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Manejo Integrado de Pragas e Doenças nas lavouras é tema de fórum

​Esta foi a segunda reunião referente ao controle genético como ferramenta no manejo integrado de pragas e doenças nas lavouras de algodão

08 de Agosto de 2022

O Manejo Integrado de Pragas e Doenças nas lavouras foi tema de evento realizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e a Better Cotton (BCI) que se reuniram com pesquisadores, representantes de empresas e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em um fórum virtual na última quinta-feira, 28.


Foi a segunda reunião do grupo com vistas a compartilhar experiências referentes ao controle genético como ferramenta no manejo integrado de pragas e doenças nas lavouras de algodão do País. Representantes da Basf, Bayer e Corteva, além do Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMAmt) fizeram um relato das tecnologias usadas para auxiliar no manejo integrado de pragas, proporcionando redução de uso de químicos específicos nas lavouras.


A Basf mostrou as melhorias no combate de doenças, como a Ramulária (Ramulária aréola), vista como uma das mais agressivas para o cultivo do algodão, e de lagartas, nematóides e plantas daninhas. O investimento da empresa em genética e biotecnologia é a ferramenta para que se consiga o manejo racional que a cultura exige. O desafio das empresas é melhorar as soluções de combate a pragas e doenças atendendo os produtores que têm custos elevados de produção.


A Bayer também foca no melhoramento genético como forma de otimizar o uso de insumos nas plantações e a Corteva, embora não tenha grande atuação na cultura algodoeira, anunciou que trabalha no desenvolvimento de materiais para a lavoura de algodão para os próximos anos e pretende estar mais presente auxiliando o produtor. Para Rafael Galbieri, fitopatologista do IMamt, o desafio permanente é o monitoramento das doenças na cultura. "É um trabalho permanente de auxílio e controle eficiente e sustentável", disse.



Próxima reunião de manejo em outubro


A próxima reunião do GT se realizará, no mês de outubro, e a intenção é avançar com o tema da atualização de produtos biológicos no manejo das lavouras. As reuniões são trimestrais e se estenderão até 2023, quando será publicado o Manual de Manejo Integrado de Pragas e Doenças do algodão brasileiro, atualizado. Ao todo, serão sete encontros virtuais com duração de duas horas, onde se pretende abordar temas como: variedades e resistência das pragas, uso de produtos biológicos, métodos de aplicação, registro de novos pesticidas e controle de pragas, ervas e doenças.


O diretor Executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero, ressalta a importância das contextualizações do mercado e das discussões sobre o tema para melhorar a competitividade do algodão brasileiro. Segundo ele, é uma oportunidade de mostrar os avanços da cotonicultura quando o tema é sustentabilidade. A expectativa de Portocarrero é de que o documento atualizado sobre o manejo itegrado possa servir de subsídio aos produtores do País.  João Rocha, da BCI, destacou a importância dos debates para a BCI conhecer mais sobre a cultura no País e divulgar as boas práticas na cadeia.



Fonte: Abrapa



Leia Mais: Manejo Integrado de Pragas e Doenças nas lavouras é tema de fórum - Vida Rural MT | Notícias do Agronegócio Mato-Grossense


Mídia: Vida Rural MT – 04/08/2022

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Cotonicultores veem potencial para aumentar vendas externas

​Industriais da Turquia, Vietnã, Paquistão, Coreia do Sul, Bangladesh e México conheceram lavouras e algodoeiras

08 de Agosto de 2022

Industriais do setor têxtil, de fiação e traders de seis países, Turquia, Vietnã, Paquistão, Coreia do Sul, Bangladesh e México visitaram fazendas localizadas no Mato Grosso, Bahia e Goiás, entre os dias 1º e 5 de agosto. Eles conheceram as lavouras, acompanharam a colheita e o processo de beneficiamento da pluma brasileira. Também puderam observar os padrões operacionais adotados e as estruturas das unidades. Juntos, os empresários são responsáveis pela importação de 900 mil toneladas da fibra brasileira. A Missão Compradores 2022, foi organizada pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), juntamente com a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) e Apex-Brasil. O objetivo, segundo Júlio César Busato, presidente da Abrapa, foi mostrar como e por quem o algodão brasileiro é produzido.


"Mostramos ao grupo que a cotonicultura brasileira é rastreada, com programas que informam os compradores sobre quando e por quem o algodão foi produzido e industrializado. Eles puderam conferir de perto que seguimos os pilares de sustentabilidade econômica, social e ambiental", disse. Para Busato, iniciativas como esta é uma forma de promover a fibra internacionalmente e a Abrapa trabalha, em parceria com as associadas e os produtores, para aumentar a participação no mercado global do algodão. "Se quisermos alcançar o topo, temos de conquistar mercado. É o que estamos fazendo trazendo esses empresários ao Brasil. Certamente eles serão difusores da nossa cultura com seus pares", observou.


