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GT discute manejo integrado de pragas e doenças nas lavouras

Encontro virtual reuniu pesquisadores, representantes de empresas e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

01 de Agosto de 2022

Para discutir o Manejo Integrado de Pragas e Doenças nas lavouras, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e a Better Cotton (BCI) reuniram pesquisadores, representantes de empresas e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em um fórum virtual, na quinta-feira, 28. Foi a segunda reunião do grupo com vistas a compartilhar experiências referentes ao controle genético como ferramenta no manejo integrado de pragas e doenças nas lavouras de algodão do País. Representantes da Basf, Bayer e Corteva, além do Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMAmt) fizeram um relato das tecnologias usadas para auxiliar no manejo integrado de pragas, proporcionando redução de uso de químicos específicos nas lavouras.

A Basf mostrou as melhorias no combate de doenças, como a Ramulária (Ramulária aréola), vista como uma das mais agressivas para o cultivo do algodão, e de lagartas, nematóides e plantas daninhas. O investimento da empresa em genética e biotecnologia é a ferramenta para que se consiga o manejo racional que a cultura exige. O desafio das empresas é melhorar as soluções de combate a pragas e doenças atendendo os produtores que têm custos elevados de produção. A Bayer também foca no melhoramento genético como forma de otimizar o uso de insumos nas plantações e a Corteva, embora não tenha grande atuação na cultura algodoeira, anunciou que trabalha no desenvolvimento de materiais para a lavoura de algodão para os próximos anos e pretende estar mais presente auxiliando o produtor. Para Rafael Galbieri, fitopatologista do IMamt, o desafio permanente é o monitoramento das doenças na cultura. “É um trabalho permanente de auxílio e controle eficiente e sustentável”, disse.

A próxima reunião do GT se realizará, no mês de outubro, e a intenção é avançar com o tema da atualização de produtos biológicos no manejo das lavouras. As reuniões são trimestrais e se estenderão até 2023, quando será publicado o Manual de Manejo Integrado de Pragas e Doenças do algodão brasileiro, atualizado. Ao todo, serão sete encontros virtuais com duração de duas horas, onde se pretende abordar temas como: variedades e resistência das pragas, uso de produtos biológicos, métodos de aplicação, registro de novos pesticidas e controle de pragas, ervas e doenças. O diretor Executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero, ressalta a importância das contextualizações do mercado e das discussões sobre o tema para melhorar a competitividade do algodão brasileiro. Segundo ele, é uma oportunidade de mostrar os avanços da cotonicultura quando o tema é sustentabilidade. A expectativa de Portocarrero é de que o documento atualizado sobre o manejo itegrado possa servir de subsídio aos produtores do País.  João Rocha, da BCI, destacou a importância dos debates para a BCI conhecer mais sobre a cultura no País e divulgar as boas práticas na cadeia.

(Saiba mais sobre a atuação do GT:


  • Fórum técnico capacitado, em âmbito nacional, para discutir a superação dos atuais desafios encontrados no campo;

  • Divulgação internacional das boas práticas de MIP no algodão produzido no Brasil;

  • Monitoramento das principais pragas e doenças da cotonicultura brasileira;

  • Publicação de um manual atualizado de manejo integrado de pragas e doenças do algodão brasileiro.

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Conheça o caminho do algodão do plantio até o seu guarda-roupa

Sabia que o Brasil é o maior fornecedor de algodão sustentável do mundo? Em visita à Fazenda Pamplona, a Revista do Correio acompanhou como ele sai do campo e vai parar nas suas roupas

01 de Agosto de 2022

Na Fazenda Pamplona, que fica em Cristalina (GO), a 125 quilômetros de Brasília, campos de algodão formam um vasto mar branco. Máquinas colhem toneladas do fruto, matéria-prima muito usada na indústria têxtil. A convite da Sou de Algodão, uma iniciativa da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão) que mostra ao consumidor como a fibra chega até ele, a Revista acompanhou por um dia as etapas percorridas pelo algodão: da lavoura à confecção.

