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Adesão do Vietnã ao algodão brasileiro e parceria com órgãos chineses marcam a nona missão do Cotton Brazil no ano

22 de Novembro de 2024

O Cotton Brazil, programa de promoção do algodão brasileiro da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), finalizou a Missão Vietnã-China com saldo positivo. Durante a semana, foram realizados eventos, visitas técnicas e reuniões de trabalho que mostraram a adesão da indústria têxtil vietnamita à pluma brasileira e a abertura do mercado chinês à parceria com o Brasil.


Esta foi a nona missão internacional do Cotton Brazil, realizado pela Abrapa em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e apoio da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea).


A delegação brasileira, composta por oito representantes, cumpriu uma série de agendas nos dois países de 17 a 23 de novembro com objetivo de intensificar ainda mais os negócios. China e Vietnã responderam por 64% das exportações nacionais de pluma realizadas no ano comercial 2023/24.


Um dos pontos altos da agenda pelo Vietnã foi confirmar a adesão ao algodão brasileiro. “Reunimos com indústrias vietnamitas que utilizam até 80% da nossa pluma para compor seu blend de fábrica. É uma conquista muito importante para nós, porque estamos falando do segundo maior exportador mundial de têxteis”, ponderou Alexandre Schenkel, presidente da Abrapa.


Em 2023/24, o Brasil ampliou de 15% para 27% a participação nas importações vietnamitas de algodão, totalizando 392 mil toneladas adquiridas. Com isso, o país foi o segundo a mais importar o produto brasileiro no período.


Três cidades foram visitadas pela comitiva brasileira no Vietnã. Em Hanoi, capital, o primeiro compromisso foi a visita técnica à fiação Tra Ly Hưng Yen, seguida por uma reunião de trabalho com a Vietnam Cotton and Spinning Association (VCOSA), a Vietnam National Textile and Garment Group (Vinatex) e diplomatas brasileiros. Hanoi também recebeu uma edição do seminário “Cotton Brazil Outlook”, voltado para empresários, industriais e investidores.


Em seguida, em Hue, o Cotton Brazil promoveu uma reunião-almoço com 12 das principais indústrias têxteis locais, seguida por uma visita técnica a uma fiação da Vinatex.


Em Ho Chi Minh City, a fiação Phu Hoang Spinning foi visitada pela delegação e uma nova edição do “Cotton Brazil Outlook” foi promovida na cidade, mobilizando 92 participantes – entre industriais, empresários, investidores, autoridades e diplomatas.


O embaixador do Brasil em Hanoi, Marco Farani, participou das agendas nas cidades vietnamitas, reforçando a presença do governo brasileiro na iniciativa do Cotton Brazil.


“Um dado importante é que no Vietnã pudemos nos relacionar com companhias que atuam não apenas no país, mas também na Coreia do Sul, no Japão e na China. E comprovamos que a percepção predominante é sobre a evolução do algodão brasileiro principalmente quanto aos indicadores de qualidade”, contextualizou Schenkel.


Já na capital chinesa (Pequim), a delegação priorizou o relacionamento com entidades e empresas chinesas que representam o setor têxtil do país. No primeiro dia, a agenda foi com a Chinatex, atualmente uma das maiores importadoras de pluma brasileira. Em seguida, os encontros foram com a China National Cotton Group Corporation (CNCGC), a China National Cotton Exchange (CNCE), a China Cotton Textile Association (CCTA) e a China Cotton Association (CCA).


A China é a principal importadora de algodão do Brasil. No ano comercial 2023/24, absorveu 49% de todas as exportações brasileiras, somando 1,138 milhão de toneladas. Nessa temporada, o Brasil atingiu um feito histórico nas relações China-Brasil: foi o responsável por 40% das importações totais de algodão feitas pela China. Reflexo do aumento de 203% nas compras da pluma brasileira.

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Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa

ALGODÃO PELO MUNDO #44/2024 14/11/2024

22 de Novembro de 2024

 Destaque da Semana - Esta semana, a Abrapa e Anea realizaram missão comercial ao Vietnã e China, os dois maiores destinos do algodão Brasileiro no exterior. Neste boletim, trazemos um breve resumo das percepções destes mercados.


