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Algodão: de onde vem a sua roupa?

Brasil tem certificado especial que comprova produção socioambiental

26 de Agosto de 2024

De várias cores e tamanhos, as roupas também têm uma variedade de matérias-primas. Segundo pesquisa da Textile Exchange, cerca de 22% da produção têxtil no mundo é feita a partir do algodão. Boa parte dessa pluma usada nas roupas vem do Brasil, que recentemente alcançou o posto de maior exportador de algodão do mundo, com 2,67 milhões de toneladas comercializadas para os mercados internacionais – de acordo com dados da safra 2023/2024.


Mas afinal, de onde vem esse algodão? Como ele é feito e produzido? Há formas de rastrear com segurança o produto? O Agro Estadão ouviu especialistas para responder esses e outros questionamentos e entender a origem das roupas usadas no dia a dia.


Como saber se a roupa que comprei é de um algodão de qualidade?


A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) é a entidade que abarca 99% da produção nacional da pluma no Brasil. Para atestar a qualidade do produto, ela realiza testes em todos os fardos vendidos para a indústria têxtil. Essas análises laboratoriais levam em consideração ao menos sete parâmetros e os resultados são acrescentados ao Certificado Oficial de Classificação do Algodão Brasileiro, que é emitido para cada fardo analisado – ao sair da unidade de beneficiamento cada lote tem, em média, 230 kg.


O algodão brasileiro é sustentável?


Além do aspecto da qualidade, observado principalmente pela indústria têxtil, o consumidor final também tem se preocupado com a forma como os produtos são produzidos. No Brasil, há pelo menos dois certificados que garantem um padrão de sustentabilidade socioambiental.


ABR


O protocolo Algodão Brasileiro Responsável (ABR) verifica se a pluma está seguindo determinados critérios que abrangem tanto a situação ambiental (como uso de práticas agrícolas sustentáveis) como social (se as regras trabalhistas estão sendo seguidas, por exemplo).


O processo para obter a certificação começa com um convite feito pela Abrapa para que o produtor seja certificado. A etapa seguinte é a preparação com treinamento e orientações para que o produtor possa adequar a sua produção. A fase seguinte é uma auditoria por empresas terceiras que vão visitar a fazenda analisando os critérios do protocolo. Depois, é a hora de saber se o produtor passou e a seguinte etapa trata da licença Better Cotton (veja abaixo), mas não é obrigatória. Além disso, esse processo é feito anualmente e é de adesão voluntária do produtor.


São 183 itens avaliados durante o processo e que são divididos em oito critérios:


Contrato de trabalho


Proibição de trabalho infantil


Proibição de trabalho análogo a escravidão, indigno ou degradante


Liberdade de associação sindical


Proibição de discriminação de pessoas


Segurança, saúde e meio ambiente do trabalho rural


Desempenho ambiental


Boas práticas agrícolas e ambientais


Os critérios de dois a cinco são obrigatórios e excludentes, ou seja, caso o produtor falhe em um desses, ele estará fora da certificação e não conseguirá mais fazer o processo para obter o ABR.


Better Cotton


A Better Cotton é uma organização internacional que promove um programa de sustentabilidade do algodão. Para atestar isso, a organização desenvolveu uma certificação que garante que essas práticas estão sendo seguidas.


Com menos critérios do que o protocolo ABR, os produtores que estão aptos na certificação ABR automaticamente se tornam elegíveis para receber a certificação Better Cotton. Ela é importante principalmente para o mercado internacional, já que alguns países a exigem.


Rastreabilidade na cadeia do algodão


Um dos pontos-chave desse consumo consciente é ter formas para que o consumidor consiga checar a origem desse produto. Por isso, o movimento Sou de Algodão, da Abrapa, vem buscando parcerias com grandes varejistas e empresas têxteis para tornar isso possível através da rastreabilidade por QR Code nas etiquetas de roupas.


Essa etiqueta reúne uma série de informações e qualificações que demonstram a qualidade e o processo de produção pelo qual o algodão foi obtido. “Para você participar dessa rastreabilidade, você tem que ser certificado. Essa certificação é tanto ABR quanto Better Cotton, que envolve cerca de 82% do algodão brasileiro que trazem as melhores práticas de responsabilidade ambiental e social para o produtor”, afirma ao Agro Estadão o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel.


Há pelo menos duas formas de rastreabilidade do algodão brasileiro:


SAI – É o Sistema Abrapa de Identificação (SAI). Ele é usado principalmente na entrega do algodão para as indústrias têxteis. Basicamente, é uma etiqueta colocada em cada um dos fardos que sai da unidade de beneficiamento. Pode ser verificado tanto por QR Code como por código de barras. A consulta pode ser feita pelo site da Abrapa ou pelo aplicativo com o mesmo nome.


Sou ABR – Este é o sistema de rastreamento que vai além do SAI em que é possível ver as etapas na indústria têxtil. A leitura é feita pelo QR Code que é colocado nas etiquetas das roupas. Essa também é a forma que o consumidor final consegue ver os caminhos que o algodão percorreu.


