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Guerra deve prejudicar indústria de roupa

Entrevista ao programa Agro Noite

10 de Março de 2022

Abrapa na Mídia

Guerra deve prejudicar indústria de roupa

O assunto do momento continua sendo a Guerra na Ucrânia, que mexe com a economia mundial. E esse conflito pode impactar até na fabricação das nossas roupas. A Indústria textil já demonstra preocupação com a falta de matérias primas, fora o aumento no preço dos materiais que estão disponíveis. Sobre este assunto, o programa Agro Noite conversou com o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato.

 

Assista:

https://agromais.band.uol.com.br/videos/guerra-deve-prejudicar-industria-de-roupa-17031506

 

Agro Mais – Programa Agro Noite – 07.03.2022

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Relatório Abrapa de Safra – Março/22

​Principais indicadores das temporadas 2020/21 e 21/22 de algodão

09 de Março de 2022

Relatório Abrapa de Safra – Março/22


A safra 21/22 de algodão está na fase de desenvolvimento vegetativo na maior parte das lavouras brasileiras, segundo levantamento feito pela Abrapa em parceria com as associações estaduais.  Na primeira semana de março, faltavam ser plantados apenas os ultimos talhões nos estados de Goiás e Minas Gerais. Os trabalhos de campo concentram-se, a partir de agora, nas adubações de cobertura e no monitoramento de pragas e doenças.


Confira o relatório completo: Relatorio_safra_Abrapa.09Mar2022.vf

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Turquia aprova algodão responsável do Brasil

Missão internacional da Abrapa atesta disposição das indústrias têxteis turcas em ampliar compras da fibra brasileira

09 de Março de 2022

"Brasil e Turquia se complementam. De um lado, um país expandindo rapidamente sua produção têxtil. De outro, uma nação que ainda pode ampliar a área de cultivo de algodão de forma responsável". A fala de M Hanefi Oksuz, presidente da maior indústria têxtil turca, a Kipas Mensucat Isletmeleri AS, traduz bem o saldo final da Missão Vendedores na Turquia, promovida pela Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa) no início de março.

A comitiva, formada por cotonicultores e exportadores da fibra, visitou oito das maiores indústrias de fiação do país, localizadas nas cidades de Gaziantep e Kahramanmaraş. Em cada uma delas, foi realizado um evento presencial – o Cotton Brazil Outlook 2022 - , além de mesas redondas e visitas técnicas.

A Turquia tem uma posição geográfica estratégica: conecta a Europa à Ásia,  o que favorece a indústria têxtil local, que pode transportar via terrestre sua produção para os principais mercados europeus. O consumo de algodão pelos turcos tem crescido 3,3% ao ano desde 2015/16, e as importações aumentam 4,4% a cada novo ano comercial desde então.

Os números refletem o momento atual, caracterizado por novos investimentos no aumento da capacidade industrial. "Conferimos in loco o quanto a Turquia está se preparando para expandir ainda mais sua produção têxtil, e o quanto conta com o Brasil para seguir esse caminho", afirma o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato.

A Turquia tem sido parceira constante dos cotonicultores brasileiros. No ano comercial 2020/21, o país importou aproximadamente 280 mil toneladas, 38% a mais que no ciclo anterior. Com isso, se posicionou como o quarto maior importador de algodão nacional, absorvendo 12% das exportações brasileiras da pluma.

"Visitamos a produção têxtil turca e conhecemos o cotidiano de oito das maiores indústrias nacionais. Essa oportunidade nos permitiu trocar informações e identificar mais claramente as demandas do comprador turco de algodão brasileiro", observa Marcelo Duarte Monteiro, diretor de Relações Internacionais da Abrapa.

A Missão Vendedores é uma iniciativa tradicional da Abrapa, que agora faz parte do programa Cotton Brazil, desenvolvido pela associação para ampliar a participação do algodão brasileiro no mercado global. A iniciativa é realizada em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Associação Nacional de Exportadores de Algodão (Anea).

