, os preços atingiam 82 centavos de dólar a libra-peso.





Com esse cenário, o cotonicultor pode se deparar com redução de rentabilidade. Esse é o caso de Carlos Alberto Moresco, produtor de algodão em Luziânia (GO).





“Neste ano, a margem está apertada e há o risco até mesmo de ficar no ‘zero a zero’, pois eu peguei um período de 42 dias sem chuva. Inicialmente eu esperava um rendimento de 340 arrobas [por hectare], mas agora a colheita deve render 260 arrobas. Hoje, para conseguir ter uma boa margem, é preciso produzir mais arrobas por hectare”, disse.







Moresco afirmou que não vê perspectiva de mudança para o cenário de mercado. Como o algodão é uma das commodities mais sensíveis aos fatores macroeconômicos, como a alta da inflação, o momento atual impede uma reação nos preços.





De acordo com Marcio Portocarrero, diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), o consumo da pluma está estagnado há 12 anos. Nesse período, as fibras sintéticas acabaram ocupando espaço no mercado.







“Num momento em que as principais economias mundiais passam por dificuldades, a indústria têxtil olha muito para a questão do preço, e não para um produto de alto valor agregado, como são as fibras naturais”, observou o dirigente.







Pery Pedro, analista independente de mercado, lembrou que as cotações do algodão entraram em uma curva decrescente em abril do ano passado, a última vez em que o preço na bolsa americana ficou acima dos 80 centavos de dólar a libra-peso. Para ele, esse é o valor que remuneraria grande parte dos produtores brasileiros.







Cenário macro





A desvalorização da pluma vem sendo potencializada pela guerra comercial e pelos conflitos armados, como a guerra entre Irã e Israel. Mesmo que as turbulências no Oriente Médio estejam sustentando o petróleo, o analista não vê espaço para o algodão reagir positivamente.


Em geral, quando o preço do petróleo sobe muito, os tecidos sintéticos ficam mais caros, o que pode aumentar a demanda por fibras naturais, feitas de algodão. Mas essa correlação não deve ocorrer desta vez, avaliou Pedro.







Mesmo com a depreciação da pluma, Marcio Portocarrero, da Abrapa, disse que não vê redução de área para o ciclo 2025/26. Em sua avaliação, haverá manutenção dos mais de 2 milhões de hectares cultivados nesta safra.







Ele afirmou, no entanto, que somente os agricultores que estão há mais tempo na atividade deverão se sobressair.







“Quem já investe na cultura vai continuar com seu planejamento da safra. Mas, para quem deseja entrar na atividade agora, terá que esperar um cenário de preços melhor. É importante trabalhar em ações contínuas de qualidade e sustentabilidade do nosso produto, pois em algum momento essa dificuldade vai passar e devemos estar prontos para atender os compromissos com os nossos principais clientes”, disse.









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Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa -  27/06/2025

ALGODÃO PELO MUNDO #25/2025   

27 de Junho de 2025

Destaque da Semana - Após atingir a mínima de dez semanas a 66,67 c/lp em 18 de junho, o contrato Dez/25 se recuperou de forma consistente e voltou à faixa de 67–70 c/lp, que tem prevalecido desde abril. Isso mostra a limitação dos movimentos de preço em Nova York nos últimos meses.  Conflitos armados e tarifários tem sido os principais fatores impactando o mercado.


Algodão em NY -O contrato Out/25 fechou nesta quinta 12/jun cotado a 68,14 U$c/lp (+3,1% vs. 19/jun). O contrato Dez/25 fechou em *68,80 U$c/lp& (+3,2% vs. 19/jun).


Basis Ásia - Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia: 838 pts para embarque Jul/Ago-25 (Middling 1-1/8" (31-3-36), fonte Cotlook 26/jun/25).


Altistas 1 - Cessar-fogo entre Israel e Irã trouxe alívio aos mercados. Os mercados acionários globais se mantiveram firmes e até subiram, reduzindo a aversão ao risco e favorecendo ativos como o algodão.  Petróleo e dólar americano caíram.


Altistas 2 - O anúncio esta semana, ainda sem detalhes, de um acordo comercial entre EUA e China, é positivo, mas as tarifas de 30% vigentes atualmente para exportações Chinesas para os EUA ainda inviabilizam grande parte das exportações de têxteis Chineses para lá.


Altistas 3  - O relatório de área plantada de algodão nos EUA será divulgado na segunda-feira (30/6), e o mercado espera um número na faixa inferior, em torno de 9,8 milhões de acres.  Se confirmada, essa redução pode indicar uma oferta futura mais apertada, o que pode sustentar os preços no mercado.


Altistas 4 - Em seu último relatório, o USDA estimou a área plantada este ano em 9,9 milhões de acres, uma queda de 12% em relação a 2024. Isso representa o menor nível desde 2015  .