Como é feita essa rastreabilidade?


Uma das características do Sou ABR é que ele também engloba o SAI, ou seja, as informações contidas no SAI também estão dentro desse QR Code das etiquetas. Outra curiosidade é que essas informações são encadeadas através de blockchain, a mesma tecnologia utilizada no Bitcoin, por exemplo. Isso confere mais segurança, já que as informações são armazenadas em blocos e cada bloco depende do anterior, o que torna ele mais difícil de ser modificado, já que uma mudança necessariamente implicaria mudar bloco a bloco da cadeia.


Assim como em um sistema de produção, cada etapa acrescenta suas próprias informações. Confira como é o sequenciamento:


Lavoura


Como explica o coordenador de lavoura da Fazenda Pamplona, da SLC Agrícola, Fernando Ottobeli, o processo de identificação começa na colheita e formação dos fardos maiores. Cada fardo ou módulo pesa em média 2.200 kg. A lona que envolve o algodão possui quatro etiquetas ao longo dela e cada etiqueta possui um chip. Depois de formada, funcionários passam, ainda no campo, de módulo a módulo, “bipando” ao menos uma dessas etiquetas.


Uma vez feito isso, são acrescentadas informações como: lavoura, cultivar plantada, data da colheita e se há ou não presença de contaminantes – termo usado para dizer se há poeira ou capim no algodão.


Unidade de beneficiamento


Uma vez no pátio da algodoeira, onde é feito o beneficiamento do algodão, os módulos que não apresentam contaminantes são beneficiados primeiro, como esclarece a coordenadora agroindustrial da Fazenda Pamplona, Maria dos Santos. Nessa etapa, a pluma é separada da semente e dividida em fardos menores, que serão vendidos às indústrias têxteis. Cada módulo gera cerca de quatro fardos de 230 quilos em média.


Nesse ciclo também é feito o recolhimento das amostras para os testes de qualidade. Além disso, cada fardo recebe uma etiqueta SAI, na qual contém as informações obtidas na lavoura, além de outros dados acrescentados, como peso, laboratório que analisou a qualidade e a certificação socioambiental (ABR ou Better Cotton).


Fiação


Essa é a primeira etapa dentro da indústria têxtil. Aqui acontece a transformação do algodão em fios. São acrescentadas informações como data de produção, lote e nota fiscal de venda.


Tecelagem ou malharia


Os fios de algodão ganham contorno, cores e texturas nessa fase da cadeia. Os rolos de tecidos e estampados são feitos nesse estágio. Também são incluídos dados como nota fiscal de venda e o GLN (Número Global de Localização) do fabricante.


Confecção


Os fios e tecidos se transformam em camisas, camisetas, shorts, calças, saias, calçados e chapéus. Essa é praticamente a etapa final da indústria têxtil. Além das informações como lote e data de produção, são adicionados o GTIN-14 (um código de identificação) e a quantidade produzida.


Lojas


A entrega final é feita nas lojas de varejo onde é possível comprar as blusas e calças já com a etiqueta e QR Code que mostram toda a cadeia de produção. As varejistas também inserem nesse sequenciamento de dados suas próprias informações como GLN e o lote da venda.


Como é o mercado para o algodão rastreável?


O presidente da Abrapa ressalta que esse algodão não necessariamente vai atrair um valor maior na comercialização. Porém, esse tipo de pluma atrai mais compradores internacionais, o que o torna mais disputado e preferido pela indústria.


“Esse algodão é o mais procurado hoje pelas tradings, pelos grandes comerciantes. Essas certificações contribuem principalmente com o interesse de compra do algodão brasileiro”, afirma Alexandre Schenkel.


A expectativa para a safra 2024/2025 é de que o Brasil continue sendo o primeiro ou o segundo maior exportador da pluma, revezando essa posição com os Estados Unidos.


Fonte: https://agro.estadao.com.br/sustentabilidade/algodao-de-onde-vem-a-sua-roupa

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Brasil é o maior produtor de algodão responsável

26 de Agosto de 2024

A Record veiculou uma reportagem completa sobre a transformação do algodão brasileiro nas últimas décadas e seu reconhecimento mundial. A emissora esteve presente na Cotton Trip 2024, organizada pela Abrapa. Confira mais detalhes neste link: https://www.youtube.com/watch?v=d8qkxbTXh40 

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Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa

ALGODÃO PELO MUNDO #31/2024

23 de Agosto de 2024

Destaque da Semana - Apesar da queda de ontem, as cotações de algodão fecharam em alta na semana. A crescente preocupação com a seca no Texas e os problemas na safra no Paquistão ajudaram. Hoje o Federal Reserve dos EUA pode anunciar o início do corte dos juros.


Algodão em NY - O contrato Dez/24 fechou nesta quinta 22/08 cotado a 69,34 U$c/lp (+3,3% vs. 15/ago). O contrato Dez/25 fechou em 70,73 U$c/lp (+1,4% vs. 15/ago).


