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Abrapa – 20 anos na vanguarda

08 de Abril de 2019

O que separa uma produção de 700 mil toneladas de uma de quase três milhões de toneladas, ou a condição de grande importador para a de segundo maior exportador de pluma de algodão do planeta não são números que se mensurem em unidades de peso, mas que se marcam no calendário. Vinte anos se passaram desde que, em 7 de abril de 1999, foi criada a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). A entidade já nasceu sob o signo do desenvolvimento, tendo por estratégia a sustentabilidade da atividade. Ao surgir, como a materialização da união dos cotonicultores do Brasil, a Abrapa deixava para trás uma história secular de fracassos, sucessos temporários e recomeços da cotonicultura brasileira como atividade econômica, para inaugurar uma nova página na história, cravando decisivamente o nome do Brasil no mapa mundial do algodão.



Na safra 2018/2019, que começará a ser colhida em mais alguns dias, a Abrapa e o mercado esperam uma produção nacional de 2,8 milhões de toneladas de pluma. Nos dez estados produtores de algodão do país, as lavouras devem alcançar produtividade média de 1770 quilos por hectare, índice considerado entre os maiores do mundo, principalmente por se tratarem de cultivos em regime de sequeiro. Para os ciclos adiante, a expectativa é de crescimento de área e produção, principalmente, na chamada segunda-safra, cujo plantio é feito na sequência da soja precoce, sistema para o qual o centro-oeste do país, com destaque para o estado de Mato Grosso, tem grande aptidão.



Com o crescimento vertiginoso da produção, e a estagnação da demanda do mercado interno em cerca de 700 mil toneladas, o excedente de pluma que o Brasil deve produzir é três vezes maior do que a indústria têxtil nacional é capaz de consumir, e precisa ser totalmente exportado. A capacidade de escoamento da safra por rodovias e portos, contudo, não acompanhou esse crescimento e ameaça penalizar o produtor justamente pela sua competência. Por essa razão, logística tem sido uma prioridade para a Abrapa, definindo as ações da instituição para o futuro a curto, médio e longo prazo, somando-se às sua quatro grandes frentes de trabalho: qualidade, sustentabilidade, rastreabilidade e promoção.



Produzir cada vez mais, mesmo sabendo que podem haver implicações é um "bom problema". O tipo do desafio que a Abrapa costuma assumir. O novo contexto da produção da pluma impacta tanto nas condições para garantir a entrega do produto para os clientes, a maioria deles, localizados na Ásia, quanto em todas as atividades que a associação desenvolve como programa – Algodão Brasileiro Responsável (ABR), Standard Brasil HVI (SBRHVI), Sistema Abrapa de Identificação (SAI) e Sou de Algodão. Interfere também nas ações de promoção da pluma, que focam em relacionamento para abertura e consolidação de mercados. Dentre elas, as missões Compradores e Vendedores.



Atuantes e em dia com o seu tempo, os presidentes que passaram pelo comando da associação, assim como o da gestão em curso, relembram a trajetória de duas décadas da entidade que ajudaram a criar e olham para frente, tentando prever os grandes desafios, partindo do momento em que o Brasil se consolida como player de peso no algodão, que agora passa a influenciar no comportamento do mercado.


 


Novos paradigmas



Para o atual presidente da entidade, Milton Garbugio, a Abrapa rompeu com modelos arcaicos de cotonicultura para estabelecer novos paradigmas. "Mudamos de região produtiva no Brasil, investimos em qualidade e em aumento da produção; prosperamos no cerrado, uma região que era desacreditada, e hoje o Brasil é reconhecido mundialmente como um país fornecedor de pluma sério, que honra os seus contratos e tem um produto de excelência para oferecer", ressalta. Garbugio vê ainda muitas oportunidades de crescimento, tanto de área e produção, quanto de mercado. "Nosso algodão é produzido em bases sustentáveis do ponto de vista ambiental, social e econômico. Cada vez mais, isso é o que o cliente quer", diz. Atualmente, o país já tem a maior participação, estimada em cerca de 30%, no montante mundial de pluma licenciada pela ONG suíça Better Cotton Initiative (BCI). Chegar a este estágio foi possível graças à criação do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que, desde 2012, opera em benchmarking com a BCI.




Decisões acertadas



Dentre as decisões acertadas que a Abrapa tomou desde a fundação, e que, a seu ver, respondem por parte do sucesso da associação, o ex-presidente João Luiz Ribas Pessa, o primeiro a assumir o comando da entidade, salienta os mandatos sem reeleição. "Evitar a perpetuação na presidência, porém com segurança de continuidade na linha da gestão, permitiu que a Abrapa pudesse atuar sob perspectivas diferentes, evitando a estagnação", afirma Pessa. Ele destaca a representatividade estadual, através das associações filiadas nos estados produtores, como outro fator para o êxito da nacional. "Além desses, tem o fato de que a Abrapa não foi criada para competir com os outros elos da cadeia produtiva, como seus fornecedores, a indústria ou os exportadores. Entidades como a Abit e a Anea, são nossas parceiras", diz.