Algodão em NY - O contrato Dez/24, que tem seu first notice day amanhã fechou nesta quinta 21/nov cotado a 69,19 U$c/lp (+1,3% vs. 14/nov). O contrato Dez/25 fechou em 71,46 U$c/lp (-0,2% vs. 14/nov).


Basis Ásia - O Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia: 954 pts para embarque Nov/Dez-24 (Middling 1-1/8" (31-3-36), fonte Cotlook 21/nov/24).


Altistas 1 - Aproveitando preços menores, as vendas da semana foram robustas. Vendas líquidas reportadas pelos EUA foram de 336.454 fardos (480 lbs), maior resultado do ano comercial.


 Altistas 2 - Os principais compradores do algodão dos EUA na semana forram: Vietnã: 146.432 fardos, Paquistão: 57.666 fardos e Turquia: 24.188 fardos.


Baixistas 1 - Importações de algodão pela China em outubro foram de 105,8 mil tons (-10% em relação ao mês anterior, -63% em relação ao ano anterior).


Baixistas 2 - Importações acumuladas pela China no ano (24/25): 372,8 mil toneladas (-47% em relação a 23/24).


Missão Vietnã-China 1 - O intercâmbio comercial do Cotton Brazil no Vietnã e na China contou com três eventos no Vietnã (Hanoi, Hue e Ho Chi Min City), além de visitas a fiações nas três cidades.


Missão Vietnã-China 2 - Depois, na capital chinesa (Pequim), a delegação se reuniu com duas das maiores importadoras da pluma brasileira, além das principais entidades empresariais do setor.


Missão Vietnã-China 3 - No Vietnã, segundo maior importador de algodão do Brasil, ficou claro que a percepção atual do mercado é: 1) A qualidade do Brasil tem aumentado a cada ano; 2) Eles estão comprando cada vez mais do Brasil; continua


Missão Vietnã-China 4 - 3) Há um desejo geral de aumentar a participação do nosso algodão no mix de compras; 4) A percepção de custo x beneficio do nosso algodão é muito boa; continua


Missão Vietnã-China 5 - 5) As fiações ainda operam com margens apertadas, mas os negócios melhoram aos poucos; 6) Logística incerta e demorada, índice de fibras curtas, pegajosidade, contaminação e dificuldade na checagem de dados de HVI dos fardos foram pontos a melhorar citados.


 Missão Vietnã-China 6 - Já na China, apesar de termos ouvido praticamente as mesmas recomendações, as discussões se centraram nas perspectivas de oferta, demanda e importações pelo gigante Asiático.


Missão Vietnã-China 7 - O país continua tendo dificuldades devido ao boicote dos EUA a têxteis feitos com algodão de Xinjiang (95% da safra Chinesa). Muitos exportadores estão reduzindo o uso de algodão para não ter barreiras, nem necessidade de fazer rastreabilidade das peças.


Missão Vietnã-China 8 - A colheita de algodão foi concluída na China. A produção total foi maior que a esperada e as entidades Chinesas esperam uma colheita entre 6,3 e 6,5 milhões tons - entre 8% e 9% a mais que em 2023. O USDA estima 6,1 milhões de tons.


Missão Vietnã-China 9 - O consumo industrial chinês deve ficar entre 8,0 e 8,2 milhões tons em 24/25. Esses números são mais baixos que os 8,27 milhões tons estimados pelo USDA.


Missão Vietnã-China 10 - Com produção maior e consumo menor, é natural que as exportações dininuam. A questão é quanto. Enquanto o USDA ainda fala em 1,96 milhão tons, este número parece alto também para os chineses com quem conversamos.


Missão Vietnã-China 11 - As indústrias chinesas aguardam novas cotas até o primeiro trimestre de 2025, já que somente 200 mil tons de cota adicional foram liberadas nesta temporada, contra 750 mil neste período do ano passado.


Missão Vietnã-China 12 - A China espera que as recentes medidas econômicas estimulem o consumo interno a partir do ano que vem. Porém, o setor exportador de confecções se preocupa com a intensificação das disputas comerciais com seu principal cliente: EUA.


Missão Vietnã-China 13 - A missão ajudou a estimular a demanda e a preferência pelo algodão brasileiro em mercados competitivos. Permitiu também educar os clientes sobre os benefícios do algodão brasileiro e apresentou feedbacks valiosos sobre o nosso produto.


