O 2º Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores está com inscrições prorrogadas até o dia 15 de outubro e traz uma novidade. Dudu Bertholini é o embaixador da nova edição do concurso e assinará o styling dos 10 trabalhos finalistas no desfile que selecionará os três primeiros colocados. Estudantes de moda ou design de todo o Brasil podem se inscrever para concorrer à oportunidade de entrar para o lineup oficial da Casa de Criadores e ganhar R$ 30 mil, entre outros benefícios.
Novo embaixador
Paulistano, Bertholini atua no ramo fashion de várias formas, seja como diretor criativo, estilista, stylist, figurinista, consultor ou comunicador de moda. Entre 2003 e 2013, ele e Rita Comparato comandaram a aclamada (e extinta) grife Neon, que marcou presença na moda brasileira e esteve em várias edições do São Paulo Fashion Week.
Após a Neon, o designer assinou criações por meio de parcerias e licenciamentos, a exemplo de uma collab com a Scarf Me, que a coluna mostrou em 2019. Também levou seus conhecimentos para a televisão e fez parte da bancada do programa Amor & Sexo, da TV Globo, no qual abordou questões como sexualidade e gênero.
Mais recentemente, participou da segunda temporada da série Nós, os Fashionistas, do canal FashionTV. Na atração televisiva, entrevistou colegas de profissão sobre criatividade. Agora, contribuirá com a nova edição do concurso promovido pelo movimento Sou de Algodão em parceria com o evento Casa de Criadores, conhecido por revelar novos talentos da moda autoral brasileira.
"Como um profissional multidisciplinar, eu digo que não importa o que eu faça, mas sim como o meu trabalho pode transformar e melhorar o mundo à minha volta", compartilhou o novo embaixador do Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores, em comunicado à imprensa. "Penso que as roupas, hoje, têm de ter um porquê de existirem, e trabalhar com moda pode ser um jeito de ser um agente de transformação positivo nessa história", completou Bertholini.
Como vai funcionar
O grande objetivo do Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores é promover, por meio dos novos talentos, o uso do algodão nacional como matéria-prima. Para isso, o concurso busca estudantes que querem contribuir com uma moda além do óbvio, dispostos a mostrarem novas possibilidades com tecidos feitos a partir do algodão produzido no Brasil. Em todas as etapas, os participantes serão selecionados por uma comissão julgadora.
Exclusivamente voltado para alunos de qualquer semestre de cursos superiores de moda, design ou áreas afins, o concurso abriu as inscrições da 2ª edição em agosto de 2020, com prazo inicial até o fim de fevereiro deste ano, mas prorrogou até 15 de outubro por causa da pandemia. Para concorrer, é necessário estar matriculado em uma instituição de ensino brasileira, e o curso deve ser reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC).
As inscrições podem ser individuais ou em dupla, sempre acompanhadas por um professor orientador vinculado à mesma instituição. Ao realizar o cadastro, o candidato cria um perfil no site do concurso e precisa comprovar a matrícula na instituição de ensino e a regularização do docente coordenador escolhido.
Após criarem o perfil na plataforma, os participantes devem anexar um projeto que inclui 6 looks completos em croqui (todos devem ter o algodão como material principal), um moodboard e um vídeo que fale sobre o candidato e a inspiração da minicoleção. Um dos seis looks, que pode ser masculino ou feminino, deve ser confeccionado com tamanho entre 38 e 48, e produzido com tecido de pelo menos 70% de algodão. Esse visual específico também deve ser apresentado em cinco fotos, com uma pessoa vestindo o look completo.
Etapas finais
A lista de semifinalistas será divulgada no dia 29 de outubro, com 20 candidatos de cada uma das cinco regiões do Brasil. Os participantes devem enviar o look executado completo para São Paulo (SP), onde os trabalhos selecionados serão avaliados. A relação com os 10 finalistas (dois de cada região) sairá no dia 24 de dezembro.
Depois disso, os finalistas desfilarão suas coleções presencialmente na edição 50 da Casa de Criadores, prevista para maio de 2022. Na passarela, eles devem exibir os mesmos seis looks anexados na primeira fase, que devem ser produzidos somente com materiais de tecelagens e malharias parceiras do movimento Sou de Algodão. No desfile, a comissão julgadora nomeará os três primeiros colocados e divulgará o resultado no próprio evento.
O candidato vencedor do desafio entrará para o lineup oficial da Casa de Criadores no segundo semestre de 2022 e levará R$ 30 mil para investir em sua coleção de estreia no evento. O professor orientador do aluno vencedor, por sua vez, ganhará R$ 10 mil no formato de bolsa orientação, montante destinado à pesquisa sobre algodão. Os estudantes que ficarem em segundo e terceiro lugares ganharão, respectivamente, 150m e 50m em tecidos de empresas parceiras do Sou de Algodão, além de um programa de orientação profissional.
"Dois pontos que eu adoro é que, desta vez, vão selecionar dois alunos de cada região do Brasil, e permitir a participação de alunos de todos os anos do curso de moda. Sempre incentivando os designers que, na sua maioria, estão começando a trajetória, mas que já têm o mundo inteiro para transformar pela frente", comentou Dudu Bertholini. Para ele, o desafio incentiva a moda autoral brasileira.
Primeira edição
O vencedor da 1ª edição do concurso foi o jovem mineiro Mateus Cardoso, que começou a trajetória fashion do zero ao ingressar no curso de moda da Faculdade Santa Marcelina. Para o desafio, apresentou um trabalho de moda masculina baseado na alfaiataria clássica.
O paranaense Dario Mittmann e o paraibano Rodrigo Evangelista ocuparam o segundo e o terceiro lugares, respectivamente. O desfile da final ocorreu na 45ª Casa de Criadores, em julho de 2019.
Saiba todos os detalhes sobre a segunda edição do desafio no site de inscrição da iniciativa. Aproveite para conferir uma matéria da coluna sobre o movimento Sou de Algodão, criado em 2016, que chama a atenção para o consumo consciente na moda e a valorização profissionais da indústria algodoeira do país, além de ampliar a comunicação sobre o Algodão Brasileiro Responsável (ABR).
Ilca Maria Estevão
01/08/2021 15:30,atualizado 01/08/2021 15:31