Ainda segundo Pessa, no âmbito governamental, a associação assumiu uma postura proativa.  "Não chegamos na porta do Executivo apenas para pedir. Quando a Abrapa vai com um problema ao Governo, ela já leva também a solução e se compromete a ser parte da viabilização da proposta", revela Pessa, que considera os problemas logísticos e o excesso de burocracia nas exportações como os grandes gargalos do setor que pautarão a entidade nos próximos anos.



Olhar o todo



Os anos iniciais da Abrapa e os percalços pelos quais passava a cotonicultura nacional ainda estão vívidos na lembrança do segundo presidente da história da Abrapa, Jorge Maeda, que liderou a instituição entre maio de 2002 e março de 2006. "A Abrapa surgiu num contexto de crise muito grande. Os produtores de algodão se juntaram para tentar reverter essa situação, escrever uma nova história. O bonito dessa união é que ela se deu de fato entre aqueles que cultivavam algodão, sem incursões de outros agentes, e conquistou credibilidade", relata. Maeda destaca o papel da iniciativa privada na trajetória da associação, em especial da empresa FMC, cujo apoio, em sua opinião, foi um catalisador do processo. A afinidade de objetivos ao longo das sucessivas gestões também responde, para Maeda, pelo sucesso da Abrapa. "A Abrapa sempre olhou para o todo, e não para o individual. Nada ilustra melhor isso que a vitória na Organização Mundial do Comércio (OMC), que possibilitou o investimento em pesquisa e abertura de mercados. Os recursos foram e devem ser sempre usados em prol da sustentabilidade da atividade", diz.




 Forte e reconhecida


 


"A Abrapa hoje é a associação de produtores rurais, dentre todas as culturas, mais forte e reconhecida pelos nossos clientes e Governo, dentro e fora do Brasil, inclusive, frente a outras entidades da cadeia produtiva", afirma Eduardo Logemann, que presidiu a Abrapa de março a maio de 2006. Segundo ele, dentre todas as associações de classe do agro, a Abrapa é a "mais consolidada; a que tem mais credibilidade, imagem ilibada e idônea. Esse é o maior legado em 20 anos. Chegamos até aqui porque olhamos todos na mesma direção, a do algodão brasileiro", completa.



Dentre os principais desafios numa agenda da Abrapa para as próximas duas décadas, Logemann frisa a abertura de novos mercados. "O trabalho daqui para a frente é tão importante quanto o que foi feito até agora. Já fomos o oitavo exportador mundial e seremos o segundo nesta safra. Nosso esforço, portanto, passa a ser redobrado, para colocar essa produção no mundo. Promover o algodão como fibra natural na concorrência com o sintético e evidenciar o nosso grande trunfo que é a sustentabilidade", considera o ex-presidente. Logemann recorda os primeiros embarques de pluma, da ordem de 200 mil toneladas, contra os 2,1 milhões de toneladas previstos para 2018/2019. Ele destaca a importância de seguir com as missões Compradores e Vendedores, como estratégia de conquista e consolidação dos clientes internacionais.


 


 


Performance potencializada



Presidente da Abrapa por dois mandatos – 2006/2008 e 2015/2016 – João Carlos Jacobsen Rodrigues diz que, comparando um e outro período, parece claro que, na essência, a Abrapa permanece a mesma, não desviando um momento sequer da sua missão de defender a cotonicultura brasileira, promovê-la e propagá-la. "Na performance, prevalece o estilo arrojado e combativo, direcionado para excelência e resultados, que nos caracterizam desde a fundação. Mas no operacional ela mudou radicalmente", compara. Para ele, a resposta para o incremento no poder de atuação da entidade está tanto na maturidade da instituição ao longo das muitas gestões, quanto na força que adquiriu por ser assertiva em suas ações. "Com o advento do Instituto Brasileiro do Algodão–IBA, resultado direto de uma das mais importantes batalhas já vencidas na história do agronegócio brasileiro, finalmente, pudemos tirar os planos do papel e promover mudanças que deverão ser as bases de um novo tempo para o nosso algodão, seja no campo, no mercado, ou no dia a dia das pessoas", explica. Ele dá como exemplo o programa Standard Brasil HVI (SBRHVI), em especial o pilar relativo ao Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA) que, ao padronizar e verificar a classificação de pluma por High Volume Instrument (HVI) no território nacional, está ajudando a fortalecer e valorizar a imagem do algodão brasileiro e do Brasil como origem de qualidade e credibilidade. Jacobsen também enfatiza a certificação internacional do CBRA, que o torna mais respeitado no mercado mundial. Da mesma forma, destaca o investimento em propagação da imagem da fibra natural junto ao consumidor final, com movimento Sou de Algodão, cujo foco é o aumento da demanda interna do produto, a partir de iniciativas de comunicação para tornar conhecidos os seus atributos positivos.