Missão Vietnã-China 14 - O intercâmbio foi promovido pelo Cotton Brazil, programa da Abrapa em parceria com ApexBrasil e Anea, que promove o algodão brasileiro internacionalmente.


Exportações - As exportações brasileiras de algodão somaram 156,7 mil tons até a 3ª semana de novembro. A média diária de embarque é 23,5% maior que a registrada no mesmo mês de 2023.


Beneficiamento 2023/24 - Até ontem (21/11), foram beneficiados no estado da BA (96%), GO (96,98%), MA (70%), MG (94%), MS (100%), MT (80,89%), PI (85,61%), PR (100%) e SP (100%). Total Brasil: 84,37%.


Plantio 2024/25 - Até ontem (21/11), a semeadura atingiu 45% no Paraná (PR) e 37% em São Paulo (SP). Total Brasil: 0,30%.


Preços - Consulte tabela abaixo 


Quadro de cotações para 21_111

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Safras projeta produção brasileira de algodão em 3,89 milhões t para 2024/25

22 de Novembro de 2024

Porto Alegre, 21 de novembro de 2024 – A semeadura da próxima safra brasileira começou timidamente e alcança apenas 0,17% da área projetada, segundo levantamento da Abrapa. Os trabalhos estão restritos aos estados do Paraná, com 45%, e São Paulo, com 19% semeado. A área plantada com algodão no Brasil deve voltar a crescer e avançar 7,9% na temporada 2024/25, alcançando 2,15 milhões de hectares, de acordo com projeções da Safras & Mercado. Esse número supera a estimativa da Conab, que aponta 2,00 milhões de hectares, e fica ligeiramente acima da projeção da Abrapa, que indica 2,14 milhões de hectares.


O crescimento expressivo da área plantada ocorre principalmente na Bahia e no Mato Grosso. Mesmo com um rendimento médio menor do que o alcançado na temporada atual, a produção brasileira de algodão tem potencial para atingir 3,89 milhões de toneladas em fibra. Isso representa um avanço de 5,6% em relação à produção colhida esse ano (23/24), que é estimada em 3,68 milhões de toneladas.


Mato Grosso


No Mato Grosso, o maior produtor de algodão do Brasil, a área plantada deve crescer 6,9%, alcançando 1,56 milhão de hectares, o que corresponde a 73% da área total de algodão do país. Essa projeção é baseada em dados do Imea, que ressalta o que o plantio de segunda safra corresponde a 82% do total da área. A primeira safra (safra verão) abrange apenas 18% do total semeado.


A queda no preço do milho, reduzindo a rentabilidade da cultura, tem impulsionado a retomada do plantio de algodão no estado, já que a fibra, apesar dos preços mais baixos, oferece uma rentabilidade financeira mais atraente. No entanto, a recuperação recente dos preços do milho e os custos elevados que envolvem a produção do algodão acaba inibindo um avanço mais expressivo no plantio de algodão.


O plantio de algodão envolve um volume financeiro significativo, o que acaba resultando em uma resposta produtiva mais lenta em comparação com outras culturas, como os grãos. A produção de algodão no Mato Grosso na safra 2024/25 deve alcançar 2,77 milhões de toneladas, representando um crescimento de 4,2% em relação a temporada passada.


Bahia


Na Bahia, o plantio da nova safra começa no final de novembro, após o período de vazio sanitário, que vai de 20 de setembro a 20 de novembro. A produção está concentrada no oeste do estado, que responde por 98% da área plantada. A área com algodão deve crescer 10%, alcançando 380 mil hectares, o que representa 18% da área total plantada com algodão no Brasil. A queda no preço da soja e, especialmente, do milho, tem gerado maior interesse pelo algodão, não apenas entre os produtores que anteriormente haviam substituído a fibra por grãos, mas também entre novos produtores. A produção na Bahia deve crescer 10% e alcançar 748 mil toneladas. Do total plantado no estado, cerca de 72% são cultivados em regime sequeiro, sendo os 28% restante em áreas irrigadas.


Juntos, Mato Grosso e Bahia são responsáveis por 90% da área total plantada com algodão no Brasil. Os 10% restantes estão pulverizados entre outros estados, com destaque para o crescimento do plantio de algodão em Minas Gerais e atenção a evolução em novas fronteiras agrícolas, como é o caso de Piauí e Maranhão.

