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Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão

ALGODÃO PELO MUNDO #36/2021

10 de Setembro de 2021

- Mercado - Hoje é um dia para acompanhar as notícias de mercado: às 13hs (de Brasília) o USDA divulga seu relatório mensal de oferta e demanda, e antes sai o relatório de exportações semanais, que atrasou esta semana por causa do feriado de segunda nos EUA.



- Algodão em NY - Semana de poucas oscilações, com o contrato Dez/21 fechando em 93,22 U$c/lp, queda de 0,1% nos últimos 7 dias.



- Preços 1 - Ontem (9/9), o algodão brasileiro estava cotado a 106,50 U$c/lp (+175 pontos) para embarque em Nov-Dez/21 (Middling 1-1/8" (31-3-36) posto Ásia, fonte Cotlook).



- Basis Ásia 1 - O Basis do algodão brasileiro Middling 1-1/8" (31-3-36) posto Ásia continua subindo e atingindo recordes. Em Ago/21 o basis médio CIF Ásia foi de 1.169 pontos de US$/lb e este mês já está em 1.247 pontos.



- * Basis Ásia 2* - Como referência, o basis de Agosto de 2020 foi de 439 pontos de US$/lb e o de Setembro foi 443 pontos (fonte Cotlook).



- Altistas 1 - O relatório de safra do USDA desta semana mostrou uma queda surpreendente de 9 pontos percentuais de 70% para 61% nas avaliações de bom a excelente.



- Altistas 2 - As cotações na bolsa Chinesa de Zhengzhou (ZCE) tiveram uma expressiva alta de 4,5% nos últimos 7 dias, fechando ontem no equivalente a 127.56 U$c/lp.  Nesta Sexta o mercado está em queda, mas o saldo da semana é positivo.



- Baixistas 1 - As grandes economias do ocidente na Europa e os EUA já se preparam para a retirada dos estímulos à economia. O movimento é acompanhado com muita atenção pelo mercado, pois pode ter efeito negativo nas commodities e ações se realizado de forma rápida.



- Baixistas 2 - Os atuais gargalos logísticos globais estão achatando margens ao longo da cadeia (exceto dos armadores, que estão faturando muito) e causando aumento de preços ao consumidor. Todo esse cenário pode levar à redução da demanda pela indisposição dos consumidores de pagarem mais ou terem que esperar muito pelo produto desejado.



- USA 1 - No relatório de oferta e demanda do USDA de hoje, um número para se observar é a safra dos EUA. O consenso de mercado para este ano (21/22) é 17,7 milhões de fardos (3,85 milhões de toneladas), contra 17,26 do último relatório.



- USA 2 - A Farm Service Agency (FSA) dos EUA divulgou esta semana as suas estimativas de área colhida: 10,5 milhões de acres (aprox. 4,25 milhões de ha).



- USA 3 - Estes números, que aparentemente não deveriam ter sido divulgados antes do relatório do de hoje, mostram um número um pouco maior que o previsto pelo USDA em Agosto (10,36 milhões de acres).



- Mercado Global - Importante também observar os dados de oferta e demanda global no relatório de hoje. O mercado espera uma ligeira redução na produção e também no consumo para esta safra.



- China 1 - Fontes na China indicam que, devido ao aumento do consumo e boas margens das fiações, o país deve importar este ano 2,6 milhões de toneladas, segundo maior número desde 2013/14.



- China 2 - Rumores do mercado apontam que grandes estatais Chinesas estão ativamente comprando algodão Brasileiro e Americano esta semana para recompor estoques da reserva estatal.



- China 3 - Vamos observar hoje o tamanho do apetite dos Chineses no relatório semanal de vendas dos EUA. O Brasil não divulga relatório de vendas, somente de exportações.



- Lavouras - No hemisfério Norte, o desenvolvimento das lavouras é desigual.  Enquanto na Índia ainda há áreas para serem plantadas, a colheita está prestes a iniciar na Turquia, e está começando na China, EUA e Paquistão.



- Agenda 1 - Na próxima semana, Abrapa, Anea e Embaixada do Brasil na China promovem evento do Cotton Brazil no nosso maior cliente, a China. O webinar será na noite do dia 16/9 no Brasil (e no dia 17/9, às 9h de Beijing).



- Agenda 2 - No dia 7 de Outubro, durante o Congresso da International Cotton Association (ICA), em Liverpool, a Abrapa irá apresentar um painel virtual especial sobre as perspectivas para a safra 2022 do Brasil.