Basis Ásia - Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia: 865 pts para embarque Out/Nov-24 (Middling 1-1/8" (31-3-36), fonte Cotlook 22/ago/24).


Altistas 1 - - A condição das lavouras nos EUA piorou esta semana. O percentual das áreas com classificação de boa a excelente caiu de 46% para 42%, enquanto o Texas está em 29%.


Altistas 2 - No Texas, onde o clima seco piorou as condições nesta semana, 29% das lavouras foram classificadas como ‘boa a excelente’ (contra 33% da semana passada). Apesar disso, o índice está bem melhor que na safra passada (10%).


Altistas 3 - No Paquistão, um dos maiores produtores, consumidores e importadores de algodão do mundo, a safra deve ser menor que o previsto devido ao excesso de chuvas de monções.


Baixistas 1 - O comércio internacional continua sem empolgar. Esta semana, o relatório de exportação do USDA mostrou vendas líquidas semanais de somente 104.026 fardos de 480 libras, 69% a menos que semana passada.


Baixistas 2 - Preocupações com a economia americana, maior do mundo, continuam a dominar os noticiários, principalmente após nova piora no indicador de empregos no país divulgado nesta semana.


EUA 1 - O desenvolvimento das plantas acelerou na semana passada nos EUA. Porém, 42% das lavouras foram classificadas como “boas a excelentes”, o que significa uma queda de 4 pp na semana.


EUA 2 - Daqui a pouco, ocorre o esperado discurso do presidente do Fed (Banco Central dos EUA), Jerome Powell, em Jackson Hole, que pode indicar novos rumos na política da taxa de juros dos EUA.


China 1 - Em julho, a China importou 199.392 tons de algodão, superando jun/24 e 82% acima de jul/23 (109.660 tons). No acumulado, o volume é de 3,26 milhões tons – 4º maior da história. O Brasil responde por 40% do total.


China 2 - Em julho, a China importou 130.000 tons de fios de algodão, queda de 18% em relação a jul/23 e aumento de 19% em relação jun/24. O Vietnã forneceu 51%, seguido pelo Uzbequistão, com 15%, e pelo Paquistão, com 12%.


China 3 - A importação de fios em 2023/24 totalizou 1,75 milhão tons na China, aumento de 44% em relação à temporada anterior e 10% em relação a 2021/22.


China 4 - A China Cotton Association (CCA) estima que a produção chegará a 6,052 milhão tons – crescimento anual de 3% mesmo com redução de 2,4% esperada na área plantada.


Bangladesh - Importadores bengaleses têm priorizado compras pontuais, com as fiações correndo contra o tempo para darem conta dos pedidos que foram prejudicados pela instabilidade política em Bangladesh.


Paquistão 1 - Com a continuidade das chuvas de monções no cinturão do algodão, colheita e beneficiamento seguem parados no Paquistão. O acúmulo de água nas lavouras já afetou a previsão de safra para baixo.


Paquistão 2 - Até 15/08, a PCGA registrou 1.075.028 fardos de algodão em caroço para beneficiamento – quase a metade do volume registrado no mesmo período no ano passado.


Paquistão 3 - Com a previsão de queda na qualidade da safra paquistanesa e lentidão na oferta doméstica de algodão, a demanda por pluma importada aumentou na última semana no Paquistão.


Índia - Até 16/08, a área plantada com algodão na Índia chegou a 11,1 milhões ha, 9% menor que no mesmo período do ano passado.


Indonésia - Na última semana, a valorização da rúpia indonésia contribuiu para a importação de algodão brasileiro, malaio e australiano, mas ainda em volumes discretos.


Exportações - As exportações brasileiras de algodão somaram 47,9 mil tons até a terceira semana de agosto. A média diária de embarque é 12% menor que no mesmo mês de 2023.


Colheita 2023/24 - Até ontem (22/08), foram colhidos no estado da BA (72,85%), GO (77,5%), MA (74%), MG (79%), MS (99,6%), MT (74%), PI (76,36%), PR (100%) e SP (96,5%). Total Brasil: 74,55%.


Beneficiamento 2023/24 - Até ontem (22/08), foram beneficiados no estado da BA (50%), GO (42,26%), MA (23%), MG (45%), MS (49,7%), MT (20%), PI (26,6%), PR (100%) e SP (94%). Total Brasil: 27,23%.