Baixistas 1 - O presidente do Federal Reserve (Fed) dos EUA manteve as taxas de juros inalteradas, refletindo preocupação com a inflação gerada pela guerra tarifária internacional, especialmente no atual contexto de incertezas sobre acordos internacionais.


Baixistas 2 -  As tarifas dos EUA continuam sendo o principal obstáculo para qualquer melhora ampla ou duradoura no sentimento dos negócios. Atualmente, a suspensão das chamadas tarifas recíprocas, anunciada em 2 de abril, está programada para terminar em 9 de julho.


Baixistas 3 -  Eventuais prorrogações de prazo não resolverão as queixas sobre confusão e incerteza em todos os países exportadores, e as empresas continuarão sem condições claras para tomar decisões além do curto prazo.


Evento - Quem não poderá estar presente no ANEA Cotton Dinner deste ano poderá acompanhar online a palestra de Joe Nicosia, da Louis Dreyfus, com o tema "The Cotton Market Outlook”, Terça 01/jul, a partir de 8:30 (Brasília), com análises exclusivas sobre o mercado global de algodão. Inscrições gratuitas: https://bit.ly/JoeNicosia.


Informações -Receba informações exclusivas sobre o mercado de algodão participando do Canal do Cotton Brazil clicando aqui https://bit.ly/Canal-CottonBrazil.


Oferta 2025/26 – A Cotlook revisou a estimativa da produção global de algodão em 2025/26 para 25,97 milhões tons (+300 mil tons). O forte aumento da produção na China ajudou a compensar a queda prevista na safra dos EUA.


Demanda 2025/26 - O consumo mundial de pluma foi estimado pela Cotlook em 24,8 milhões tons para 2025/26.


EUA 1 - O plantio de algodão nos EUA está próximo do fim, com 92% da área prevista plantada até 22/jun, segundo o USDA. O número fica ligeiramente abaixo da média histórica de 95% para o período.


 EUA 2 - Há forte intenção dos agricultores de plantar, mesmo diante de desafios climáticos.  No Midsouth (sul médio dos EUA), muitos produtores tentaram replantar áreas danificadas, mas continuaram enfrentando problemas com chuvas.


 EUA 3 - O Mississipi plantou apenas 78% da área prevista, contra 98% normalmente nesta época do ano.  Isso pode indicar perdas de produtividade ou área abandonada, caso as condições não melhorem rapidamente.


 EUA 4 - Agricultores texanos foram beneficiados por algumas chuvas, mas enfrentaram ventos fortes, o que prejudicou operações de campo e pode impactar o estabelecimento da lavoura


China 1 - As importações chinesas de algodão em maio caíram para o nível mais baixo em anos ( 34.500 tons ), com o Brasil liderando como principal fornecedor (40%), à frente de EUA (24%) e Turquia (19%).


China 2 - O volume acumulado nos primeiros dez meses de 2025 na China caiu para 1,05 milhão tons (vs 2,9 milhões/2024), O Brasil respondeu por 45% do total (41% em 2024), Austrália por 23% (contra 9%) e EUA 18% (contra 34%).


China 3 - Há boatos na China sobre emissão de quotas de importação de algodão.  O órgão estatal NDRC teve reunião esta semana.


China 4 - Não houve uma conclusão oficial na reunião de hoje da NDRC (Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China). Segundo os oficiais, eles não consideram que este seja o momento adequado para tomar decisões sobre cotas de importação ou leilões de algodão dos estoques de reserva. Por isso, optaram por manter o diálogo aberto, sem definir nenhuma ação imediata.


Paquistão - O plantio está quase concluído no Paquistão, atingindo 89% das metas iniciais em Punjab e 65% em Sindh. A previsão é de uma redução de 7% na produção em relação ao ano passado.


Índia - A safra de algodão na Índia avança com o progresso das monções, cobrindo a maior parte das regiões produtoras. As fiações seguem atentas a um possível novo acordo comercial entre Índia e EUA.


Turquia - A safra turca tem previsão para cair para 800 mil tons (ante 850 mil tons em 2024/25) devido à menor área plantada. O clima atual é favorável, mas os riscos climáticos podem afetar a produtividade nos próximos meses.


Exportações - As exportações brasileiras de algodão somaram 99,9 mil tons até a terceira semana de junho. A média diária de embarque é 11% menor que no mesmo período em 2024.


Colheita 2024/25 - Até ontem (26), foram colhidos no estado da BA 10%, GO 10,58%, MA 5%, MG 27%, MS 3,6%, PI 16,8%, PR 90% e SP 76,5%. Total Brasil: 3,67%.




Preços - Consulte tabela abaixo ⬇


Quadro de cotações para 26-06


Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil - cottonbrazil@cottonbrazil.com

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Assembleia da Abrapa reúne lideranças do algodão para traçar rumos estratégicos do setor 

Qualidade da fibra, sustentabilidade e governança estiveram no centro das discussões da reunião do Conselho Administrativo, realizada nesta terça-feira, 24. 

