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Cotonicultura brasileira busca aprofundar e ampliar relações comerciais com Bangladesh

Presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, esteve reunido com embaixadora, durante jantar, em Brasília

13 de Setembro de 2022

Com objetivos comuns, o de estreitar relações e aumentar as divisas comerciais, os produtores de algodão do Brasil e autoridades de Bangladesh têm trabalhado para intensificar o volume de negócios e investimentos mútuos. Com esse intuito, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Júlio Cézar Busato, compareceu a um jantar oferecido pela embaixadora Sadia Faizunnesa, na 'Casa de Bangladesh', na última sexta-feira (9), em Brasília. Também estiveram presentes o embaixador da Índia, Suresh K. Reddy, o embaixador da Indonésia, Edi Yusup e do Ministério de Relações Exteriores, o Secretário de Ásia, Pacífico e Rússia, embaixador Eduardo Paes Saboya, o diretor do Departamento de Energia e Agronegócios, ministro Alexandre Peña Ghisleni e o Diretor do Departamento para a Índia, Sul e Sudeste Asiático, ministro Roberto Goidanich.


A embaixadora Sadia Faizunnesa, durante o encontro com o presidente da Abrapa, solicitou que ele facilitasse a exportação direta de algodão para Bangladesh, já que o país tem uma grande demanda por algodão. Vale ressaltar que, Bangladesh é o segundo maior exportador de roupas prontas para vestir e o segundo maior importador de algodão do mundo.


Para o presidente da Abrapa, o estreitamento das relações é muito importante, ajuda a melhorar a imagem do setor, que produz uma fibra de qualidade e com responsabilidade ambiental e social, gerando riqueza, emprego e renda, além de abrir portas para maiores volumes de negociações da pluma nacional. Bangladesh é o mercado que mais cresce na importação mundial da pluma, juntamente com o Vietnã, mas que ainda compra pouco algodão brasileiro, comparativamente com outras regiões produtores. O fluxo comercial, referente ao algodão, entre os dois países, na safra passada, foi de 270 mil toneladas importadas. No atual ano comercial, entre agosto de 2021 e agosto de 2022, as exportações para o mercado somaram 184,0 mil toneladas. É o quinto maior importador do algodão brasileiro, mas é o segundo maior importador global de algodão.


Não à toa, o Brasil está de olho em Bangladesh e trabalhando para ampliar a abertura de mais mercado e o surgimento de novas oportunidades de negócios, assim como com os demais países da Ásia, é o caso da Índia e da Indonésia que estavam presentes no encontro. As indústrias têxteis de Bangladesh, por exemplo, planejam expandir sua produção e com isso precisarão de mais algodão do que já consomem e por isso essa comunicação permanente com o país, segundo Busato. "É um mercado estrategicamente localizado no sul da Ásia e nós temos interesse de suprir as necessidades deles. Nós temos hoje uma posição muito importante no ranking mundial tanto na produção, quanto de exportação, temos uma fibra de qualidade e produzimos de maneira responsável, mas percebemos que existem muitos mitos sobre nossa produção e esses encontros são essenciais para mostrar nosso mercado", afirmou.


No acumulado de agosto de 2021 a julho de 2022, a China foi o principal destino das vendas brasileiras (455 mil toneladas) e representou 27% das exportações acumuladas. A participação da China caiu em relação ao ano comercial anterior, quando foi o destino de 30% da pluma. Apesar do menor volume total exportado, 13 países aumentaram as importações, com destaque para Índia (12,7 mil toneladas), Filipinas (1,4 mil toneladas) e Portugal (1,4 mil toneladas). Bangladesch está na programação do setor para expandir as vendas e subir no ranking de maiores destinos da pluma nacional.

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13º Congresso Brasileiro do Algodão

​Algodão Brasileiro – Desafios e perspectivas no novo cenário mundial

13 de Setembro de 2022

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) realizou a 13ª edição do Congresso Brasileiro do Algodão (CBA) neste ano. Considerado o maior evento da cotonicultura nacional, de programação diversificada, reuniu 2.500 congressistas e aproximadamente 4 mil participantes de 16 a 18 de agosto, no Centro de Convenções de Salvador (Bahia). No encontro, a cadeia produtiva da pluma discutiu as demandas do mercado algodoeiro no Brasil e no mundo.



Leia mais: Revista Agroanalysis 09.2022.pdf


Mídia: Revista Agroanalysis – 13/09/2022

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Brasil finaliza safra de algodão 21/22 com queda de 200 mil toneladas na produção e espera retomar 3 milhões de toneladas em 22/23

Colheitas estão praticamente encerradas após alguns estados terem períodos de falta de chuvas. Expectativa inicial aponta aumento de área e de produção para a próxima temporada que começará a ser plantada em novembro

12 de Setembro de 2022

A safra de algodão 2021/22 chega ao final no Brasil com produção de 2,6 milhões de toneladas, o que representa uma queda ante à projeção inicial de 2,8 milhões de toneladas. O corte de chuvas no Mato Grosso em abril e na Bahia em maio foi o responsável por esta retração.


Segundo o presidente da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), Júlio Cézar Busato, o clima também não ajudou na qualidade do algodão colhido, que perdeu, especialmente, nas áreas mais afetadas com a seca.


Do lado da comercialização, os produtores já negociaram praticamente toda a produção com bons preços de mercado e custo de produção mais reduzido, garantindo boa rentabilidade.


Pensando na próxima safra 2022/23, a entidade espera que a área cultivada cresça 2%, retomando os 1,66 milhão de hectares da temporada 19/20, quando o país atingiu o recorde de produção de 3 milhões de toneladas.