 


 


Divisor de águas


 


 


A batalha histórica na Organização Mundial do Comércio (OMC) também é lembrada pelo quinto presidente da Abrapa, Haroldo da Cunha, como um divisor de águas e um sinal de que a sociedade organizada é capaz de alcançar grandes resultados. "Prova disso foi a luta que a associação encampou contra os subsídios do governo americano aos cotonicultores dos Estados Unidos. Essa batalha culminou com a vitória do Brasil, que trouxe benefícios concretos à produção. A Abrapa era uma entidade há dez anos e hoje é outra, graças à compensação financeira decorrente desse marco em sua existência. Ela passou a ter recursos para desenvolver projetos", afirma Cunha, para quem a associação está sempre "antenada com o que o setor precisa e pronta para atuar pela sustentabilidade da cotonicultura nacional". Haroldo da Cunha lembra que a primeira vitória se deu em 2006, quando saiu a decisão positiva de retaliação e se discutiu a modalidade em que ela se daria. "Em 2008, veio a vitória final. Em 2009 definiu-se a modalidade e, em 2010, nasceu o Instituto Brasileiro do Algodão (IBA)", enumera Cunha, que atualmente é presidente do IBA.



 


 


 


 


Um passo à frente



A Abrapa, pensando e agindo como todo, foi decisiva na elevação do Brasil ao lugar de destaque que conquistou no fornecimento mundial de pluma de qualidade, deixando para trás o histórico de grande importador no qual figurou no final do século XX. "A Abrapa foi fundamental nessa virada. Foi um trabalho árduo de marketing pela qualidade e pela credibilidade do algodão. Estamos colhendo os frutos desse esforço, mas ele tem de continuar. Precisamos intensificar nosso marketing e promoção para ganharmos mercado e preferência entre os nossos clientes internacionais", alerta o ex-presidente Sérgio De Marco, que conduziu a entidade entre janeiro de 2011 e dezembro de 2012.



Já para Gilson Pinesso, presidente da Abrapa no biênio 2013-2014, a associação é a mola-mestra do desenvolvimento do chamado novo algodão brasileiro, que prosperou no cerrado a partir do final da década de 1990. "Investimos em marketing internacional, em qualidade e rastreabilidade e nos tornamos um player respeitado no mundo. Para tudo isso, foi importante o empenho dos cotonicultores", lembra-se. Em sua visão, o desafio agora é a logística para escoamento da safra, "para fazer nossa pluma chegar no destino final o quanto antes. Dentro da fazenda, estamos preparados para crescer e ocupar novos mercados", comemora. Ele lembra que a entidade sempre esteve "um passo à frente, comprometida com o algodão e também com o agro brasileiro".




O mais difícil já foi feito


 


Para o penúltimo presidente da Abrapa em 20 anos, Arlindo de Azevedo Moura, que geriu a instituição no biênio 2017-2018, o aumento da área plantada está na base da guinada da cotonicultura brasileira no mercado mundial. Somada às estratégias de promoção que a entidade desenvolve, a expansão nas lavouras ajudou a posicionar o Brasil como grande fornecedor. "Em breve deveremos ocupar o primeiro lugar do pódio de exportadores, porque o atual número um, os Estados Unidos, têm uma produtividade muito baixa, de cerca de 940 quilos por hectare", diz. Moura credita a baixa performance do concorrente aos subsídios que recebem do governo, sem os quais a atividade lá dificilmente seria sustentável. Enquanto isso, a produtividade média do Brasil é de aproximadamente 1770 quilos por hectare. "O mais difícil foi chegar onde chegamos. Temos muita área disponível no centro-oeste, principalmente, para fazer segunda safra. São terras já abertas, e não precisamos derrubar uma só árvore. Sempre digo que é bom plantar algodão. De 20 a 30% na matriz produtiva, fazendo rotação de culturas com soja e milho", prescreve. A segunda safra, explica Moura, tem um ciclo menor, porque as variedades são mais precoces. "Esse tipo de plantio demanda menos aplicações e insumos, o que diminui o custo com a soja. Cada vez mais, a Abrapa tem de concentrar esforços em abrir e manter mercados, continuar e intensificar suas missões e nunca perder esse espírito de união e colaboração que a caracteriza desde sua fundação