26 de Junho de 2025

Em um momento decisivo para o setor algodoeiro, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) promoveu nesta terça-feira, 24/06, a 1ª Assembleia Geral Extraordinária do Conselho de Representantes da Abrapa para debater os principais desafios e prioridades da cotonicultura nacional. O encontro contou com a presença de lideranças do setor e representantes das associações de produtores, com uma pauta marcada por temas como qualidade da pluma, sustentabilidade e articulação internacional.

Para o Presidente da Abrapa, Gustavo Piccoli, a realização da assembleia foi oportuna para o setor alinhar suas principais pautas e expectativas. “Na reunião nós discutimos temas que serão definidores para que o Brasil continue sendo o maior exportador de algodão do mundo e para demandar toda a produção do algodão brasileiro”, avaliou Piccoli. 


Foco na qualidade desde o campo 


Um dos principais eixos da reunião foi o fortalecimento do controle de qualidade da fibra. A Abrapa pretende ampliar a geração de estatísticas da safra 2024/25, promovendo maior transparência e disponibilização dos dados para o mercado e para fins técnicos. A entidade também vai intensificar os investimentos em treinamento de equipes e medidas de prevenção a problemas como a pegajosidade da fibra e a infestação por mosca branca. 


“O objetivo é atuar de forma antecipada para garantir que a pluma brasileira atenda aos padrões exigidos pelos mercados mais rigorosos do mundo”, afirmou o Diretor Executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero. 


Sustentabilidade como ativo estratégico 


A pauta ambiental ganhou protagonismo nas discussões, com o compromisso de fortalecer o programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) em seis temas estratégicos: saúde e bem-estar do trabalhador, manejo integrado de pragas e solo, adaptação às mudanças climáticas, gestão hídrica, desenvolvimento regional e conservação da biodiversidade. 


A continuidade da parceria com a Better Cotton foi considerada estratégica para continuar a atender a demanda crescente dos mercados internacionais pela fibra sustentável.  


Governança e tecnologia: um novo comitê para fortalecer o setor 


Durante a reunião foi aprovada a criação do Comitê de Governança do Manejo da Resistência, que reunirá produtores ao lado de instituições como o Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), o Instituto Goiano de Agricultura (IGA), a Fundação Chapadão e outras entidades do setor algodoeiro. O comitê atuará na articulação com o poder público para dar credibilidade e peso técnico às pautas relacionadas à eficiência produtiva, qualidade da fibra e custos de royalties ligados ao uso de tecnologias no campo. 


Promoção do algodão brasileiro 


As ações de promoção do algodão brasileiro também avançam. O programa Cotton Brazil, vitrine do setor para o mercado externo, anunciou que irá realizar missões com compradores e stakeholders internacionais em estados como Mato Grosso, Bahia e Goiás. Com forte presença de clientes asiáticos, o Diretor de Relações Internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte, prepara a uma nova agenda internacional com foco nos mercados do Oriente Médio e da Ásia, com eventos previstos em Dubai e participação na ITMA, uma das maiores feiras da indústria têxtil asiática, que ocorrerá em Singapura. 


A Diretora de Relações Institucionais da Abrapa, Silmara Ferraresi, responsável pelo movimento Sou de Algodão, que promove a fibra brasileira para o consumidor final, apresentou a campanha “Brasilidades”, que traz à tona todos os aspectos da cultura e moda brasileiras associadas ao algodão, buscando aproximar o uso da fibra ao dia a dia do consumidor. Ferraresi também falou sobre a próxima edição da Cotton Trip, de que levará influenciadores, jornalistas, representantes da indústria e setor público para conhecer todo o processo da produção de algodão na Fazenda Pamplona, do Grupo SLC, uma das maiores produtoras de algodão de Goiás.  

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Sou de Algodão marca presença no IFAMA 2025

Coordenador estratégico do movimento destacou a importância da transparência e da comunicação para conectar o campo ao consumidor final

25 de Junho de 2025

Nesta quarta-feira (25), o movimento Sou de Algodão esteve representado no IFAMA 2025 - 35ª edição da World Agribusiness Conference, realizada em Ribeirão Preto (SP). Como parte da programação, o painel “Do Campo ao Tecido: Tendências de Consumo até 2050” reuniu especialistas para discutir como as exigências por sustentabilidade, rastreabilidade e ética na origem dos produtos estão moldando o futuro do agronegócio global.


Com a moderação de Roberto Fava Scare, fundador da Harven Agribusiness School e também da empresa de consultoria Markestrat Agribusiness, Luciano Thomé e Castro, sócio-fundador e diretor da Markestrat e coordenador estratégico do Sou de Algodão, foi um dos participantes da sessão, que debateu os impactos dos novos comportamentos de consumo na transformação da cadeia.


