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Ouro Branco, agora certificado

31 de Maio de 2021

O comprometimento crescente dos cotonicultores brasileiros com a sustentabilidade é destaque na edição de maio da Revista Dinheiro Rural.  Em quatro páginas, a publicação mostra a evolução das adesões à certificação Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e licenciamento pela Better Cotton Initiative (BCI) e as oportunidades que se abrem para a pluma produzida com as melhores práticas  sociais, ambientais e econômicas.


Revista Dinheiro Rural 180 - maio

 

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Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão

28 de Maio de 2021

ALGODÃO PELO MUNDO #21/2021


- Algodão em NY - Mercado com pouca volatilidade esta semana. Com a proximidade de expiração do contrato de Jul/21, o mês com o maior número de contratos em aberto já é Dez/21, com prêmio de 85 pontos sobre Julho. O contrato Dez/21 fechou em 83,46 U$c/lp, alta de 1,8% nos últimos 7 dias.


- Preços - O preço do algodão brasileiro Middling 1-1/8" (31-3-36) posto Ásia fechou ontem cotado a 91,00 U$c/lp (-25 pts na semana) para embarque em Jun-Jul/21 e 93,75 U$c/lp (+100 pts) para embarque em Out-Nov/21.


- Altistas 1 - Segundo a consultoria Cotlook, a queda dos preços em NY para faixa próxima a 80 centavos aumentou a demanda por parte da indústria, que tem se beneficiado por preços firmes do fio.


- Altistas 2 - A Cotlook menciona também que enquanto essa faixa de preço tem estimulado a demanda por um lado, de outro a oferta dos produtores está mais retraída.


- Altistas 3 - Os números de exportação americana divulgados ontem mostraram muita força.  Vendas de 41 mil tons e embarques de 76 mil tons, totalizando 2,9 milhões de tons exportadas esta temporada (81% do previsto).


- Baixistas 1 - O mercado ficou em alerta após a China anunciar esta semana que está aprimorando a regulação de preços de commodities com objetivo de tentar evitar uma supervalorização e aumentos de custos no país.


- Baixistas 2 - Chuvas continuam caindo em áreas no Oeste do Texas. Produtores se apressam plantando longas horas para aproveitar a umidade. A seca e a baixa umidade no subsolo ainda preocupam.


- Cotton Brazil - Na semana que vem, o Brasil firma mais um importante acordo com o setor do algodão da China. A Abrapa e China National Cotton Exchange formalizam parceria para promoção do algodão brasileiro na China, em evento com a presença do Embaixador do Brasil na China, Paulo Estivallet.


- Plantio - Os EUA já semearam 49% da área prevista (+11pp na semana). Na Índia, enquanto as monções não chegam, o plantio em áreas irrigadas atingiu 55% do total.  No vizinho Paquistão, o plantio atingiu 21%, com condições favoráveis.


- China - Aspectos climáticos devem reduzir a safra 21/22 chinesa de algodão para 5,6 milhões de toneladas, a menor em 5 anos, de acordo com a Cotlook. Problemas climáticos e restrição de água para irrigação estão afetando as lavouras este ano.


- EUA e China - Esta semana autoridades comerciais de EUA e China tiveram a primeira conversa telefônica após a posse do Presidente Biden. O clima, contudo é tenso, com Biden e seus assessores elevando o tom de críticas sobre temas como origens da Covid-19, Xinjiang, Hong Kong, Taiwan, além das questões comerciais.


- Austrália 1 - Graças às chuvas e ao reestabelecimento dos níveis dos reservatórios, a produção australiana que está sendo colhida deve superar 550 mil tons, quatro vezes mais que o desastroso resultado do ano passado.


- Austrália 2 - O desafio agora é abrir novos mercados para substituir a China, que está boicotando produtos Australianos. No alvo, países como Vietnã, Bangladesh, Indonésia, Tailândia e Coreia do Sul – todos compradores do algodão brasileiro.


- Paquistão - De jul/20 a abr/21, o Paquistão movimentou US$ 12,6 bilhões com a exportação de têxteis e roupas, superando em 17,35% a cifra obtida no ciclo anterior (US$ 10,8 bilhões).


- Agenda 1 - Segunda-feira (31/5) será feriado de Memorial Day nos EUA, portanto sem mercado em NY.  A dúvida é se haverá chuvas ou não no Texas no Memorial Day!


