O Brasil mostrou a representantes da cadeia têxtil asiática como produz algodão com responsabilidade durante a 13ª edição da Conferência Internacional de Algodão da China (CICC), nos dias 15 e 16 de junho, em Guilin. O evento é o maior da China e um dos maiores do mundo, com a participação de mais de mil indústrias e comerciantes de algodão.
A participação da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) no encontro reforça a presença do Brasil na Ásia, em um momento em que a China, maior produtor mundial de algodão, deve colher uma safra cerca de 10% menor que no ano anterior. É a terceira missão ao país apenas neste 1º semestre de 2023.
"Esta aproximação representa a busca de oportunidades no mercado. O Governo chinês tem incentivado o produtor rural a produzir mais grãos para atender a população e, desta forma, o Brasil se apresenta como fornecedor de algodão confiável, de qualidade e com certificação socioambiental", informa Marcelo Duarte, diretor de Relações Internacionais da Abrapa.
A China é o principal mercado importador da fibra brasileira. Na safra 2022/23, o país tem a perspectiva de comprar quase 405 mil toneladas. Isso equivale a mais de 30% do volume total exportado pelo Brasil. Os chineses também estão interessados em conhecer a produção nacional pessoalmente e, por isso, comitivas chegam ao país em julho, para a Missão Compradores, da Abrapa, e agosto.
Um dos diferenciais do produto brasileiro é a certificação socioambiental. Na safra 2022/23, a expectativa é de que 82% da produção nacional seja certificada pelo protocolo ""Algodão Brasileiro Responsável"" (ABR), da Abrapa. Além disso, o País é o maior fornecedor mundial de pluma licenciada pela Better Cotton. Ainda, 100% das fazendas são auditadas anualmente por auditores independentes.
Dados como esses foram destacados na CICC pelo diretor Marcelo Duarte. "Queremos mostrar aos clientes as vantagens do algodão certificado em relação a outras fibras, principalmente as sintéticas. O menor impacto ambiental é um dos diferenciais que precisam ser considerados", assegurou o executivo.
Durante o evento, Duarte explicou como a fibra é produzida no país, ressaltando a preocupação dos produtores rurais com qualidade, sustentabilidade e rastreabilidade.
"Vamos continuar enfatizando esses pilares porque eles estão diretamente associados ao progresso significativo que a cotonicultura brasileira registrou em um curto período de tempo. A responsabilidade na produção, o cuidado com a qualidade e a transparência na relação com o mercado comprador nos garantem um potencial de expansão nas exportações", afirmou o diretor. Além da participação no evento, ocorreram reuniões com empresas estatais e privadas da China.
A presença consistente do algodão brasileiro no mercado internacional foi institucionalizada pela Abrapa em 2019, com o início do programa Cotton Brazil. A iniciativa tem parceria da Apex-Brasil e da Anea, e tem apoio das embaixadas brasileiras e de adidos agrícolas nos dez países prioritários China, Vietnã, Paquistão, Bangladesh, Coreia do Sul, Indonésia, Índia, Tailândia, Turquia e Egito.