Segundo maior exportador da pluma, atrás apenas dos Estados Unidos, os cotonicultores venderam para o mercado externo 1,68 milhão de toneladas no acumulado de agosto a julho de 2022, totalizando uma receita de US$ 3,222 bilhões. A China segue como o principal destino das exportações brasileiras (455 mil toneladas) e representa 27% das vendas. Na sequência do ranking de maiores importadores do algodão brasileiro estão Vietnã (275 mil toneladas), Turquia (227), Bangladesh (206), Paquistão (190) e Coreia do Sul (41). O México não tem registro de compra na safra 2021/2022, embora falte pouco mais de um mês para o encerramento da atual colheita. Na safra anterior, o México importou pouco mais de 22 mil toneladas da fibra do Brasil.

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Primeiras habilitações para certificação de conformidade oficial do algodão foram entregues a algodoeiras e laboratórios

​Cerimônia foi durante evento que encerrou a Missão Compradores 2022, na quinta-feira (04), em Brasília

05 de Agosto de 2022

As primeiras habilitações para a certificação de conformidade oficial do algodão brasileiro foram dadas às algodoeiras da Fazenda Pamplona, do Grupo SLC Agrícola, e da GM, do Grupo Moresco, ao laboratório de HVI do estado de Goiás e para o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), localizado em Brasília. A cerimônia, na quinta-feira (04), foi durante evento da Missão Compradores Cotton Brazil 2022, em Brasília, que trouxe ao País industriais do setor têxtil de seis países: Turquia, Vietnã, Paquistão, Coreia do Sul, Bangladesh e México para conhecer como é produzido e beneficiado o algodão brasileiro.


O fiscal agropecuário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Cid Alexandre Oliveira Roso, fez a entrega do documento de habilitação no Programa Nacional de Classificação de Algodão para a algodoeira da Fazenda Pamplona, representada pelo presidente do Grupo SLC Agrícola, Aurélio Pavinato, e à algodoeira do Grupo Moresco, do proprietário Carlos Alberto Moresco. O diretor Executivo da Agopa, Dulcimar Pessatto Filho, e o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Júlio Cézar Busato, receberam as habilitações para a certificação oficial do programa de autocontrole do Mapa para o Laboratório de Classificação Visual e Tecnológica da Fibra de Algodão, da Agopa, e para o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA-Abrapa), respectivamente, e entregues pela fiscal Ana Cláudia Marques Cintra e por Tiago de Dokonal Duarte, coordenados de fiscalização da qualidade vegetal.


Para Busato, a certificação de conformidade é um grande passo da cotonicultura no cumprimento da missão de criar um ambiente favorável ao crescimento do setor. Segundo ele, a Abrapa aposta diariamente na tecnologia e na inovação como pilares para o aprimoramento e modernização do setor. Não à toa investiu em rastreabilidade e qualidade, mas faltava um ponto chave: a chancela do governo federal para a certificação de conformidade oficial do algodão brasileiro. "Agora estamos vendendo o algodão junto com o governo. Temos o nosso card brasileiro", destacou Busato, acrescentando que a Abrapa e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento trabalharam juntos, em projeto-piloto, na safra 2021/202, para a estruturação e implantação da certificação de conformidade oficial do algodão brasileiro.


O objetivo da iniciativa foi harmonizar os procedimentos de controle da conformidade, em atendimento a Portaria 375, de agosto de 2021; que estabelece os requisitos e critérios para a Certificação Voluntária dos produtos de origem vegetal.  Sistemas de TI estão em processo de integração, inspetores de unidades de beneficiamento de algodão foram treinados, requisitos como peso e dimensão de amostras foram adotados, conforme a IN 24 (Instrução Normativa); processo de verificação das facas das prensas foram implantados, lacres invioláveis passaram a ser utilizados nas malas de algodão, bem como se estabeleceu a padronização do processo de recepção de amostras no laboratório,  dos parâmetros de conformidade dos equipamentos de HVI até a emissão da certificação pelo SCA com validação pelo Mapa. O diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, Glauco Bertoldo, ressaltou o pioneirismo da iniciativa que possibilita transparência nos processos de classificação do algodão.


A SLC e a GM fazem parte do projeto-piloto de certificação e que consiste na inspeção das facas, retirada de amostras, conforme a IN24, e malas com lacre para envio ao laboratório, por exemplo. Os compradores puderam ver, na prática, como será o programa de certificação voluntária do Mapa nas usinas de beneficiamento.



Missão Compradores visita projeto-piloto


Na quinta-feira (04), os industriais estiveram na Fazenda Pamplona – SLC Agrícola, localizada em Cristalina (GO), e conheceram a algodoeira, o procedimento-padrão adotado, as normas internas e cuidados nos processos, a estrutura de trabalho e verificaram in loco como se dá o beneficiamento da fibra. Goiás é o terceiro maior produtor de algodão do Brasil, com 27,4 mil hectares de área plantada.


Parceiros da Abrapa na promoção do algodão no mundo e nesta iniciativa da Missão Compradores Cotton Brasil 2022, a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE), destacaram a importância da vinda da comitiva ao Brasil. Para o presidente da Anea, Miguel Faus, a passagem da missão pelo País é positiva porque possibilita a realização e prospecção de negócios futuros. "É uma forma de os compradores conhecerem melhor como o Brasil produz, colhe e qualifica a fibra", disse. O diretor de Negócios da Apex Brasil, Lucas Fiuza, disse que a iniciativa proporcionará resultados expressivos, uma vez que o grupo que esteve no Brasil é constituído por grandes industriais. "Gratificante a parceria com a Abrapa em projeto como este", afirmou. O diretor do Departamento de Energia e Agronegócio do MRE, embaixador Alexandre Pña Ghisleni, também enalteceu a importância de os industriais conhecerem o que se faz no Brasil na cultura do algodão. "O que fazemos é com consciência e nível de qualidade e excelência", observou.