Em sua apresentação, Luciano compartilhou o case do movimento, mostrando como a construção de uma narrativa transparente e conectada ao consumidor tem sido fundamental na valorização do algodão brasileiro. Além de Luciano, participaram do painel o canadense Dr. Sylvain Charlebois, professor na Universidade de Dalhousie e diretor sênior do Agri-Food Analytics Lab., e Carlos Pellicer, ex-diretor global de estratégia e inovação da UPL e presidente do Café Mió.


“Não basta apenas produzir com responsabilidade. Precisamos comunicar, envolver e gerar pertencimento. Iniciativas como o Sou de Algodão precisam ter um propósito claro e uma visão de longo prazo. Quase nove anos depois do lançamento do movimento, vemos como essa construção consistente começa a dar frutos reais, impactando toda a cadeia. Conectar o produtor ao consumidor final, com transparência e engajamento, é o que nos torna relevantes e agentes transformadores”, citou Luciano Thomé e Castro.


Além disso, ele ressaltou a importância dos pilares estratégicos de engajamento do movimento - educação do consumidor, promoção e negócios -, e apresentou ações realizadas, como parcerias com universidades e marcas de moda, experiências imersivas no campo e a atuação nas redes sociais, que aproximam o público final da realidade da produção da fibra nacional.


O painel integrou a programação do IFAMA 2025, evento internacional que reúne líderes, acadêmicos e profissionais do agronegócio para discutir os rumos do setor em um cenário cada vez mais guiado por transparência, inovação e responsabilidade socioambiental. Além de palestras e painéis, a conferência buscou promover a adoção de novas tecnologias e práticas entre os participantes, evidenciando o papel do Brasil como líder na produção de fibras e alimentos.


Abrace este movimento: 


Site: www.soudealgodao.com.br


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TikTok: @soudealgodao_

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Abrapa destaca protagonismo do produtor brasileiro na preservação ambiental durante Better Cotton Conference

Maior exportador mundial da pluma, fazendas de algodão brasileiras tem pelo menos 20% de área com vegetação nativa preservada

24 de Junho de 2025

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) destacou na edição deste ano da Better Cotton Conference a dupla função social do cotonicultor brasileiro: produzir fibras e alimentos e, ao mesmo tempo, preservar áreas de vegetação nativa no país. O evento, realizado pela Better Cotton Initiative em Izmir, Turquia, aconteceu entre os dias 18 e 19 de junho.


A mensagem foi o eixo central da apresentação feita pelo diretor de Relações Internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte, na tarde desta quarta (18), durante o painel “O papel dos agricultores: Restaurando ecossistemas para um futuro resiliente”. Ele mostrou, em números, a contribuição do cotonicultor brasileiro tanto em âmbito econômico como ambiental.


O diretor da Abrapa também destacou que todas as fazendas certificadas pelo programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) são anualmente monitoradas por certificadoras independentes de terceira parte. O ABR é uma certificação socioambiental que opera em benchmarking com o selo Better Cotton. Além disso, traders e parceiros comerciais internacionais acompanham de perto as práticas adotadas no campo pelas fazendas brasileiras, reforçando a confiança no algodão produzido no país.


Esse compromisso com a sustentabilidade e a transparência ajuda a explicar a posição de destaque do Brasil no mercado global: o país é hoje o maior exportador de algodão e o terceiro maior produtor mundial. O setor apresenta um alto índice de rastreabilidade e responsabilidade socioambiental, com 84% de toda a produção nacional certificada pelo programa ABR e pela Better Cotton, seguindo as melhores práticas de sustentabilidade. Outro diferencial é o modelo produtivo: cerca de 92% da área de cultivo de algodão no Brasil é conduzida em regime de sequeiro, o que significa maior eficiência no uso da água.


Código florestal brasileiro é um dos mais robustos do mundo


Durante o painel, Duarte também apresentou o cenário regulatório brasileiro. Pelo Código Florestal, os produtores de algodão no Brasil destinam no mínimo 20% da área de suas propriedades à preservação da vegetação nativa, seguindo uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo. Em Mato Grosso, principal estado produtor, esse percentual é ainda maior: chega a quase 40% de área preservada nas unidades agrícolas.


“O modelo brasileiro de cultivo do algodão é caracterizado por uma grande eficiência produtiva, alta produtividade e responsabilidade ambiental. Nossa safra é produzida em 0,2% do território brasileiro e seguimos rigorosas diretrizes de preservação ambiental, graças a políticas públicas sólidas e ao investimento privado do produtor”, argumentou Duarte.


Entre 1981 e 2025, a área plantada com algodão caiu 49% no país, enquanto a produtividade saltou em 1.200% e a produção total aumentou 557%, de acordo com dados da Conab. Atualmente, mais de 10 milhões de empregos diretos e indiretos são gerados na cadeia produtiva do algodão e indústria têxtil.