- Agenda 2 - Em Junho, o Cotton Brazil, iniciativa que envolve Abrapa, Apex Brasil e Anea, percorre 8 países Asiáticos com o webinar Cotton Brazil Harvest 2021. Os eventos serão na China, Bangladesh, Vietnã, Turquia, Paquistão, Indonésia, Coréia do Sul e Índia.


- Exportações - Segundo o Ministério da Economia, foram exportadas 33,2 mil tons de algodão na terceira semana de maio, totalizando 81,6 mil tons nas três primeiras semanas do mês.  Com isso, as exportações Brasileiras já ultrapassaram 2,2 milhões de toneladas em 20/21.


Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, programa da Abrapa. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com


- Preços - Consulte tabela abaixo -


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Abrapa analisa oferta, demanda e preços do algodão no mundo

28 de Maio de 2021

A retomada do consumo mundial de algodão para o patamar de 26 milhões de toneladas e seu reflexo nos preços da pluma foram tema de entrevista da Abrapa ao Canal do Boi. Júlio Busato, presidente da entidade, lembrou que a demanda mundial caiu para 22 milhões no auge da pandemia e a rentabilidade chegou a ser negativa, o que motivou a redução da área plantada no Brasil.


Assista:  https://youtu.be/gqOcaHoLgFc

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Transparência é o caminho para conquistar o mercado internacional

27 de Maio de 2021

Além da qualidade da fibra, a transparência das informações sobre lotes e fardos influencia diretamente a percepção e a valorização do algodão brasileiro no mercado, em especial o asiático - destino de 99% das exportações brasileiras da pluma.  Para ganhar a confiança do mercado e acelerar a trajetória brasileira rumo à posição de maior fornecedor de algodão do mundo, a Abrapa aposta na disponibilização de dados completos sobre rastreabilidade e análise de classificação.


"Com consumidores a cada dia mais conscientes e exigentes, fiações e indústrias querem saber exatamente o que estão comprando. Por isso, é fundamental ampliar a transparência dos resultados de nossas análises de qualidade", explica Júlio Busato, presidente da associação.


Nas últimas décadas, novos recursos tecnológicos e pesquisas para melhoramento genético possibilitaram a expansão da cotonicultura e deram dimensão empresarial à produção brasileira de algodão, posicionando o País como quarto maior produtor mundial e segundo maior exportador da pluma.  Na média, a qualidade da pluma produzida no Brasil é, hoje, superior à americana, nossa principal concorrente.


Apesar disso, o algodão brasileiro é precificado entre 400 e 450 pontos a menos que o americano. Segundo Marcelo Duarte, diretor da Abrapa para o mercado externo, o Brasil está perdendo mais de R$ 1 bilhão de reais por ano. "O produtor está deixando de ganhar mais de 100 dólares por hectare", estima.


Pesquisa realizada na Ásia com 127 industriais têxteis indicou que, além de características como comprimento da fibra, os três atributos mais valorizados são uniformidade dos lotes, tempo de entrega e transparência das informações. "Esse terceiro ponto é onde o Brasil mais perde para os Estados Unidos. É um atributo relacionado à confiança e temos que melhorar para conseguir melhor remuneração", avalia Duarte.


Para Fernando Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), dar visibilidade aos dados de todo o processo produtivo é um caminho sem volta. "A rastreabilidade dos insumos e de todos os produtos gerados ao longo de uma cadeia de produção é um dos pilares da Global Fashion Agenda na qual estamos inseridos. Mais e mais, isso vem sendo demandado pelos atores que compõem a rede de produção e de distribuição, além dos consumidores", pontua.


Essa também é a avaliação de João Paulo Lefèvre, presidente do Conselho da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM). Segundo ele, o mercado exige, cada vez mais, informações sobre a origem dos produtos e a certeza de que o algodão comercializado foi produzido dentro das melhores práticas - sejam elas de qualidade, trabalhistas e de sustentabilidade e respeito ao meio ambiente. "A possibilidade de rastreamento será um fator decisivo na hora da compra, quem não tiver condições de fornecer essas informações não fará parte do mercado premium e terá o seu produto desvalorizado", acredita Lefévre.