Exportações


O Brasil exportou 1,68 milhão de toneladas no acumulado de agosto a julho de 2022, totalizando uma receita de US$ 3,222 bilhões. A China segue como o principal destino das exportações brasileiras (455 mil toneladas) e representa 27% das vendas. Na sequência do ranking de maiores importadores do algodão brasileiro estão Vietnã (275 mil toneladas), Turquia (227), Bangladesh (206), Paquistão (190) e Coreia do Sul (41). O México não tem registro de compra na safra 2021/2022, embora falte pouco mais de um mês para o encerramento da atual colheita. Na safra anterior, o México importou pouco mais de 22 mil toneladas da fibra do Brasil.



Padrão internacional


Representantes da Turquia e do Paquistão, falaram em nome do grupo e se mostraram impressionados pela evolução e pela forma de produzir a pluma no Brasil. Segundo eles, o País está dentro dos padrões internacionais.


De fato, o algodão brasileiro tem rastreabilidade, com programas que informam os compradores sobre quando e por quem o algodão foi produzido e industrializado, além seguirem os pilares de sustentabilidade econômica, social e ambiental.

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Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão

​ALGODÃO PELO MUNDO #31/2022

05 de Agosto de 2022

- Destaque da Semana – Apesar das tensões geopolíticas, esta foi mais uma semana foi de baixa volatilidade e poucos negócios.  Os altistas apostam em quebra de safra, enquanto os baixistas vêem nas questões econômicas ameaças à demanda.  Não há consenso em relação ao que cai mais: oferta ou demanda.

 

- Algodão em NY – O contrato Dez/22 fechou ontem a 94,62 U$c/lp (-1,65%). Referência para a safra 22/23, o contrato Dez/23 era cotado a 81,76 U$c/lp (+0,06%) e o Dez/24 a 79,36 U$c/lp (+1,03%) para a safra 2023/24.

 

- Preços - Ontem (04/07), o algodão brasileiro estava cotado a 116,25 U$c/lp (-75 pts) para embarque em Out-Nov/22 (Middling 1-1/8" (31-3-36) posto Ásia, fonte Cotlook).

 

- Altistas 1 – Clima adverso no hemisfério Norte segue prejudicando as lavouras de algodão nos EUA, Índia e Paquistão.

 

- Altistas 2 –No oeste do Texas, até as lavouras irrigadas estão em situação ruim devido à seca.

 

- Altistas 3 - Já o Paquistão vem sofrendo com enchentes, principalmente nas províncias do Norte.

 

- Altistas 4 - Dados divulgados hoje mostram que foram criados mais empregos em julho nos EUA do que o previsto (mais que o dobro do estimado!), atenuando os temores de recessão

 

- Baixistas 1 – Por outro lado, o sólido desempenho na geração de empregos sugere que o Federal Reserve deve continuar aumentando as taxas de juros para combater a inflação.

 

- Baixistas 2 – O mercado de fios tem enfrentado dificuldades, já que a demanda está fraca e as fiações ainda estão estocadas com algodão caro, impactando as margens.

 

- Baixistas 3 – A visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representante dos EUA, a Taiwan nesta semana levou a China a responder com exercícios militares e outras medidas.  A tensão aumentou no extremo oriente.

 

- Safra 22/23 – Projeções meteorológicas mantêm o cenário de pouca chuva e clima quente e seco nos EUA, principalmente no Texas, principal estado produtor de algodão.

 

- Safra 22/23 - 2 – O percentual da área de algodão afetado pela seca nos EUA caiu esta semana de 70% para 65%.  Ano passado nesta época a área afetada era somente 4%.

 

- China - Xangai, cidade de 25 milhões de habitantes, registrou três dias consecutivos sem casos de Covid nesta semana, o período mais longo em um mês.

 

- China 2 - Apesar de sinais de que grandes surtos estão sendo amplamente contidos, o governo chinês não demonstra* que irá mudar logo sua política Covid Zero, que tem gerado enormes impactos econômicos.

 

- Safra 22/23 – Produção mundial de algodão na safra 22/23 está prevista em mais de 25,8 milhões de toneladas pelo ICAC, abaixo da previsão de 26,14 milhões do USDA.

 

- Missão Compradores 1 – Termina neste final de semana a Missão Compradores 2022, realizada pela Abrapa, Anea e Apex-Brasil. A comitiva formada por industriais e traders visitou fazendas e beneficiadoras em MT, BA e GO.

 

- Missão Compradores 2 – A delegação reuniu 21 executivos e proprietários de fiações de Bangladesh, Coreia do Sul, México, Paquistão, Turquia e Vietnã e representantes de 14 tradings.