- Exportações - O Brasil exportou 15,6 mil tons de algodão na primeira semana do mês de setembro/21, segundo dados do Ministério da Economia.



- Colheita - Até ontem (09/09): BA e TO (92%); GO (99%), MA (78%); MG (93%), MS (100%), MT (99%), PI (100%) SP (100%) e PR (100%). Total Brasil: 97% colhido.



- Beneficiamento - Até ontem (09/9): BA e TO (50%); GO (83%), MA (30%); MG (68%), MS (91%), MT (30%), PI (75%) SP (99%) e PR (100%). Total Brasil: 38% beneficiado.



Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, programa da Abrapa. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com



- Preços - Consulte tabela abaixo


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Cenário e desafios da cotonicultura no Brasil Resumo

10 de Setembro de 2021

Reportagem especial do Agro em Foco TV Digital desta quinta-feira (9) mostrou o compromisso dos cotonicultores brasileiros com a qualidade do algodão e a sustentabilidade do processo produtivo. Em entrevista ao vivo, o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, falou sobre o cenário atual e os desafios do setor.



Assista: https://youtu.be/b78SXoW5ZRw



Agro em Foco TV Digital – 09.09.2021

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Artigo: Se o mundo é cada vez mais sintético, por que não ser cada vez mais algodão?

09 de Setembro de 2021

Se o mundo é cada vez mais sintético, por que não ser cada vez mais algodão?


Movimento Sou de Algodão é iniciativa da Abrapa e parceiros para conscientizar consumidores das vantagens da fibra natural em relação à sintética


Júlio Cézar Busato


A competitividade do agronegócio brasileiro é indiscutível. A cada ano, conquistamos mais espaço na mesa e nas prateleiras de consumidores do mundo todo, concorrendo de igual para igual com grandes potências agrícolas, como Estados Unidos e China.


A cotonicultura cumpre seu papel com maestria. O Brasil já é o segundo maior exportador mundial de algodão e o maior fornecedor de fibra responsável (Better Cotton) do planeta.


O mercado doméstico, no entanto, continua sendo um dos nossos principais clientes – perde apenas para a China. E nosso maior concorrente é a fibra sintética. Há 10 anos, o algodão representava 57% do total de fibras utilizadas pela indústria têxtil nacional. Hoje, representa 46%.


O avanço no consumo de sintéticos poderia ter sido ainda maior, não fosse uma iniciativa inédita no país de união de toda a cadeia setorial, sob liderança da Abrapa: o Movimento Sou de Algodão. Lançado há quase cinco anos, o Sou de Algodão chega em agosto de 2021 com nada menos do que 650 marcas parceiras.


Preocupada com a crescente preferência por sintéticos, em 2015 a Abrapa encomendou uma grande pesquisa de mercado que identificou, entre outras coisas, a falta de informação do brasileiro sobre o que veste. Os consumidores reconhecem os atributos do algodão, mas não sabem que se trata de uma fibra natural, de fonte renovável, menos nociva ao meio ambiente e produzida de forma sustentável.


Com base no estudo, definimos a estratégia de ressaltar os benefícios do algodão para o consumidor final e, assim, engajar a sociedade na valorização de um produto que entrega responsabilidade social e ambiental. Só vamos reverter a tendência de perda de mercado para os sintéticos quando o brasileiro der valor às boas práticas e reconhecer o diferencial de um produto feito com algodão brasileiro responsável. Essa é a missão do Sou de Algodão.


O movimento é inspirado na bem sucedida experiência americana Cotton Incorporated, que conseguiu ampliar o consumo médio de algodão nos Estados Unidos de 35%, na década de 70, para mais de 60% hoje em dia.  Com pesados investimentos em comunicação e promoção, o projeto realizou ações impactantes e engajadoras, transformando o algodão na fibra preferida dos americanos.


Com a análise das ações da Cotton Inc. e de iniciativas de outras cadeias, decidimos focar o Sou de Algodão em ações promocionais, de negócios e informacionais, que vão desde campanhas de comunicação até projetos voltados à ampliação da competitividade.


De olho no futuro, o movimento também atua junto a universidades, de forma a fomentar a criatividade, proporcionar experiência e conhecimento aos futuros profissionais e ampliar o relacionamento entre a academia e a indústria, fortalecendo toda a cadeia do algodão.


O pontapé inicial dessa estratégia foi dado em 2016 com o lançamento do Movimento Sou de Algodão na São Paulo Fashion Week N42, a mais importante semana de moda do país, com apoio do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) e da Bayer. Desde então, a Abrapa vem trabalhando iniciativas de conscientização dentro do segmento da moda, convidando a todos para um outro olhar sobre as várias possibilidades.