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Produção de algodão deve atingir 3,89 milhões de toneladas no Brasil

Volume representa um crescimento de 5,6% em relação à última safra, diz consultoria

22 de Novembro de 2024

A produção brasileira de algodão na safra 2024/25 tem potencial para atingir 3,89 milhões de toneladas, aponta a projeção da Safras & Mercado. Isso representa um avanço de 5,6% em relação ao colhido em 2023/24, estimado em 3,68 milhões de toneladas.


A semeadura alcançou 0,17% da área projetada, segundo levantamento da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Os trabalhos estão restritos aos Estados do Paraná, com 45%, e São Paulo, com 19% semeado.


A área plantada deve crescer 7,9% na temporada 2024/25, com um total de 2,15 milhões de hectares, de acordo com projeções da Safras. Esse número supera a estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que projeta 2 milhões de hectares, e fica no mesmo patamar da projeção da Abrapa, que indica 2,14 milhões de hectares. O crescimento da área plantada ocorre principalmente na Bahia e em Mato Grosso.


Mato Grosso


Em Mato Grosso, o maior produtor de algodão do Brasil, a área plantada deve crescer 6,9%, alcançando 1,56 milhão de hectares, o que corresponde a 73% da área total de algodão do país. A projeção é baseada em dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária, que destaca que o plantio de segunda safra corresponde a 82% do total da área. Já a primeira safra abrange 18% do total semeado.


produção de algodão em Mato Grosso na safra 2024/25 deve alcançar 2,77 milhões de toneladas, o que significa um crescimento de 4,2% em relação à temporada passada.


Bahia


Na Bahia, a produção está concentrada no Oeste do Estado, que responde por 98% da área plantada. A área com algodão deve crescer 10%, em 380 mil hectares, o que representa 18% da área total plantada com algodão no Brasil. A queda no preço da soja e, especialmente, do milho, tem gerado maior interesse pelo algodão, não apenas entre os produtores que anteriormente haviam substituído a fibra por grãos, mas também entre novos produtores. A produção na Bahia deve crescer 10% e alcançar 748 mil toneladas.


Juntos, Mato Grosso e Bahia são responsáveis por 90% da área total plantada de algodão no Brasil. Os outros 10% estão divididos entre outros Estados, com destaque para o crescimento do plantio de algodão em Minas Gerais e evoluções relevantes em novas fronteiras agrícolas, como no Piauí e no Maranhão.

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Abrapa fortalece laços comerciais com a China em encontro oficial no Palácio do Itamaraty

21 de Novembro de 2024

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) participou do jantar oferecido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente da China, Xi Jinping, em 20 de novembro, no Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília. A China, maior parceiro comercial do Brasil desde 2009, também é o país que mais importa o algodão nacional. No último período comercial, 2023/2024, foram importadas 1,32 milhão de toneladas da fibra brasileira, o equivalente a 49% do total exportado pelo país. O evento contou também com a participação de autoridades e empresários do setor agropecuário. "O encontro foi de grande relevância para o fortalecimento das relações comerciais entre Brasil e China. Sendo o maior importador de algodão brasileiro, a China representa um mercado estratégico para a cotonicultura nacional. Participar de eventos dessa magnitude é essencial para estreitar laços e reforçar a importância da fibra brasileira no cenário internacional. Trata-se de uma oportunidade valiosa para reafirmar o papel do Brasil como parceiro confiável e estratégico na consolidação do país como grande fornecedor de algodão para a China", afirmou Gustavo Piccoli, vice-presidente da Abrapa.


O jantar também celebrou os 50 anos de relações diplomáticas entre os dois países, além de abrir mais quatro mercados para produtos da agropecuária brasileira em acordos firmados por ocasião do encontro bilateral entre os presidentes Com isso, o Brasil registra a conquista de 281 mercados agropecuários, desde o início de 2023.

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Abrapa discute papel do algodão como fibra natural na matriz têxtil em Simpósio BC Grandes Fazendas

19 de Novembro de 2024

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) participou do Simpósio Better Cotton Grandes Fazendas 2024 – “Defendendo as Fibras Naturais na Era da Regulamentação”, realizado virtualmente, em 19 de novembro. O evento internacional reuniu mais de cem produtores licenciados à Better Cotton (BC) de diversos países para discutir estratégias de comunicação que fortaleçam a imagem do algodão como uma fibra natural, destacando a importância de unificar esforços globais frente à concorrência dos sintéticos e ao aumento das regulamentações ambientais.


