Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão
ALGODÃO PELO MUNDO #29
Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão
Algodão em NY - Os contratos futuros de algodão em NY, que caíram abaixo de 60 c/lp na última sexta-feira, fecharam os últimos sete dias com leve alta graças principalmente ao relatório positivo de exportações dos EUA divulgado ontem (30). O contrato dez/20 fechou ontem a 63,18 c/lp, com ganho de 126 pontos na semana.
Ano Comercial – Em termos globais, hoje é o último dia do ano comercial 2019/20, que ocorre de Agosto a Julho. O Brasil tem muito a comemorar, pois neste ano comercial o país se consolidou como 2º maior exportador global, com embarques consistentes ao longo dos 12 meses. Importante destacar que no Brasil, a Anea adota o ano comercial de Julho a Junho, uma vez que as exportações da safra nova já ocorrem a partir de Julho de cada ano.
Altistas - As vendas líquidas semanais de exportação dos EUA da safra atual surpreenderam positivamente o mercado, com 28,5 mil toneladas. Os principais compradores foram os mesmos dos últimos meses: Vietnã, (60%) e a China (22%). Os embarques semanais aumentam 20%, para 73,5 mil tons, liderados pela China (33%), Vietnã (28%) e (Turquia 13%).
Altistas 2 - As notícias sobre o clima nos EUA seguem movimentando o mercado. O furacão Isaias pode atingir os EUA, depois de ter causado estragos em Porto Rico nessa quinta-feira (30). O fenômeno climático pode atingir importantes regiões produtoras de algodão na Costa Leste, como as Carolinas (do Norte e do Sul) e Georgia, podendo causar danos de produtividade e qualidade nas lavouras que se encontram em estado final.
Baixistas - O relatório sobre as condições das lavouras nos EUA continua mostrando melhorias em todo o cinturão de algodão. Lavouras consideradas Boas a Excelentes (B+E) aumentaram novamente esta semana em 2pp para 49%. No estado do Texas as lavouras B+E subiram de 28% para 31%. Temperaturas mais baixas do oeste do Texas ao delta com chuvas dispersas ajudaram na melhoria das condições.
Baixistas 2 - Como reflexo dos danos econômicos globais causados pela pandemia de Covid-19, a indústria têxtil da China, maior consumidor global de algodão, ainda se recupera. Segundo a representante do escritório da Apex Brasil na China, a taxa de operação média na indústria têxtil chinesa vem sendo em torno de 70% da capacidade e algumas poucas fábricas operando a 100%. De modo geral, estão enfrentando dificuldades de caixa em função de pedidos cancelados dos EUA e Europa.
China - As importações de algodão da China em junho totalizam 90.000 tons, +28,9% que o mês anterior e +42,7% em relação ao ano anterior. No ano, as importações totalizaram 1,41 milhão de toneladas, uma redução de 27,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. A participação de mercado dos EUA subiu para 27%, em comparação com 18% no auge da guerra comercial.
China 2 - Desde o início da guerra comercial EUAxChina, em 2018 até a assinatura da fase 1 do acordo comercial entre os dois países no início deste ano, o Brasil, que tinha menos de 10% de participação no mercado Chinês, vinha liderando as exportações de algodão para o gigante asiático, chegando a representar mais de 36% das vendas. O desafio do país é defender este mercado conquistado neste novo cenário geopolítico.
Índia - A empresa estatal Indiana CCI (Cotton Corporation of India) está empenhada em aumentar as exportações para Bangladesh e Vietnã. Um memorando de entendimento está sendo elaborado entre os governos para exportação de 340 mil tons de algodão para o vizinho Bangladesh. Para o Vietnã a estratégia da CCI é montar seu próprio armazém no país para aumentar as exportações para o país do sudeste asiático.
Lavouras - O relatório do USDA desta semana indicou que 84% do algodão do país está emergido, em linha com a média de 5 anos e última safra. O Missouri ainda está atrasado. O índice de formação de maças é de 42%, o mesmo que na safra passada.
Colheita - A Abrapa informou o progresso da colheita da safra 2019/20 de algodão no Brasil até ontem: Mato Grosso :39%; Bahia: 38%; Goiás: 61%; Minas Gerais: 56%; Mato Grosso do Sul: 78%; Maranhão: 40%; Piauí: 61%; São Paulo: 95%; Tocantins: 38% e Paraná: 99%. Média Brasil: 41% colhido.
Exportações - De acordo com dados do Secex, exportações brasileiras de algodão totalizaram 17,95 mil toneladas na quarta semana de julho. O total exportado nas quatro primeiras semanas do mês foi de 62,9 mil toneladas.
Exportações 2 - O recorde de exportação de algodão para o mês de julho tinha sido 47 mil tons em 2019.
Preços - A tabela abaixo ⬇ mostra os últimos movimentos de preços, índices e câmbio que impactam o mercado de algodão.