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Brasil tem a chance de se tornar o nº 1 em produção de algodão, afirmam especialistas

País é o quinto maior produtor de algodão e o segundo maior exportador mundial da commodity, confirmando a potência da produção nacional e a superação de desafios ao longo das décadas

01 de Setembro de 2022

A potência da produção de algodão no Brasil, em meio aos mais diversos desafios ao longo das últimas décadas, foi destaque XIV Encontro Técnico Algodão da Fundação MT. Hoje, o país é o quinto maior cotonicultor do mundo e o segundo exportador mundial da commodity. Somente na safra 2021/22, Mato Grosso e Bahia foram responsáveis por 91% da produção nacional da cultura.


Realizado pela Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT) e Senar-MT, em Cuiabá, entre os dias 29 e 31 de agosto, o evento reuniu especialistas das mais diversas áreas ligadas ao algodão.


Para especialistas do setor algodoeiro, produtores podem continuar otimistas sobre o futuro da cultura e que, apesar dos desafios, Brasil tem atualmente a chance de se tornar o primeiro do mundo em produção e exportação da pluma. Atualmente, a produção brasileira está atrás apenas da Índia, Estados Unidos, China e Paquistão.



Melhora na qualidade


O futuro do algodão no Brasil foi tema do debate ‘Desafios da cultura do algodão e tendências para o futuro’. Segundo Júlio Busato, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que esteve recentemente em uma reunião Dubai com empresas do Paquistão e visitou indústrias têxteis Turquia, Indonésia, Tailândia e Bangladesh, o que mais se ouviu foi sobre a melhora da qualidade do algodão brasileiro.


“Em todos os lugares ouvimos a mesma coisa: que o algodão brasileiro tem melhorado nos últimos cinco anos e que querem comprar mais algodão do Brasil, cada vez mais”, disse o presidente da Abrapa.



Fortalecimento da confiança internacional


O grande objetivo hoje da cotonicultura brasileira é o fortalecimento da confiança internacional sobre o produto, de acordo com o diretor de Relações Internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte. “Não temos o que esconder, sabemos que tem ano bom, tem ano ruim, mas sabemos que a transparência é fundamental para garantir a confiança e essa mesma confiança vai fazer com que o Brasil ganhe mercado sem precisar vender mais barato, esse é o objetivo”.


Duarte salientou ainda o interesse de países asiáticos pela fibra brasileira é crescente, em especial pelo número de maquinários para fiação que devem entrar em operação nos próximos dois anos. “É uma pena neste momento não ter a produção que a gente esperava, mas em qualidade temos nos destacado. E falar do algodão brasileiro é fácil, pois não querem só comprar, querem aprender como fazer com a gente”.



Clima no exterior favorece o Brasil


Conforme os participantes do evento, além da melhor visibilidade do algodão brasileiro, que tem sido conquistada ao atender os critérios de qualidade exigidos pelos importadores, existem outros aspectos que contribuem para o Brasil ter mais chances de expandir sua posição no mercado da fibra.


Um deles são os problemas climáticos enfrentados pelos Estados Unidos, segundo maior produtor mundial de algodão atrás da Índia, como destacado por Paulo Marques, head global de algodão da ADM, que participou da Suíça. “Secas como a do Texas e chuvas em excesso no sudeste americano, e a temporada de furacões que ainda nem começou, podem trazer nervosismo ao mercado”.


O presidente da Abrapa, Júlio Busato, salientou que em relação a China não há projeções de grandes impactos em sua produção de algodão, contudo o fato do governo asiático priorizar cada vez mais a segurança alimentar uma redução de área destinada para a fibra não é descartada para dar lugar ao milho.


“Não podemos e não iremos perder a oportunidade. O que nos trouxe aqui hoje é a união entre os produtores, pesquisa e a troca de informação que temos entre nós, então com certeza temos que agarrar essa oportunidade e estar unidos”, frisou Busato.



Leia mais: Brasil tem a chance de se tornar o nº 1 em produção de algodão, afirmam especialistas (canalrural.com.br)


Mídia: Canal Rural – 31/08/2022

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Para especialistas do setor algodoeiro, produtores podem continuar otimistas sobre o futuro da cultura

Convidados do XIV Encontro Técnico Algodão da Fundação MT, que acontece esta semana em Cuiabá/MT, foram unânimes em afirmar que, apesar dos desafios, Brasil tem atualmente a chance de se tornar o primeiro do mundo em produção e exportação da pluma

01 de Setembro de 2022

Em 2020, o Brasil voltou a ocupar o quinto lugar entre os maiores produtores de algodão do mundo – ao lado de Índia, Estados Unidos, China e Paquistão, atualmente o País é o segundo maior exportador mundial da commodity. São dados que mostram não só a potência da produção nacional, mas a superação de desafios ao longo das décadas. Um exemplo foi o bicudo-do-algodoeiro que se alastrou e destruiu plantações inteiras nos anos 90 e, mais recentemente, a pandemia da Covid-19 e a guerra entre Rússia e Ucrânia que impôs dificuldades do cultivo à comercialização.