Leia mais: Brasil finaliza safra de algodão 21/22 com queda de 200 mil toneladas na... - Notícias Agrícolas (noticiasagricolas.com.br)


Confira a íntegra da entrevista com o presidente da Abrapa no vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=JuaWKfdQaUA


Mídia: Notícias Agrícolas – 12/09/2022

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A conquista da Ásia

Como o Brasil se prepara para ser o maior exportador global de algodão nos próximos dez anos

09 de Setembro de 2022

"Quando minha família começou a plantar algodão, há 38 anos, ele era uma culturazinha", diz o agricultor Walter Horita, 59 anos, à frente do Grupo Horita, um dos mais tradicionais produtores do oeste da Bahia. Hoje, a realidade é outra: nos próximos meses, a empresa vai começar o plantio da safra 2022/23 em uma área de 40 mil hectares destinada à fibra. O grupo cultiva 112 mil hectares de lavouras, entre primeira e segunda safras, incluindo 60 mil hectares de soja e 12 mil hectares de milho.


O crescimento do negócio de algodão dos Horita é um retrato do que aconteceu no resto do país. Em uma década, a partir dos anos 2000, a cotonicultura passou da produção familiar para a empresarial. O Brasil, que se tornou o segundo maior exportador mundial, que ir além e ser o número um no mundo. "Isso vai acontecer - e a Ásia é o grande mercado", afirma Horita. A estimativa de consultores é que a posição de liderança vai se consolidar em dez anos, com potencial de 4 milhões de toneladas exportadas.


Brasil é o único grande produtor de algodão do mundo que pode dobrar as exportações de forma sustentável, com aumento da produtividade e da rastreabilidade total da fibra.


Em 2021, o país exportou 2,1 milhões de toneladas de algodão e têxteis de algodão - que representa uma pequena parte - por US$ 3,7 bilhões, de acordo com o Agrostat (Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro), organizado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A marca de 2 milhões de toneladas foi alcançada em 2020; a de 1 milhão, em 2012, volume que se firmou de fato somente a partir de 2018. Neste ano, os dados até julho mostram 909,6 mil toneladas embarcadas por US$ 2 bilhões. "Lá atrás, a gente exportava algodão durante seis meses; hoje exportamos o ano todo. Isso fez a diferença para os compradores. Além do crescimento da produção, a certeza da oferta abriu mercado", diz Horita.


Escala e volume revolucionaram o cenário da fibra no Brasil e dão fôlego pra novos voos. Em meados de agosto, um público de 2.500 pessoas estava pouco interessado na bela paisagem da praia da Boca do Rio, endereço do Centro de Convenções de Salvador (BA), onde aconteceu o 13º Congresso Brasileiro do Algodão, evento promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Uma legião de agrônomos, técnicos, acadêmicos, consultores e grandes produtores compareceram, entre eles o Grupo Horita e a SLC Agrícola, que pertence à família gaúcha Logemann e que atualmente é considerada a maior produtora de algodão do Brasil.


Não por acaso, onde o CEO da companhia, o engenheiro agrônomo Aurélio Pavinato, parava, uma roda de curiosos se formava para escutá-lo. "O sucesso nos anos 1960 era tirar o Brasil de país importador para país produtor. Agora, o que queremos para daqui a 30 ou 40 anos?", pergunta Pavinato. Na safra encerrada, a SLC cultivou 177 mil hectares de algodão, entre primeiro e segundo ciclos de plantio. A área total cultivada foi de 672 mil hectares, incluindo soja e milho. Com uma generosa contribuição do algodão, em 2021 a receita líquida da empresa foi de R$ 4,6 bilhões, valor 24,5% acima do de 2020.



Rota do Algodão


O professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) Marcos Jank, coordenador do centro Insper Agro Global, diz que é preciso olhar quais são os desafios da cadeia, tomando como realidade uma demanda firme por algodão não somente da china, o atual maior comprador da fibra brasileira e maior fabricante de têxteis do mundo, mas de todo o sudeste asiático, principalmente a demanda de países como a Tailândia, o Vietnã e a Indonésia, com fortíssimas indústrias têxteis. E também olhar para o sul asiático, recomenda Jank, onde está a Índia, que de fato tem a segunda maior indústria têxtil do mundo, atrás apenas da China. "Hoje, mais de 70% da produção brasileira de algodão é exportada, e mais de 95% vai para a Ásia", afirma Jank. "Mas você não pode ser um gigante do algodão se não estiver fisicamente presente, junto com seu cliente." O Professor, que trabalhou na Ásia entre 2015 e 2019, que estuda geopolítica há mais de duas décadas, foi um dos influenciadores para que a Abrapa abrisse um escritório permanente em Singapura, em 2020, quando a associação de produtores também iniciou o projeto Cotton Brazil, destinado à promoção da fibra, juntamente com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), vinculada ao Ministério das Relações Exteriores.


Essa proximidade com os compradores asiáticos foi reforçada com uma agenda de missões da Abrapa, que já aconteciam desde 2015. "O trabalho é de formiguinha, mas começamos", diz Júlio Busato, atual presidente da entidade. Neste ano, já aconteceram duas missões de produtores brasileiros, uma que incluiu Indonésia, Bangladesh e Tailândia, e outra para o Paquistão e a Turquia. "Visitamos empresas, mostrando a elas que o produtor brasileiro sabe produzir e preservar", afirma. No início de agosto, foi a vez de o Brasil receber a mais recente missão de compradores. Estiveram no país 21 empresários de cinco países asiáticos - Turquia Vietnã, Paquistão, Coreia do Sul e Bangladesh -, mais o México. O grupo de países responde por 60% das importações globais de algodão. "O bloco dos asiáticos compra 900 mil toneladas de fibra por ano, metade do que vamos exportar nesta safra, que deve ficar um pouquinho abaixo da anterior por causa da seca, mas que recuperaremos em 2022/23", diz Busato.