Durante as visitas técnicas às fiações e ao longo dos dois eventos realizados na Turquia, a Abrapa identificou pontos de melhoria e levou informações relevantes para os industriais turcos. Um dos destaques foi o sistema de rastreabilidade brasileiro, que permite que o comprador acesse os dados de qualidade, sustentabilidade e origem do produto - fardo a fardo - via QR Code ou código de barras.

Os empresários turcos receberam de forma positiva também os dados sobre certificação socioambiental da pluma produzida no Brasil. "Gosto do algodão brasileiro e percebo melhoria no produto a cada ano. Além disso, o mercado pede por fibra responsável, e vimos que o Brasil é o maior fornecedor desse tipo de algodão no mundo", afirmou Burak Ohrhan, diretor da Karacasu Têxtil.

Na safra 20/21, 84% da fibra nacional foi certificada pelo programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), da Abrapa, que opera benchmarking com o programa internacional Better Cotton. O Brasil é o maior produtor mundial de Better Cotton, respondendo por 37% do volume total de algodão produzido dentro desse padrão no mundo.

Esse reconhecimento é fruto da seriedade e da transparência do programa. "São empresas terceiras, qualificadas e reconhecidas internacionalmente que realizam de forma individualizada a certificação de cada uma das propriedades ABR", explicou Alessandra Zanotto, vice-presidente da Associação Baiana de Produtores de Algodão (Abapa), durante a Missão à Turquia.

Além de fornecer um produto de boa qualidade, o Brasil cativou os industriais turcos porque comprovou sua capacidade para continuar aumentando sua produção de forma responsável. "Somos o único país que ainda tem disponibilidade para ampliar a produção sem precisar abrir novas áreas, porque a maior parte do nosso algodão é cultivada na mesma área usada pela soja", pontuou Paulo Aguiar, presidente da Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão (Ampa), que também integrou a comitiva.

"Traçamos uma agenda de prioridades que envolverá um trabalho conjunto entre produtores, pesquisadores, exportadores e governo com objetivo de realizarmos as mudanças necessárias para que o algodão brasileiro permaneça na vanguarda mundial de sustentabilidade, qualidade e rastreabilidade", assegura Busato.  Com um consumo doméstico de aproximadamente 740 mil toneladas ao ano, o Brasil já é hoje o segundo maior exportador da pluma, tendo expandido em 130% a sua presença no comércio global. Atualmente, o País exporta 23% do algodão consumido no mundo.

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A Dinâmica do Mercado de Algodão

​Entrevista de Júlio Busato à Química e Derivados

08 de Março de 2022

Abrapa na Mídia

 

A Dinâmica do Mercado de Algodão

 

As perspectivas da cotonicultura para 2022 são destaque na edição de março da Revista Química e Derivados. O presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato fala sobre a expectativa de crescimento da safra 21/22 e sobre as preocupações com o ciclo seguinte, em razão do grande aumento nos preços dos insumos agrícolas.

 

Leia a entrevista completa:

https://quimica.com.br/revistas/qd630/index.html#p=78

 

Revista Química e Derivados, Ed. 630 – 02.03.2022

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Vozes do Agro: Desafios e oportunidades da cotonicultura em 2022

​Artigo de Júlio Cézar Busato para a revista Globo Rural

07 de Março de 2022

Vozes do Agro: Desafios e oportunidades da cotonicultura em 2022

 

Alta dos insumos agrícolas, mas setor continua se empenhando para melhorar a qualidade e valorizar da pluma no mercado internacional

 

JÚLIO CÉZAR BUSATO*

 

Apesar dos desafios impostos pela pandemia, 2021 foi um ano de excelentes resultados para o agro nacional. Com recorde de exportações e diversificação de destinos, garantimos superávit à balança comercial brasileira e encerramos mais um ciclo como setor mais dinâmico da economia do País.