Nesta safra (2021/22), Bahia e Mato Grosso, responsáveis por 91% da produção nacional de algodão, estão contabilizando, na reta final da colheita, médias de produtividade abaixo da expectativa inicial e problemas com a qualidade de fibra de suas produções. O excesso de chuva no início da semeadura e o término das precipitações ainda no mês de abril são as causas dos fatores negativos deste ciclo. E apesar deste resultado e de aspectos que estarão presentes na próxima temporada, como o alto custo de produção, é possível vislumbrar mais crescimento e mais valorização do algodão brasileiro perante o mundo, e até mesmo os primeiros lugares em produção e exportação.


A expectativa foi apontada pelos participantes do painel de abertura do XIV Encontro Técnico Algodão, evento que teve início nesta segunda-feira (29) e segue até quarta-feira (31), e é realizado pela Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT) e Senar-MT, com apoio da Associação Matogrossense dos Produtores de Algodão (Ampa) e patrocínio de empresas do agronegócio. Com o tema ‘Desafios da cultura do algodão e tendências para o futuro’, o debate inicial mostrou que há muito trabalho sendo feito para aprimorar a imagem do algodão brasileiro perante mercados compradores exigentes, como Ásia e Europa.


Júlio Busato, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), foi um dos convidados e citou o que ouviu durante visitas recentes a inúmeros países compradores do algodão brasileiro. “Estivemos em reunião em Dubai com empresas do Paquistão, visitamos indústria têxtil na Turquia, Indonésia, Tailândia e Bangladesh e em todos os lugares ouvimos a mesma coisa: que o algodão brasileiro tem melhorado nos últimos cinco anos e que querem comprar mais algodão do Brasil, cada vez mais”, destacou. A Missão Compradores, também da Abrapa, percorreu estados brasileiros que têm o cultivo há cerca de 20 dias e recebeu dos visitantes internacionais as mesmas informações positivas.


Para Marcelo Duarte, diretor de Relações Internacionais da Abrapa, que participou do painel direto de Singapura, onde atua, o grande objetivo é fortalecer a confiança internacional sobre o algodão brasileiro para que ele possa ser vendido com um diferencial muito pequeno ou mesmo se igualar ao americano que é o referencial. “Não temos o que esconder, sabemos que tem ano bom, tem ano ruim, mas sabemos que a transparência é fundamental para garantir a confiança e essa mesma confiança vai fazer com que o Brasil ganhe mercado sem precisar vender mais barato, esse é o objetivo”, pontuou.


Assim como Busato, Duarte também reforçou o interesse de países asiáticos pela fibra do Brasil. “Em todos os mercados que nós visitamos a fila de maquinários para fiação que vai chegar nos próximos dois anos é grande, contando com o nosso algodão. É uma pena neste momento não ter a produção que a gente esperava, mas em qualidade temos nos destacado. E falar do algodão brasileiro é fácil, pois não querem só comprar, querem aprender como fazer com a gente”, acrescentou.


O cotonicultor Alexandre Bottan e o presidente da Ampa, Paulo Sérgio Aguiar, também presentes no painel de abertura, relataram os problemas climáticos vivenciados nesta safra, mas também apostam com otimismo na crescente do algodão nacional lá fora. “Vamos trabalhar nas questões de custo, temos novas tecnologias, excelentes biotecnologias e tudo para ter um produto sustentável para crescer. Então não há motivos para perder o ânimo, temos tudo para tocar esse negócio e vamos conseguir evoluir”, opinou Aguiar. Já Bottan apenas resumiu: “não me vejo longe da cotonicultura ao longo da minha vida”.



Outros aspectos


Além da melhor visibilidade do algodão brasileiro, que tem sido conquistada ao atender os critérios de qualidade exigidos pelos importadores, outros aspectos atuais contribuem para que o Brasil tenha mais chances de expandir suas posições nesse mercado. Uma delas está atrelada aos problemas climáticos dos Estados Unidos, segundo maior produtor atrás da Índia. “Secas como a do Texas e chuvas em excesso no sudeste americano, e a temporada de furacões que ainda nem começou, podem trazer nervosismo ao mercado”, externou Paulo Marques, head global de algodão da ADM, que participou da Suíça.


A China, por sua vez, não terá muito impacto em sua produção de algodão, porém, seu governo prioriza a segurança alimentar. Neste caso, se for preciso, a área do algodão é reduzida para dar lugar ao milho. “Não podemos e não iremos perder a oportunidade. O que nos trouxe aqui hoje é a união entre os produtores, pesquisa e a troca de informação que temos entre nós, então com certeza temos que agarrar essa oportunidade e estar unidos”, completou o presidente da Abrapa.



Leia mais: Para especialistas do setor algodoeiro, produtores podem continuar otimistas sobre o futuro da cultura - Conexão Agro (conexaoagro.com.br)


Mídia: Conexão Agro – 31/08/2022

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