O mercado exportador global é da ordem de 10 milhões de toneladas de pluma de algodão, com os Estados Unidos donos de 3 milhões de toneladas das vendas no mundo, seguidos por Brasil Índia, Austrália e Benin. As exportações globais movimentam cerca de US$ 12 Bilhões todos os anos.


Atualmente, o mundo produz entre 26 e 27 milhões de toneladas de fibra de algodão, por safra. A boa notícia para os cotonicultores brasileiros é que, dos maiores países produtores, - entre eles, Índia, China, EUA e Paquistão-, o Brasil é o que tem as melhores condições para aumentar a produção doméstica. Walter Horita diz que esse movimento é apenas uma questão de mercado. "O algodão é uma cultura de médias e grandes propriedades, por causa da estrutura de capital necessária e das exigências da produção, em termos de tratos culturais, gestão e comercialização", afirma. "com esses três atributos, podemos ocupar qualquer espaço de demanda no mundo. Para dobrar as exportações, basta o mundo demandar."


Horita dá como exemplo a produtividade dos norte-americanos, muito abaixo da brasileira. Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), ela foi de 950 quilos por hectare nas últimas três safras. No Brasil, pra o mesmo período, a produtividade foi de 1.721 quilos por hectare, com base nos dados da companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No mundo, ela foi de 769 quilos por hectare. Pavinato, da SLC, viu as lavouras do grupo registrarem uma produtividade de 1.739 quilos por hectare nesse período, com uma das fazendas mais produtivas do grupo batendo os 1.989 quilos. Ele afirma que as tecnologias devem ajudar o produtor cada vez mais, e que a sustentabilidade vai ser uma moeda. "Vamos melhorar muito nossa mecanização e a auto moção das lavouras", diz ele. "Nós já produzimos muito bem, mas ainda tem espaços [para crescer]."


Nessa seara do crescimento, há um frisson no setor. Isso porque, em ganhos de produtividade, o Brasil lidera no mundo, com taxas acima de 3%, enquanto a China e a Índia estão em uma faixa de 2% ao ano e os EUA com menos de 1% ao ano. "O agro é um investimento seguro no Brasil", diz Jank. "Ao crescimento do uso de tecnologias e de inovações dos grandes produtores de algodão, deve ser adicionado o crescimento da área cultivada, principalmente em áreas de pastagens que hoje se encontram degradadas e devem ir para a agricultura. "Para Jank, essa recuperação de áreas soa como música aos ouvidos do mundo, porque mostra um país voltado para à preservação ao poupar áreas nativas. "Temos 75 milhões de hectares agrícolas no país e 160 milhões de hectares de pastos. Possivelmente, dos 50 milhões de hectares de pastos hoje degradados, 20 milhões virão para a agricultura - e o algodão deve fazer parte desse avanço", afirma. "Estados Unidos e Austrália, nossos maiores concorrentes em termos de preço e percepção de qualidade de fibra, jamais conseguirão fazer o mesmo."



Mídia: Forbes – 01/08/2022

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Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão

​ALGODÃO PELO MUNDO #36/2022

09 de Setembro de 2022

- Destaque da Semana – Depois do susto da última sexta-feira, quando o mercado fechou em limite de baixa com rumores de destruição de demanda, a semana de feriado nos EUA no Brasil foi calma. Segunda-feira (12) tem relatório do USDA.



- Algodão em NY – O contrato Dez/22 fechou ontem a 103,84 U$c/lp (-4,04%). Referência para a safra 2022/23, o contrato Dez/23 era cotado a 82,32 U$c/lp (-2,13%) e o Dez/24 a 76,30 U$c/lp (-2,32%) para a safra 2023/24.



- Preços - Ontem, (08/09), o algodão brasileiro estava cotado a 123,75 U$c/lp (-1.175 pts) para embarque em Nov-Dez/22 (Middling 1-1/8" (31-3-36) posto Ásia, fonte Cotlook).



- Altistas 1 - O ICAC divulgou relatório de agosto destacando: "Níveis históricos de inundações e secas estão tendo um impacto esmagador na indústria global de algodão".



- Altistas 2 – Este mês, o ICAC reduziu as projeções de produção global em 1,1 milhão de tons em relação ao mês anterior, passando de 25,8 para 24,7 milhões de tons.



- Altistas 3 – Problemas climáticos nas regiões produtoras não param de acontecer. Nos EUA, as chuvas já causam perdas e tempestades tropicais se formam no Atlântico. Na Índia, excesso de chuvas e pragas devem reduzir a produção.



- Baixistas 1 - Milhões de pessoas ainda estão trancadas na China por causa da Covid-19, quase três anos após o início da pandemia. Chengdu, com mais de 20 milhões de habitantes, teve o lockdown prorrogado por mais uma semana pelo menos. É a maior cidade a fechar desde o confinamento em massa de dois meses em Xangai no início deste ano.



- Baixistas 2 - A política Covid-Zero de Xi Jinping, além de trazer enormes custos econômicos, está isolando cada vez mais a China do resto do mundo.