Além do cumprimento das exigências legais, produtores brasileiros de algodão desenvolvem ações voluntárias que reforçam o compromisso com a sustentabilidade. São projetos voltados à restauração da vegetação nativa, preservação ambiental e adoção de práticas de agricultura regenerativa, que vão além do que é determinado pelas políticas públicas. Exemplos dessas boas práticas foram apresentados pela Abrapa na Better Cotton Conference, com a participação de representantes de fazendas como Agro Penido, SLC, Amaggi e Scheffer. “O produtor brasileiro de algodão é um aliado estratégico na agenda ambiental brasileira e global. O futuro da agricultura está em equilibrar produção, rentabilidade e preservação. E o Brasil tem muito a compartilhar nesse caminho”, afirmou o diretor da Abrapa.


Better Cotton


A Better Cotton Conference é o evento anual da Better Cotton Initiative e tem objetivo de fomentar um futuro mais sustentável para o algodão mundial. O vínculo entre Abrapa e Better Cotton começou em 2013, quando as duas organizações começaram a atuar em benchmarking em seus programas de certificação socioambiental (ABR e Better Cotton).

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Do campo a SPFW: como o algodão quer reconquistar espaço e impulsionar um setor de R$ 33 bilhões

Sou de Algodão lança campanha para resgatar a conexão do algodão com a brasilidade e destacar sua relevância econômica e cultural, promovendo a fibra nacional no Brasil — e no mundo

23 de Junho de 2025

O Brasil deve produzir 3,7 milhões de toneladas de algodão em 2025, segundo projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Com alta estimada de 1,6% nas exportações, o país deve embarcar cerca de 2,83 milhões de toneladas da fibra para o mercado internacional — mantendo-se entre os principais fornecedores globais do produto.



Esse avanço embasa a nova fase da campanha "Brasiliadades", iniciativa do movimento Sou de Algodão, criada pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) para valorizar a cultura da fibra no Brasil — e no exterior.As exportações do algodão brasileiro vão para mais de 150 países, e os principais importadores são: China, Vietnã, Bangladesh, Turquia e Paquistão.


Segundo Silmara Ferraresi, diretora de relações institucionais da Abrapa e gestora do movimento, a campanha busca resgatar a conexão entre o algodão, a economia e a identidade cultural brasileira.


"O que consideramos extremamente relevante é recuperar essa noção de brasilidade ligada ao design e à moda nacional feita com algodão. Se olharmos para o uso de tecidos pela indústria, tanto no Brasil quanto no mundo, o algodão ainda é a fibra natural mais utilizada", afirma.



Na safra 2023/24, o Brasil ultrapassou os Estados Unidos e assumiu a liderança nas exportações globais de algodão, com 2,6 milhões de toneladas embarcadas. Agora, na temporada , o país encara novos desafios, especialmente diante da concorrência das fibras sintéticas, que ganham espaço por fatores como preço e disponibilidade.



O é a quarta maior cultura temporária do país, com valor de produção estimado em R$ 33 bilhões, mostram dados da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (SPA/Mapa).



Segundo a Embrapa, desde o final da década de 1990 e início dos anos 2000, o cerrado brasileiro se consolidou como a principal região produtora da fibra. Por lá, as cultivares precoces têm ciclo de cerca de 150 dias, as de ciclo médio entre 160 e 180 dias, e as de ciclo longo, mais de 180 dias.



Além disso, o ciclo do algodoeiro varia em função da cultivar e do ambiente. Quanto mais próximo à linha do Equador, mais curto é o ciclo.



"Queremos educar o consumidor sobre o que ele veste, e reforçar que o algodão brasileiro representa emprego, tecnologia e responsabilidade ambiental", diz Ferraresi.



Apesar do avanço no mercado externo, o consumo interno de algodão tem se mantido estável nos últimos cinco anos, oscilando entre 700 mil e 750 mil toneladas de pluma, segundo dados da Abrapa. No contexto nacional, a indústria têxtil continua sendo uma das mais relevantes da economia.



O setor conta com 24,3 mil empresas em operação e emprega diretamente cerca de 1,33 milhão de pessoas, com uma massa salarial anual de R$ 25,2 bilhões. Considerando empregos indiretos, a cadeia têxtil movimenta aproximadamente 10 milhões de postos de trabalho — sendo a maior parte composta por mulheres.



"Nosso setor não apenas gera empregos em larga escala, mas mantém a produção dentro do país, o que nos diferencia de mercados que migraram para a Ásia", ressalta Ferraresi.



Os dados também apontam para uma cadeia robusta: R$ 193,2 bilhões em faturamento no segmento têxtil e R$ 389,9 bilhões em confecção, além de R$ 16,5 bilhões em impostos e taxas arrecadados, segundo o Ministério da Fazenda.



No mercado interno, o . No entanto, no cenário global, a participação da fibra brasileira ainda varia entre 21% e 23%, sendo superada pelas fibras sintéticas.