Júlio Busato, presidente da Abrapa, ressalta que o compromisso com a transparência deve ser de todo o setor. "Não adianta um produtor, por maior que seja, fazer isso sozinho", avalia. "Somos mais ágeis e mais criativos do que ao americanos, mas temos um longo e árduo trabalho pela frente, que é conquistar uma maior confiabilidade e credibilidade do algodão brasileiro como um todo", afirma Busato. Esse é o objetivo do Programa Standard Brasil HVI (SBRHVI) lançado em 2016 pela Abrapa.


Henrique Snitcovski, presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), acredita que o programa contribuirá para uma maior representatividade da cotonicultura brasileira no comércio mundial. "O país produz em grande escala com tecnologia e responsabilidade socioambiental. O SBRHVI, neste sentido, pode dar mais transparência e credibilidade às análises de qualidade da fibra nacional, valorizando e fortalecendo a presença de nosso produto em diferentes mercados consumidores", avalia.


Banco de Dados


Um dos pilares do programa SBRHVI é um centro de inteligência, que armazena os dados de análise e classificação do algodão produzido no País. Todos os laboratórios participantes operam em rede, o que garante os resultados de origem e possibilita a geração de estatísticas do algodão brasileiro.


As informações do centro de inteligência do SBRHVI são disponibilizadas em um completo Banco de Dados, integrado ao Sistema Nacional de Dados do Algodão (Sinda), ao Sistema Abrapa de Identificação (SAI) e ao Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR). "Isso permite a inclusão de informações sobre a análise da fibra nas etiquetas SAI, completando a rastreabilidade da pluma brasileira", ressalta Júlio Busato.


Por que aderir ao SBRHVI


Todo produtor que participa do SBRHVI disponibiliza, ao comprador, dados da unidade produtiva, da algodoeira, das certificações ABR/BCI e ABR-UBA, dos fardos,


do laboratório e da análise de HVI. Essa transparência transmite confiança aos potenciais consumidores do algodão brasileiro.


"Quando se compra um produto, é natural que se queira saber em detalhes o que se está comprando", pondera Walter Horita, socio-proprietário do Grupo Horita, que cultiva algodão no Oeste da Bahia. "Ser parte do SBRHVI é um valor que se agrega para quem compra algodão e para quem vende, porque quem produz quer ser remunerado à altura do que entrega. Muito em breve, ser SBRHVI não será mais uma opção, mas uma condição para ser player num mercado extremamente exigente", diz Horita.


Nathalia Rezende Borges, produtora da região goiana de Mineiros e Perolândia, acredita que este tempo já chegou. "Não dá mais para negociar sem a divulgação de dados. Se não fizermos parte do programa, perdemos credibilidade e não conseguimos vender no mercado internacional", afirma. Sua expectativa é que o mercado reconheça e remunere melhor o produto com rastreabilidade total.


Com o propósito de auxiliar os cotonicultores nesse processe, a Abrapa atualizou o sistema de rastreabilidade para a safra 2020/21. A partir do segundo semestre de 2021, o comprador deverá se cadastrar no SAI para ter acesso às informações dos produtores participantes do programa SBRHVI. Será possível consultar fardo a fardo e o produtor poderá conceder um link para que o comprador faça consulta por lotes, via sistema SBRHVI.


Além de conferir confiabilidade ao algodão brasileiro, Júlio Busato salienta que a rastreabilidade completa é, também, uma excelente ferramenta de feedback dos compradores para os produtores, o que contribui para a melhoria contínua da qualidade da fibra produzida no Brasil. "É uma relação de ganha-ganha", resume o presidente da Abrapa.

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Novo portal reúne mais de 200 bases de dados da agropecuária brasileira

26 de Maio de 2021

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lançou, nesta terça-feira (25), o portal do Observatório da Agropecuária Brasileira. A plataforma reúne mais de 200 bases de dados sobre safra agrícola, previsão climática e crédito rural, entre outros.  O serviço pode ser acessado por qualquer interessado e visa fortalecer e aprimorar a integração, a gestão, o acesso e o monitoramento de informações de interesse estratégico para a agropecuária.


Desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Lavras (Ufla), o sistema de Business Intelligence busca, também, oferecer soluções inovadoras de tecnologia da informação e comunicação, de modo a subsidiar processos de tomada de decisão dos setores público e privado, do terceiro setor e da sociedade. De acordo com o Ministério da Agricultura, o Observatório da Agropecuária Brasileira tem a missão de transformar dados em informações assertivas e oferecer uma grande capacidade de integração e análise dessas informações numéricas, gráficas, cartográficas e geoespaciais das diversas cadeias produtivas do agronegócio.