- Baixistas 3 - Os preços do petróleo caíram novamente esta semana com o temor de recessão global e com o dólar americano mais forte. As cotações estão no mesmo nível de Janeiro deste ano, um mês antes do início da guerra na Ucrânia.



- Baixistas 4 - As novas quedas desta semana ocorreram mesmo após a decisão da OPEP+ de cortar a oferta de petróleo para sustentar os preços.



- Baixistas 5 – O Banco Central Europeu (BCE) anunciou aumento de 0,75 ponto percentual nas taxas de juros na zona do euro ontem (8). A medida – que não ocorria desde 1999 – visa conter a inflação crescente na região.



- EUA 1 – Os relatórios semanais de venda de exportação dos EUA continuam suspensos por problemas de sistema.  A expectativa é que na próxima quinta (15/9) o USDA retome a divulgação dos dados.



- China - A safra 2022/23 chinesa deve passar de 6 milhões de tons e o consumo interno deve ficar em torno de 8,15 milhões de toneladas. Já as importações devem subir de 1,96 para 2,20 milhões de tons, segundo o USDA.



- Austrália - A Austrália está iniciando o plantio de mais uma safra (22/23). Produtores animados com a super safra deste ano (1,2 milhão de toneladas) esperam repetir o número, já que os reservatórios de água estão abastecidos.



- Paquistão 1 - O ministro das Finanças do Paquistão, Miftah Ismail, disse na quarta-feira que o setor têxtil do país pleiteou a suspensão da proibição à importação de algodão da Índia, mas o governo até agora não tomou nenhuma decisão sobre o assunto.



- Paquistão 2 - As inundações recentes fizeram com que o país perdesse boa parte de sua safra de algodão deste ano. As estimativas variam, mas acredita-se que as perdas podem passar de 300 mil tons de algodão em pluma.



- Índia 1 - A Índia entrou para o seleto grupo dos cinco maiores fornecedores de camisetas de algodão para os EUA. A receita com as exportações deste item para os EUA já superou US$ 286 milhões somente em 2022.



- Índia 2 - Disputando ano a ano com a China o posto de maior produtora mundial de algodão, a Índia tem aproveitado o embargo norte-americano à pluma chinesa de Xinjiang e os frequentes lockdowns no país do extremo oriente para ampliar as vendas para os EUA.



- Agenda - Na próxima segunda-feira (12/Set) será divulgado o relatório mensal de oferta e demanda dos EUA.



- Safra 2021/22 - Em seu 12º Levantamento de Safra de Grãos, a Conab atualizou ontem (8) a projeção da produção de algodão para 2,55 milhões de tons na safra 2021/22.



- Colheita 2021/22 - Até ontem (08/09): BA (98%); GO (97%); MS: (100%); MT (100%); MG (91%); SP (100%); PI (100%); MA (81%); PR (100%). Total Brasil: 98% colhido.



- Beneficiamento 2021/22 - Até ontem (08/09):  BA (68%); GO (76%); MA (35%) MS (71%); MT (50%); MG (67%); SP (100%); PI (48%); PR (100%). Total Brasil: 55% beneficiado.



- Preços - Consulte tabela abaixo ⬇


Boletim Algodao pelo Mundo 36.jpeg


Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, programa da Abrapa. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com

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Relatório de Safra – setembro/22

08 de Setembro de 2022

A colheita do algodão está na reta final no Brasil. Até o dia 01 de setembro de 2022, 98% da área total já havia sido colhida, segundo levantamento da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). O beneficiamento foi realizado em 48% da produção e as análises de HVI em 39%, no mesmo período.


Em agosto de 2022, a Conab divulgou as primeiras estimativas para a safra 2022/23 de algodão no Brasil. De acordo com a divulgação, a área plantada de algodão deverá subir 1,9% e a produção é estimada em 2,92 milhões de hectares. Alta de 6,8% com relação as estimativas da Conab para a safra 2021/22.


Leia o relatório na íntegra: Relatorio_safra_Abrapa.08Set2022_.pdf

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Marisa oficializa parceria com movimento Sou de Algodão

08 de Setembro de 2022

A rede de moda feminina e lingerie Marisa se uniu ao Movimento Sou de Algodão, da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), em sua nova coleção, intitulada “Vai Com Moda Consciente”, que conta com uma linha de jeans criados em uma cadeia de produção que aplica boas práticas socioambientais.


A novidade tem o objetivo de despertar o consumo responsável do algodão. Desta forma, a Marisa reforça seu compromisso com iniciativas e pautas socioambientais.


Os modelos de jeans que representam a parceria estão sinalizados com tags, como um convite à reflexão, para o consumidor final reforçar a consciência sobre uma moda socialmente responsável e ambientalmente sustentável.


“Estou encantada com as peças deste novo ciclo, que traz aquele jeans que você se sente confortável e pronta para qualquer ocasião. Esse é o poder de uma fibra natural como o algodão – a sua versatilidade para compor diversos tecidos, com o caimento certo para cada estilo de roupa. A parceria entre Marisa e Movimento Sou de Algodão, reforça a importância da fibra no mundo fashion, ainda mais quando falamos do algodão nacional, que faz parte de uma cadeia de confecção que valoriza as boas práticas”, afirma a consultora de moda Thais Farage.


Seguindo a proposta de criar combinações despojadas e modernas, a marca apresenta a calça wide leg de lavagem clássica e tonalidade média, ideal para as consumidoras que procuram peças versáteis e atemporais. Já o conjunto de calça e colete em tom natural valoriza o aspecto rústico e é uma tendência que tem dominado as ruas.