Preços - Consulte tabela abaixo ⬇


Quadro de cotações para 22_08

Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, iniciativa que representa a cadeia produtiva do algodão brasileiro em escala global. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com

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Brasil assume liderança mundial na exportação de algodão

22 de Agosto de 2024

O canal AgroMais publicou na quarta-feira (21), uma reportagem completa sobre o algodão feita durante a Cotton Trip dedicada a jornalistas, no dia 15 de agosto. O presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel, e a diretora de Relações Institucionais da associação, Silmara Ferraresi, participaram das gravações na fazenda Pamplona, do grupo SLC Agricola, em Goiás, quando comemoraram a recente conquista do Brasil como o maior exportador de algodão, no período comercial 2023/2024. Schenkel fez uma análise histórica da cotonicultura no Brasil, destacando o período crítico na década de 1990 até chegar a 1999, com a criação da Abrapa, o início de uma nova trajetória para o setor. Silmara, que também coordena o movimento Sou de Algodão, enfatizou o compromisso contínuo com a qualidade em todos os elos da cadeia produtiva, além de sua responsabilidade socioambiental, assegurada por meio de processos de certificação do programa ABR. A entrevista completa pode ser conferida no link: https://youtube.com/watch?v=sWUBct8pV9c&si=_49tym4HX5lbZokn

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Sou de Algodão marca presença em evento Cotton Experts

Promovido pela BASF, um dos apoiadores do movimento, o tema principal foi a presença do algodão no mercado da moda

22 de Agosto de 2024

No dia 21 de agosto, quarta-feira, o Sou de Algodão, iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), marcou presença no Cotton Experts, evento para público chave da BASF, um dos apoiadores do movimento, que contou com a presença de mulheres relacionadas à cadeia de algodão. Silmara Ferraresi, diretora de relações institucionais da Abrapa e gestora do Sou de Algodão, foi uma das convidadas.


O público contou com cerca de 20 mulheres, entre executivas, esposas de consultores técnicos e profissionais da moda. O objetivo foi gerar conteúdo sobre o algodão na moda. “Foi um momento em que pudemos nos reunir e compartilhar conhecimentos e experiências de maneira leve e descontraída. Uma tarde deliciosa, em que moda, conhecimento e companheirismo se uniram. Sinto que saímos de lá mais conectadas não apenas com o universo do algodão, mas também umas com as outras. Sem dúvida, foi um momento que ficará marcado em nossas memórias”, comemora Valeska De Laquila, Gerente de Produto FiberMax® da BASF


Silmara apresentou o Sou de Algodão e o trabalho desenvolvido para despertar uma consciência coletiva em torno da moda e do consumo responsável. Para isso, apresentou o principal pilar do movimento: o SouABR, primeiro programa de rastreabilidade de ponta a ponta da cadeia têxtil.


"A rastreabilidade nessa cadeia é fundamental para garantir transparência e responsabilidade em todas as etapas de produção. Ela permite que consumidores façam escolhas mais conscientes, sabendo a origem de suas peças e o impacto socioambiental envolvido. Além disso, é um diferencial competitivo para as marcas que buscam se destacar em um mercado cada vez mais exigente e alinhado com práticas sustentáveis”, explica.


A estilista parceira Isa Isaac Silva também esteve presente e apresentou sua história no mercado da moda, além de compartilhar de que forma usa o algodão em suas coleções, e finalizou a participação com um desfile pocket, de looks selecionados de sua coleção.


“É muito importante ter eventos para discutirmos sobre nossa cultura, nosso algodão e a moda brasileira. É uma forma de falarmos sobre passado, presente e futuro. Estar junto com o Sou de Algodão, que mostra que a moda nacional tem um grande mercado poderoso dentro do nosso país”, comenta Isa.


Por fim, a stylist Luciana Gadotti falou sobre como usar o algodão em looks para diferentes ocasiões, e levou alguns exemplos. “Impossível falar sobre moda e estilo e não lembrar do algodão, uma das mais antigas fibras utilizadas como matéria-prima para a produção têxtil. Sua versatilidade faz com que ele vista - e muitíssimo bem - diferentes estilos. Foi um prazer ter a oportunidade de explorar o tema moda e estilo conectado à produção do algodão nacional e suas diferentes aplicações e possibilidades”, finalizou.

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Brasil busca expandir mercado nacional e internacional de algodão

22 de Agosto de 2024

Um motivo de orgulho para o agronegócio nacional. O Brasil se tornou o maior exportador de algodão do mundo neste ano. Só que não para por aí: o nosso país é também referência global em produção de algodão responsável e agora, busca expandir ainda mais os mercados nacional e internacional.


https://www.youtube.com/watch?v=vRlwTufFNgw

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Um time de peso, do Brasil e do exterior, vai discutir as estratégias para a construção de uma “marca” sólida para o algodão brasileiro

22 de Agosto de 2024

Fomentar o consumo de algodão no Brasil e no mundo requer investimento na percepção do produto no mercado e no fortalecimento de uma “marca” alinhada com as agendas da atualidade. Estes temas estarão em debate no14° Congresso Brasileiro do Algodão (14º CBA), que ocorrerá de 03 a 05 de setembro, em Fortaleza (CE). O evento, promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), convidou especialistas nacionais e internacionais para fechar a programação das plenárias, no último dia da programação, quinta-feira, 05, com os painéis “Estratégias globais no mercado têxtil: conectando com o consumidor final” e “Branding e algodão brasileiro: como fortalecer a marca no mercado”.