Por isso, a Abrapa aposta na diferenciação da fibra nacional para ampliar sua competitividade e fortalecer sua presença no mercado internacional. Segundo Ferraresi, "é preciso destacar a qualidade, o valor agregado e a sustentabilidade da fibra nacional".



Nesse sentido, diz a executiva, o Brasil tem avançado como um dos maiores fornecedores de algodão responsável do mundo. Desde 2004, o país conta com um programa de rastreabilidade que garante a origem da produção.
Em 2012, foi iniciada a certificação de fazendas, que hoje atesta práticas sustentáveis no campo. "Conseguimos garantir a origem do algodão e como ele é produzido, com respeito ao meio ambiente e às pessoas", diz a diretora.



Algodão brasileiro



Além do consumo, a campanha 'Brasilidades' mira mudar a percepção do consumidor. Em uma pesquisa qualitativa realizada pela Abrapa, uma das entrevistadas disse que não usaria um vestido de algodão em uma festa de gala porque "lembrava chita".



O episódio, diz Ferraresi, ilustra o desafio de reposicionar a imagem do algodão no imaginário brasileiro. "Ainda precisamos trabalhar muito para mostrar o potencial e a sofisticação dessa fibra."
A ligação com a moda é uma das frentes da campanha. Durante a última edição da São Paulo Fashion Week, em outubro de 2024, o movimento levou à passarela uma gama de designs nacionais para mostrar o 'luxo' da fibra brasileira.



A ideia era mostrar que a fibra, além de tradicional, é versátil e pode compor peças sofisticadas. "Queremos mostrar que o algodão é uma fibra de alta moda, sem perder sua identidade e sua conexão com a cultura brasileira", afirma Ferraresi.



As projeções do setor para 2025 são positivas. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) , e Ministério da Fazenda, a produção têxtil deve crescer 2,6% e a de vestuário, 1,3%. O varejo do setor também deve avançar 1,3%.



Em termos de geração de empregos, a estimativa é de um saldo positivo de 8 mil postos na indústria têxtil e 10,5 mil na confecção apenas no primeiro trimestre do ano.



"Não é só sobre aumentar o consumo, mas valorizar a fibra essencial para a nossa história, para a moda e para a indústria brasileira", diz a diretora.

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Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa - 21/06/2025

23 de Junho de 2025

Destaque da Semana - Semana marcada por importantes ações internacionais do setor do algodão Brasileiro no exterior, tanto na Coreia do Sul quanto no Congresso da Better Cotton na Turquia. Feriados no Brasil e EUA interromperam negócios ontem (qui, 19/6).


Algodão em NY - O contrato Jul/25 fechou nesta quarta-feira, 18/jun, cotado a 64,84 U$c/lp (-0,5% vs. 12/jun). O contrato Dez/25 fechou em 66,67 U$c/lp (-1,2% vs. 12/jun).


Basis Ásia - Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia: 991 pts para embarque Jun/Jul-25 (Middling 1-1/8" (31-3-36), fonte Cotlook 18/jun/25).


Baixistas 1 - O contrato Dez/25 atingiu o menor patamar desde abril, pressionado por oferta abundante e demanda fraca.


Baixistas 2 - A produção no Brasil e Austrália permanece elevada. Na China, espera-se safra maior que 7 milhões de tons pelo segundo ano consecutivo.


Baixistas 3 - O consumo segue incerto diante de altas taxas de juros, tensões geopolíticas, conflitos armados, incerteza sobre tarifas e demanda fraca por fios.


Altistas 1 - Embora o USDA esteja projetando produção de 14 milhões de fardos este ano nos EUA, muitos analistas acreditam que essa previsão ainda está superestimada, especialmente diante das condições atuais de área e clima.


Missão Ásia 1 - A Abrapa encerrou com sucesso a missão na Ásia. Na segunda (16), o seminário Cotton Brazil Outlook reuniu os principais industriais têxteis da Coreia do Sul em Seul. O evento foi realizado em parceria com a SWAK, principal entidade do setor têxtil Coreano.


Missão Ásia 2 - O governador de MT, Mauro Mendes, prestigiou o evento com sua comitiva, assim como a embaixadora do Brasil na Coreia do Sul, Márcia Donner.


Missão Ásia 3 - A missão faz parte do programa Cotton Brazil, realizado pela Abrapa em parceria com a ApexBrasil e apoio da Anea. Antes de Seul, a comitiva brasileira composta por produtores e traders Brasileiros esteve no Congresso Chinês de Algodão em Guangzhou (China), e em Taipei (Taiwan).


Better Cotton Conference 1 - A Abrapa destacou durante a Better Cotton Conference a contribuição do cotonicultor brasileiro para o desenvolvimento sustentável do Brasil.


Better Cotton Conference 2 - O tema foi abordado pelo diretor da Abrapa, Marcelo Duarte, durante sua palestra no evento, que ocorreu nesta semana em Izmir, Turquia.