Nossa primeira parada foi na Fazenda Pamplona. Ela tem selo ABR (Algodão Brasileiro Responsável) e é licenciada pela BCI (Better Cotton Initiative), protocolos de boas práticas agrícolas, sociais e econômicas. Isso significa que 100% das plumas são de origem responsável, o que é afirmado por auditorias anuais, que não aceitam regressão.

A Fazenda precisa garantir a saúde e a segurança dos 218 colaboradores. Além de princípios básicos como esse, Diego André Goldschmidt, coordenador de produção, explica que são oferecidas áreas de lazer na sede e há um esforço em educar produtores sobre hábitos conscientes.

Em relação à preservação ambiental, o destaque vai para a economia de água e energia. Enquanto os Estados Unidos e a Austrália irrigam mais de 80% das áreas de algodão, o Brasil irriga 8%. Os 92% restantes são cultivos sem adição de água, chamados sequeiros. De acordo com a Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), esse é o principal dado que sustenta que o Brasil é o maior fornecedor de algodão sustentável do mundo.

Uma cultura que já ocupou o sertão e a beira-mar, encontrou, no centro do país, condições ideais para o seu desenvolvimento. No Centro-Oeste, onde estão 90% da cotonicultura brasileira, o algodão é plantado em novembro e a colheita é entre junho e agosto. A chuva é certa, pelo menos, nos primeiros 90 dias. Depois, acredite se quiser, a seca ajuda a planta a se desenvolver, razão pela qual os sequeiros funcionam aqui.

 

As áreas plantadas conservam 30% da vegetação nativa e, para combater a praga do algodão, conhecida como bicudo, um drone deposita o herbicida onde tem maior incidência do bicho, e não de forma generalizada.

 

Beneficiamento

Então, o fardo de algodão (rolo, pacote), com aproximadamente 2.300kg, é levado para a algodoeira, previamente à industrialização. Na fase do beneficiamento, separam-se as sementes das fibras a partir de processos mecânicos — tudo é aproveitado. Uma limpeza fina retira a poeira e a limpeza grossa, caules e folhas que ficaram presos.

O briquete, uma pasta compactada que é subproduto do algodão, pode ser usado em tapetes e sacaria. O caroço vira ração para gado. A pluma, que se aproxima do algodão que conhecemos, vai para uma balança e, em seguida, é ensacada. Posteriormente, esse material é analisado por laboratórios especializados. Um deles está na sede da Abrapa, aqui em Brasília.

 

Peças rastreáveis

Lá, vimos que todos esses fardos têm QR Codes com dados da produção, da algodoeira e do laboratório por onde o algodão passou. O mapeamento completo é parte do Programa de Rastreabilidade do Algodão Brasileiro. Usando a câmera do celular, dá para verificar onde ele foi plantado, o mapa da fazenda, as máquinas usadas e o resultado da análise. É como uma carteirinha de identificação do algodão.

Marcio Portocarrero, diretor executivo da Abrapa, lembra que, em 1980, o Brasil produziu 500 mil toneladas de pluma em quatro milhões de hectares. Hoje, tem uma produtividade cinco vezes maior em uma área plantada praticamente três vezes menor — são três milhões de toneladas em pouco mais de 1,5 milhão de hectares.

"Por muito tempo, estávamos produzindo e esperando que nos comprassem. Agora, graças a décadas de investimento em tecnologia e pesquisa, o algodão nacional supre toda a demanda interna", detalha. O algodão é usado em itens de cama, mesa, banho e vestuário. Marcas como Farm, Malwee, Maria Filó, Marisa, Renner e Reserva são algumas das empresas que buscam este tipo de produto certificado.

 

Leia Mais: Conheça o caminho do algodão do plantio até o seu guarda-roupa (correiobraziliense.com.br)

Mídia: Correio Braziliense - 31/07/2022

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