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Inscrições para o 12º Congresso Brasileiro do Algodão (12º CBA) abrem em 3 de abril

03 de Abril de 2019

Abrem nesta quarta-feira, 03 de abril, as inscrições para o 12º Congresso Brasileiro do Algodão (12º CBA), no site www.congressodoalgodao.com.br, com valores que variam de acordo com o mês, e a categoria do interessado. A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), entidade que promove o evento, acredita que em torno de 1,5 mil pessoas, representantes dos diversos elos da cadeia produtiva da pluma, devem participar do encontro esse ano, que será realizado entre os dias 27 e 29 de agosto, no Centro de Convenções de Goiânia. A expectativa de aquecimento na procura vem tanto do bom momento pelo qual passa a cotonicultura brasileira na safra 2018/2019, quanto pela localização da cidade-sede do congresso, situada no coração do da região do cerrado, polo de concentração da atividade.


Os valores de inscrição são progressivos ao longo dos meses, e também variam de acordo com as categorias a que pertence o congressista, que pode ser associado, não-associado, expositor, estudante, acompanhante ou autor de trabalhos científicos a serem apresentados no CBA. Segundo a Abrapa, quem se inscrever em abril, comparativamente àqueles que o fizerem no local, no início do evento, pagará cerca de 40% menos. Ao fazer a inscrição, o interessado pode acompanhar os trâmites do processo pelo site. Ao final do evento, ele recebe um certificado de participação.


Para o presidente da Abrapa e do 12º CBA, Milton Garbugio, em uma safra em que o país deve colher em torno de 2,8 toneladas, e alcançar o segundo lugar do ranking mundial de exportações, a participação no congresso é muito importante para os agentes do setor. "É lá que vão ser debatidos os grandes temas que hoje nos afetam diretamente, como escoamento, qualidade, rastreabilidade, sustentabilidade, ciência, tecnologia, marketing e muitos outros, explica Garbugio. Segundo ele, a partir de agora, o Brasil, que já era um grande player, passa a ser também formador de preços no mercado mundial. "Chegamos bem longe e precisamos não apenas nos manter na vanguarda, como ganhar ainda mais espaço, porque oportunidades para isso existem", conclui.


Este ano, o CBA vem com inovações na grade e no formato, a começar pela quantidade de dias, que passam a ser três completos. A mudança não prejudicou o conteúdo, e foi pensada para facilitar a logística do público. O congressista chega na manhã de terça-feira, para a abertura oficial do evento, participa das plenárias e, à tarde, das salas temáticas. No fim do dia, na área de exposições, na arena de inovação, confere os pitchings das startups. O mesmo formato se repete na quarta. Já na quinta-feira, a tarde é dedicada aos workshops e o 12º CBA encerra nesse dia com uma atração musical especial, em comemoração aos 20 anos da Abrapa.

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Setor algodoeiro consolida as primeiras previsões para 2018/2019

02 de Abril de 2019

Com estimativa de produzir 2,8 milhões de toneladas de algodão em pluma, aumento de 31% em relação à safra 2017/2018, o Brasil deve bater dois recordes na safra 2018/2019. O primeiro, consecutivo, em relação ao volume de pluma, ante a marca anterior de 2,1 milhão de toneladas no ciclo passado, e o segundo, nas exportações. A previsão da Câmara é de embarque de dois milhões de toneladas de pluma este ano, contra 1,3 milhões de toneladas da safra anterior. Se confirmado, o país galgará o posto de segundo maior exportador mundial da fibra, atrás dos Estados Unidos. No mercado interno, o consumo da commodity é de, aproximadamente, 700 mil toneladas e todo o excedente é exportado. Os números do setor algodoeiro foram consolidados na quarta-feira (28/03), durante a primeira reunião da Câmara Setorial do Algodão e derivados do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), que reúne representantes de toda a cadeia produtiva da fibra.

A reunião marcou o término do mandato do ex-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Arlindo de Azevedo Moura, à frente do fórum, que aguarda agora a nomeação do novo condutor. A sugestão da Câmara enviada ao Mapa é o presidente da Abrapa para o biênio 2019-2020, Milton Garbugio.

Nos dez estados produtores, a previsão é de incremento de safra, com destaque para o Mato Grosso, responsável por 66% da produção nacional, que plantou um adicional de 300 mil hectares na safra em curso, equivalentes a 36% a mais que no ciclo anterior, chegando a 1,07 milhão de hectares de lavouras. O estado deve colher 1,8 milhão de toneladas de algodão em pluma. A Bahia, segundo maior provedor nacional da fibra, plantou 26% a mais, em uma extensão de 333 mil hectares, com expectativa de colher 629 mil toneladas de pluma. Já Goiás, terceiro maior estado em produção, plantou 42 mil hectares, um incremento de 30% em relação ao ano-safra passado, e espera colher 70,7 mil toneladas.

