Bastante concorrida e com o auditório lotado, a primeira Plenária Master do 13º Congresso Brasileiro do Algodão (CBA) trouxe um panorama da cotonicultura brasileira com os presidentes da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), Miguel Faus, da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel e da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Júlio Busato. Os três falaram sobre "Os desafios e as perspectivas do algodão brasileiro. A evolução do setor nas duas últimas décadas".
Para eles, a cotonicultura brasileira já produz com tecnologia, responsabilidade socioambiental e demais requisitos importantes para tornar o país um grande competidor no mercado internacional. "Continuamos a consolidar a pluma brasileira nos principais mercados consumidores por meio de um produto de qualidade, com nível de competitividade elevado, regularidade no fornecimento e preço favorável", destacou Faus. "Mas ainda há grande volatilidade no mercado do algodão e isso nos inquieta", ponderou o presidente da Anea, afirmando que, apesar dos problemas relacionados à logística e o enfrentamento da recessão econômica, é preciso recuperar o mercado perdido para as fibras sintéticas e alcançar a tão sonhada posição de liderança em exportação do algodão.
Nesse contexto, o 13º CBA é uma oportunidade de atualização, debates e avanços para o segmento. Na avaliação do presidente da Abit, Fernando Pimentel, é um momento importante de discussão dos temas relacionados não apenas à cotonicultura, mas também à rede de produção brasileira de têxteis e confeccionados. "O algodão é a principal matéria-prima transformada em território nacional pela indústria brasileira, mas, os desafios e as perspectivas econômicas nesse novo cenário mundial, impactado pela guerra e aumento no preço de insumo, podem afetar a rota de crescimento do setor", alertou. "Ainda assim, nossa expectativa é de que as curvas da indústria e do varejo melhorem e sejam mais favoráveis nesse segundo semestre de 2022". Segundo Pimentel, as perspectivas serão animadoras quando os acordos internacionais de comércio entrarem em efetiva operação e a reforma tributária realmente acontecer para reequilibrar o preço pago pela indústria paga.
Grande incentivador do setor produtivo, o presidente da Abrapa, Júlio Busato, lembrou que o mercado internacional foi surpreendido, nos últimos 20 anos, pela retomada da cotonicultura brasileira. "Temos um objetivo maior de tornar o Brasil o maior exportador e maior produtor mundial de algodão, mas ainda temos um enorme dever de casa com a logística", disse Busato, satisfeito com o trabalho de valorização do algodão feito em conjunto com todos os setores produtivos. "Nossa perspectiva futura é disputar o mercado com os EUA que são extremamente organizados".
Mediada pelo engenheiro agrônomo, professor e sócio-fundador da Markestrat Group, Marcos Fava, a Plenária Master deixou uma mensagem de otimismo e novas possibilidades para os congressistas participantes do 13º CBA. "A cadeia produtiva do algodão brasileiro tem conseguido se superar ao longo dos últimos 20 anos. Décadas de investimentos e aprendizados levaram o País a estar em posição de destaque mundialmente, obtendo um resultado de excelência desde a matéria-prima até a entrega do produto final ao consumidor" apontou Fava. "Agora, seguindo neste caminho, a cotonicultura se mantém integrada, as perspectivas de produção de toda a cadeia melhoram. Por isso, faço um convite aos produtores, de caminharmos juntos para sermos os melhores e maiores na produção e exportação de algodão".