 

- Missão Compradores 3 - Os países representados na missão respondem por 30% do consumo internacional da fibra e por 60% das importações globais do produto.

 

- Exportações 1 - O Brasil exportou 19,7 mil tons de algodão em jul/22. A média diária de embarque foi 66,2% inferior quando comparado com jun/21.

 

- Exportações 2 - No acumulado de agosto de 2021 a julho de 2022 as exportações somaram 1,68 milhão de ton, queda de 29,8% com relação ao mesmo período da safra passada. O calendário de exportação do algodão colhido em 2021 foi encerrado.

 

- Exportações 3 - Os embarques voltarão a subir nos próximos meses com a chegada da safra nova. A expectativa é que os embarques cresçam no calendário atual de exportação e atinjam 1,9 milhão de toneladas (+12,9%).

 

- Colheita 2021/22 - Até ontem (04/08):  BA (71%); GO (73%); MS: (71%); MT (58%); MG (54%); SP (97%); PI (80%); MA (32%); PR (98%). Total Brasil: 61% colhido.

 

- Beneficiamento 2021/22 - Até ontem (04/08):  BA (38%); GO (29%); MA (10%) MS (30%); MT (18%); MG (29%); SP (97%); PI (34%); PR (94%). Total Brasil: 23% beneficiado.

 

- Agenda - Semana que vem (12) teremos o relatório de oferta e demanda do USDA de agosto.

 

- Preços - Consulte tabela abaixo ⬇

 

Boletim Algodao pelo Mundo 31.jpeg

 

Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, programa da Abrapa. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com

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Missão Compradores 2022 passa pela Bahia e impressiona visitantes

Representantes das maiores empresas têxteis mundiais conferem in loco as principais etapas do processo produtivo no Oeste do estado

04 de Agosto de 2022

O estado da Bahia, segundo maior produtor de algodão do Brasil, recebeu nesta quarta-feira (03), a visita da Missão Compradores 2022. A expedição promovida, desde 2015, pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), tem o apoio das estaduais, da ApexBrasil e da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) e traz representantes das mais importantes indústrias mundiais, sobretudo da Ásia, para ver de perto a moderna cotonicultura brasileira. São, ao todo, 21 integrantes, oriundos de seis países, Turquia, Vietnã, Paquistão, Coreia do Sul, Bangladesh e México. As empresas representadas na missão respondem por 30% do mercado internacional da fibra, com 8,5 milhões de toneladas de pluma, e por 60% das importações globais do produto.


Na Bahia, ciceroneados pelo presidente da Abrapa, Júlio Busato, e o da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Luiz Carlos Bergamaschi, pela diretoria da Abapa e pelos produtores locais, como Walter Horita (Grupo Horita), os visitantes conheceram fazendas, unidades de beneficiamento e o Centro de Análise de Fibras da associação, na cidade de Luís Eduardo Magalhães. Eles também puderam ver aplicados os programas institucionais, como o Standard Brasil HVI (SBRHVI) e o Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que, dentre outros, permitem ao país ser hoje reconhecido pela qualidade da fibra, e como a maior origem global de Better Cotton Initiative (BCI), referência internacional em licenciamento de algodão produzido sob parâmetros de sustentabilidade.



Produção unificada


A empresa Squares Textiles, de Bangladesh, foi uma das integrantes da missão. O grupo existe desde 1958, e fabrica desde o fio até peças de roupas, o que demanda, por ano, 60 mil toneladas de pluma. Neste total, o algodão do Brasil participa com 10%, um número que os cotonicultores nacionais esperam ver aumentar, após a vinda do gerente de compras, Taslimul Hoque, ao país.


"Estive no Brasil em 2005 e o que vejo é que, desde então, houve uma grande evolução. A viagem está sendo muito esclarecedora e positiva, e a percepção geral que temos é de que a qualidade está aumentando", atesta. Segundo Hoque, Bangladesh depende da importação de algodão e o Brasil, sendo um dos grandes exportadores, é uma origem muito importante. "As três grandes vantagens do Brasil em algodão são a colheita mecanizada, a sustentabilidade e o fato de a qualidade da fibra ser testada por parâmetros controlados e confiáveis de HVI (High Volume Instrument)", enumera.


Taslimul Hoque destacou o que considera uma grande diferença da produção brasileira de algodão em relação à dos Estados Unidos. "Lá existem prêmios ou descontos, conforme a região, como o Sul do Texas, Texas, Memphis, Georgia e Califórnia. Já a produção no Brasil é unificada, o que é impressionante, porque as condições de cultivo em estados como Mato Grosso e Bahia, por exemplo, são totalmente diferentes", ponderou, agradecendo à Abrapa e aos produtores pela oportunidade de ver de perto o modelo brasileiro de produção.



Qualidade e preço


Quem também integrou a Missão Compradores 2022 foi a coreana Nancy Kim, gerente de suporte de vendas da empresa Kyungbang, que tem sede na Coreia do Sul, com fábricas no Vietnã. Na safra 2021/2022, o algodão brasileiro participa, excepcionalmente, com 80% de participação no montante de 37 mil toneladas ao ano que a indústria consome, mas, em média, o share da pluma nacional é de 50%.