Maior exportador e o terceiro maior produtor da fibra no mundo, com previsão de colher 3,67 milhões de toneladas de pluma na safra 2023/2024, a tarefa para produtores e indústria começa dentro de casa, já que, do montante colhido e beneficiado, somente cerca de 720 mil toneladas irão abastecer pela indústria nacional. O país produz cinco vezes mais do que consome, e o excedente tem que cruzar as fronteiras e encontrar seu comprador, que, majoritariamente, está na Ásia. Para isso, é preciso estratégia. E o papel da indústria neste desafio, será abordado no primeiro painel, cuja mediação ficará a cargo da famosa jornalista Maria Prata, ela mesma uma “grife”, quando se pensa em conteúdos, sobretudo de moda.


Representando a indústria nacional, estarão o diretor superintendente e presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel, e o presidente da Vicunha Têxtil, Marcos De Marchi. Já os consultores Giuseppe Gherzi e Marzia Lanfranchi, trarão os pontos de vista internacionais à discussão. O nome Gherzi é uma referência mundial. A empresa suíça foi a primeira consultoria no globo, em 1929, a focar a indústria têxtil internacional. Em seu portfólio de clientes estão marcas como Fila, Hugo Boss, Versace, Ermenegildo Zegna, dentre outros. Já a italiana Marzia Lanfranchi é conhecida por seu trabalho na moda e é cofundadora da plataforma "Cotton Diaries", que visa contar histórias sobre a cadeia de fornecimento de algodão sustentável.


Estratégia integrada


Para Fernando Pimentel, a pergunta que se coloca é: como a indústria têxtil pode aumentar a demanda interna pelo algodão, em um mercado competitivo, com um consumidor final cada vez mais exigente? O presidente da Abit ressalta a importância de uma estratégia integrada, que leve em consideração o elo na última ponta da cadeia.  “A indústria precisa se conectar ao consumidor, mostrando que produz de forma responsável em termos sociais, ambientais e de governança. Isso se dá através da realização de eventos, informações claras e a promoção de um ecossistema que funcione de maneira coordenada e integrada, com objetivos claros de atender ao consumidor sem sacrificar o meio ambiente, empregando de forma digna e correta, mantendo uma governança clara com compliance adequado, e utilizando energia limpa em uma economia de baixo carbono”, afirma. Ele destaca, ainda, a necessidade de um entendimento profundo das mudanças no consumo de fibras.  “Internamente, ainda enfrentamos grandes desafios, como a concorrência desequilibrada com países asiáticos e a mudança nas preferências do consumidor, que tem optado cada vez mais por fibras sintéticas em detrimento do algodão”, diz o executivo, enfatizando a importância da conexão entre os elos da cadeia produtiva, da lavoura ao varejo.


Marca forte


Para fisgar o coração e a mente do consumidor, é preciso fazer do algodão mais do que uma commodity, uma “marca”, que traga embarcados propósitos, valores, anseios e os atributos necessários para ganhar a preferência do público no ponto de venda. Tudo isso está condensado no termo branding, palavra que junto com “reputação”, estará no centro do segundo painel, que terá como mediadora a diretora de Relações Institucionais da Abrapa, Silmara Ferraresi.


Debatendo, estarão alguns dos mais expressivos nomes em suas áreas, dentro e fora do Brasil, como é o caso de João Branco, reputado pela revista Forbes como um dos 10 melhores profissionais de marketing do país, e a digital gravada na audaciosa estratégia do abrasileiramento da marca do McDonald’s (Méqui). Além de Branco, integrará o painel o especialista sênior em política internacional e comunicações de reputação, baseado em Bruxelas, na Bélgica, George Candon, e Luis Fernando Samper, da 4.0 Brands, na Colômbia. A consultoria de Samper implementa estratégias coletivas de diferenciação, como Indicações Geográficas (IGs), em diversos produtos agrícolas, como o apreciado café colombiano. É da empresa a estratégia por trás da famosa marca dos cafeicultores daquele país, Juan Valdez.  Para a Silmara Ferraresi, este painel será um grand finale de uma edição muito especial do 14º CBA.


“Estamos num ano de expressivas conquistas, inclusive no mercado internacional. A Abrapa completa 25 anos, e um longo trabalho foi desenvolvido até aqui, na consolidação de um produto de qualidade, sustentável e rastreável e cada vez mais respeitado”, diz. Segundo Ferraresi, o próprio congresso é a prova disso.


“O CBA é, originalmente, um evento técnico-científico que foi essencial para a alavancagem da cotonicultura brasileira. Hoje, ele ampliou o leque de abordagens, a ponto de podermos dizer que, uma vez que já fizemos o básico, agora vamos mais longe, vamos vender nossa imagem, nos tornar ainda mais desejáveis no mercado”, afirma. Silmara conclui dizendo que ter tantos profissionais de peso a um só tempo em um mesmo lugar, no Brasil, pensando a cotonicultura é “uma oportunidade rara e imperdível”.

