Nos dias 26, 27 e 30 de março, o algodão, em especial, o algodão do Brasil, foi o tema do quadro "Opinião do Colunista", no Jornal Terra Viva, da emissora de TV Terra Viva, do Grupo Bandeirantes. O espaço é assinado pelo renomado cientista Evaristo de Miranda, chefe geral da Embrapa Territorial, Engenheiro Agrônomo, pesquisador, com mestrado e doutorado em ecologia pela Universidade de Montpellier (França) e uma biografia que acumula centenas de trabalhos publicados no Brasil e exterior, além da autoria de 45 livros, alguns deles, publicados em diversas línguas.
Miranda iniciou a série falando sobre a guinada da cotonicultura brasileira entre o final dos anos 80 e os dias de hoje, em que o país deixou de ser um grande importador da pluma para se tornar o segundo maior exportador mundial. Diversos fatores respondem pela quase extinção da atividade econômica algodoeira, no apagar das luzes do século XX, a começar pelo aparecimento no Brasil do bicudo do algodoeiro, em 1983, que viria a se tornar a pior praga da cotonicultura, até problemas decorrentes da prática corrente à época da monocultura e as conjunturas política e econômica, que causaram um grande choque na indústria têxtil nacional.
Esse quadro foi revertido com a transferência da atividade para o centro-oeste brasileiro, a organização e a união dos produtores, e, como consequência disso, a adoção de um pensamento sustentável, que fez o país não apenas atender plenamente ao seu consumo interno, como se tornar um grande player no mercado mundial, atingindo altas produtividades na lavoura, sendo reconhecido pela sustentabilidade - social, ambiental e econômica-, da sua fibra.
A sustentabilidade, por sua vez, é o tema da segunda coluna sobre o algodão, no quadro de Evaristo de Miranda. Ele detalha o programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) da Abrapa, operacionalizado pelas suas associações estaduais, que, embora seja nacional, já tem chamado atenção dos compradores no mundo, uma vez que ele atua em parceria (benchmark), no Brasil, com a mais renomada instituição internacional de licenciamento de fibra sustentável, a ONG suíça Better Cotton Initiative (BCI).
Embora a BCI dê o respaldo internacional ao ABR, a iniciativa brasileira supera em muito a internacional em matéria de exigência de cumprimento de requisitos de boas práticas nas fazendas de algodão. Miranda afirma que "Além dos 25 indicadores internacionais da BCI, o ABR tem mais 153 indicadores próprios, totalizando 178 indicadores de sustentabilidade". No texto que acompanha a coluna, disponível no site www.tvterraviva.band.uol.br, os internautas têm acesso a esses critérios e suas abordagens. Eles são divididos em (1) contrato de trabalho; (2) proibição de trabalho infantil; (3) proibição de trabalho análogo a escravo ou em condições degradantes ou indignas; (4) liberdade de associação sindical; (5) proibição de discriminação de pessoas; (6) segurança, saúde ocupacional e meio ambiente do trabalho; (7) desempenho ambiental; (8) boas práticas agrícolas.
As colunas especiais sobre o algodão de Evaristo de Miranda no canal Terra Viva se encerram com uma abordagem sobre transgênicos e sua relação direta com o aumento de produtividade e a diminuição dos impactos ambientais. O chefe da Embrapa Territorial vai à gênese do algodoeiro no mundo, a história do início do seu cultivo pela humanidade, até as tecnologias que permitiram o aumento de produtividade para o suprimento da demanda crescente pela fibra, decorrente