A área plantada nacional foi de 1,6 milhão de hectares, 31% maior que na safra 2017/2018, com produtividade média de 1770 quilos por hectare, uma ligeira redução de 3% no índice, em relação ao período antecedente. "Esses números colocam o país numa situação de destaque no mercado mundial, fazendo com que o Brasil passe a influenciar na formação do preço da commodity, definido em Nova Iorque. Nos últimos três anos, praticamente dobramos a nossa área plantada, muito em função do mercado, mas também da capacidade do produtor", explica Arlindo Moura.

 

Exportações

 

Com uma safra maior, a projeção da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) é de um volume de dois milhões de toneladas a serem embarcados, após o abastecimento do mercado interno. "De uma tradição de concentrar as exportações no segundo semestre, vamos passar para uma nova realidade de mandar algodão para fora ao longo dos doze meses do ano. Já nesta safra, a relação de volume por semestre será de 55% a 45%, respectivamente, no segundo semestre de 2019 e no primeiro de 2020, mas em breve esses percentuais vão se equiparar nos dois períodos", disse o presidente da Anea, Henrique Snitcovski.

 

De acordo com pesquisas informais da Anea junto aos armadores, empresas e instituições portuárias, o Brasil já embarcou, de julho de 2018 até a terceira semana de março de 2019, em torno de um milhão de toneladas. Os dados oficiais são aproximadamente 50 mil toneladas inferiores. Até junho, devem partir para o mercado externo 1,3 milhão de toneladas de algodão em pluma da safra 2017/2018. O número é um recorde sobre a marca alcançada em 2011/2012, que foi de 1,03 mil toneladas. "Se isso se efetivar, superamos a Índia em volume exportado, e ficaremos atrás apenas dos Estados Unidos", disse Snitcovski.

 

Retomada chinesa

 

À época do último recorde de exportações, 30% do algodão brasileiro tinham como destino a China, mas os altos estoques mantidos por política governamental naquele país fizeram com que a demanda diminuísse, chegando a bater em 10%. "Agora, no acumulado do segundo semestre de 2018 ao primeiro de 2019, a China já representa 40% das exportações brasileiras de algodão – cerca de 400 mil toneladas – e o Brasil segue forte em mercados já consolidados, como Indonésia, Vietnã e Bangladesh, com oportunidades na Turquia e na Coreia do Sul", revela. A Anea defende que seja intensificado um trabalho de relacionamento com o gigante asiático, uma vez que o algodão nacional representou, nos últimos anos, cerca de 10% do montante importado naquele destino. No ciclo atual de exportações da safra 2017/2018, esse número deve crescer para 25%. "Mas não podemos nos confortar com esse incremento, pois sabemos da perda de competitividade do algodão procedente dos Estados Unido,s em virtude das restrições tarifárias aplicadas entre os dois países, temos que aumentar e consolidar a participação do algodão brasileiro no mercado chinês", diz.

 

Henrique Snitcovski acredita que, para isso, além de ser competitivo, o Brasil precisa garantir a regularidade do fornecimento, levando em consideração, além do volume de produção, o tempo de trânsito da origem ao destino. "O nosso transit time para a Ásia, principal consumidor, na melhor das hipóteses, leva 35 dias. Em algumas linhas, levam-se 70 dias. Os Estados Unidos entregam em 20 a 22 dias e a Austrália, entre 10 e 12. São os nossos principais concorrentes", diz.

 

Capacidade

 

 

Os tempos de fluxo de comercialização e embarque também vão mudar, segundo a Anea, considerando uma safra maior e a distribuição do escoamento ao longo de doze meses. Snitcovski acredita que o país tem condições de se preparar para isso, uma vez que tem alcançado êxitos recentemente. "No final do ano passado, conseguimos, num único mês, exportar 215 mil toneladas de algodão. Se fizemos isso em um mês, temos de estar preparados para repetir o feito o ano inteiro.

 

Indústria

 

O mês de março criou perspectivas fortes para o setor de transformação de algodão. Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções (Abit), Fernando Pimentel, o carnaval em março e as chuvas do período aqueceram o consumo no varejo, e, consequentemente, a atividade industrial. O momento, contudo, foi de queda nas exportações de vestuário e têxteis para a Argentina, em torno de 30%, sem previsão de retomada em curto prazo. O país vizinho representa um quarto das vendas brasileiras, e, segundo Pimentel, a expectativa é "desconfortável".