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14º CBA - Imagem forte e foco no consumidor

Um time de peso, do Brasil e do exterior, vai discutir as estratégias para a construção de uma “marca” sólida para o algodão brasileiro

21 de Agosto de 2024

Fomentar o consumo de algodão no Brasil e no mundo requer investimento na percepção do produto no mercado e no fortalecimento de uma “marca” alinhada com as agendas da atualidade. Estes temas estarão em debate no14° Congresso Brasileiro do Algodão (14º CBA), que ocorrerá de 03 a 05 de setembro, em Fortaleza (CE). O evento, promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), convidou especialistas nacionais e internacionais para fechar a programação das plenárias, no último dia da programação, quinta-feira, 05, com os painéis “Estratégias globais no mercado têxtil: conectando com o consumidor final” e “Branding e algodão brasileiro: como fortalecer a marca no mercado”.


Maior exportador e o terceiro maior produtor da fibra no mundo, com previsão de colher 3,67 milhões de toneladas de pluma na safra 2023/2024, a tarefa para produtores e indústria começa dentro de casa, já que, do montante colhido e beneficiado, somente cerca de 720 mil toneladas irão abastecer pela indústria nacional. O país produz cinco vezes mais do que consome, e o excedente tem que cruzar as fronteiras e encontrar seu comprador, que, majoritariamente, está na Ásia. Para isso, é preciso estratégia. E o papel da indústria neste desafio, será abordado no primeiro painel, cuja mediação ficará a cargo da famosa jornalista Maria Prata, ela mesma uma “grife”, quando se pensa em conteúdos, sobretudo de moda.


Representando a indústria nacional, estarão o diretor superintendente e presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel, e o presidente da Vicunha Têxtil, Marcos De Marchi. Já os consultores Giuseppe Gherzi e Marzia Lanfranchi, trarão os pontos de vista internacionais à discussão. O nome Gherzi é uma referência mundial. A empresa suíça foi a primeira consultoria no globo, em 1929, a focar a indústria têxtil internacional. Em seu portfólio de clientes estão marcas como Fila, Hugo Boss, Versace, Ermenegildo Zegna, dentre outros. Já a italiana Marzia Lanfranchi é conhecida por seu trabalho na moda e é cofundadora da plataforma "Cotton Diaries", que visa contar histórias sobre a cadeia de fornecimento de algodão sustentável.


Estratégia integrada


Para Fernando Pimentel, a pergunta que se coloca é: como a indústria têxtil pode aumentar a demanda interna pelo algodão, em um mercado competitivo, com um consumidor final cada vez mais exigente? O presidente da Abit ressalta a importância de uma estratégia integrada, que leve em consideração o elo na última ponta da cadeia.  “A indústria precisa se conectar ao consumidor, mostrando que produz de forma responsável em termos sociais, ambientais e de governança. Isso se dá através da realização de eventos, informações claras e a promoção de um ecossistema que funcione de maneira coordenada e integrada, com objetivos claros de atender ao consumidor sem sacrificar o meio ambiente, empregando de forma digna e correta, mantendo uma governança clara com compliance adequado, e utilizando energia limpa em uma economia de baixo carbono”, afirma. Ele destaca, ainda, a necessidade de um entendimento profundo das mudanças no consumo de fibras.  “Internamente, ainda enfrentamos grandes desafios, como a concorrência desequilibrada com países asiáticos e a mudança nas preferências do consumidor, que tem optado cada vez mais por fibras sintéticas em detrimento do algodão”, diz o executivo, enfatizando a importância da conexão entre os elos da cadeia produtiva, da lavoura ao varejo.


Marca forte


Para fisgar o coração e a mente do consumidor, é preciso fazer do algodão mais do que uma commodity, uma “marca”, que traga embarcados propósitos, valores, anseios e os atributos necessários para ganhar a preferência do público no ponto de venda. Tudo isso está condensado no termo branding, palavra que junto com “reputação”, estará no centro do segundo painel, que terá como mediadora a diretora de Relações Institucionais da Abrapa, Silmara Ferraresi.


Debatendo, estarão alguns dos mais expressivos nomes em suas áreas, dentro e fora do Brasil, como é o caso de João Branco, reputado pela revista Forbes como um dos 10 melhores profissionais de marketing do país, e a digital gravada na audaciosa estratégia do abrasileiramento da marca do McDonald’s (Méqui). Além de Branco, integrará o painel o especialista sênior em política internacional e comunicações de reputação, baseado em Bruxelas, na Bélgica, George Candon, e Luis Fernando Samper, da 4.0 Brands, na Colômbia. A consultoria de Samper implementa estratégias coletivas de diferenciação, como Indicações Geográficas (IGs), em diversos produtos agrícolas, como o apreciado café colombiano. É da empresa a estratégia por trás da famosa marca dos cafeicultores daquele país, Juan Valdez.  Para a Silmara Ferraresi, este painel será um grand finale de uma edição muito especial do 14º CBA.