A plataforma disponibiliza dados do Mapa e de suas empresas vinculadas: Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa),  Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) e Serviço Florestal Brasileiro (SFB). Também integram o Observatório registros do Banco Central do Brasil (Bacen), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), Universidade Federal de Lavras (UFLA) e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).


Acesse http://observatorio.agropecuaria.inmet.gov.br/

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Cotonicultores argentinos buscam modelo brasileiro para reorganizar o setor

26 de Maio de 2021

A trajetória dos cotonicultores brasileiros é exemplo para a estruturação da cadeia produtiva dos países vizinhos.  Em reunião com a Associação Argentina dos Produtores de Algodão (AAPA), nesta quarta-feira (26), a Abrapa mostrou como a organização dos produtores em associações levou o Brasil da posição de grande importador, nos anos 90, para segundo maior exportador e quarto maior produtor mundial da pluma.


No passado, a produção Argentina de algodão foi superior à brasileira. A realidade, hoje, é bem diferente. Enquanto o Brasil obteve 3 milhões de toneladas na safra 2019/2020,  os argentinos produziram 335 mil toneladas da pluma.  Criada há menos de dois anos, a AAPA busca a experiência brasileira para promover a expansão da cultura e defender os interesses dos cotonicultores locais. A aproximação é vista pelo presidente da Abrapa, Júlio Busato, como uma oportunidade para troca de informações e experiências. "Temos alguns problemas em comum e podemos tirar proveito de coisas que estamos fazendo", afirmou na abertura do encontro virtual.


O diretor executivo da associação, Marcio Portocarrero, apresentou dados da evolução do setor nas últimas décadas e explicou o papel da Abrapa e das associações estaduais nesse processo. Criada em 1999, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão vem atuando no planejamento e na coordenação de projetos estruturantes e de interesse dos cotonicultores.  As ações são executadas com o apoio das associações estaduais, responsáveis pelo relacionamento direto com os produtores. "O diálogo com o governo, por meio da Câmara Setorial do Algodão, tem sido muito importante", destacou.


O combate ao bicudo algodoeiro foi apontado como prioridade dos cotonicultores brasileiros. Em parceria com a Embrapa, a associação pesquisa uma variedade resistente à praga. "Podemos trabalhar juntos em estratégias para buscar soluções", propôs Portocarrero, alertando para o potencial de perda do bicudo, de 100% da produção. Citou, ainda, a experiência brasileira de controle biológico de pragas e doenças, por meio de cinco biofábricas das associações estaduais e do incentivo ao modelo on farm. "Há cerca de cinco anos, estamos investindo muitíssimo na substituição de químicos por biológicos. Temos um compromisso em melhorar a forma de produção e nos tornarmos mais eficientes e competitivos", frisou.


Como tendências da cadeia produtiva do algodão no Brasil, o diretor executivo da Abrapa mencionou o uso de ferramentas de precisão e inteligência digital e artificial, principalmente na aplicação de insumos, a busca por tecnologias limpas e a quantificação de carbono no sistema produtivo. Também destacou a maior transparência na rastreabilidade do algodão, desde o produtor até o consumidor final, com ênfase nas boas práticas em todas as etapas da cadeia produtiva.


Hector Linke, presidente da Associação Argentina dos Produtores de Algodão (AAPA), agradeceu as informações e manifestou interesse em trabalhar em parceria com os cotonicultores brasileiros. "Queremos seguir os passos do Brasil, estar associados e trabalhar em conjunto para que o algodão cresça na Argentina como vocês cresceram", afirmou Linke.


Além de outros representantes da (AAPA), a reunião contou com a presença de Carlos Almiroty, presidente da Câmara de Algodão Argentina, e Mauricio Tcach, do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária da Argentina.

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Abrapa e Syngenta debatem desafios da produção brasileira de algodão

24 de Maio de 2021

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) se uniu à Syngenta, parceira do programa Sou de Algodão, para a realização de um debate virtual sobre o cenário atual da cultura e as expectativas para o futuro do mercado. O chamado Cotton Connection reuniu, na última sexta-feira (21), diversos especialistas em torno do tema  "das lavouras brasileiras para o mundo".