A Marisa está engajada na construção de uma moda mais harmoniosa com a natureza e segue atenta às tendências da temporada. Dentro do estilo color blocking, a nova coleção oferece conjuntos coloridos em sarja. E na onda do oversized, os bolsos grandes dão o toque especial em um design mais descolado das jaquetas. Combinadas com as calças wide leg, que trazem detalhes puídos, compõem um look moderno e descontraído.


Com cintura alta e modelagem mais larga nas pernas, as calças wide leg são as favoritas do momento e ajudam a alongar a silhueta, ideal para todos os corpos, além de garantir um visual moderno e jovem. Na coleção “Vai com Moda Consciente”, em parceria com a Sou de Algodão, a Marisa traz as opções do modelo em preto, cor que não pode faltar no armário de qualquer fashionista, e em verde, seguindo a tendência mais colorida das próximas estações.


Leia mais: Marisa oficializa parceria com Movimento Sou de Algodão - Site RG – Moda, Estilo, Festa, Beleza e mais (uol.com.br)


Mídia: Site RG – 06/09/2022

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Descuido no transporte causa perda de até 15% no algodão brasileiro

Preocupados com os efeitos dos danos na pluma sobre a imagem do Brasil, produtores preparam protocolos de logística

06 de Setembro de 2022

Embora o algodão brasileiro seja considerado um dos melhores do mundo em qualidade, parte dos atributos se perdem no transporte, comprometendo a imagem internacional do setor. Em meio a uma crise logística internacional, com escassez de contêineres, um problema antigo se agravou: a falta de cuidados no transporte da pluma, causando prejuízos para compradores e vendedores diante de perdas que poderiam ser evitadas.


“Nós tivemos a infelicidade na última missão que fizemos, em abril, de ver isso in loco na Ásia comparando o depósito de algodão americano, australiano e do nosso algodão – que em qualidade é melhor que o deles – totalmente danificado. E aí isso é um prejuízo para a imagem do algodão brasileiro porque o comprador não imagina que ele estragou no transporte, ele acha que já saiu daquele jeito, arrebentado, daqui”, explica o diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Marcio Portocarrero.


Responsável pelos protocolos de certificação de boas práticas na produção da pluma no país, a entidade representativa do setor cotonicultor se prepara para lançar um novo programa no país voltado para logística, o ABR-Log. O intuito, aponta Portocarrero, é reunir todas as melhorias necessárias no processo de transporte e armazenamento da pluma realizado atualmente no país.


“Pela nossa experiência, tudo que nós tivemos que fazer para melhorar a forma de produzir e beneficiar foi com protocolos e chamando auditorias para ver se foi bem feito. Então, resolvemos criar e vamos implementar um  protocolo de auditoria nas empresas de logística para que elas tratem melhor nosso algodão e que ele chegue melhor no destino final”, completa o diretor executivo da Abrapa. A previsão é de que o protocolo, ainda em discussão, entre em vigor até o final deste ano.


Entre os principais problemas enfrentados, Portocarrero destaca carrocerias de caminhão sujas e a lotação de contêineres acima da sua capacidade máxima. “A carroceria de caminhão suja contamina a lona que recobre o algodão, a carga vai esfregando na carroceria, pega umidade e contamina, perde qualidade. Quando chega no porto para embarcar o algodão, com essa crise de contêiner, enfia o máximo que puder de fardo pra dentro do container e eles são estufados literalmente e na hora de tirar não consegue tirar direito, tem que puxar e arrebenta”, explica o diretor executivo da Abrapa.


A Associação estima perdas de 10% a 15% na pluma embarcada de forma descuidada, o que pode gerar tanto descontos para o vendedor quanto prejuízos no rendimento da pluma adquirida pelo comprador, que terá que destinar a parcela contaminada para fins menos nobres.


“Então ele deixa de ganhar lá na outra ponta também porque na verdade ele comprou um algodão de primeira linha e está tendo que engolir um algodão danificado, que ele vai perder 10% na hora de beneficiar e fazer fio porque uma parte está estragada”, observa Portocarrero ao ressaltar que ainda que os protocolos representem aumento de custos, eles evitarão que o Brasil perca mercados num contexto e aumento da concorrência internacional.


“Hoje nós somos um dos poucos países a fornecer algodão certificado de qualidade e a demanda por esse algodão sustentável é muito maior do que a oferta, então isso facilita negócios antecipados. Mas num futuro muito próximo isso vai virar obrigação e vamos ser apenas mais um e aí quem não é certificado vai ter problema e ainda mais problema se estiver chegando fardo estragado lá fora, porque aí ninguém vai querer e vamos ter que jogar algodão fora”, alerta o diretor executivo da Abrapa.



Leia mais: Descuido no transporte causa perda de até 15% no algodão brasileiro - Revista Globo Rural | Algodão


Mídia: Globo Rural – 24/08/2022

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O sucesso da pluma

União entre elos da cadeia impulsionou a cotonicultura nacional e tornou o setor um exemplo de organização

05 de Setembro de 2022

Às vezes se vai mais rápido sozinho, mas certamente juntos vamos mais longe. A frase de Fernando Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), pode parecer "chavão", mas sintetiza a maneira de pensar e agir da cadeia produtiva do algodão nas últimas três décadas.


Os resultados positivos comprovam sua eficácia. O Brasil, que em 1997 ocupava a amarga posição de segundo maior importador de algodão do mundo (atrás somente da China), reassumiu em 2002 o posto de país exportador e atualmente é o segundo maior fornecedor mundial da pluma, com aproximadamente 1,725 milhão de toneladas embarcadas na safra 2021/2022, atrás somente dos Estados Unidos, segundo dados da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea).