 

Para os cotonicultores brasileiros, a boa notícia foi a retomada da demanda interna e externa em um ritmo mais rápido e intenso do que imaginávamos. Por ficarem mais tempo em casa, as pessoas acabaram descobrindo - ou redescobrindo - o algodão, uma fibra natural, confortável e biodegradável. O consumo mundial passou de 25 milhões de toneladas por ano para 27,1 milhão, aquecendo o mercado global e elevando a cotação da pluma.

 

Ao mesmo tempo, nos deparamos com alta de 100% no custo de fertilizantes, vulnerabilidade diante de gargalos logísticos históricos em relação à disponibilidade de navios e contêineres para transportar a nossa produção e forte resistência de nossos concorrentes, com a imposição de novas condições e barreiras aos produtos brasileiros. Assim, novos desafios se impõem em 2022 e nos próximos anos.

 

Um dos principais, sem dúvida, é garantir o fornecimento e reduzir o custo dos insumos, essenciais para obtermos maior produtividade. Atualmente, importamos 95% do cloreto de potássio, 70% da ureia e mais da metade do fósforo que utilizamos como fertilizantes. Também é grande a dependência de fornecimento de defensivos agrícolas, que garantem a produtividade das nossas lavouras. Precisamos fortalecer a indústria nacional e, cada vez mais, buscar defensivos de origem biológica – um caminho que já vem sendo adotado pelos cotonicultores brasileiros.

 

Em 2021, essa dependência externa nos expôs ao gargalo logístico global e resultou na alta generalizada de preços. Internamente, também temos nos deparado com problemas de infraestrutura, pois a velocidade de crescimento da agropecuária nacional tem sido maior do que o País consegue avançar, o que coloca a questão logística entre as preocupações do setor.

 

Nesse sentido, aplaudimos a recém sancionada Br do Mar, que torna mais flexíveis as regras para o afretamento de embarcações estrangeiras para transporte de mercadorias entre os portos do País, e apoiamos o Marco Legal das Ferrovias, que simplificará a participação de investidores no esforço de ampliação e modernização da malha ferroviária nacional.

 

Ainda no âmbito doméstico, a regularização fundiária é outra pauta prioritária para o agro nacional. A titulação de terras é extremamente burocrática e muitos produtores sequer têm a posse da área onde plantam. A nova lei, em tramitação no Senado Federal, facilitará a regularização daqueles que estão em conformidade com o Código Florestal e beneficiará famílias que, historicamente, foram incentivadas pelos governos a ocupar áreas e produzir alimentos e têm, naquela terra, o único imóvel para sua subsistência e geração de renda.

 

Externamente, devemos enfrentar, com contraposição de dados, o uso de questões ambientais como barreiras comerciais, para proteção de mercados. Nenhum país possui Reserva Legal ou Áreas de Preservação Permanente como exigido pela lei brasileira. Nossa agricultura sequestra mais carbono do que emite e caminha para um modelo de neutralidade de carbono, produzimos com sustentabilidade e o mundo precisa conhecer e reconhecer o que fazemos.

 

Como cotonicultores, temos ainda o desafio de nos empenharmos para melhorar a qualidade do algodão brasileiro como um todo. De nada adianta boas iniciativas de alguns produtores. Temos que subir a régua e alcançar um padrão internacional de excelência. Só assim conquistaremos credibilidade, confiabilidade e maior valorização da nossa pluma no mercado internacional.

 

O cenário é promissor, com previsão de aumento de 13,4% na área plantada de algodão na temporada 21/22, em relação ao ciclo anterior, chegando a 1,547 milhão de hectares. A recuperação deve se refletir no crescimento de 16,5% da produção, estimada em 2,71 milhões, sendo que 65% já estão comercializados.