Alan McClay, CEO da Better Cotton, destacou a relevância do evento para o calendário da entidade. “As grandes fazendas têm um papel central no programa BC, sendo responsáveis por 63% da produção licenciada pela entidade nos últimos anos. Elas oferecem não apenas escala para avanços sustentáveis, mas também oportunidades únicas de inovação e transformação”, afirmou.


Durante a reunião, foi destacada a necessidade de reforçar a comunicação sobre o impacto positivo social e sustentável que envolve a produção do algodão em todo o mundo. Com foco na conscientização do consumidor final, os participantes defenderam um esforço global para unificar mensagens e fortalecer a imagem da fibra natural frente à concorrência crescente com o poliéster e outros sintéticos.



Dilemas Globais e Avanços Regionais


Os desafios enfrentados por produtores de diferentes países, como Brasil e Estados Unidos, incluem o aumento dos custos de produção, a pressão regulatória, principalmente da União Europeia (UE), e a necessidade de competir com fibras sintéticas mais baratas no mercado. Enquanto o algodão é uma fibra biodegradável e colabora com o meio ambiente se produzida de forma responsável, sua competitividade é ameaçada pela atual metodologia da UE para etiquetagem de têxteis como sustentável, conhecida como PEF (Product Enviromental Footprint ou pegada ambiental do produto em português). A calculadora do PEF, atualmente em discussão no parlamento europeu, claramente beneficia os produtos sintéticos, por não considerar a produção de microplásticos, os resíduos plásticos e as fibras naturais como biodegradáveis.


“No Brasil, 82% das propriedades produtoras de algodão já possuem certificações de boas práticas ambientais, sociais e trabalhistas. Mas precisamos comunicar isso de forma constante e impactante, especialmente para consumidores de mercados exigentes como a União Europeia”, ressaltou Márcio Portocarrero, diretor executivo da Abrapa.


Shane Stephen, da Staplcoton (cooperativa de algodão dos EUA), enfatizou o valor do algodão como uma cultura de rotação que beneficia tanto a saúde do solo quanto a economia agrícola local. Ele também alertou para o impacto ambiental do poliéster e destacou a importância de contar a história do algodão de maneira autêntica e acessível: "Precisamos que as pessoas entendam que o algodão é uma alternativa sustentável às fibras sintéticas. O trabalho que nossos agricultores realizam hoje é incrivelmente mais avançado do que há décadas, e essa informação não tem chegado ao consumidor final.”



Plano de Comunicação Global


Entre as soluções discutidas, a criação de uma estratégia global de comunicação contínua foi apontada como prioridade. Essa abordagem envolveria a colaboração entre países produtores e organizações como a Better Cotton, com foco na educação e conscientização sobre os benefícios ambientais e sociais das fibras naturais, em especial o algodão.


Portocarrero comparou a iniciativa a movimentos ambientais no Brasil que, décadas atrás, integraram a temática de preservação ao ensino escolar, formando gerações mais conscientes. Ele destacou que uma campanha de longo prazo, voltada para consumidores e jovens, é fundamental para combater a influência de grupos com maior poder financeiro, como as indústrias petroquímicas que promovem o poliéster.



“Make the Label Count”


A campanha Make the Label Count destaca-se na defesa das fibras naturais diante das mudanças regulatórias promovidas pela União Europeia (UE), que introduziu critérios dentro do “green deal Europeu”. Apesar de avaliar 16 categorias de impacto ambiental, a metodologia Environmental Footprint (PEF) exclui benefícios cruciais das fibras naturais, como biodegradabilidade e a não produção de microplásticos, favorecendo assim materiais sintéticos como o poliéster. A iniciativa tem promovido ações estratégicas, como reuniões políticas e a participação de consultas públicas em Bruxelas, para aprimorar o PEF e garantir uma avaliação justa das fibras naturais. “Defendemos comunidades rurais, biodiversidade e o futuro da moda sustentável”, afirma Elizabeth van Delden, advogada de fibras naturais.