A iniciativa une agentes da cadeia produtiva e da indústria têxtil que produzem peças com, no mínimo, 70% de algodão na composição. O projeto conta, ainda, com o apoio de empresas e associações que têm iniciativas na área de sustentabilidade ou incentivam uma moda mais consciente.


São fiações, tecelagens, malharias, confecções, redes varejistas, projetos sociais, organizações não governamentais, artesãos e microempreendedores que colaboram para uma jornada de produto ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente responsável.


Com o Movimento Sou de Algodão, abrimos um inédito canal de diálogo com o consumidor final e estamos mostrando que, ao adquirir uma peça de algodão, ele ganha a sensação de pertencimento à causa e de dever cumprido na missão de fazer um mundo mais justo e melhor para todos.


Cada vez mais, esse consumidor quer saber a origem do que está comprando, quem produziu, quais as condições de sua produção e seu propósito. Temos orgulho de estar atuando no despertar de uma consciência coletiva em torno da moda e do consumo responsável.


*Júlio Cézar Busato é presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que representa 99% de toda a área plantada, 99% da produção e 100% da exportação do Brasil.


Revista Globo Rural – Vozes do Agro – 07.09.2021


https://revistagloborural.globo.com/Noticias/Opiniao/Vozes-do-Agro/noticia/2021/09/se-o-mundo-e-cada-vez-mais-sintetico-por-que-nao-ser-cada-vez-mais-algodao.html

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Abrapa visita região produtora no Piauí

​Apesar do recuo na área plantada, estado registra recorde de produtividade

09 de Setembro de 2021

Na última semana, o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, visitou regiões produtoras de algodão no Piauí. O estado reduziu em cerca de 50% a área plantada na safra 20/21 em relação ao ciclo anterior, totalizando 9.933 hectares. Em contrapartida, obteve a maior média de produtividade dos últimos 10 anos, com 330 arrobas por hectare.



Segundo dados da Associação Piauiense dos Produtores de Algodão (Apipa), a semeadura de mais de 90% da área ocorreu dentro da janela considerada ideal para o estado, entre 10 de dezembro e 10 de janeiro, o que contribuiu para uma boa produtividade. "A expectativa é de voltar, na próxima safra, à área de 2019", informa Júlio Busato.  "Por enquanto, estão consolidando as áreas com soja e milho, mas o Piauí tem um grande potencial para produzir algodão no futuro", avalia.



No giro pelo estado, o presidente da Abrapa esteve nas Fazendas Progresso, no município de Sebastião Leal, e na fazenda Canel, em Uruçuí, acompanhado do  o presidente da Apipa, Amilton Bortolozzo, além do vice-presidente, Gregory Sanders, e do diretor executivo, Francisco de Sales Battisti Archer. "Foi muito importante esta visita ao estado, aqui a Abrapa pode constatar a aptidão do Piauí para a produção de algodão", afirma Bortolozzo, enfatizando o compromisso dos cotonicultores da região com a sustentabilidade. "Há um grande empenho da Apipa em certificar todos os produtores no programa ABR/BCI, para que o algodão piauiense seja bem aceito em qualquer parte do mundo", destaca.



Em reunião na sede da associação estadual, em Teresina, Busato falou sobre os projetos desenvolvidos pela Abrapa na busca de mercados e na valorização da pluma brasileira no Brasil e na Ásia. Também reiterou a importância da adesão de todos os produtores aos programas de qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade da entidade.  "Estamos bem alinhados naquilo que fazemos e pensamos", assegura o presidente da Abrapa.



Desde o começo do ano, a Abrapa tem visitado as principais regiões produtoras de algodão, com o objetivo de atualizar as associações estaduais sobre os projetos desenvolvidos pela entidade e fortalecer a ação conjunta. Esta semana, os dirigentes da entidade irão ao Mato Grosso do Sul.

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Relatório Mensal de safra - setembro

09 de Setembro de 2021

Colheita 2020/21 está em 89% da área total


Atraso repercute nas exportações


O Relatório Abrapa de Safra de setembro,, publicado nesta quinta-feira (9), mostra que a colheita do ciclo 2020/2021 ainda não foi concluída, devido ao atraso no calendário de plantio.  Até 2 de setembro, 89% haviam sido colhidos e 30%, beneficiados, segundo dados das associações estaduais.  O atraso na colheita se refletiu nas exportações de agosto. No primeiro mês da temporada 21/22,  os embarques totalizaram 50,78 mil, 53% abaixo do volume exportado em agosto 2020.