O panorama mundial é de forte demanda por algodão, com expectativa de crescimento no próximo ano.  Os pacotes de resgate e a retomada da atividade econômica em diversos países fizeram com que os preços na bolsa de Nova York saltassem de 45 cents/libra, no ano passado, para 95 cents/libra.  Para o analista de mercado Pedro Dejneka, sócio da MD Commodities, a questão a ser debatida é como os cotonicultores brasileiros se posicionarão neste cenário.


A previsão para a safra americana é de 3,7 milhões de toneladas, o que tem mantido os preços em torno de 80 cents/libra. Caso o clima favoreça, porém, Dejeneka alerta que a produção dos Estados Unidos pode chegar a 4,2 milhões, com estoque final acima de 1 milhão, o que derrubaria as cotações.  "Se voltar a chover com mais regularidade no Texas, vai ser muito difícil sustentar preços nos níveis que estão. Podemos, facilmente, ficar abaixo de 75 cents em dezembro/21, o que levaria dezembro/22 para a casa dos 65 cents/libra", ponderou.


O analista ressaltou, ainda, que a cotação atual, entre 80 e 90 cents/libra, está muito próxima do topo histórico, o que representa uma excelente oportunidade de trava. "O mercado de commodities está extremamente volátil. Estejam cientes disso e trabalhem sua gestão de risco e preservem seu fluxo de caixa", aconselhou. "É preciso ter coragem para agir de forma flexível e agressiva, mas com cautela para preservar a sustentabilidade do seu negócio", concluiu.


A produção brasileira de algodão dobrou nos últimos quatro anos, chegando a 3 milhões de toneladas na safra 2019/2020. Mas ainda há muito espaço para crescer, assegurou o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato. Para isso, segundo ele, é necessário melhorar a rentabilidade da pluma brasileira. "Na Ásia, em média, vendemos o algodão brasileiro entre 400 e 450 pontos abaixo dos nossos colegas americanos", afirmou. Na prática, isso significa que o Brasil está deixando de ganhar R$ 1 bilhão por ano. "Temos qualidade, rastreabilidade e estamos dando um show em sustentabilidade, mas agora entramos numa briga de "cachorro-grande" e os produtores têm que fazer o dever de casa", disse Busato. A missão é conquistar maior confiabilidade e credibilidade do algodão brasileiro, por meio de cresscente qualidade e transparência de todo o setor. "Não adianta um produtor, por maior que seja, melhorar sozinho a qualidade do seu algodão. Temos que fazer isso juntos", enfatizou.


Para promover a pluma brasileira no exterior e caminhar rumo ao topo do ranking mundial de exportadores, a Abrapa lançou, em 2020, o projeto Cotton Brazil, em parceria com o governo brasileiro e as tradings. As ações são focadas na indústria, especialmente a asiática, destino de 99% das exportações brasileiras de algodão.


Marcelo Duarte, representante da Abrapa em Singapura, falou sobre a importância de se compreender as peculiaridades de cada mercado e trabalhar a percepção da fibra brasileira.  "Pesquisas mostram que a imagem do Brasil ainda é aquém da qualidade do algodão que produzimos", conta. Segundo ele, a característica mais valorizada pelos compradores é comprimento de fibra e, neste quesito, a pluma brasileira é muito superior à norte-americana – nossa principal concorrente.


Além da qualidade, os clientes asiáticos valorizam uniformidade dos lotes, agilidade de entrega e transparência nas informações de lotes e fardos. "Este último ponto é onde o Brasil mais perde para os Estados Unidos, está relacionado à confiança e temos que melhorar para conseguir uma melhor remuneração", avalia Duarte.


O mercado doméstico também é prioritário para a Abrapa. O Brasil continua sendo o maior cliente do algodão brasileiro, com um consumo de aproximadamente 700 mil toneladas por safra. As ações de promoção no mercado interno são desenvolvidas por meio do projeto Sou de Algodão. Silmara Ferraresi, assessora da presidência da Abrapa e gestora do movimento, contou que a iniciativa foi lançada em 2016 para conversar diretamente com o consumidor final e incentivar a moda responsável e o consumo consciente.  O projeto já conta com cerca de 550 parceiros de toda a cadeia têxtil. "Queremos agregar alto valor ao algodão brasileiro. A gente não vende necessariamente só commodity quando o consumidor final entende e procura pelo que você entrega, e nós entregamos algodão com qualidade, rastreado, certificado e produzido de forma responsável", pontuou.