 

Podemos dizer que demos uma ótima largada na safra 21/22. As chuvas permitiram a antecipação do plantio de soja no Mato Grosso, onde é cultivado 70% da nossa fibra. Isso favorecerá a cultura do algodão, majoritariamente de segunda safra, pois teremos maior espaço para iniciar o cultivo e poderemos até aumentar um pouco mais a área plantada.

 

Sem dúvida, o horizonte é de oportunidades para a cotonicultura brasileira. Cabe a nós aproveitá-las para, num futuro próximo, nos tornarmos os maiores exportadores globais da fibra e, mais adiante, o Brasil assumir o posto de principal produtor de algodão do mundo.

 

*Júlio Cézar Busato é presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa)

 

https://revistagloborural.globo.com/Noticias/Opiniao/Vozes-do-Agro/noticia/2022/02/desafios-e-oportunidades-da-cotonicultura-em-2022.html

 

Revista Globo Rural – Vozes do Agro - 16.02.2022

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Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão

​ALGODÃO PELO MUNDO #09/2022

04 de Março de 2022

- Destaque da Semana – Mais uma semana de volatilidade nos mercados, com o conflito entre Rússia e Ucrânia dominando a pauta.


- Algodão em NY – O contrato Mai/22 fechou ontem a 119,80 U$c/lp (+0,5%). O contrato Dez/22 também teve leve alta na semana (101,58 U$c/lp, +0,3%).


- Preços - Ontem (03/03), o algodão brasileiro estava cotado a 137,75 U$c/lp (-250 pts) para embarque em Mar-Abr/22 (Middling 1-1/8" (31-3-36) posto Ásia, fonte Cotlook). Para o embarque Out-Nov/22 o indicador de ontem era de 117,0 U$c/lp (-100 pts).


- Altistas 1 - Nos últimos 30 dias, cotações de commodities como trigo, milho, e soja se valorizaram, enquanto o algodão teve queda.


- Altistas 2 - Com esta valorização recente, principalmente dos cereais, analistas acreditam que a área de algodão nos EUA para este ano deve ser menor que o anunciado pelo NCC e USDA.


- Altistas 3 - Janeiro e fevereiro foram meses bem mais secos que o esperado em grande parte EUA. A seca atinge 58% do país, incluindo o principal estado produtor de algodão (Texas), além de outros estados do Sul e Oeste.


- Baixistas 1 - Com os preços de energia, gás e petróleo em alta, indústrias têxteis podem reduzir a produção. O alerta foi dado esta semana pela Confederação Europeia de Vestuário e Têxtil (Euratex).


- Baixistas 2 - Os EUA estão acelerando as vendas e principalmente os embarques de sua safra 21/22.  Se nos próximos 5 meses forem embarcados os mais de 9 milhões de fardos já vendidos, o cenário de escassez se reduz, uma vez que na sequência entram as novas safras do Brasil e Austrália.


- Baixistas 3 - O conflito na Ucrânia segue sendo a maior ameaça global no momento.


- Cotton Brazil - Turquia 1 - Abrapa, Anea e Apex-Brasil concluíram esta semana a Missão Vendedores com saldo final positivo. Após realizar evento com clientes do Paquistão em Dubai, a última semana foi dedicada à Turquia.


- Cotton Brazil - Turquia 2 - Nas cidades de Gaziantep e Kahramanmaraş, foram visitadas 8 indústrias, incluindo as maiores do país. Além disso, foi realizado um evento Cotton Brazil em cada cidade.


- Cotton Brazil - Turquia 3 - Nos eventos, foram apresentados os avanços do algodão Brasileiro em termos de qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade.


- Cotton Brazil - Turquia 4 - Os eventos foram encerrados com uma mesa redonda entre produtores e exportadores Brasileiros e industriais Turcos para discutir comércio e cooperação entre os países no setor do algodão.


- Cotton Brazil - Paquistão e Turquia importaram 25% do algodão brasileiro no ultimo ciclo.  Ambos países estão em franca expansão de suas indústrias, com investimentos bilionários sendo feitos em fiações.