Leia o relatório completo em:


Relatorio_de_Safra_Setembro21

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Júlio Cézar Busato: ‘Só vejo bons tempos para a agricultura’

08 de Setembro de 2021

Descendente de italianos, o agrônomo Júlio Cézar Busato, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), foi o primeiro de sua família a desbravar o oeste da Bahia. Gaúcho nascido em Casca, ele buscava um lugar para expandir a produção agropecuária, até então restrita à cidade natal.



A decisão lhe ocorreu enquanto cursava a Universidade de Passo Fundo (RS), quando percebeu que só alcançaria o crescimento desejado em Mato Grosso ou na Bahia. Depois de conhecer os dois Estados, optou pelo cerrado baiano.



A mudança para Barreiras aconteceu em 1987. "Era um ambiente bastante inóspito", relembra Busato, que partiu sozinho, deixando a mulher e um filho pequeno, os quais buscaria meses depois. "Me enfiei no meio do mato. Um lugar sem luz, sem telefone, sem televisão, sem água, sem escola, sem hospital. Foi um tempo bastante difícil, mas muito bom."



A primeira terra da família Busato no Estado foi uma área arrendada. A soja, principal cultura produzida hoje no Brasil, foi a cultura escolhida. Depois, quando conseguiram implementar técnicas de irrigação, plantaram feijão, milho pipoca e algodão — o carro chefe da propriedade.



Atualmente, o Brasil é o principal produtor mundial de algodão em áreas secas e está entre os cinco maiores exportadores e consumidores. Entre agosto de 2020 e julho de 2021 — ano comercial de venda do algodão —, o Brasil exportou 2,4 milhões de toneladas da pluma de algodão — como é chamado o algodão comprado em farmácias e utilizado na fabricação de roupas. O número é 23% maior que o registrado na temporada anterior e marca um novo recorde. Conforme o mais recente relatório da Companhia Nacional de Abastecimento, as perspectivas para a próxima safra (2021/2022) são positivas.


"Todo dia a gente acorda de manhã tentando fazer melhor do que fez no dia anterior, sempre buscando produtividade, sempre buscando sustentabilidade", contou Júlio. "Nós temos de entregar para os nossos filhos, nossos netos uma terra melhor do que aquela que nos foi entregue. Esse é o objetivo."



Para isso, toda cadeia atende a rígidas regras de qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade. Um exemplo é o programa SBRHVI (Standard Brazil HVI), que tem como foco padronizar a classificação do algodão e informatizar o acesso aos dados. A iniciativa iguala os processos brasileiros aos realizados em outros países produtores. Já o Sistema Abrapa de Identificação (SAI), criado em 2004, monitora e rastreia o algodão por meio de etiquetas com sequência numérica de código de barras que são fixadas nos fardos.



Para ganhar o título de Algodão Brasileiro Responsável (ABR), os associados da Abrapa precisam cumprir 178 itens de responsabilidade, com práticas sociais, ambientais e econômicas. "Estamos tirando algodão lá do fundo da loja e trazendo para a vitrine, dando transparência", disse. "A rastreabilidade do Sistema Abrapa de Informação permite saber onde cada fardo foi produzido, por quem foi produzido e em que local foi beneficiado. O ABR cuida da parte de sustentabilidade."


Antes de assumir a presidência da Abrapa, Busato fez parte da Associação Baiana dos Produtores de Algodão, do Fundo para o Desenvolvimento do Agronegócio do Algodão e da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba). "Com a criação da Aiba, começamos a nos organizar melhor e fizemos parcerias com a Embrapa, universidades públicas e privadas e fomos visitar outros países", afirmou. "Essa busca pela tecnologia faz com que a Bahia tenha a maior produtividade de soja e milho do Brasil e a maior produtividade de algodão não irrigado do mundo."


Como o senhor avalia o atual cenário para o produtor de algodão?


Primeiro, vou falar como eu vejo o mercado, não só para o algodão, como para o milho, a soja e as carnes. O Brasil tem uma grande oportunidade de pegar o mundo pela barriga. Temos muita terra e usamos hoje menos de 8% do nosso território para produzir. O potencial de crescimento é enorme, principalmente nas áreas de cerrado, respeitando todo o Código Florestal Brasileiro. Se perdermos essa oportunidade, alguém vai pegar, talvez a África. No caso do algodão, em função da produtividade, da qualidade e da escala, podemos nos tornar o maior exportador mundial. Hoje, somos o segundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Resumiria tudo numa única palavra: oportunidade.