Antonio Carrere, diretor de Planejamento Estratégico da John Deere, reiterou que o consumidor quer produtos sustentáveis e rastreabilidade. Ele elogiou o trabalho que vem sendo feito pelos produtores brasileiros, na busca pelas melhores tecnologias ao redor do mundo. "Uma grande oportunidade para os produtores se tornarem ainda mais produtivos, eficientes e rentáveis é via geração de dados", afirmou, frisando a necessidade do Brasil avançar na conectividade do campo.


Walter Horita, presidente do Grupo Horita, destacou a visão de futuro e o planejamento do setor, conduzido pela Abrapa com grande engajamento dos produtores.  "Tudo veio acontecendo ao seu tempo. Não poderíamos avançar em projetos de promoção sem antes avançar na produção", afirmou. Horita acredita que, em cinco anos, o Brasil se tornará o maior exportador mundial de algodão. "Se o mercado permitir, vamos passar os Estados Unidos e talvez, também, nos tornar o terceiro maior produtor de algodão do mundo. Para isso, basta um acréscimo de 500 a 700 mil hectares de acréscimo na área brasileira, o que é muito fácil acontecer", completou.


Na avaliação de Matthias Koenig, diretor de negócios da plataforma Nutrade da Syngenta, o sucesso da cotonicultura brasileira no mundo depende da produtividade e da qualidade da lavoura e da reputação do nosso sistema de produção. "Para acelerar essa jornada é preciso parceiros com vontade de assumir riscos e investir", disse. Neste sentido, a Syngenta reafirmou seu compromisso com o crescimento do setor algodoeiro. "Somos incansáveis no desenvolvimento de novas tecnologias, para ajudar o produtor brasileiro nessa caminhada e podermos ganhar dos Estados Unidos em todo os quesitos de qualidade", afirmou o diretor Comercial da empresa, Luciano Daher.


Cotton Connection


Como grande parte dos segmentos, a cotonicultura foi fortemente afetada pela pandemia de Covid-19. O primeiro impacto foi a queda na demanda econsequentemente, nos preços da commodity. Toda a cadeia precisou se reorganizar e se adequar ao novo cenário. Nesse contexto, surgiu a ideia do Cotton Connection: um fórum para as principais lideranças do algodão debaterem desafios e perspectivas do setor. O sucesso da primeira edição levou a Syngenta a incorporar o evento ao calendário anual da empresa.

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Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão

21 de Maio de 2021

ALGODÃO PELO MUNDO #20/2021


- Algodão em NY - O spread invertido entre jul/21 e Dez/21 desapareceu com Jul/21 fechando ontem em 81,53 U$c/lp, queda de 4,1%, enquanto Dez/21, referência para a nova safra brasileira, fechou em 81,99 U$c/lp, queda de 1,6% nos últimos 7 dias.


- Preços - O preço do algodão brasileiro Middling 1-1/8" (31-3-36) posto Ásia fechou ontem cotado a 91,25 U$c/lp (-450 pts na semana) para embarque em Jun-Jul/21 e 92,75 U$c/lp (-325 pts) para embarque em Out-Nov/21.


- Baixistas 1 - Choveu no Texas e os últimos boletins meteorológicos indicam chance moderada de chuva na próxima semana. Entretanto, apesar dessas chuvas, a situação de seca ainda é crítica na região.


- Baixistas 2 - O contrato Jul/21, pressionado pela proximidade de sua expiração e inversão em relação a Dez/21 foi o que mais caiu: 10% nessas duas semanas. Opções de Julho vencem em 11/Jun e entrega se inicia 24/Jun.


- Altistas 1 - Compradores privados Chineses, mesmo sem a alocação oficial da nova cota de importação, já se movimentam no mercado, confiantes de que a oficialização dos limites por importador deve ocorrer em breve, informou a Cotlook.


- Altistas 2 - O balanço de oferta e demanda nos EUA continua apertado. Semana passada, o USDA divulgou relatório mensal com aumento na previsão de exportações do país, o que se confirmou nesta semana com bons números de embarques semanais.


- Plantio 1 - Os EUA já semearam 38% da área prevista. No Paquistão, o plantio deve terminar no final do mês, enquanto na Índia a expectativa é em relação à chegada das monções na virada do mês, que permitirão plantio em áreas de sequeiro.