- Cotton Brazil 2 - Como resultado das discussões, uma série de ações em várias áreas foram definidas como prioritárias para que o algodão Brasileiro continue sua rota crescente de valorização nesses países.


- Agenda - Semana que vem (9/3), é publicado relatório mensal do USDA.


-  Exportações 1 - O Brasil exportou 166,9 mil tons de algodão em fev/22. O volume embarcado foi 32,9% inferior a fev/21.


- Exportações 2 - De agosto de 2021 a fevereiro de 2022, as exportações somam 1,19 milhão de tons.


- Semeadura 2021/22 - Até ontem (03/03) 99,9% da área já havia sido semeada no Brasil. Restam ainda os últimos talhões a serem plantados em MG e GO.


- Preços - Consulte tabela abaixo ⬇


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Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, programa da Abrapa. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com

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Missão vendedores, em Dubai, aproxima Brasil e Paquistão

​Evento realizado pela Abrapa deve ampliar presença do algodão brasileiro no terceiro maior consumidor mundial da fibra

03 de Março de 2022

O Cotton Brazil Outlook 2022, realizado em Dubai nesta semana, consolidou o Brasil como firme fornecedor de algodão para o Paquistão, terceiro maior consumidor e quarto maior importador mundial da fibra. O evento foi promovido pela Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Associação Nacional de Exportadores de Algodão (Anea), em programação paralela à Expo Dubai 2020.

O acesso a informações atualizadas sobre safra e exportação brasileiras e a interação entre entre cotonicultores brasileiros e industriais paquistaneses foram muito bem avaliados pelo público, que reuniu mais de 100 empresas do setor têxtil e do algodão do Paquistão. "Começamos a produzir o 'novo' algodão brasileiro há 25 anos, e apenas recentemente nos tornamos grandes exportadores. Ainda podemos dobrar o volume destinado ao mercado externo, alcançando 4 milhões de toneladas. Essa é nossa meta", afirmou o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato.

A missão deve resultar na ampliação da participação brasileira no mercado paquistanês. "Brasil e Estados Unidos são nossos maiores fornecedores. Vimos hoje o quanto a cotonicultura brasileira evoluiu nos últimos anos. Creio que o próximo passo é aperfeiçoar o acesso aos testes de qualidade por High Volume Instrument (HVI) antes dos embarques", sugeriu Adil Bashir, industrial e ex-presidente da All Pakistan Textile Mills Association (APTMA). Ele participou de uma mesa redonda em que produtores brasileiros e industriais paquistaneses fizeram perguntas e respostas e trocaram impressões sobre os dois países.

O tema já está na pauta de prioridades da Abrapa. "Estamos desenvolvendo, com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), um programa de certificação oficial do algodão brasileiro que irá garantir ainda mais confiabilidade e transparência às análises de qualidade da pluma. Devido à envergadura da iniciativa, teremos novidades em 2023", antecipou Busato.

A proximidade entre os dois elos da cadeia favorece a abertura de mais mercado e o surgimento de novas oportunidades de negócios, explica Marcelo Duarte, diretor de Relações Internacionais da Abrapa e head do programa Cotton Brazil. "As indústrias do Paquistão planejam expandir sua produção e preveem investimentos bilionários. Com isso, vão precisar de mais algodão do que já consomem", pontua.

O evento, que contou também com a presença de Rafaela Albuquerque, gerente de projetos, e Márcio Rodrigues, gerente de Agronegócios da Apex-Brasil, permitiu a troca de informações importantes sobre o mercado brasileiro. "Não sabíamos que o Brasil era o maior fornecedor individual de Better Cotton, por exemplo. É um dado relevante e que indica um grande futuro pela frente", afirmou Rehman Naseem, CEO da Fazal Cloth Mills Limited, uma das maiores fiações e tecelagens do Paquistão.

