Como reduzir os contaminantes na fibra brasileira, do campo até a unidade de beneficiamento de algodão (UBA) foi o tema debatido pelos pesquisadores Jean Belot, coordenador da Comissão Científica, Paulo Degrande, (UFGD), Márcio Souza, integrante da Comissão Científica, Renildo Mion, da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR) e Edmilson Santos, do Grupo SLC Agrícola. Eles abordaram os contaminantes de diversas origens (insetos, plantas, plásticos) e a forma que afetam a produção das indústrias têxteis. Foram dadas algumas recomendações para o manejo a campo e nas algodoeiras, com o objetivo de reduzi-los na fibra brasileira.
Os palestrantes trouxeram suas experiências para explicar a origem de diversos contaminantes, o modo de detectá-los para minimizar o impacto durante o processo de produção da fibra e beneficiamento. Márcio Souza, integrante da Comissão Científica, abordou questões sobre o manejo, as boas práticas agrícolas para conseguir uma fibra de boa qualidade e com menos contaminante. Ressaltou sobre a época adequada de plantio para a melhor formação dos capulhos e menor contaminação. “A escolha da cultivar, da variedade mais adequado para o ambiente produtivo em que se vai trabalhar, implicará em cultivares mais bem formadas”, disse, acrescentando a necessidade de uma área uniforme para que não haja variabilidade elevada da produção.
Renildo Mion, da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), e Edmilson Santos, da SLC Agrícola, abordaram o impacto dos contaminantes plásticos na fibra e nas algodoeiras. O envoltório plástico que foi uma grande solução na colheita, também trouxe a contaminação à pluma, impactando na qualidade e, consequentemente, no preço. Mion apresentou algumas soluções usadas para amenizar a contaminação e que pode ser detectado no processo de beneficiamento, como girador de módulos, o abridor de módulo vertical, entre outros. Se engana quem pensa que os prejuízos são apenas na colheita, o impacto atinge a indústria têxtil e de fiação também.
O impacto das pragas no valor do algodão foi a abordagem de Paulo Degrande, da UFGD, na sua fala aos congressistas. Citou, por exemplo, o aparecimento de açucaramento da pluma devido ao ataque de pulgões, também as questões relacionadas ao aparecimento de melado, que é o açucaramento promovido pelo ataque da mosca branca. Ele chamou atenção para a intercorrência do pulgão e da mosca-branca que se alimentam de seiva do floema e produzem açúcares. Isso acaba atingindo a pluma e leva a problemas no processamento.