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Cooperação entre Brasil e Bangladesh deve impulsionar o mercado para o algodão brasileiro

01 de Fevereiro de 2023

Quarto maior mercado para o algodão brasileiro e destino de 12% de toda a fibra embarcada pelo Brasil para o mundo, Bangladesh é um país prioritário para a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). O presidente da entidade, Alexandre Schenkel, foi um dos representantes dos setores econômicos exportadores nacionais que participaram, na manhã desta quarta-feira, 1º de fevereiro, da assinatura do Memorando de Entendimento entre a Apex-Brasil e a Federation of Bangladesh Chambers of Commerce & Industries (FBCCI), instituição bengalesa equivalente à agência de fomento nacional.


Entre as partes que assinaram o memorando, a cerimônia teve presença, dentre outros, da embaixadora de Bangladesh para o Brasil, Sadia Faizunneza, do secretário sênior do Ministério do Comércio de Bangladesh, Tapan Kanti Gosh, e do presidente da FBCCI, Jashim Uddin. Do lado do governo brasileiro, participaram a diretora de Negócios da Apex-Brasil, Ana Paula Repezza, e o diretor do Departamento de Comércio e Promoção de Investimentos, embaixador Alex Giacomelli.

A expectativa da Apex e da FBCCI, com o acordo de cooperação, é de promover, fortalecer e dar visibilidade às relações comerciais entre os dois países. Atualmente, além do algodão, o Brasil é um fornecedor representativo de outras commodities, como açúcar, soja e minério de ferro. Já Bangladesh exporta produtos manufaturados para o Brasil, especialmente, têxteis.

Indústria crescente: mais algodão

De acordo com o presidente da FBCCI, Jashim Uddin, no biênio 2024/2025, a indústria têxtil de Bagladesh deve dobrar em tamanho. ""Vamos precisar de mais algodão. Hoje, estamos comprando a fibra do Brasil, África e Índia, e o memorando assinado aqui favorece o comércio entre nós"", afirmou. A FBCCI representa 80% das indústrias da iniciativa privada de Bangladesh, tem mais de 400 associados e cerca de 38 acordos bilaterais, como o firmado em Brasília.

A instituição bengalesa completa 50 anos, em 2024, e prepara uma grande cerimônia para a qual mais de 200 delegações estrangeiras têm presença prevista. Na solenidade de assinatura do memorando, o Brasil foi convidado a participar da celebração.

Oportunidades sustentáveis

A sustentabilidade, um dos principais atributos do algodão brasileiro, foi apresentada como uma oportunidade para o comércio entre os dois países. O tema faz parte da agenda de Bangladesh, que vem reforçando suas ações neste sentido, nos últimos dez anos, tendo já, em operação, várias plantas industriais consideradas ""verdes"".

Em sua fala, Alexandre Schenkel destacou o fato do Brasil ser a origem de algodão com maior participação em toda a pluma licenciada pela ONG suíça Better Cotton Initiative (BCI). ""Atualmente, 42% de todo algodão licenciado pela Better Cotton vêm de lavouras brasileiras e 86% de toda a pluma produzida pelo Brasil são certificados pelo programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que opera em benchmark com a BCI"", disse.

Schenkel ressaltou, ainda, que, de acordo com o International Cotton Association Committee (Icac), 95% do algodão brasileiro depende apenas da água da chuva para a sua produção. ""A possibilidade de ter esse algodão sendo manufaturado em fábricas igualmente sustentáveis, em Bangladesh, abre novas oportunidades de comércio, faz os nossos clientes felizes e traz ganhos ambientais, sociais e econômicos"", afirmou o presidente da Abrapa.

Afinidades constatadas

Na noite anterior à assinatura do Memorando de Entendimento, Schenkel participou de um jantar oferecido pela embaixadora de Bangladesh e o marido dela, Michael Winter, na sede da embaixada. Na ocasião, o secretário sênior do Ministério do Comércio de Bangladesh, Tapan Kanti Gosh, e o presidente da FBCCI, Jashim Uddin, foram apresentados aos representantes do setor privado do Brasil. ""Este encontro prévio foi interessante para que pudéssemos estreitar os laços e entender melhor as demandas deles, que são oportunas para o Brasil. Mais uma vez, constatamos a imensa receptividade do povo de Bangladesh. Já havíamos verificado isso em todas as missões de promoção do algodão brasileiro que empreendemos lá. Somos países com grandes semelhanças e afinidades"", concluiu Schenkel.