E o senhor acredita que essa oportunidade está atrelada à tecnologia?


Com certeza. Para crescer, precisamos de rentabilidade das culturas e mercado. Rentabilidade vem de produtividade, do controle do custo de produção e do preço. No preço não conseguimos interferir, porque é a lei da oferta e da procura em nível mundial. Mas, na produtividade, sim, porque ela está atrelada à tecnologia. Todo dia a gente acorda tentando fazer o melhor que fez no dia anterior, sempre buscando produtividade, sustentabilidade. Temos de entregar para os nossos filhos e netos uma terra melhor do que aquela que nos foi entregue. Esse é o objetivo. Para aumentar a produtividade, melhoramos a fertilização e a matéria orgânica do solo. Precisamos usar mais defensivos agrícolas de origem biológica — ou seja, insetos, fungos e bactérias que controlam as doenças e pragas das culturas. O Brasil hoje é campeão. A variedade de sementes melhoradas também ajuda bastante. Tenho certeza de que a nossa tecnologia vai avançar cada vez mais e mais rápido.



À frente da Abrapa, como o senhor pretende trabalhar para que o país se torne o maior exportador mundial de algodão?


Estamos desenvolvendo dois grandes programas: o Sou de Algodão e o Cotton Brazil. Nosso objetivo é conquistar novos mercados e valorizar a pluma do algodão brasileiro. Para isso, temos um programa que checa a qualidade da fibra nos laboratórios brasileiros, e também focamos em sustentabilidade. A cultura do algodão tem de ser rentável para aqueles que trabalham em toda a cadeia produtiva. O produtor também precisa cumprir todas as normas do Código Florestal Brasileiro, ou seja, preservar 80% da sua propriedade na Amazônia, 35% no cerrado da Amazônia e 20% no cerrado, além de outras regras. Temos feito isso muito bem. Só vejo bons tempos para a agricultura brasileira, principalmente para o cotonicultor.



Como é feita a rastreabilidade do algodão?


Hoje, ainda é um leitor de código de barras, mas em pouco tempo será um QR Code. Assim, será possível ir até a loja, escanear o QR Code com o celular e encontrar toda a história daquela peça. Quem produziu, inclusive com uma foto da família produtora, onde, informações sobre a qualidade das fibras e em que local ele foi beneficiado. Da separação da fibra do caroço, passando pelo feitio do fio, pela costura, até chegar à prateleira da loja. Tudo isso certificado. Isso faz parte do programa Sou de Algodão, que a Abrapa está conduzindo. Vamos começar com duas marcas neste ano e passar para outras em 2022.



Os brasileiros têm noção da dimensão e da importância do agronegócio?


As pessoas precisam conhecer mais o que o Brasil tem de bom, e o algodão brasileiro eu diria que é uma das coisas que temos de melhor. Muitas vezes as informações chegam distorcidas. Na década de 1970, a maior população do Brasil estava no campo. Hoje, só 13% da população está no campo. Mesmo assim, essa gente consegue produzir alimento em quantidade, qualidade e a baixo custo tanto para a população brasileira quanto para a mundial. Os agricultores trazem riqueza para o país.



Revista Oeste – Por Sabrina Nascimento – 03.09.2021


https://revistaoeste.com/revista/edicao-76/julio-cezar-busato-so-vejo-bons-tempos-para-a-agricultura-brasileira/

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Outubro: mês de comemorações para a cotonicultura

​Além do Dia Mundial do Algodão, Abrapa celebra 5 anos do movimento Sou de Algodão e lança projeto inovador para a cadeia têxtil

04 de Setembro de 2021











Outubro é um mês especial para a cotonicultura. No dia 7, é celebrado o Dia Mundial do Algodão, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) para promover uma reflexão sobre a importância da fibra para a economia global.  Para os produtores brasileiros, não faltam motivos para comemorar.



O Dia Mundial do Algodão (World Cotton Day) foi criado em 2019, na sede da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra, a pedido, do Cotton-4 - grupo de países africanos produtores de algodão formado por Benin, Burkina Faso, Chade e Mali. A data conta com o apoio de importantes instituições como Organização Internacional do Trabalho (OIT), Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), o Centro Internacional de Comércio (ITC) e o Comitê Consultivo Internacional para o Algodão (ICAC).