"Utilizamos algodão americano, australiano e brasileiro e a razão pela preferência na pluma daqui é porque temos um algodão de qualidade a um preço menor do que o da concorrência. Poderíamos optar por outras origens, como México, África do Sul e Índia, mas, nesse caso, não teríamos a mesma qualidade", diz. Visitando o Brasil pela primeira vez, Nancy Kim diz que a organização dos cotonicultores brasileiros merece destaque.



Ação estratégica


Para o presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi, ao mostrar o algodão do Brasil, diretamente de onde ele é produzido, cria-se um encantamento nos clientes. "A tecnologia, a extensão das lavouras, a sustentabilidade e a qualidade nas análises são um orgulho para nós, produtores, mas a Missão Compradores é também a ocasião para entendermos as demandas e as dores dos nossos clientes, e isso nos permite aprimorar nos mais diversos aspectos", considera Bergamaschi. "Algo muito interessante é que, embora trabalhemos o algodão do Brasil como um só, cada região tem as suas peculiaridades. Juntas, elas estão ajudando o país a galgar posições no ranking dos exportadores e, em breve, dos produtores. A Abrapa, através do Cotton Brasil, tem agido estrategicamente neste sentido", concluiu.

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Representantes da indústria têxtil da Ásia, América do Norte e Europa fazem visita in loco para conhecer produção de algodão em MT

Grupo participou do “Missão Compradores”, que tem intuito de divulgar a produção responsável brasileira

04 de Agosto de 2022

Fazendas e usinas beneficiadoras de algodão localizadas no interior de Mato Grosso receberam, nesta última semana, uma comitiva de representantes da indústria têxtil, durante a Missão Compradores 2022. O grupo, formado por 21 pessoas, pode acompanhar de perto alguns processos de desenvolvimento dessa cultura, como a colheita e beneficiamento.

O evento, que é organizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), tem como objetivo mostrar aos principais compradores da fibra do mundo, que a produção agrícola no estado atende a todos os critérios socioambientais. Além, é claro, de fomentar a compra do produto brasileiro, que tem o estado como o principal produtor.

A comitiva, formada por representantes de indústrias de Bangladesh, Coréia do Sul, Paquistão, Turquia, Vietnã e ainda o México, visitou as propriedades e usinas algodoeiras localizadas nos municípios de Campo Verde, Primavera do Leste e Sorriso. Pela primeira vez no Brasil, o paquistanês Adil Bashir, representante da SurajCotton Mills, se diz impressionado com o que viu.

Ele observa que o Paquistão consome um grande volume deste artigo brasileiro, tanto que chegou a ser o segundo maior cliente do País. Adil pontua ainda que a parceria comercial, que já dura 15 anos, deve crescer ainda mais, após essa imersão sobre conhecimento relativo às etapas realizadas nas fazendas e beneficiadores para que o item possa chegar ao mercado externo.

"Depois de ver todos os melhoramentos que estão fazendo, acredito sim que, futuramente, nós vamos passar a comprar mais ainda. Ficamos impressionados também com as melhores práticas agrícolas e o cuidado com o meio ambiente. Depois dessa visita, vão me ouvir falar muito sobre a plantação e beneficiamento e acredito que isso vai incentivar sim mais pessoas a comprarem", relata o paquistanês.

O presidente da Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Paulo Sérgio Aguiar, explica que o grupo que integrou esta edição da Missão Compradores representa as maiores indústrias de fiação do mundo e, juntos, têm um potencial de compra de 900 mil toneladas de algodão. Ou seja, mais da metade do que é exportado pelo Brasil, que se aproxima de 1.7 milhão ao ano.

"Vieram constatar realmente que a produção é responsável, como são as questões ambientais e outros procedimentos. E eles estão impressionados com tudo o que estão vendo. O trabalho na agricultura regional é feito de forma organizada, tanto que ela tem o selo ABR e está dentro dos critérios para produção responsável, tanto ambiental, quanto econômica e socialmente", explica o presidente.

Para o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, a visita ajuda a melhorar a imagem do setor e abre portas para maiores volumes de negociações. Ele ressalta também que os países da Ásia, juntos, compram cerca de 90% da produção nacional. Pontua ainda que a comitiva que veio da Turquia representa as três maiores indústrias daquele país que compram o produto nacional.

"É uma maneira de mostrar para o mundo que hoje estão constantemente comprando o nosso algodão, a qualidade, responsabilidade e a maneira profissional que os nossos produtores tratam a cotonicultura. Nós temos hoje uma posição muito importante no ranking mundial tanto na produção, quanto de exportação, mas percebemos que somos pouco conhecidos e existem muitos mitos", considera Busato.

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Abrapa faz apresentação para a Academia de Lideranças da Aprosoja e mostra ações que posicionaram melhor a fibra globalmente

Encontro foi com delegados da Aprosoja, do Mato Grosso, e serviu para compartilhar dados e estreitar as relações em defesa do agro brasileiro

04 de Agosto de 2022

O diretor Executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Marcio Portocarrero, participou do encontro de delegados da Aprosoja Mato Grosso, nesta quarta-feira, 03, na sede da Aprosoja Brasil. Na oportunidade, o executivo falou sobre os desafios e tendências da cotonicultura globalmente e as ações implementadas pela Abrapa, que resultaram em altas produtividades, lavouras de algodão ambientalmente responsáveis e a obtenção de uma fibra de qualidade, exigências crescentes nas transações comerciais. A presença da Abrapa serviu para compartilhar ações e estreitar as relações entre as entidades que são parceiras na defesa do agro brasileiro.