1º de janeiro de 2023
Imprensa Abrapa
Catarina Guedes – Assessora de Imprensa
(71) 9 8881-8064

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Com mercado aberto, Brasil busca vender algodão ao Egito

​Produtores brasileiros querem atender 20% da demanda egípcia por algodão importado em dois anos. Acordo anunciado em janeiro liberou embarques.

01 de Fevereiro de 2023

Os produtores brasileiros têm como objetivo responder por 20% da demanda do algodão importado pelo Egito nos próximos dois anos e se organizam para ir em busca dessa fatia ainda no primeiro semestre deste ano. A meta foi estipulada pela Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa) após o mercado egípcio ter sido aberto para o algodão brasileiro neste mês. Na prática, isso significa que Egito e Brasil fizeram acordo fitossanitário que definiu as regras para o fornecimento do algodão brasileiro ao país árabe.


Diante da porta aberta, o setor deve fazer alguma ação de promoção comercial no Egito nos primeiros meses deste ano, de acordo com o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel. Segundo Schenkel, isso já é feito em outros países junto com as embaixadas brasileiras e os adidos agrícolas e o mesmo deve ser realizado no Egito. O segmento quer mostrar a qualidade do algodão brasileiro, a rastreabilidade da produção e a confiabilidade do fornecimento.


O Egito é um importante produtor de algodão, mas o país cultiva especialmente o produto de fibra longa e extralonga, que é premium. Já o Brasil produz o algodão de fibra média. — O Egito importa em torno de 120 mil toneladas ao ano, nós queremos atingir em torno de 25 mil toneladas — afirmou Schenkel à ANBA sobre a perspectiva de atender o país com cerca de 20% do que ele importa. O presidente da Abrapa afirma que essa tem sido a experiência brasileira ao entrar em novos mercados: conseguir uma fatia de 20% das importações, em alguns casos até 50%.


Schenkel acredita que a indústria egípcia utilizará o algodão brasileiro, de fibra média, para fazer blend com o seu algodão de fibras mais longas, e pensa que é possível até responder por mais que 20% das compras internacionais egípcias do algodão. —Vai depender de nós, de eles gostarem do nosso produto. Nós podemos atendê-los bem— afirma. O presidente da Abrapa lembra que os períodos de colheita no hemisfério norte (onde estão Egito e Estados Unidos, que são produtores) e sul (onde está o Brasil) são diferentes. —A gente pode entrar na outra metade do ano com o nosso algodão —afirma o presidente.


O Brasil é o segundo maior exportador de algodão do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e o quarto maior produtor mundial. Diferente de outros países, no entanto, o Brasil tem colheita para atender a demanda interna e ainda exportar. Em dezembro, por exemplo, o País exportou 175,7 mil toneladas de algodão. No acumulado do atual ano comercial para o setor, de agosto a dezembro, a exportação somou 952,1 mil toneladas e teve alta de 14,6% em relação ao mesmo período da temporada anterior.


Brasil é segundo maior exportador de algodão —A abertura do mercado egípcio, que foi anunciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, era um pedido dos produtores brasileiros em função da importância da produção têxtil no país árabe. —O governo, a parte diplomática, o Ministério da Agricultura vieram trabalhando para viabilizar —afirmou Schenkel para a ANBA. A demanda era antiga, mas foi reforçada nos últimos três anos, segundo o presidente da Abrapa.


Ele diz que o Brasil vem promovendo o algodão mundo afora há 20 anos e acredita que as informações sobre a produção brasileira e sua credibilidade chegaram no Egito em função disso também. Schenkel afirma também que os brasileiros vão cumprir as exigências fitossanitárias dos egípcios. —Como nós exigimos alguns controles fitossanitários para entrar aqui no Brasil, a gente tem que respeitar o controle fitossanitário dos outros países —afirma.


Schenkel faz questão de afirmar quão confiável é o Brasil nas entregas e diz que o País é fornecedor estratégico. —Nós somos cumpridores de contratos e queremos mostrar a viabilidade logística —fala o presidente da Abrapa. Ele afirma que o Brasil atingiu qualidade tão boa quanto dos seus concorrentes, como os Estados Unidos, e que o País tem a produção em regiões menos suscetíveis a crises hídricas e climáticas do que os norte-americanos. Mesmo com alguma queda na safra, os brasileiros conseguem exportar algodão. O Brasil produz ao redor de 2,6 milhões de toneladas e tem demanda nacional de cerca de 700 mil toneladas. Na missão prevista, ainda sem data definida, os brasileiros devem apresentar essas características do setor.

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