“Estamos num ano de expressivas conquistas, inclusive no mercado internacional. A Abrapa completa 25 anos, e um longo trabalho foi desenvolvido até aqui, na consolidação de um produto de qualidade, sustentável e rastreável e cada vez mais respeitado”, diz. Segundo Ferraresi, o próprio congresso é a prova disso.


“O CBA é, originalmente, um evento técnico-científico que foi essencial para a alavancagem da cotonicultura brasileira. Hoje, ele ampliou o leque de abordagens, a ponto de podermos dizer que, uma vez que já fizemos o básico, agora vamos mais longe, vamos vender nossa imagem, nos tornar ainda mais desejáveis no mercado”, afirma. Silmara conclui dizendo que ter tantos profissionais de peso a um só tempo em um mesmo lugar, no Brasil, pensando a cotonicultura é “uma oportunidade rara e imperdível”.

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Algodão brasileiro avança no Egito, a terra da pluma de alta qualidade

Exportação ao país é uma chancela para o produto nacional, diz Abrapa

21 de Agosto de 2024

A temporada 2023/24 pode ser um novo divisor de águas para a cotonicultura brasileira. O país não só conquistou o título de maior exportador mundial de algodão, meta que o setor só esperava atingir em 2030, mas também alcançou um cliente de alto gabarito que pode ajudar ainda mais na estratégia de divulgação da qualidade da pluma brasileira.


Com mercado aberto em janeiro de 2023 e negócios iniciados há cerca de 10 meses, o Egito já é o nono destino das exportações brasileiras. O volume não é expressivo. Foram 17,9 mil toneladas neste ciclo, com receita de US$ 32,7 milhões. A China, o maior cliente, comprou mais de 1,3 milhão de toneladas de algodão brasileiro.


Mas a chancela egípcia é um diferencial dos produtores brasileiros em relação aos outros grandes exportadores mundiais. Famoso pela referência da qualidade do “algodão egípcio”, uma fibra extralonga, o Egito procura no Brasil um parceiro confiável e duradouro para o fornecimento da pluma a longo prazo, já que a produção local não tem como se expandir.


Com o interesse dos industriais egípcios pelo algodão brasileiro em alta, a demanda deve dobrar no ciclo 2024/25, “com espaço para crescer muito mais”, estima a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).


“O algodão do Egito tem uma das melhores qualidades do mundo. Agora, eles estão agregando e fazendo um blend com o algodão brasileiro. Se a maior referência em qualidade do mundo gosta do algodão brasileiro, significa que estamos no caminho certo na questão de qualidade”, afirmou Alexandre Schenkel, presidente da Abrapa, durante uma visita organizada pela entidade à Fazenda Pamplona, da SLC Agrícola, em Cristalina (GO). A propriedade cultiva mais de 8 mil hectares de algodão e está em fase final de colheita.


Os cotonicultores brasileiros já visitaram empresas egípcias para “costurar” melhor esses laços comerciais nos últimos meses. Segundo Schenkel, o resultado das exportações ao Egito é significativo. O mercado pode ser uma vitrine importante para a consolidação do Brasil no cenário mundial.


“Eles [egípcios] estão procurando parceiros, porque a indústria deles está crescendo, querem parceiros seguros e estratégicos para serem fornecedores nos próximos anos com algodão de qualidade e responsabilidade”, disse.


O cenário de produção no Brasil evoluiu nos últimos 25 anos, período em que o país saiu de segundo maior importador de algodão — após o bicudo quase dizimar a produção nacional — para maior exportador mundial da pluma, posto alcançado após o embarque de 2,68 milhões de toneladas entre agosto de 2023 e julho de 2024. Tudo isso em um área menor que a cultivada até os anos 1980.


Os produtores brasileiros sabem que a manutenção do país no primeiro lugar do ranking de exportadores da pluma depende de vários fatores do mercado. Mas primeiras estimativas apontam para a consolidação brasileira na liderança em 2024/25.


Relatório da Abrapa divulgado na semana passada diz que, “para a nova safra, as projeções indicam que o Brasil vai se manter como primeiro colocado no ranking”. Para o período comercial de 2024/2025, a projeção é de um aumento de 6,7% nas exportações, para 2,86 milhões de toneladas, segundo a Associação Nacional de Exportadores de Algodão (Anea). O Departamento de Agricultura americano (USDA) estima embarques de 2,72 milhões de toneladas.


A safra atingiu a metade da colheita e deverá ser novamente recorde, com 3,67 milhões de toneladas da pluma, impulsionado pela alta de 19,5% da área neste ciclo, para 1,99 milhão de hectares.


Para Schenkel, muito além de disputar e vencer a concorrência com outros países produtores, a estratégia é promover e incentivar o consumo de algodão no mundo. A indústria têxtil global tem impulsionado sua produção, mas baseada em fibras sintéticas, espaço que os cotonicultores querem ocupar novamente.