- Plantio 2 - Com o plantio na reta final, China Cotton Association divulgou que o país deve semear este ano 2,9 milhões de hectares com a fibra, 9.4% a menos que a estimativa do USDA. A principal região produtora do país, Xinjiang, tem tido clima adverso nesta safra: muito vento e frio.


- China 1 - O governo Chinês está silencioso em relação à importação de algodão para recompor as reservas estatais. Segundo a Cotlook, rumores de mercado indicam que a reserva estatal fará leilões de venda de estoques velhos em breve.


- China 2 - O governo Chinês divulgou dados preliminares de importação no mês de Abril. Segundo a Alfândega Chinesa, o país importou 230 mil tons de algodão e 230 mil tons de fio de algodão no mês passado.


- China 3 - Desde Ago/20, a China já importou 2,3 milhões de tons de algodão (+86% que período anterior) e 1,7 milhões de tons de fio de algodão (+21% que período anterior).


- Índia 1 - Apesar da enorme crise sanitária enfrentada pelo país devido à Covid-19, os impactos no consumo de algodão pelas fiações do segundo maior consumidor do mundo têm sido pequenos, por enquanto.


- Índia 2 - Entretanto, a indústria de confecções tem enfrentado grandes desafios nesta segunda onda. Em abril, 72% das indústrias de roupas na Índia tiveram pedidos de compra cancelados e 75% pretendem reduzir equipes, segundo a CMAI, entidade local.


- Vietnã 1 - Segundo maior mercado para o algodão Brasileiro, o Vietnã exportou US$ 9,5 bilhões de vestuário têxtil de jan/20 a abr/20. Somente em abril, somaram US$ 3 bilhões, recorde para o mês.


- Vietnã 2 - O setor continua em franca expansão no país, com destaque para o investimento de US$ 500 milhões do grupo chinês Texhong em uma fiação cuja 1ª fase entra em operação neste ano.


- Exportações - Segundo o Ministério da Economia, foram exportadas 22,5 mil tons de algodão na segunda semana de maio, totalizando 48,4 mil tons nas duas primeiras semanas do mês.


Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, programa da Abrapa. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com


- Preços - Consulte tabela abaixo


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Abrapa acompanha largada da colheita da safra 20/21

21 de Maio de 2021

O presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, esteve esta semana em Campos de Holambra/SP, para acompanhar o início da colheita da safra 2020/2021 no país e conversar com cotonicultores da região. A visita faz parte de um giro pelos estados produtores da fibra.


Em reunião com a Associação Paulista dos Produtores de Algodão (Appa), Busato falou sobre os projetos desenvolvidos pela Abrapa na busca de mercados e na valorização da pluma brasileira – como o Cotton Brazil e o Sou de Algodão. Também destacou a importância da adesão ao programa Standard Brasil HVI (SBRHVI), para maior credibilidade às análises de classificação feitas pelos laboratórios brasileiros. "Para conquistar mercado e valorizar a pluma brasileira, os produtores precisam fazer o dever de casa e trabalhar em prol da qualidade, da transparência e da credibilidade", afirma Busato, elogiando a união dos cotonicultores paulistas, que trabalham em sistema de cooperativa. "Isso tem ajudado muito no crescimento do setor", avalia.


De acordo com presidente da Appa, Peter Derks, a aproximação com a Abrapa é um incentivo para o aumento da produção de algodão no estado, ainda pequena em razão da grande competição pela área com culturas, como cana e laranja.  Outra questão é predomínio do algodão safra, o que significa que a pluma concorre com soja e milho. "A preocupação dos produtores é com a remuneração e o algodão tem altos e baixos", pontua. "Depois da visita,  são mais pessoas sabendo o que vem sendo feito pelo setor e falando para as outras, isso é muito proveitoso para a cotonicultura da região", avalia Derks.

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Colheita do algodão: setor vive cenário positivo

21 de Maio de 2021

O início da colheita da safra 20/21 de algodão e o aquecimento da demanda foram alguns dos assuntos abordados pelo presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, em entrevista ao Canal Terra Viva, nesta quinta-feira (20). Busato explicou que a previsão de uma produção 20% inferior à do ciclo anterior se deve à redução da área plantada, em razão da baixa cotação da pluma no período de plantio. O bom momento do mercado deve se refletir na retomada do crescimento na próxima safra.


Assista: https://youtu.be/hVU0xLnsR-Y


Canal Terra Viva, 20.05.2021

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