Better Cotton é o algodão licenciado pela Better Cotton Initiative, organização mundial sem fins lucrativos focada no fomento à produção sustentável e responsável da pluma por todo o globo. No Brasil, opera em parceria com a Abrapa. Em 2020, os cotonicultores brasileiros responderam por 37% do volume total da pluma certificada pela BCI no mundo.

O Cotton Brazil Outlook 2022 é uma das atividades da primeira Missão Vendedores realizada pela Abrapa desde o começo da pandemia. Após a etapa de Dubai, a comitiva brasileira, formada por cotonicultores e exportadores, seguiu para a Turquia.

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Agronomia Sustentável: engenheiros atuam em toda a cadeia produtiva da moda

Sustentabilidade e rastreabilidade do algodão brasileiro é destaque no Canal Rural

03 de Março de 2022

Abrapa na Mídia

 

Agronomia Sustentável: engenheiros atuam em toda a cadeia produtiva da moda

 

Plantio de algodão sem impactos ambientais, produção de fibras recicláveis e redução do consumo de água na confecção são algumas das tarefas lideradas por esses profissionais

 

A indústria têxtil é o segundo setor de transformação que mais emprega no Brasil. Entre os trabalhadores da área, existem engenheiros de diversas áreas. Este foi o destaque do terceiro episódio da terceira temporada do programa Agronomia Sustentável, que percorreu a cadeia da moda para mostrar todo o ciclo de produção das roupas que servem de vestimenta e símbolo de expressão da sociedade.

 

Antes de uma peça desfilar nas principais passarelas do mundo, o trabalho começa no campo. No caso das peças de algodão, o processo inicia com o preparo do solo e a escolha da semente. "O primeiro passo é ter uma semente com procedência, certificada. Algumas características são importantes quando se vai comprá-la, como pureza genética, alto poder de germinação e vigor, porque isso garante um bom estabelecimento da lavoura", informa o engenheiro agrônomo Doglas Broetto.

 

Depois do plantio e da colheita, vem a armazenagem, o beneficiamento e, então, entram em ação outras engenharias. De acordo com o engenheiro industrial mecânico James Nadin, seu papel é o de garantir que os artigos sejam feitos dentro das especificações necessárias, o que envolve as cores corretas da peça. "Acompanhamos  todo o processo produtivo desde o túnel, a tinturaria, a tecelagem, o acabamento final, a revisão, a embalagem e a entrega", resume.

 

Ele trabalha em uma região do estado de São Paulo considerada referência na indústria têxtil nacional, localizada entre os municípios de Hortolândia, Nova Odessa, Americana, Sumaré e Santa Bárbara D'Oeste. São mais de 1.200 confecções, que representam quase 3% do Produto Interno Brasileiro (PIB). Por lá, as questões ambientais sempre entram na pauta. "Fora as nossas certificações, utilizamos matérias-primas e produtos corretos. Temos a estação de tratamento de efluentes mais moderna e tecnológica das indústrias têxteis do Brasil", conta Nadin.

 

Sustentabilidade na moda 

 

A sustentabilidade é um grande desafio no setor da moda, considerado um dos mais poluentes do mundo, especialmente por conta do poliéster. Contudo, a inspetora do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo (Crea-SP) e engenheira ambiental Maria Constantino lembra que olhar apenas o caráter ambiental sem se atentar ao social e econômico não é o correto, independente da área.

 

"A sustentabilidade visa melhorar a sua vida como indivíduo e também a sociedade. Ela é o equilíbrio para que nós possamos realmente desenvolver como sociedade, gerar emprego e economia e preservar os recursos naturais que são finitos", declara. Segundo ela, também entra nessa conta a saúde e segurança do trabalho.