"A Abrapa sempre se dedicou















a mobilizar toda a cadeia para a data. Neste ano, não será diferente. Vamos falar do nosso jeito de ser de algodão e convidamos todos os nossos apoiadores, marcas parceiras, associações estaduais e cotonicultores a fazerem o mesmo", conta o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato.



O algodão é cultivado em mais de 70 países e garante trabalho e renda para milhares de famílias ao redor do mundo. Segundo previsão do ICAC, a produção mundial da fibra deve ser ampliada em 3% na temporada 2021/2, chegando a 24,93 milhões de toneladas. A produção brasileira vem caminhando a passos bem mais largos e deve crescer 20,3% na safra 21/22. Com um volume projetado de 2,79 milhões de toneladas, o Brasil se consolida como quarto maior produtor e segundo maior exportador de algodão do planeta.



Mas há ainda mais motivos para comemorar. Neste mês, a Abrapa lançará um projeto inovador para a cadeia têxtil brasileira. "Será uma iniciativa inédita de rastreabilidade de toda a cadeia do algodão responsável, do plantio às lojas. Em parceria com grandes marcas, entregaremos a transparência que os consumidores esperam", antecipa Busato.



A Abrapa encerrará o mês de outubro celebrando, no dia 26, 5 anos de outra iniciativa de sucesso: o movimento Sou de Algodão. Lançado em 2016 na São Paulo Fashion Week N42, para despertar uma consciência coletiva em torno da moda e do consumo responsável, o movimento já conta com mais de 700 marcas parceiras.





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Setor debate perspectivas do algodão para a safra 21/22

​Painel repercutiu projeções apresentadas pela Conab na última semana

03 de Setembro de 2021

Setor debate perspectivas do algodão para a safra 21/22    


Um panorama do cenário atual e estimativas de oferta e demanda de algodão para a safra 2021/2022 foram apresentados nesta quinta-feira (2), em evento virtual promovido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Além da Abrapa, o painel contou com a participação da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções (Abit) e do CEPEA - ESALQ/ USP.



O diretor-executivo da Abrapa, Márcio Portocarrero, informou que 78% da safra 20/21 já foi colhida, mas a maior parte ainda está sendo beneficiada, o que impede o fechamento dos dados de produção. Segundo ele, 79,5% da atual safra e 35% da safra 21/22 já foram comercializados.  A preocupação dos cotonicultores, neste momento, são os gargalos logísticos para exportação. "Hoje estamos discutindo o problema de disponibilidade de contêiners, que vai manter o custo do transporte elevado", informou. "A competição está muito alta e é algo que não temos como resolver de imediato, é uma questão de falta de planejamento global de todas as cadeias", avaliou Portocarrero.



Com relação à próxima safra, o reaquecimento da demanda global e a forte valorização dos preços internacionais da pluma sinalizam para a retomada da área plantada, que recuou 17% no ciclo 20/21 em razão da baixa cotação no momento da decisão de plantio. "A previsão primária é de pelo menos voltarmos à área da safra anterior, mas vai depender muito do comportamento de soja e milho", ponderou o diretor-executivo da Abrapa. A oferta de potássio, ameaçada em razão dos embargos econômicos na Bielorússia, também influi na decisão de plantio, uma vez que o algodão é muito exigente em fertilidade. "Estamos avaliando todos os aspectos para não cairmos do patamar que conquistamos de estabilidade de oferta e darmos tranquilidade para os compradores nacionais e internacionais. Esse é o nosso grande desafio", enfatizou.



Lucílio Alves, pesquisador do CEPEA e professor da ESALQ/UPSP, lembrou que em julho de 2020 – período de tomada de decisão do produtor - a cotação do algodão atingiu seus menores patamares, na faixa de US$ 0,60 cents/ libra peso, com expectativa de manutenção dos preços pelos dois anos seguintes. Os parâmetros atuais, no entanto, são ainda maiores que os registrados em 2018, quando houve uma retomada de preços. "Mesmo que sinalize queda para 2022, estamos falando em U$ 0,80 cents/ libra peso, é muito atrativo", frisou Alves, lembrando que a variação de custos, nos últimos 12 meses, subiu menos que as variações de preços. "Esses fatores levam a uma retomada do otimismo em termos de rentabilidade do algodão. Olhando esse contexto e a expectativa pra frente, devemos ter um salto importante em área", avaliou.