Portocarrero mencionou os desafios do setor para a manutenção da competitividade no mercado global. Citou, por exemplo, os subsídios agrícolas concedidos pelos EUA, China e Índia, a competitividade da fibra sintética e o elevado custo de produção, entorno de R$ 19 mil por hectare produzido de algodão. Sobre tendências do mercado, destacou o uso de sementes geneticamente modificadas, mais resistentes a pragas e permitindo aumento de produtividade, sem que houvesse necessidade de grandes expansões na área cultivada de algodão. O manejo integrado de pragas, a certificação de boas práticas e a rastreabilidade da cultura também foram mencionados.

 

Competitividade da fibra

Segundo maior exportador e quarto maior produtor de algodão mundial, o País avança no mercado global com a execução de iniciativas pioneiras. A rastreabilidade é uma delas. Com o SouABR, em fase-piloto, por meio da tecnologia blockchain, é possível identificar o caminho da fibra, da lavoura até as etiquetas e saber quem produziu, em que região e fazenda. Os delegados ficaram impressionados com o programa, acessaram o sistema por meio do QR Code e puderam verificar de fato do que se tratava.  Outro dado apresentado foi o de que o País também é o maior fornecedor mundial da fibra licenciada Better Cotton (BCI), com 42% da oferta mundial na safra 20/21. Portocarrero observou que a Abrapa e a BCI atuam em benchmark desde 2013, por meio do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), coordenado pela associação em parceria com as estaduais e com os produtores, que chancela a sustentabilidade da pluma. O brasil é o maior fornecedor BCI do mundo, com 84% da fibra brasileira certificada. De acordo com o diretor, são ações que têm por objetivo posicionar melhor a fibra brasileira, garantindo uma produção com qualidade, sustentabilidade e rastreabilidade.

 

Mercado Internacional

Por meio do Cotton Brazil, o diretor mostrou aos produtores como se dá a promoção do algodão brasileiro no mercado asiático, destino de 99% das exportações da pluma produzida no País. A iniciativa é fruto de uma parceria do setor produtivo com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), com apoio da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE). A Abrapa possui um escritório em Singapura de onde faz a interface com o setor comprador. A ação visa melhorias em marktshere, melhores preços e imagem. A meta da Abrapa é chegar em 2030 liderando como maior exportador mundial de algodão.

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Abrapa e Better Cotton discutem fortalecimento da sustentabilidade do algodão brasileiro

03 de Agosto de 2022

A produção sustentável de algodão, o sequestro de carbono, o manejo do solo e o empoderamento da mulher na cotonicultura foram os temas que nortearam o encontro entre o diretor Executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Marcio Portocarrero, e o CEO da Better Cotton (BCI), Allan Macclay, nesta quinta-feira, 28. A reunião virtual foi para compartilhar ações e estreitar as relações com vistas à promoção do algodão brasileiro globalmente.

O Brasil é o maior fornecedor mundial da fibra licenciada BC, com 42% da oferta na safra 20/21. As duas entidades atuam em benchmark desde 2013, por meio do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), gerido pela Abrapa. Portocarrero apresentou ao executivo as ações estratégicas da associação, implementadas conjuntamente com as estaduais e os produtores, e que visam melhor posicionar o algodão no Brasil e no exterior, garantindo uma produção com qualidade, sustentabilidade e rastreabilidade. Segundo Portocarrero, a boa gestão, o uso da tecnologia, do incentivo à pesquisa e inovação para melhorar as técnicas de manejo, além do empreendedorismo dos agricultores, resultaram em altas produtividades, lavouras de algodão ambientalmente responsáveis e a obtenção de uma fibra de qualidade, exigências crescentes nas transações comerciais.

Segundo maior exportador e quarto maior produtor de algodão, o País avança no mercado global com a execução de iniciativas pioneiras. A rastreabilidade é uma delas. Com o SouABR, em fase-piloto, por meio da tecnologia blockchain, é possível identificar o caminho da fibra, da lavoura até as etiquetas, no varejo, e saber quem produziu, em que região, fazenda.

 

Desafios

Projetando o futuro, os desafios são permanentes tanto para a Abrapa como para a BCI e, no radar de ambas as entidades, a emissão dos gases de efeito estufa e a quantificação da emissão de carbono na produção de algodão estão na pauta e são um passo a mais rumo a uma produção responsável.

Allan Macclay ficou entusiasmado com as iniciativas brasileiras e com o que está sendo feito para melhorar a imagem da fibra nacional. “É uma parceria que deu certo e vai além das ações do nosso acordo. É animador o que a Abrapa descreveu hoje e dar continuidade a essa transformação é fundamental”, observou. Macclay deseja conhecer em detalhes o programa de rastreabilidade, gerenciado pela Associação, e trazer perspectivas globais do interesse do setor. “Temos muito a aprender e queremos o input de vocês como exemplo para outras regiões produtoras”. Macclay reconhece que é um processo de aprendizagem e de atualização da BCI que impactará na credibilidade do mercado.