Diversos fatores estão por trás dessa virada, e a interação entre os diversos elos da cadeia produtiva do algodão é certamente um dos principais. As palavras "necessidade" e "respeito" são recorrentes entre as lideranças do setor algodoeiro para explicar como se chegou a essa organização, que é referência para outras cadeias produtiva.


"Há muito respeito entre os vários elos da cadeia produtiva do algodão. Não há soberba, uma postura de achar que você é mais importante que o outro, o que em geral traz mais antagonismo que resultados", afirma o produtor Alexandre Schenkel, de Campo Verde (MT). A consciência de que cada elo depende do outro é uma grande vantagem para um setor que enfrenta muitos desafios, diz ele.


Mas como tudo isso começou? O Brasil teve um desempenho relevante na produção e exportação mundial de algodão até meados dos anos 1980, quando as lavouras dos Estados líderes na cotonicultura foram dizimadas pelo bicudo do algodoeiro – considerado até hoje a maior praga da cultura.


Essa situação, que não interessava a ninguém (aos produtores, à indústria têxtil, ao governo, às instituições de pesquisa e aos fabricantes de insumos agrícolas), acabou gerando um esforço nacional em prol da erradicação do bicudo. Resultou também num programa de incentivo à cultura do algodão no Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e também em Rondônia, no noroeste do país), conta João Ribeiro Crisóstomo, pesquisador aposentado da Embrapa Algodão (PB).


No final dos anos 1970, o empresário paulista Olacyr de Moraes já fazia as primeiras experiências com o cultivo de algodão no modelo empresarial na Fazenda Itamarati, em Ponta Porã (MS), influenciado pelo amigo produtor Ignácio Mammana Netto.


Mas somente na virada dos anos 1990 uma verdadeira revolução no cenário agrícola do Cerrado mato-grossense teve início na Fazenda Itamarati Norte, em Campo Novo do Parecis (MT), onde Olacyr bancou as pesquisas realizadas em parceria com a Embrapa, que resultaram na variedade CNPA-ITA 90 – uma mistura de várias linhagens selecionadas na Deltapine Acala 90.


Essa "sementinha" foi fundamental para o boom da cotonicultura mecanizada nas regiões do Cerrado. No entanto, junto com ela veio um grande problema: as primeiras cultivares da ITA-90 eram suscetíveis à chamada "doença azul", uma virose transmitida por um pulgão, cujo controle ficou praticamente impossibilitado pelo excesso de chuvas na safra 1994/1995. Muitos produtores pioneiros quebraram, porém, essas dificuldades levaram os agricultores de Mato Grosso a se unir.


"Uma postura de achar que você é mais importante que o outro em geral traz mais antagonismo do que resultados" - Alexandre Schenkel, produtor de algodão.


"Tudo serviu de lição. A gente levava paulada na cabeça e, em vez de ficar reclamando, se unia para buscar soluções", lembra o presidente da Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão (Ampa), Paulo Sérgio Aguiar, que faz parte de uma família pioneira no plantio na região de Primavera do Leste (MT). Lá, os produtores se associaram para plantar e colher as primeiras safras da nova cultura, beneficiar e classificar o algodão produzido, criando a Unicotton em 1997.


Mas uma das mais ousadas iniciativas dos produtores mato-grossenses foi convencer o então governador Dante de Oliveira a instituir, em 1997, o Programa de Apoio ao Algodão de Mato Grosso (o Proalmat), que gerou incentivos fiscais visando viabilizar a implantação da cadeia produtiva do algodão, inclusive com a garantia de recursos para a pesquisa. Em 1997, os produtores de Mato Grosso criaram a Ampa, e dois anos depois, quando outros Estados começavam a cultivar algodão no modelo mecanizado, foi fundada a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).


Nessa caminhada, os cotonicultores do Cerrado contaram com apoios fundamentais, entre eles, o de Andrew Macdonald, escocês naturalizado brasileiro que faleceu em janeiro deste ano. Diretor comercial da Santista Têxtil, ele veio a Mato Grosso em meados dos anos 1990 e incentivou muitos agricultores a aderir à nova cultura, com a promessa de que compraria toda a produção, "independentemente de qualidade, pagando o preço de mercado".


O executivo teve participação decisiva na primeira exportação de algodão em pluma feita pelos produtores, em agosto de 1998, quando a fibra produzida em Mato Grosso estava longe de ter sua qualidade reconhecida no mercado internacional. Essa operação pioneira contou com a parceria da corretora Laferlins e da trading Paul Reinhart.


Os cotonicultores compreenderam naquele momento que era preciso fazer um trabalho de divulgação do algodão produzido no Cerrado e, com apoio da Ampa e, em seguida, da Abrapa, começaram a viajar pelo mundo (principalmente a países asiáticos) apresentando as características do produto. O marketing internacional incluiu trazer potenciais compradores para visitar as fazendas produtoras de algodão no Cerrado.


"Com o apoio das instituições de pesquisa e de produtores de insumos, conseguimos ampliar a produção algodoeira e hoje temos a maior produtividade do mundo em algodão de sequeiro (que corresponde a aproximadamente 90% da produção brasileira)", comenta Júlio Cézar Busato, atual presidente da Abrapa e pioneiro na produção de algodão no Cerrado baiano.


Busato cita uma série de iniciativas do setor que nasceram da necessidade de mudar o jogo a favor da pluma brasileira, entre as quais o programa Cotton Brazil, realizado em parceria com a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) e apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).