Better Cotton Conference 3 - O diretor da SLC Roberto Acauan participou de importante painel na plenária principal do evento. Roberto apresentou as ações do grupo para mitigação e adaptação às mudanças climáticas.


Better Cotton Conference 4 - A delegação brasileira que participou do evento, com representantes da Abrapa e da Anea, ainda realizou importantes reuniões para nosso setor durante o evento na Turquia.


Better Cotton Conference 5 - A Better Cotton anunciou que se tornará um padrão regenerativo nos próximos 12 meses, atualizando seus Princípios e Critérios , implementando uma estrutura de relatórios baseada em resultados socioambientais.


Better Cotton Conference 6 - Nick Weatherill foi apresentado como novo CEO da Better Cotton , substituindo Alan McClay após 10 anos. Ex-diretor executivo da International Cocoa Initiative, Weatherill traz ampla experiência em sustentabilidade.


Better Cotton Conference 7 - O primeiro compromisso internacional de Nick como CEO será uma viagem ao Brasil em Julho , em parceria com Abrapa e Anea.


EUA - O plantio nos EUA está chegando ao fim. O trabalho está quase concluído em seis dos 15 principais estados produtores e 85% da área estimada foi plantada até 15/jun (5 p.p. a menos que a média de cinco anos).


China 1 - As importações de algodão pela China em maio somaram cerca de 40 mil tons. Desde Out/16 os números não eram menores que 50 mil tons. O volume acumulado em 2024/25 é de 1,05 milhão de tons (contra 2,9 milhões tons da temporada passada).


China 2 - Importações de fios de algodão pela China atingiram 100 mil tons em maio (-7% X abr/25 e abaixo também de mai/2024). No acumulado da temporada, o total é de 1,06 milhão tons (contra 1,3 milhão em 2023/24).


China 3 - Observadores locais continuam prevendo um aumento na produção chinesa de algodão este ano, mesmo com o clima mais quente em Xinjiang.


Paquistão 1 - O plantio já foi concluído em muitos distritos paquistaneses.


Paquistão 2 - Entra em vigor em 1º de julho o imposto de 18% sobre fios importados . Fiações paquistanesas já preveem aumento de preços no mercado interno.


Exportações - As exportações brasileiras de algodão somaram 71,9 mil tons na primeira semana de maio. A média diária de embarque é 10,3% menor que no mesmo mês em 2024.


Colheita 2024/25 - Até ontem (19/06), foram colhidos no estado da BA (6%), GO (30,55%), MG (25%), MS (2,25%), PI (9%), PR (75%) e SP (76,5%). Total Brasil: 2,42%.


Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil - cottonbrazil@cottonbrazil.com

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Supply Chain 4.0: certificação do algodão brasileiro é destaque em seminário

Silmara Ferraresi apresentou os avanços da Abrapa e do movimento Sou de Algodão em rastreabilidade na cotonicultura

23 de Junho de 2025

Na última segunda-feira (16), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Universidade de São Paulo (USP) promoveram o seminário Supply Chain 4.0 - Rastreabilidade Digital na sede da CNI, em São Paulo. Com o objetivo de discutir estratégias para novas tecnologias e modelos, o evento reuniu lideranças do setor industrial, especialistas em logística, tecnologia, compliance e sustentabilidade, além de representantes do meio acadêmico e do setor público.


Entre os destaques da programação, esteve a participação de Silmara Ferraresi, diretora de Relações Institucionais da Abrapa e gestora do movimento Sou de Algodão, no painel “Tecnologias digitais e seus impactos nas certificações”. Ao lado de Carina Pereira Lins, gerente de sustentabilidade da Associação Brasileira de Automação GS1 Brasil e Alexandre Harkaly, sócio diretor estratégico de integração da QIMA, com moderação de Marcos Heleno Guerson, superintendente do IPEM/SP, Silmara compartilhou a trajetória da rastreabilidade no setor algodoeiro nacional, com ênfase nas certificações socioambientais e no papel da tecnologia para garantir a transparência da cadeia.


“Rastreabilidade é uma história de 20 anos no algodão brasileiro. A gente começou em 2004, com o Sistema Abrapa de Identificação (SAI), identificando apenas a unidade de beneficiamento, e hoje conseguimos monitorar da fazenda até o varejo”, explicou Silmara. Em 2012, veio a criação do ABR (Algodão Brasileiro Responsável), o programa de certificação socioambiental, que, posteriormente, em 2021, uniu-se ao SAI e aos demais elos da cadeia têxtil no Brasil. Dessa união surgiu o SouABR, que oferece transparência da origem da matéria-prima, comprovadamente certificada na peça de roupa.


Segundo Silmara, a preocupação em assegurar toda a trajetória e a qualidade do algodão brasileiro para o mercado foi um dos principais motores de inovação da cadeia. “O nosso desafio sempre foi garantir que o algodão que chega lá fora realmente veio de uma fazenda certificada, com manejo ambientalmente correto”.