O presidente da Abit, Fernando Pimentel, falou sobre a recuperação do setor têxtil a partir de agosto do ano passado, após forte impacto no começo da pandemia, e manifestou preocupação quanto ao suprimento da demanda. A previsão é encerrar 2021 com resultado 4 a 5% superior ao de 2019 – confecção e varejo ainda não voltarão aos níveis pré-pandemia, mas devem superar o desempenho de 2020. "Na perspectiva do algodão, estamos preocupados porque saímos de uma safra de 3 milhões para 2,3 milhões de toneladas", disse Pimentel. "Ainda é cedo para prognosticarmos o que vai acontecer em 2022. O quadro geral é de otimismo moderado", concluiu.



Projeções da Conab para a safra 21/22, divulgadas na última semana, indicam  um aumento de 13,4% na área plantada, chegando a 1.548 mil ha, diante do elevado patamar dos preços, dólar valorizado, alta rentabilidade, comercialização antecipada e da fidelização de clientes internacionais. Com uma produtividade estimada de 1.750 kg/ha, a produção prevista é de 2,71 milhões de toneladas - volume 15,8% superior ao da safra 2020/21.



Como fatores de risco para a efetivação do cenário projetado, a Conab aponta o surgimento de variantes do novo coronavírus mais transmissíveis e resistentes; fortes variações no preço do petróleo; e a relação comercial entre China e EUA. A Abrapa consolidará suas estimativas para a safra 2021/2022, no final de setembro.

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Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão

ALGODÃO PELO MUNDO #35/2021

02 de Setembro de 2021

- Algodão em NY - Depois de cair nos primeiros dias da semana, a ameaça de uma nova tempestade tropical nos EUA e mais uma alta em Wall Street ajudaram as cotações ontem. Mesmo com esta recuperação, o contrato Dez/21 fechou em 93,29 U$c/lp, queda de 0,9% nos últimos 7 dias.


-  Preços - Ontem (02/9), o algodão brasileiro estava cotado a 104,75 U$c/lp (-175 pts) para embarque em Nov-Dez/21 (Middling 1-1/8" (31-3-36) posto Ásia, fonte Cotlook).



- Altistas 1 - Depois do furacão Ida, que aparentemente não afetou as lavouras de algodão, apesar de causar estragos enormes em áreas urbanas, o mercado está monitorando novas formações no Golfo do México, em direção ao Texas.



- Altistas 2 - Relatório do ICAC divulgado esta semana reduziu estimativa de produção mundial (24.9 milhões de tons) e aumentou de consumo (25.9 milhões de tons). Além disso, o órgão analisou o momento de mercado como altista.



- Altistas 3 - Os contratos em aberto de algodão em NY atingiram as máximas de três anos, chegando a quase 270 mil contratos.



- Baixistas 1 - Os dados semanais de vendas e exportações dos EUA desapontaram. O número de vendas divulgado nesta quinta-feira foi cerca de metade do realizado nas últimas semanas. As vendas acumuladas para 2021-22 atingiram apenas 39% da previsão do USDA, contra uma média de cinco anos de 47% para esta época.



- Baixistas 2 - A ausência da China como compradora do algodão americano tem chamado a atenção.



- Baixistas 3 - As condições das lavouras nos EUA continuam muito acima das médias históricas, com 70% (-1%) de lavouras boas-excelentes.



- EUA 1 - Hoje pela manhã será divulgado o relatório de dados de emprego dos EUA. O Federal Reserve (Fed) está acompanhando de perto estes dados para decidir o cronograma da retirada dos estímulos à economia.



- EUA 2 - Um número alto de geração de emprego pode acelerar a retirada de estímulos e consequentemente enfraquecer as cotações das commodities e elevar o dólar americano. Um número mediano, por outro lado, pode sinalizar que os estímulos continuarão por mais tempo.



- China 1 - Os leilões de algodão da reserva da China continuam vendendo 100% dos lotes ofertados. Já foram vendidas mais de 416 mil toneladas este ano e os preços na semana passada ficaram entre 105 e 107 U$c/lp.



- China 2 - Com os estoques sendo consumidos, a pergunta que o mercado está fazendo é sobre quando, como e de quem o governo Chinês irá comprar algodão para recompor suas reservas estatais.



- China 3 - Chuvas castigaram parte das áreas plantadas com algodão em Xinjiang, China, esta semana, com as lavouras já prestes a serem colhidas.



- Índia - As chuvas de monções registradas estão abaixo do normal, o que deve afetar a produção local. No importante estado de Gujarat, por exemplo, as chuvas estão 50% menores que a média. Punjab e Rajastão também registraram menores precipitações.