Graças a esse programa, foi instalado um escritório da Abrapa em Singapura, de onde o diretor de relações internacionais da entidade, Marcelo Duarte Monteiro, coordena ações com o objetivo de aperfeiçoar a divulgação do algodão brasileiro. Além de realizar o Brazil Cotton Day em território asiático, o programa Brazil Cotton foi responsável pela realização da Missão Compradores, que trouxe a fazendas de Mato Grosso, Bahia e Goiás 21 industriais do setor têxtil, de fiação e traders de seis países (Turquia, Vietnã, Paquistão, Coreia do Sul, Bangladesh e México) na primeira semana de agosto.


Busato explica que esses empresários são responsáveis pela importação de 900 mil toneladas da fibra brasileira.


"O correspondente a 99% do mercado comprador de algodão está na Ásia, e os integrantes da Missão Compradores deixaram o Brasil encantados com o que viram nas fazendas e também nos laboratórios visitados."


"A indústria têxtil nacional absorve aproximadamente de 30 a 35% da produção brasileira de algodão" - Fernando Pimentel, presidente da Abit.


Miguel Faus, presidente da Anea, diz que a organização da cadeia produtiva do algodão é "importante para enfrentar os principais concorrentes (EUA e Austrália) e combater narrativas de que o Brasil derruba a Floresta Amazônica para plantar algodão". Ele explica que a cadeia algodoeira se sustenta em um grupo relativamente restrito e muito organizado, que é integrado pela Abrapa e as estaduais, a Abit, a Anea e a BBM (Bolsa Brasileira de Mercadorias), da qual os corretores são membros.


"Mesmo que haja interesses opostos – o produtor quer vender caro e quem compra quer pagar barato –, há um entendimento de que o negócio tem de ser bom para todo mundo", argumenta. O presidente da Anea cita um aspecto que também é destacado pelo presidente da Ampa: a importância de se cumprir contratos (a chamada santidade dos contratos) num mercado volátil e no qual se comercializa a produção de uma safra que, às vezes, sequer foi plantada. "Nós nos respeitamos. Tudo foi sendo construído pelo bem comum", afirma Aguiar.


Fernando Pimentel, presidente da Abit, acrescenta que a indústria têxtil nacional absorve aproximadamente de 30% a 35% da produção de algodão brasileira (o equivalente a cerca de 700 mil toneladas de pluma ao ano) e é importante para o produtor e a cotonicultura contar com a demanda do mercado doméstico, sobretudo num momento em que "o mercado mundial encontra-se num processo complexo, com disputas geopolíticas e fretes caros".


Além disso, argumenta Pimentel, a indústria têxtil nacional – formada pelos setores de fiação, tecelagem, malharia e confecções – incorpora novas tecnologias e, por isso, fornece a produtores e instituições de pesquisa dados valiosos para que a fibra brasileira continue atendendo às demandas de compradores mais exigentes.


"Quando você tem a indústria dentro de casa, cria uma base de conhecimentos importante. Essa visão de conjunto favorece a cadeia produtiva como um todo. À medida que você vai interagindo com os representantes de outros elos e trocando informações, eles vão se fortalecendo, e isso é positivo para o país, cria um senso de cooperação", comenta Pimentel.


O produtor Alexandre Schenkel também enfatiza a importância desse diálogo constante com a indústria têxtil, de compreender "as demandas" do comprador, visando assegurar que a fibra natural tenha as características necessárias, a fim de evitar desperdícios e garantir o melhor produto final.


"Sabemos exatamente onde cada fardo de algodão foi produzido e onde foi beneficiado. Ninguém tem um programa de rastreabilidade como o nosso", garante Júlio Cézar Busato, da Abrapa.


Luiz Carlos Bergamaschi, atual presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), confirma a personalidade diferenciada do agricultor que se dedica à cotonicultura. "A gente não faz nada sozinho e tudo – cidade, campo – está integrado ao sistema produtivo. As dificuldades existem para todos, e estamos sempre procurando soluções", diz.


Bergamaschi cita o exemplo das Missões Compradores, das quais participou recentemente, que servem para que os produtores entendam o que o mercado internacional está exigindo e também para mostrarem como é feita a produção algodoeira no Brasil. "Trazemos os consumidores da pluma para dentro de nossas fazendas e, após essa troca de informações, procurarmos fazer o nosso dever de casa", acrescenta.


O catarinense Bergamaschi recorre ao exemplo do combate ao bicudo do algodoeiro – origem de parte desta história – para falar sobre o comportamento do produtor hoje. "Como se controla essa praga, que dizimou grandes lavouras de algodão num passado não tão remoto? Criamos núcleos regionais para discutir cases de sucesso, trocar experiências, porque, se o vizinho de fazenda não fizer a parte dele, eu também terei dificuldades para controlar o bicudo na minha propriedade."


Talvez o exemplo mais contundente da postura proativa e organizada do cotonicultor vem do chamado contencioso de algodão: uma disputa comercial contra os subsídios dados pelo governo norte-americano a seus produtores, que foi vencida pelo Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC) após 12 anos, gerando uma indenização que contribuiu para fortalecer a cadeia produtiva. "O governo brasileiro procurou o apoio da Abrapa e seus associados para uma ação na OMC, mas nós, produtores, encaramos todo o trabalho e as despesas, que não foram pequenas. Contratamos um escritório de advocacia norte-americano de referência, fomos atrás do apoio da indústria de máquinas e implementos, promovemos bingos e rifas, e criamos mecanismos visando obter recursos que garantiram essa vitória histórica na OMC", recorda Paulo Aguiar.