Controle biológico


Durante o evento, foi apresentado um caso de sucesso de um produtor do Paquistão, que demonstrou como a adoção de controles biológicos pode reduzir os custos com pesticidas químicos. O debate destacou os desafios e avanços no uso de biopesticidas na produção de algodão, especialmente no Paquistão, onde ainda há limitações quanto à disponibilidade comercial e à aplicação em larga escala.


Robério Carlos dos Santos Neves, engenheiro agrônomo do Instituto Goiano de Agricultura (IGA), apresentou uma abordagem detalhada sobre o manejo integrado de pragas (MIP) na cultura do algodão, com destaque para o monitoramento e controle de pragas como trips, pulgão, mosca-branca, lagartas e, especialmente, o bicudo-do-algodoeiro.


Foram destacadas estratégias como o uso de armadilhas, controle biológico com fungos e o manejo preventivo para reduzir populações de pragas-chave. O bicudo permanece como o maior desafio devido às opções limitadas de controle biológico. No entanto, avanços em estudos com fungos e parasitoides oferecem perspectivas promissoras.



O futuro do algodão


Os participantes concluíram que o algodão possui desafios significativos e similares para todos os países produtores. A união de esforços globais, o fortalecimento da imagem da fibra e o enfrentamento à concorrência com base em evidências científicas são caminhos indispensáveis para garantir sua relevância e manutenção no mercado nos próximos anos.

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Programa ABR-UBA certifica 30 unidades de beneficiamento na Bahia

Auditorias foram feitas nas empresas durante safra 2023/2024

19 de Novembro de 2024

O Programa ABR-UBA (Algodão Brasileiro Responsável – Unidades de Beneficiamento de Algodão), que certifica unidades de beneficiamento comprometidas com boas práticas e sustentabilidade na produção de algodão, aprovou 30 unidades de beneficiamento na Bahia no projeto. O anúncio foi feito pela Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), após término das auditorias nas empresas durante safra 2023/2024.


As últimas unidades auditadas pela equipe do Programa ABR foram vistoriadas no final de outubro. Nesta safra, as 30 Unidades de Beneficiamento de Algodão (UBA) da Bahia certificadas pelo ABR-UBA, representam 56,6% das unidades ativas na região.


De acordo com a associação, a certificação ABR-UBA assegura que essas unidades operam em conformidade com padrões rigorosos de qualidade, gestão e responsabilidade social, beneficiando produtores e fortalecendo a posição do algodão baiano no mercado.


“O Programa ABR-UBA contempla o primeiro elo industrial da cadeia produtiva do algodão. Ele tem como fundamento o incremento progressivo das boas práticas socioambientais, econômica e industrial, vinculados à gestão da unidade e de acordo com os princípios da sustentabilidade.” disse a coordenadora do ABR-Sustentabilidade da Abapa, Yannna Costa.
Segundo Yanna, as unidades participantes assumem o compromisso com a segurança, saúde ocupacional e meio ambiente do trabalho, cumprimento às normas regulamentadoras e legislações nacionais relacionadas ao exercício da atividade.


O programa


Desde 2022, a Abapa, em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), promove uma capacitação voltada aos inspetores das Unidades de Beneficiamento de Algodão (UBAs) do Matopiba.


A iniciativa, supervisionada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), faz parte dos requisitos para a implementação do Programa de Autocontrole para a Certificação de conformidade da Qualidade do Algodão Brasileiro, também conhecido como Programa de Qualidade do Algodão Brasileiro (PQAB).

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Abrapa discute papel do algodão como fibra natural na matriz têxtil em Simpósio BC Grandes Fazendas

19 de Novembro de 2024

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) participou do Simpósio Better Cotton Grandes Fazendas 2024 – "Defendendo as Fibras Naturais na Era da Regulamentação", realizado virtualmente, em 19 de novembro. O evento internacional reuniu mais de cem produtores licenciados à Better Cotton (BC) de diversos países para discutir estratégias de comunicação que fortaleçam a imagem do algodão como uma fibra natural, destacando a importância de unificar esforços globais frente à concorrência dos sintéticos e ao aumento das regulamentações ambientais.