 

Para 2019, a Abit acredita que terá de rever a estimativa de crescimento, que era da ordem de 2% a 2,5%, e deve cair para algo entre 1,5% e 2%. "Houve um arrefecimento na expectativa da indústria após toda essa cacofonia no cenário político econômico. Logo após as eleições, fizemos uma pesquisa e tínhamos mais de 80%  de 'ótimo' e 'bom' na percepção para o novo governo. Vamos repetir essa pesquisa, mas temos muita clareza de que aquele ímpeto inicial, pelo menos pela ótica da indústria, diminuiu, apesar das conversas sobre a reforma da previdência", disse.

 

Como ponto positivo, o presidente da Abit diz que, nesse inverno, os varejistas vão poder dar saída aos estoques que sobraram da temporada do frio do ano passado. "O varejo tem mercadoria no pipeline e, havendo frio, essa sobra vai junto e puxa a produção nacional", explica. Em termos de preços no ponto de venda, Pimentel diz que consumidor continua retraído quanto a aceitar pagar por qualquer adicional de valor. O Índice de Preço ao Produtor (IPP) Têxtil e do Vestuário, em doze meses, teve 7,83% de reajuste. "Mas precisaríamos do dobro disso para compensar os aumentos de custo não só com a matéria-prima algodão, como com energia e outros insumos relevantes". Ele destaca o aumento nos custos com o corante índigo, na área do jeans, por conta do fechamento de fábricas na China.

Preço mínimo

Durante a reunião da Câmara Setorial, o diretor executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero, disse que o reajuste no valor do Preço Mínimo, hoje fixado em R$64,42 a arroba, é uma prioridade do setor produtivo. O valor é referencial para os programas de crédito do Governo Federal, e também para as ocasiões em que são necessárias subvenções à comercialização e escoamento da safra. O último reajuste, feito na safra 2017/2018 para 2018/2019, foi de 14,5%. "Mesmo com essa correção, o preço mínimo ainda está defasado em 38%, em relação ao pago pelo mercado, que é de R$89,61 a arroba", compara o executivo da Abrapa.

 

A proposta da Câmara é que se chegue a um valor de R$ 83,19 a arroba. Após a conclusão dos estudos, a Câmara vai entregar a argumentação para a ministra Tereza Cristina, que, se considerar o pleito, apresentará a sugestão à área econômica do Governo. "É importante revisar isso a cada ano. Já ficamos uma década sem mexer no preço mínimo e nunca mais conseguimos alcançar um valor mais aproximado do que é pago pelo mercado", ressalvou Portocarrero.

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Pegada Hídrica é lançado para o varejo no Dia Mundial da Água

26 de Março de 2019

Na última sexta-feira, 22 de março, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), participou, na sede da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), em São Paulo, da apresentação, para representantes do varejo, do projeto Pegada Hídrica, desenvolvido pela Vicunha com o portal Ecoera. A data escolhida para o encontro, o Dia Mundial da Água, enfatizou o objetivo da iniciativa que visa a calcular o consumo direto e indireto desse insumo na vida útil de uma calça jeans, desde o plantio até o consumidor final. A falta de um número estimado, levando em consideração as condições de plantio da pluma no Brasil, marcada pelo regime de sequeiro, tem permitido que informações equivocadas sejam difundidas sobre um suposto uso excessivo do recurso natural. O país é um dos campeões de produtividade de pluma no mundo, e irriga apenas 8% do total das suas lavouras.


“Medir para gerir” é o argumento difundido pelo Pegada Hídrica, que tem como grande entusiasta a apresentadora de TV e especialista em ecologia e consumo sustentável, Chiara Gadaleta. Na ocasião, ela explicou a metodologia de mensuração aplicada, e falou sobre a interlocução que vem sendo mantida com os atores das diversas etapas do ciclo de vida da peça, com ativações nas fases de plantio, tecelagem, confecção, lavanderia e magazines já realizadas.


“Hoje temos uma sensação de abundância, mas essa não é a realidade. Nosso projeto está alinhado com os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, nos quais cuidar da água é uma prioridade”, explicou. Segundo Gadaleta, o índice aferido pelo Pegada Hídrica vai ajudar o Poder Público a pensar políticas de uso estratégico. Além disso vai ser um diferencial de escolha para um consumidor cada vez mais consciente e com poder de decisão.


Programa amplo
Durante o debate, o presidente da Abrapa, Milton Garbugio, comentou os principais números da cotonicultura brasileira, como a estimativa de colher 2,6 milhões de toneladas de pluma na safra 2018/2019, e do país se tornar o segundo maior exportador mundial do produto nesta safra, após abastecer a indústria interna, cujo consumo se mantém em 700 mil toneladas nos últimos anos. “Exportamos mais e concorremos com países que se preocupam e desenvolvem seus programas de responsabilidade social há anos, e também temos o nosso, o Algodão Brasileiro Responsável, ABR, que hoje opera em benchmark com a Better Cotton Initiave, BCI, sendo ainda mais complexo que este”, disse. Garbugio explicou como funciona o processo de certificação ABR e de licenciamento BCI, ambos prevendo o cumprimento de critérios, e o ABR, o estreito respeito às legislações trabalhista e ambiental do Brasil.