Os produtores brasileiros de algodão realmente não brincam em serviço e, diante dos resultados alcançados no campo, estão sempre dispostos a se aliar aos demais elos da cadeia produtiva para não colocar em risco a posição de liderança duramente conquistada pela cotonicultura nacional.


"Sabemos exatamente onde cada fardo de algodão foi produzido e onde foi beneficiado" - Júlio Cézar Busato, presidente da Abrapa.



Leia mais: O sucesso da pluma - Globo Rural.pdf


Mídia: Globo Rural – 04/09/2022

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Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão

​ALGODÃO PELO MUNDO #35/2022

02 de Setembro de 2022

- Destaque da Semana – Mais uma semana de muita volatilidade que termina com um saldo negativo devido à confirmação de mais lockdowns na China e um sentimento cada vez mais forte de desaceleração da economia mundial.



- Algodão em NY – O contrato Dez/22 fechou ontem a 108,21 U$c/lp (-5,17%). Referência para a safra 2022/23, o contrato Dez/23 era cotado a 84,11 U$c/lp (-5,05%) e o Dez/24 a 78,11 (-5,13%) para a safra 2023/24.



- Preços (01/09) - O algodão brasileiro estava cotado a 135,50 U$c/lp (-0 pts) para embarque em Nov-Dez/22 (Middling 1-1/8" (31-3-36) posto Ásia (fonte Cotlook).



- Baixistas 1 – A política de covid-zero continua rigorosa na China.  Esta semana a notícia do lockdown da megacidade de Chengdu (21 milhões de pessoas), no oeste do país, além de afetar a os negócios regionalmente, causa enorme preocupação e pode afetar a economia de todo o país.



- Baixistas 2 – Notícias da China também dão conta que metade dos seis milhões de habitantes da cidade portuária de Dalian, além de uma parcela das cidades de Chengde e Shijiazhuang na província de Hebei, também estão em lockdown.



- Baixistas 3 – As commodities e bolsas também caíram em consequência dos comentários do presidente do FED dos EUA na última sexta-feira, que reiterou a determinação de reduzir a inflação com taxas de juros mais altas, mesmo que o impacto no crescimento econômico seja negativo.



- Altistas 1 – No Paquistão, chuvas torrenciais estão causando inundações em massa, destruindo lavouras e infraestrutura. A safra de algodão pode ser menor que 1 milhão de toneladas (contra uma estimativa de 1,35 milhão).  Nesta tragédia que afeta o país, mais de 1.110 pessoas já perderam a vida e 33 milhões foram afetadas.



- Altistas 2 – Chuvas em excesso afetam também podem afetar regiões produtoras dos EUA principalmente se as previsões de tempo para o sul do Texas e o Delta se mantiverem.



- EUA 1 – O mercado de algodão anda "no escuro" com o fiasco da nova plataforma de divulgação de dados semanais de vendas de exportação dos EUA, que não funciona há duas semanas.



- EUA 2 – O relatório de condição de lavoura mostrou alguma melhora no índice de ruins para muito ruins: caiu de 40% para 36%.



- China 1 - As importações de algodão da China para julho totalizaram 118,1 mil toneladas, representando um declínio ano a ano de 17,9% e queda de 27,5% no mês a mês.



- China 2 - No ano comercial 2021/22, as importações atingiram apenas 1,7 milhão de toneladas, uma queda de 39% em relação à safra anterior.



- China 3 - As importações de fios de algodão da China também recuaram, com julho em apenas 65,1 mil toneladas, caindo tanto em relação ao ano anterior (63%) quanto mês a mês (37%).



- China 4 - No o ano comercial 2021/22, o país importou 1,6 milhão de toneladas, -26 % em relação ao ano anterior.



- China 5 - O Partido Comunista da China sediará seu 20º Congresso Nacional, que acontece uma vez a cada cinco anos, a partir de 16 de outubro em Pequim, segundo anunciou a mídia estatal na terça-feira.



- China 6 - O congresso do partido deve conduzir o presidente Xí Jìnping para seu terceiro mandato como líder da China, quebrando de vez o precedente do limite de dois mandatos na presidência.



- Turquia - Reflexos da guerra na Ucrânia continuam impactando muito os preços de energia na Europa.  Governo turco anunciou aumento nos preços de gás em 50% para as indústrias e 20% para residências.



- Índia 1 - Reguladores indianos suspenderam a negociação de algodão por um mês na maior bolsa de futuros do país, a MCX, devido à falta de convergência de preços futuros e spot.



- Índia 2 - As monções seguem gerando fortes chuvas. Regiões produtoras de algodão como Gujarat e sul do Rajastão, estão em alerta.



- Exportações 1 - O Brasil exportou 62,8 mil tons de algodão em ago/22. O volume foi 24% superior ao embarcado em ago/21.



- Exportações 2 - Agosto é o primeiro mês do novo calendário de exportação. A expectativa é que os embarques cresçam nessa temporada e atinjam 1,9 milhão de toneladas (+12,9%).



- Colheita 2021/22 - Até ontem (01/09):  BA (96%); GO (95%); MS: (100%); MT (100%); MG (88%); SP (99%); PI (99%); MA (69%); PR (100%). Total Brasil: 98% colhido.



- Beneficiamento 2021/22 - Até ontem (01/09):  BA (62%); GO (69%); MA (32%) MS (59%); MT (43%); MG (62%); SP (99%); PI (42%); PR (100%). Total Brasil: 48% beneficiado.



- Preços - Consulte tabela abaixo ⬇



Boletim Algodao pelo Mundo 35.jpeg


Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, programa da Abrapa. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com

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