Alan McClay, CEO da Better Cotton, destacou a relevância do evento para o calendário da entidade. "As grandes fazendas têm um papel central no programa BC, sendo responsáveis por 63% da produção licenciada pela entidade nos últimos anos. Elas oferecem não apenas escala para avanços sustentáveis, mas também oportunidades únicas de inovação e transformação", afirmou.


Durante a reunião, foi destacada a necessidade de reforçar a comunicação sobre o impacto positivo social e sustentável que envolve a produção do algodão em todo o mundo. Com foco na conscientização do consumidor final, os participantes defenderam um esforço global para unificar mensagens e fortalecer a imagem da fibra natural frente à concorrência crescente com o poliéster e outros sintéticos.


Dilemas Globais e Avanços Regionais


Os desafios enfrentados por produtores de diferentes países, como Brasil e Estados Unidos, incluem o aumento dos custos de produção, a pressão regulatória, principalmente da União Europeia (UE), e a necessidade de competir com fibras sintéticas mais baratas no mercado. Enquanto o algodão é uma fibra biodegradável e colabora com o meio ambiente se produzida de forma responsável, sua competitividade é ameaçada pela atual metodologia da UE para etiquetagem de têxteis como sustentável, conhecida como PEF (Product Enviromental Footprint ou pegada ambiental do produto, em português). A calculadora do PEF, atualmente em discussão no parlamento europeu, claramente beneficia os produtos sintéticos, por não considerar a produção de microplásticos, os resíduos plásticos e as fibras naturais como biodegradáveis.


"No Brasil, 82% das propriedades produtoras de algodão já possuem certificações de boas práticas ambientais, sociais e trabalhistas. Mas precisamos comunicar isso de forma constante e impactante, especialmente para consumidores de mercados exigentes como a União Europeia", ressaltou Marcio Portocarrero, diretor executivo da Abrapa.


Shane Stephen, da Staplcoton (cooperativa de algodão dos EUA), enfatizou o valor do algodão como uma cultura de rotação que beneficia tanto a saúde do solo quanto a economia agrícola local. Ele também alertou para o impacto ambiental do poliéster e destacou a importância de contar a história do algodão de maneira autêntica e acessível: "Precisamos que as pessoas entendam que o algodão é uma alternativa sustentável às fibras sintéticas. O trabalho que nossos agricultores realizam hoje é incrivelmente mais avançado do que há décadas, e essa informação não tem chegado ao consumidor final."


Plano de Comunicação Global


Entre as soluções discutidas, a criação de uma estratégia global de comunicação contínua foi apontada como prioridade. Essa abordagem envolveria a colaboração entre países produtores e organizações como a Better Cotton, com foco na educação e conscientização sobre os benefícios ambientais e sociais das fibras naturais, em especial o algodão.


Portocarrero comparou a iniciativa a movimentos ambientais no Brasil que, décadas atrás, integraram a temática de preservação ao ensino escolar, formando gerações mais conscientes. Ele destacou que uma campanha de longo prazo, voltada para consumidores e jovens, é fundamental para combater a influência de grupos com maior poder financeiro, como as indústrias petroquímicas que promovem o poliéster.


"Make the Label Count"


A campanha Make the Label Count destaca-se na defesa das fibras naturais diante das mudanças regulatórias promovidas pela União Europeia (UE), que introduziu critérios dentro do "green deal Europeu". Apesar de avaliar 16 categorias de impacto ambiental, a metodologia Environmental Footprint (PEF) exclui benefícios cruciais das fibras naturais, como biodegradabilidade e a não produção de microplásticos, favorecendo assim materiais sintéticos como o poliéster. A iniciativa tem promovido ações estratégicas, como reuniões políticas e a participação de consultas públicas em Bruxelas, para aprimorar o PEF e garantir uma avaliação justa das fibras naturais. "Defendemos comunidades rurais, biodiversidade e o futuro da moda sustentável", afirma Elizabeth van Delden, advogada de fibras naturais.


Controle biológico


Durante o evento, foi apresentado um caso de sucesso de um produtor do Paquistão, que demonstrou como a adoção de controles biológicos pode reduzir os custos com pesticidas químicos. O debate destacou os desafios e avanços no uso de biopesticidas na produção de algodão, especialmente no Paquistão, onde ainda há limitações quanto à disponibilidade comercial e à aplicação em larga escala.