“Tive acesso à profundidade do ABR e posso dizer que a gente tem essa mania de achar que o que vem de fora é melhor que o nosso. Como mudar essa mentalidade?”, questionou Chiara Gadaleta, que, junto com a Vicunha teve oportunidade de conhecer uma fazenda de algodão, a convite da Abrapa, a Pamplona, do grupo SLC Agrícola, situada em Cristalina (GO).


Caso de sucesso
O diretor superintendente da Vicunha, Marcel Imaizumi, elogiou o ABR, e ressaltou que o setor varejista, assim como o Poder Público, precisa se posicionar quanto ao uso racional da água. A Vicunha convidou o diretor da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), Elder dos Santos Cortez, para apresentar a bem-sucedida experiência de gestão da água naquele estado, caracterizado pela escassez de chuvas. “O estado do Ceará representa o que o mundo vai enfrentar em alguns anos, e pode servir de exemplo. Se as pessoas e os governos não se prepararem para fazer gestão hídrica, através da conscientização do indivíduo como cidadão responsável, não vamos viver de maneira harmônica num mundo de restrição de água”, disse.


Para ao presidente da Abit, Fernando Pimentel, o evento faz parte de uma agenda mundial “irreversível, e que hoje está na pauta fashion internacional”.

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Programa de Qualidade da Abrapa é apresentado no Fórum das Fiações, no MS

26 de Março de 2019

Representada pelo seu gestor de Qualidade, Edson Mizoguchi, a Abrapa participou do Fórum das Fiações, no município de Naviraí, no estado de Mato Grosso do Sul, onde apresentou o programa Standard Brasil HVI (SBRHVI). Promovido pelo Sistema Ocepar, o evento aconteceu no dia 21 de março, na sede da Cooperativa Agrícola Sul Matogrossense (Copasul). O encontro discutiu as tendências de preços e mercado para algodão e fios, e apresentou indicadores técnicos e industriais do setor de fiações.


Participaram do fórum as fiações do Paraná e do Mato Grosso do Sul, que puderam conhecer mais sobre o programa SBRHVI, que tem a qualidade como foco. O SBRHVI está padronizando a classificação instrumental do algodão e informatizando o acesso aos dados de classificação, equiparando os processos brasileiros aos dos maiores produtores mundiais de algodão. ​


"Participar desses eventos ajuda a divulgar o programa de Qualidade da Abrapa junto aos clientes nacionais, fortalecendo a imagem do nosso algodão no mercado interno", afirmou Edson Mizoguchi.

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Abrapa acompanha visitas de verificação de certificação no MT

14 de Março de 2019

Nos dias 12 e 13 de março, a Abrapa acompanhou em campo, em uma fazenda do município de Campo Verde, no estado de Mato Grosso (MT), visita de verificação de certificação pelo programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e licenciamento pela Better Cotton Initiative (BCI), que atuam em benchmarking no Brasil, na certificação/licenciamento de pluma sustentável.


As auditorias fazem parte do calendário anual do ABR/BCI e acontecem em todas as fazendas que desejam obter o reconhecimento oficial de atuação sustentável, concedido pela Abrapa e pela ONG suíça. A visita de verificação é realizada anualmente pela Abrapa para avaliar o andamento da certificação pelos auditores de terceira parte, contratados para checar o cumprimento de uma série requisitos nas dimensões social, ambiental e econômica nas fazendas produtoras de algodão que aderiram ao programa ABR e BCI. Nesta etapa, é checado o cumprimento de 168 itens na lista de Verificação para Certificação da Propriedade (VCP). Na fazenda acompanhada pela associação nesses dois dias, a empresa certificadora responsável foi a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A previsão da Abrapa é de que a agenda de auditorias prossiga até junho nos sete estados participantes do programa.


De acordo com o consultor de Sustentabilidade da Abrapa, Fernando Rati, com o crescimento esperado no volume de pluma produzida na safra brasileira 2018/2019, a expectativa da Abrapa é de crescimento também na adesão ao programa. O país deve colher 2,6 milhões de toneladas de pluma, sendo o Mato Grosso o maior produtor nacional, que respondeu por 65% do montante colhido na safra 2017/2018.