- Paquistão 1 - Empresários do Paquistão informaram esta semana que o prazo de entrega de algodão importado, que era de 45 a 60 dias, hoje está em torno de 110 a 130 dias devido aos problemas logísticos globais.



- Paquistão 2 - Com o problema logístico, as fiações, que trabalhavam com estoque para 3-4 meses, agora precisam manter estoques para 5-6 meses. O objetivo é evitar o risco de parar as indústrias.



- Austrália - A guerra comercial entre China e Austrália segue escalando. Além do boicote a produtos como algodão, vinho e lagosta da Austrália, agora Pequim orienta seus alunos a não estudar no país da Oceania.



-  Agenda 1 - Segunda-feira (6/9) é dia do Trabalho nos EUA, portanto feriado. Na terça, o feriado é no Brasil: nosso dia da Independência.



- Agenda 2 - No dia 16/9 (17/9 na China), a Abrapa realizará mais um evento do programa Cotton Brazil na China para promover o algodão Brasileiro, em parceria com a CNCE (China National Cotton Exchange).



- Exportações - O Brasil exportou 50,8 mil tons de algodão no mês de agosto/21, volume 47% inferior ao registrado em agosto/20. Reflexo do atraso no plantio de algodão deste ano.



- Colheita - Até ontem (02/09): BA e TO (86%); GO (98%), MA (71%); MG (89%), MS (100%), MT (90%), PI (100%) SP (99%) e PR (100%). Total Brasil: 89% colhido.



- Beneficiamento - Até ontem (02/9): BA e TO (43%); GO (67%), MA (24%); MG (59%), MS (82%), MT (22%), PI (63%) SP (98%) e PR (100%). Total Brasil: 30% beneficiado.



Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, programa da Abrapa. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com


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Algodão: Abrapa quer tornar Brasil maior exportador mundial até 2030

01 de Setembro de 2021

A entidade que representa os produtores no país firmou uma parceria com a Apex para elaborar estratégias nas vendas externas da pluma



A Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa) planeja tornar o Brasil o maior exportador mundial de algodão até 2030. Para atingir esse objetivo, a entidade renovou uma parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex). Nos próximos dois anos, serão estudadas estratégias de vendas e elaborados protocolos para garantir boas práticas nas operações de embarque da pluma.



A renovação do convênio entre a Abrapa e a Apex aconteceu em meio à plantação de algodão em Cristalina (GO). O projeto Cotton Brazil, parceria, foi iniciado no ano passado.



"O nosso objetivo é aumentar a participação do algodão brasileiro no comércio mundial, conquistando mais espaço e melhorar a valorização da pluma brasileira. Hoje, o Brasil é o quarto maior produtor mundial da pluma do algodão e o segundo maior exportador mundial e queremos crescer ainda mais. Pois o algodão  tem se mostrado, ao longo do tempo, com um faturamento bruto três vezes maior que o da soja e emprega cinco vezes mais pessoas", destaca Júlio Cesar Busato, presidente da Aprapa.



O Brasil é o maior fornecedor de pluma de origem sustentável do mundo. O país responde por 36% de todo algodão certificado com o selo better cotton. Agora, Apex e Abrapa devem trabalhar na elaboração de protocolos de certificação de boas práticas nas operações de embarque do produto exportado.



De janeiro a julho deste ano, o Brasil exportou quase US$ 2 bilhões em algodão bruto.



"Não é apenas uma questão de quantidade. O que a gente vê nessa lavoura é a qualidade, sobretudo a sustentabilidade do algodão brasileiro. Aqui você tem desempenho, tecnologia, essa riqueza de cabeças e ao mesmo tempo a nossa riqueza natural garantindo a produção de um insumo tão importante", pontua Augusto Pestana, presidente da Apex.



Ainda dentro programa da Abrapa e Apex serão feitos estudos para melhorar as estratégias comerciais ligadas aos principais países compradores da pluma brasileira. Segundo a abrapa, apesar do algodão nacional ter a mesma qualidade do americano, líder em vendas, ele é vendido em uma média de preço 8% menor.



"Tenho certeza que nós vamos conquistar cada vez mais espaço com o produto brasileiro para que os produtores possam plantar cada vez mais algodão nas suas fazendas e aumentar a rentabilidade", finaliza Busato.


Canal Rural – Programa Rural Notícias - 30.08.2021


https://www.canalrural.com.br/noticias/algodao-brasil-maior-exportador-mundial-2030/


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