Robério Carlos dos Santos Neves, engenheiro agrônomo do Instituto Goiano de Agricultura (IGA), apresentou uma abordagem detalhada sobre o manejo integrado de pragas (MIP) na cultura do algodão, com destaque para o monitoramento e controle de pragas como trips, pulgão, mosca-branca, lagartas e, especialmente, o bicudo-do-algodoeiro.


Foram destacadas estratégias como o uso de armadilhas, controle biológico com fungos e o manejo preventivo para reduzir populações de pragas-chave. O bicudo permanece como o maior desafio devido às opções limitadas de controle biológico. No entanto, avanços em estudos com fungos e parasitoides oferecem perspectivas promissoras.


O futuro do algodão


Os participantes concluíram que o algodão possui desafios significativos e similares para todos os países produtores. A união de esforços globais, o fortalecimento da imagem da fibra e o enfrentamento à concorrência com base em evidências científicas são caminhos indispensáveis para garantir sua relevância e manutenção no mercado nos próximos anos.

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Abrapa destaca excelência e potencial do algodão brasileiro em palestra em Palmas (TO)

18 de Novembro de 2024

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) participou, em 13 de novembro, de um evento promovido pela Academia Tocantinense do Agronegócio, em Palmas (TO), para discutir a cultura do algodão e suas tendências. O encontro, voltado para alunos, professores e produtores, marcou a abertura de uma série de painéis sobre diferentes cadeias produtivas do agronegócio.


Marcio Portocarrero, diretor executivo da entidade, apresentou uma visão ampla sobre a produção de algodão no Brasil, destacando os avanços que levaram o país à liderança mundial em exportação da commodity, em 2024. Durante sua apresentação, ele explicou os pilares estratégicos da entidade, que incluem rastreabilidade, qualidade, promoção e sustentabilidade, reforçando o compromisso da Abrapa em consolidar o algodão brasileiro no mercado global com excelência e competitividade. “O encontro evidenciou o crescente interesse dos produtores locais no cultivo do algodão, motivado pela alta rentabilidade em comparação a outras culturas, como soja e milho. A Abrapa considera a iniciativa uma oportunidade importante para disseminar conhecimento técnico e estratégico da produção da pluma, contribuindo para o fortalecimento da cotonicultura no Tocantins e no Brasil”, afirmou.


O evento contou também com uma mesa-redonda, composta por especialistas como Valdinei Sofiatti, pesquisador da Embrapa; Daniel Cerri, consultor agrônomo; Fausto Garcia, produtor de algodão no Tocantins e Maranhão; e Eric Collichio, pesquisador. Durante os debates, foram abordados temas como os desafios técnicos e econômicos da produção de algodão na região, a importância de consultoria especializada e os benefícios da organização setorial.


Segundo Portocarrero, Garcia compartilhou sua experiência como produtor, relatando o cultivo de 8 mil hectares de algodão e o investimento em beneficiamento na própria fazenda, que inclui a produção de óleo bruto e torta de algodão para ração. Ele ressaltou que a cultura demanda alta tecnologia, capital e capacitação, mas oferece uma rentabilidade significativa. Cerri destacou as peculiaridades do Tocantins, como a variabilidade de solos e altitudes, e a importância do manejo técnico contínuo para a viabilidade da cultura. Sofiatti apresentou as ações da Embrapa para adaptar materiais às condições regionais e incentivar os produtores a retomarem a associação estadual de produtores de algodão, fortalecendo o setor no estado.

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Relatório de Safra - novembro de 2024

14 de Novembro de 2024

O Brasil já deu início à safra 2024/2025 de algodão! O plantio começou em novembro nas lavouras de São Paulo e Paraná, e em breve será a vez da Bahia, onde a previsão de início é para o dia 21. Segundo as primeiras estimativas da Abrapa, a área dedicada à fibra deverá crescer 7,4% em comparação ao ciclo anterior, chegando a 2,14 milhões de hectares. Neste cenário, e considerando uma produtividade projetada em 1859 quilos de algodão beneficiado (pluma) por hectare (0,6%), a produção pode chegar 3,97 milhões de toneladas de algodão. Para acessar todas as informações detalhadas sobre a nova safra, confira o Relatório da Safra da Abrapa – Novembro de 2024, disponível clicando aqui.

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