“O principal objetivo é motivar que se use algodão. Assim, vamos aumentar a participação no mercado. Podemos aproveitar a eficiência que temos no Brasil e aumentar produção e exportação. Temos que incentivar o uso de algodão no mundo”, disse. “Temos uma das melhores fibras do mundo para atender indústrias têxteis e temos responsabilidade social e ambiental nas fazendas”.


O cultivo de algodão ocupa apenas 0,2% do território brasileiro, observou o diretor-executivo da Abrapa, Márcio Portocarrero. Mais de 80% da produção nacional (2,55 milhões de toneladas) é certificada para boas práticas socioambientais nacionais, com o programa ABR (Algodão Brasileiro Responsável), e pela Better Cotton Initiative (BCI), a principal chancela internacional para o segmento.


Atualmente, 374 fazendas têm a certificação ABR. São 183 itens avaliados nas propriedades.


O Brasil também é o maior exportador de algodão certificado pela BCI. Foram 1,98 milhão de toneladas embarcadas na temporada 2023/24. Boa parte da produção abastece a indústria nacional (720 mil toneladas), que é a sétima maior do planeta e a maior produtora de jeans.


Segundo Portocarrero, além de abastecer o mercado têxtil, as lavouras de algodão impactam na produção de alimentos e na geração de empregos. Mais da metade do volume colhido é caroço, que vira farelo para ração animal e óleo, usado para fabricação de biocombustíveis e para alimentação. “O óleo é usado para a alta culinária, sem deixar traço ou sabor na comida”, disse. A fibrilha, extraída do processamento do caroço, é usada para confecção de tapetes e até papel moeda.

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Algodão: indústria promove rastreabilidade da cadeia produtiva

Döhler, empresa têxtil, lançou no mercado as primeiras toalhas de algodão com rastreabilidade completa e certificação de boas práticas

21 de Agosto de 2024

A Döhler, empresa têxtil de Santa Catarina com mais de 140 anos de história, lançou neste mês as primeiras toalhas 100% algodão com rastreabilidade completa e certificação de boas práticas socioambientais na produção da fibra.


Um QR Code fixado na etiqueta do produto permite ao consumidor final escanear o item, com uso de um smartphone, e acessar todas as informações sobre o algodão usado para a confecção da peça, com tecnologia blockchain para garantir a segurança e a integridade dos dados.


De maneira geral, as toalhas representam 60% do faturamento anual da Döhler. Na primeira fase da parceria com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) serão produzidas 73,8 mil toalhas com rastreamento via QR Code, com expectativa de chegar a 100 mil até agosto de 2025, segundo Marco Aurélio Braga, head de Marketing e Comunicação da Döhler.


“Para nós, esse processo de rastrear a toalha foi relativamente fácil. Monitoramos toda a cadeia, desde a fiação, confecção e distribuição para o varejo”, disse Braga, acrescentando que a aceitação do produto por redes varejistas foi “muito boa” neste primeiro momento.


O consumidor que adquirir a toalha poderá ver que a matéria-prima utilizada foi produzida em duas fazendas de Mato Grosso, certificadas pelo programa ABR — Algodão Brasileiro Responsável —, de boas práticas, criado pela Abrapa. O conjunto de dados mostra o caminho que a pluma percorreu por unidade de beneficiamento, fiação, tecelagem e confecção, até chegar ao varejo.


A previsão é usar 100 fardos de algodão e 18,9 toneladas de fios nessa ação. O primeiro lote contou com 1,1 mil metros de tecido e 675 peças rastreáveis. Outras 24 mil estão em produção.


A têxtil catarinense se juntou a outras empresas que já integravam o programa Sou ABR, como C&A, Renner, Reserva e Youcom. Até 2023, já foram 160 mil peças comercializadas nesse sistema.


“O consumidor final é o mais exigente em sustentabilidade e responsabilidade da produção. Temos o papel de mostrar que o algodão brasileiro é o mais responsável do mundo e aproveitar a rastreabilidade que vai do talhão até as grandes marcas”, afirmou o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel.


Na safra 2022/23, 72 fazendas participaram do programa, que já utilizou mais de 21 mil fardos de algodão, 2,2 mil toneladas de fios, 38,8 mil metros de tecidos e 92,4 mil quilos de malhas que chegaram aos consumidores finais.


O objetivo da iniciativa é dar maior visibilidade às práticas do setor. “Os produtores há tempos cobravam que possuiam as boas práticas, mas isso não chegava ao conhecimento do consumidor final”, afirmou Silmara Ferraresi, diretora de Relações Institucionais da Abrapa.


As boas práticas não geram prêmio sobre os preços do algodão, segundo ela. Mas a executiva avalia que o uso da tecnologia trará reconhecimento maior das ações sustentáveis na cadeia.


A rastreabilidade completa, até o consumidor final, é uma evolução de outro programa da Abrapa, o Sou de Algodão. A campanha começou em 2016 com 10 apoiadores, entre eles a Döhler, e agora já reúne 1,6 mil marcas de moda e vestuário que ajudam a promover a pluma nacional nas suas peças e fomentam o consumo da fibra produzida de forma responsável.

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