 

"O Crea, ao fiscalizar as condições de trabalho e a engenharia de segurança de certa indústria está garantindo que a pessoa que fez a roupa que a população usa teve uma condição social, legal de poder fazer esse processo. Infelizmente o que é produzido fora do Brasil não tem esse tipo de fiscalização, então uma grande dica que sempre dou em relação à indústria têxtil, para deixá-la mais sustentável, é consumir produtos nacionais".

 

Procedência do algodão

 

A história da moda no mundo começou em meados do século 15, no início do Renascimento europeu. "A moda é comportamento. Mesmo quem a nega está, de alguma forma, se relacionando com ela através da negação", acredita a engenheira mecânica têxtil Maria José Orione. Ela é diretora-acadêmica do Denim City, uma escola de moda localizada no coração do comércio popular de São Paulo.

 

A intenção do espaço é consolidar o Brasil como um polo de relevância internacional através do dênim, o tecido que dá origem ao famoso jeans. "O algodão chega em fardos da agroindústria, é descaroçado e a fibra virgem é transformada em fio ao longo do processo. Em outro processo temos a fibra reciclada, que são restos de tecido da própria tecelagem ou mesmo da confecção […]", explica.

 

No próprio Denim City existe uma estação de tratamento de efluentes e a água utilizada nos processos industriais volta para reúso. Assim, etapas da industrialização que antes gastavam milhões de litros de água são substituídos por técnicas mais modernas. Desta forma, a sustentabilidade da ponta da cadeia corrobora com a do início, visto que o Brasil é uma referência no mercado de algodão no quesito de qualidade e rastreabilidade, sendo o maior exportador de algodão sustentável do mundo.

 

Para comprovar a redução de impactos da fibra, a Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa) implantou o projeto Sou de Algodão. "O consumir chega na loja e através do QR Code [na etiqueta da roupa] tem acesso à toda a história do algodão e é inserido nesta história porque, no fim, vai utilizar essa peça", conta o engenheiro agrônomo e presidente da entidade, Júlio Busato.

 

Atualmente, mais de 800 marcas já estão engajadas no movimento. "O projeto Sou de Algodão aproxima o designer de moda, então é muito importante quando vemos que há um cuidado desde o plantio até o algodão crescer, colher e todo o tratamento para depois virar o fio e o tecido", considera o estilista Isaac Silva.

 

Relevância econômica do setor

 

Em 2020, o setor têxtil faturou 194 bilhões de reais no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Já em 2019, estima-se que a indústria nacional tenha produzido nove bilhões de peças, ultrapassando 20 milhões de toneladas de roupas. Esses números colocam o Brasil no patamar de maior cadeia têxtil completa de todo o Ocidente.

 

Neste universo, também trabalham engenheiros químicos, como o Caio Campiotto, que atua em uma indústria de Americana, em São Paulo. Ele afirma que profissionais com sua formação atuam desde o projeto e planejamento de uma planta fabril até a operação e gestão de resíduos. "Quando olho para o desenvolvimento de produtos ou no momento em que dimensiono equipamentos, tenho de pensar em quão eficientes e ecológicos eles são em termos de emissão de poluentes e consumo de recursos naturais, sempre pensando nas gerações futuras", diz.

 

Já em Santa Catarina, outro estado relevante no setor, a indústria têxtil, confecção, couro e calçado conta com 8.937 estabelecimentos, conforme a Abit. Desta forma, representa 17,2% da indústria do estado e também é focada em sustentabilidade na produção.

 

O próximo episódio da série vai mostrar o trabalho de engenheiros na meteorologia. O programa Agronomia Sustentável é uma realização do Canal Rural com o Sistema Confea e Crea, e vai ao ar todos os sábados, às 9h, com reprise aos domingos, às 7h30.

 

https://www.canalrural.com.br/agronomiasustentavel/agronomia-sustentavel-engenheiros-atuam-em-toda-a-cadeia-produtiva-da-moda/

 

Canal Rural – programa Agronomia Sustentável - 26.02.2022

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