Pensando em uma agenda de longo prazo, a BCI definiu pontos estratégicos que devem ser trabalhados na agenda 2030, entre os quais, a saúde do solo, a mitigação das mudanças climáticas, o uso eficiente de pesticidas, empoderamento da mulher e meios de subsistência dos pequenos agricultores. São temas pertinentes, segundo Macclay, que o mercado demanda e o Brasil poderá auxiliar compartilhando as iniciativas em curso.

A reunião foi acompanhada pelo gestor de sustentabilidade da Abrapa, Fábio Antônio Carneiro, e pelo gerente da BCI, Álvaro Moreira.

 

Leia Mais: Abrapa e Better Cotton discutem fortalecimento da sustentabilidade do algodão brasileiro | MAIS SOJA - Pensou Soja, Pensou Mais Soja

Mídia: Mais Soja - 02/08/2022

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Cerrado é a nova fronteira da produção de Algodão

02 de Agosto de 2022

O cerrado brasileiro, que revolucionou a produção de grãos, com soja e milho, se torna também o celeiro da produção de algodão, acompanhe no link abaixo uma matéria em uma fazenda algodoeira na cidade de Cristalina-GO.

 

Assista: https://youtu.be/0UF4icEKl5E?t=1660

Mídia: Canal do Boi/YouTube - 01/08/2022

 

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Com biofábricas, rastreabilidade e moda consciente, algodão sustentável vira diferencial brasileiro

Maior parte da produção dessa fibra no Brasil é cultivada de forma responsável, movimentando a economia ao mesmo tempo em que contribui com práticas ambientalmente favoráveis no setor

02 de Agosto de 2022

O algodão é uma fibra natural encontrada em muitos itens básicos, do vestuário à cozinha, de produtos de higiene a papel moeda – o tecido leve e respirável que mantém frescor e maciez, que contribui para a limpeza e ajuda a tratar feridas. Provavelmente, você é uma das muitas pessoas que usam algodão diariamente. Comparado a outras fibras comuns de vestuário, como poliéster sintético e produtos semissintéticos, o algodão tem a vantagem de ser um produto totalmente natural, o que significa, também, que é biodegradável.

Embora o algodão seja uma fibra natural, sua produção, ao longo dos séculos, foi assombrada pelo impacto promovido, entre outros, na forma de poluição e exploração de trabalho. A fibra natural mais abundantemente fabricada no mundo (estima-se que 25 milhões de toneladas de algodão sejam produzidas a cada ano) passou por um caminho tortuoso até chegar à fase atual, marcada pela preocupação global em fazer com que o “ouro branco” seja plantado, colhido, aprimorado e comercializado de forma sustentável e ética.

No que diz respeito ao meio ambiente, o algodão enfrenta alguns obstáculos: geralmente, requer muita água para crescer, e é cultivado principalmente em condições áridas. Isso significa que, em algumas culturas, não apenas grandes quantidades de água são usadas para cultivar algodão todos os anos, mas a produção também contribui para o ressecamento de algumas regiões. E o alto nível de desperdício de água não se deve apenas à irrigação – também é comumente resultado do uso ineficiente da água e da poluição devido ao uso de pesticidas.

Esse cenário, contudo, está cada vez mais distante da realidade brasileira. O país é o maior fornecedor de algodão sustentável do mundo: a fibra produzida aqui é predominantemente cultivada de forma responsável (75% da produção possui certificação socioambiental), gera empregos, movimenta a economia e contribui para uma moda consciente. O Brasil é campeão mundial em produtividade quando o assunto é o algodão sem irrigação: mais de 90% de nossas plantações dependem apenas da água da chuva para se desenvolver.

Em Cristalina, município goiano a cerca de 270 quilômetros da capital Goiânia, imensas colheitadeiras da SLC Agrícola, que podem pesar toneladas, circulam pelas lavouras da fazenda Pamplona colhendo a safra 2021/2022 de algodão. A companhia responde por cerca de 11% da produção brasileira da commodity, estimada em 2,61 milhões de toneladas para a safra encerrada em junho. A SLC é um dos centenas de grupos agrícolas que possuem o selo ABR (Algodão Brasileiro Responsável), um programa que assegura a sustentabilidade da fibra nas boas práticas sociais, ambientais e econômicas. E as práticas abrem um mercado mais valorizado pelos consumidores internos e também no mercado internacional.

"Ainda hoje, precisamos desmistificar a percepção sobre o algodão. Muita gente ainda puxa pelo histórico de trabalho escravo, do alto consumo de agrotóxicos, e essa não é mais a realidade. Hoje, o Brasil é líder mundial em produção de algodão sustentável. E a sustentabilidade é uma demanda muito forte do próprio consumidor. Por isso, focamos na produtividade e eficiência, com rastreabilidade completa de cada fardo", definiu o diretor executivo da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), Marcio Portocarrero, em uma visita aos vastos campos repletos de algodão da fazenda Pamplona, em Cristalina, acompanhada pela reportagem do Um Só Planeta.