Durante sua apresentação, Silmara também demonstrou como o Programa SouABR e suas etiquetas inteligentes oferecem uma rastreabilidade completa e acessível. “Hoje, o consumidor escaneia um QR Code e percorre toda a trajetória da peça: ele vê a fazenda, a fiação, a tecelagem e sabe que aquele algodão tem uma história, construída com responsabilidade”.


Ela também destacou a complexidade dos primeiros projetos, e a importância da parceria com marcas como C&A, Renner, Reserva, Veste e Calvin Klein. “A primeira coleção com rastreabilidade do campo ao varejo levou quase 3 anos para sair do papel. Foi um exercício de confiança, maturidade e construção coletiva”.


Além da Abrapa, o seminário contou com apresentações sobre desafios de compliance, transparência, novas tecnologias, cases internacionais e caminhos para o desenvolvimento de projetos de inovação, com foco na rastreabilidade digital. A programação foi voltada a gestores e líderes de agroindústrias, especialistas de logística e supply chain, pesquisadores, startups, consultorias e representantes de entidades governamentais.



Abrace este movimento: 


Site: www.soudealgodao.com.br


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Conflito entre Israel e Irã traz reflexos para cotonicultura brasileira

O produtor, que já lidava com os problemas causados pela guerra comercial entre Estados Unidos e China, agora também terá que contornar os efeitos do conflito no Oriente Médio.

23 de Junho de 2025

A dependência externa de fertilizantes não é novidade para o Brasil. O país importa cerca de 85% dos insumos que utiliza em suas lavouras, incluindo os macronutrientes essenciais: nitrogênio, fósforo e potássio (NPK). No caso dos nitrogenados, a situação é ainda mais delicada. Aproximadamente 17% da ureia consumida no Brasil vem do Irã, um dos países diretamente envolvidos no atual conflito.


Mesmo que as unidades de produção de fertilizantes nos países envolvidos não tenham sido diretamente atingidas, o mercado global já sente os reflexos da tensão geopolítica. A produção de ureia no Irã, por exemplo, está temporariamente paralisada. Segundo dados da consultoria StoneX, o preço da ureia subiu cerca de 9% desde o início do ano, e há expectativa de novas altas se o cenário de instabilidade persistir.


Relação entre a cotonicultura e os fertilizantes


O algodão é uma cultura exigentes em termos nutricionais. Cultivado principalmente no Cerrado, em solos naturalmente pobres em nutrientes, depende de um manejo intensivo de adubação para garantir produtividade e qualidade da fibra. Além disso, seu ciclo mais longo — que pode variar de 140 a 180 dias — e o alto potencial produtivo fazem com que o consumo de fertilizantes por hectare seja superior ao de outras culturas.


De acordo com Márcio Portocarrero, diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), mesmo com práticas como a rotação de culturas com soja e milho na entressafra, não há como alcançar os níveis atuais de produtividade no algodão sem o uso adequado de fertilizantes. “Uma possível crise global de produção de fertilizantes tem impactos expressivos para o setor. Os produtores precisarão avaliar com cuidado suas estratégias de manejo para mitigar perdas”, afirma.


Cenário internacional além dos fertilizantes


Além da questão dos insumos, o cenário internacional de comercialização também impõe desafios. A China é hoje o maior comprador de algodão brasileiro, respondendo por 49% das exportações na safra 2023/24. No entanto, o algodão importado pela China é, em grande parte, utilizado para a fabricação de produtos têxteis destinados à exportação, principalmente para os Estados Unidos.


Com a continuidade das tensões comerciais entre China e EUA, incluindo a possibilidade de novas tarifas sobre produtos têxteis chineses, a demanda chinesa por algodão importado pode sofrer redução. A produção doméstica de algodão da China já é suficiente para abastecer o mercado interno, o que reforça a preocupação dos exportadores brasileiros.


Reduzir a dependência da importação deve ser prioridade


Portocarrero avalia que o Brasil deve tomar algumas providências para diminuir o impacto da dependência de fertilizantes, uma delas é reativar, concluir ou ampliar fábricas de fertilizantes estratégicas, sobretudo de nitrogenados e fosfatados. Nessa linha, a Petrobras, já anunciou a retomada das fábricas de nitrogenados de Araucária (PR) e Três Lagoas (MS), bem como a intenção de aumentar as encomendas para as unidades da Unigel de Sergipe e Bahia.


No curto e médio prazo, as opções vão desde a diminuição das taxas de importação de fertilizantes à revisão das metas previstas no Plano Nacional de Fertilizantes para nutrientes orgânicos e organominerais. Além disso, investir no reaproveitamento de resíduos sólidos e dos chamados “remineralizadores”, que aumentam o efeito dos fertilizantes químicos nas lavouras.

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