 

Menos poluição, menos emissões

Nos últimos anos, o Brasil tem se mantido entre os cinco maiores produtores mundiais da fibra, ao lado de países como China, Índia, EUA e Paquistão, e a demanda pelo produto local deve continuar aquecida. No acumulado do ano-safra, já foram exportadas 1,6 milhão de toneladas em pluma, totalizando uma receita de US$ 3,17 bilhões (cerca de R$ 17 bilhões na cotação atual).

O vasto cultivo de algodão orgânico, em vez do algodão convencional, é uma vantagem competitiva para o Brasil tanto pelo viés econômico quanto pelo ambiental. A prática reduz os níveis de poluição da água em 98%, de acordo com um relatório da Water Footprint, uma vez que produtos químicos sintéticos como pesticidas e fertilizantes não são usados.

De acordo com a Textile Exchange, o algodão orgânico cria 46% menos emissões de gases de efeito estufa do que o algodão convencional, simplesmente por não usar fertilizantes e pesticidas que liberam dióxido de nitrogênio e usar menos práticas agrícolas mecanizadas. Por ser livre de fertilizantes e pesticidas, o solo também atua como um "sumidouro de carbono", absorvendo CO2 da atmosfera.

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) destaca que todas as fazendas certificadas pelos programas Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e Better Cotton Initiative (BCI) – uma organização sem fins lucrativos, criada em 2005, com sede em Genebra, Suíça, que atua para melhorar a produção mundial do algodão para aqueles que o produzem, para o meio em que é cultivado e o para futuro do setor – seguem boas práticas ao longo de todo o processo de manejo do algodão.

O equivalente a 75% de todas as unidades produtivas do país na safra 2019/2020 priorizam o manejo integrado de pragas e o controle biológico em seu sistema de manejo agronômico. Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais adotam os agentes de controle biológicos massivamente nas lavouras de algodão, segundo a Abrapa. Os Estados detêm cinco biofábricas, com a capacidade de atender 1,1 milhão de hectares da pluma na safra 2020/2021 – o correspondente a mais de 80% da produção nacional.

Esses feitos são destacados pelo movimento Sou de Algodão, criado pela Abrapa, em parceria com o Instituto Brasileiro do Algodão (Iba), em 2016, para despertar uma consciência coletiva em torno da moda e do consumo responsável.

Para atingir seus objetivos, o Sou de Algodão busca a união de todos os agentes da cadeia produtiva dessa fibra, passando pelo homem do campo, tecelões, artesãos, fiadores, designers de moda, estilistas e estudantes, produzindo campanhas focadas e conteúdos direcionados ao consumidor final. Além disso, firma parceria com marcas que valorizam a fibra e trabalham com produtos que utilizam, no mínimo, 70% de algodão.

O movimento deu origem à iniciativa de rastreabilidade SouABR, que, através de tecnologia blockchain, rastreia peças de roupa, desde o plantio do algodão certificado até a venda do produto final, para que o consumidor tenha certeza da origem daquilo que está adquirindo e qual o impacto que esta compra teve no meio ambiente, na sociedade e na economia. A matéria-prima certificada permite mapear o caminho percorrido da semente plantada até o guarda-roupa, evidenciando o cuidado cada vez maior com a sustentabilidade em cada etapa do caminho.

 

Do cultivo à loja: a cadeia do algodão

Produção

A terra é trabalhada para o cultivo do algodão. Com safras apenas uma vez ao ano, as plantas crescem, florescem e os capulhos são colhidos e direcionados para a etapa de beneficiamento.

 

Beneficiamento

Na algodoeira (usina de beneficiamento), tudo começa com o desmanche do rolo que vem da lavoura para o descaroçamento e limpeza de todas as impurezas da pluma. Na sequência, acontece a prensagem em fardos de, em média, 220 kg, e a separação de duas amostras, uma de cada lado, para as respectivas análises de características intrínsecas e extrínsecas do algodão beneficiado. Aí então é emitido o código de barras do Sistema Abrapa de Identificação (SAI) que garante 100% da rastreabilidade do algodão brasileiro.

 

Fiação

Depois de produzido e beneficiado, o algodão chega à fiação para ser transformado em fios. A partir daqui, a fibra começa a se transformar.

 

Malharia e tecelagem

Nessa fase, o fio se une em tramas, formando o tecido que será utilizado na confecção de peças finais. São trabalhadas texturas, padronagens e cores, dando o pontapé inicial no processo criativo dos designers e estilistas.

 

Confecção

É na confecção que o algodão ganha uma utilidade: com a criatividade de estilistas e costureiros, são produzidas as peças finais com desenhos variados.

 

Varejo

Nos pontos de venda, as peças encontram o consumidor final. É lá que você escolhe, combina, incrementa e decide como e quando aquela peça será utilizada.

 

Leia Mais: Com biofábricas, rastreabilidade e moda consciente, algodão sustentável vira diferencial brasileiro | Consumo Consciente | Um só Planeta (globo.com)

Mídia: Um Só Planeta/Globo - 01/08/2022

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