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CCAB incrementa a participação no 12º Congresso Brasileiro do Algodão (12ºCBA)

13 de Março de 2019













Depois de expandir a participação no Congresso Brasileiro do Algodão (CBA) em 2017, a Companhia das Cooperativas Agrícolas do Brasil (CCAB) planeja tornar ainda mais estratégica sua presença no evento, em 2019. Além de divulgar seu portfólio de soluções químicas e biológicas para a proteção das lavouras da pluma e de outros cultivos, a CCAB vai fomentar o networking com acionistas e congressistas em geral, criando oportunidades de encontros e discussões, em seu estande e fora dele, durante e após a programação diária do Congresso. O 12º CBA é uma realização da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), com apoio do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), e deve reunir em torno de 1,5 mil pessoas no Centro de Convenções de Goiânia (GO), entre os dias 27 e 29 de agosto.


De acordo com o CEO da Companhia, Jones Yasuda, a CCAB nasceu em 2007, por iniciativa de um grupo de cooperativas agrícolas do cerrado brasileiro, como uma alternativa para facilitar o acesso delas a uma gama mais variada de pesticidas químicos do que a existente no país àquela época. “Como o cerrado é o berço da empresa, é natural que o algodão seja uma das nossas culturas-chave, junto com a soja e o milho. No 12º CBA, vamos apresentar as soluções que dispomos para o agro nacional, e, principalmente, ajudar a pensar o papel do Brasil, da nossa empresa e de cada agricultor que produz algodão e alimentos, no contexto de uma população mundial que não para de crescer”, afirma Yasuda.


Um dos grandes diferenciais da CCAB, na visão do CEO, é o fato da Companhia ser feita por agricultores, para atender às necessidades que eles conhecem na pele. “O nosso acionista é o próprio cliente e, portanto, a distância entre a demanda e a oferta é estreita. Não tentamos vender nada que não seja o que ele realmente precisa, ou que pode potencializar seus resultados. Mas sempre prospectamos soluções novas para conferir mais produtividade e competitividade para o nosso público”, ilustra Yasuda.


Para o presidente da Abrapa e do CBA, Milton Garbugio, que também preside o Conselho da CCAB Participações (CCAB Par), a presença da Companhia no evento é estratégica de lado a lado. “A CCAB é uma empresa brasileira cujas maiores características são a capacidade de inovar e a agilidade para encontrar soluções. Ela foi crucial para a cotonicultura brasileira, trazendo para o Brasil o benzoato de emamectina, a única molécula que se mostrou eficaz quando a helicoverpa apareceu no cerrado. Junto com o vírus HzNPV, também pioneiramente importado pela CCAB, esses produtos formaram o combo que permitiu ao Brasil retomar a sua produção de algodão nos moldes anteriores à praga, que dizimou lavouras e causou prejuízos bilionários”, afirma Garbugio.



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Abrapa promoveu o II Workshop de Manutenção Uster

11 de Março de 2019

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) realizou, nos dias 11 e 12 de março de 2019, das 9h às 18h, o II workshop de Manutenção Uster, ministrado pelo técnico da companhia para a América do Sul, Valmir Soares. Participaram do curso 16 técnicos, representantes dos 11 laboratórios integrantes do programa Standard Brasil HVI (SBRHVI). O workshop ocorreu no Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), em Brasília, e seu conteúdo já levou em consideração o novo recorde esperado para a safra 2018/2019. Neste ciclo, o país deve produzir em torno de 2,5 milhões de toneladas de pluma. O workshop fez parte do terceiro pilar do programa Standard Brasil HVI (SBRHVI), que contempla capacitação, orientação, treinamento e atendimento aos laboratórios. Os outros dois pilares são o Banco Nacional de Dados da Qualidade do Algodão Brasileiro e o CBRA.


De acordo com o gestor do Programa de Qualidade da Abrapa, Edson Mizoguchi, manutenção é considerada um tópico muito importante para a qualificação dos laboratórios. “O formato de workshop, ou oficina, permite que os participantes acompanhem e realizem atividades reais de manutenção. Uma coisa muito importante é que o curso está sendo realizado antes da colheita, já visando o grande volume da safra 2018/2019”, disse.


No ano passado, este mesmo treinamento foi conduzido pelo engenheiro sênior da Uster, Jim Pope, que elogiou a estrutura do CBRA e passou informações técnicas que estão contribuindo para dar mais credibilidade ao trabalho do centro e também dos laboratórios. A Uster Technologies é líder global em controle de qualidade têxtil, da fibra ao tecido, sendo uma das principais marcas de instrumentos HVI para análise de algodão.

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12º Congresso Brasileiro do Algodão incrementa prêmios para a pesquisa científica

06 de Março de 2019

Em linha com o tema “A cotonicultura como vitrine da agricultura para o amanhã”, o 12º Congresso Brasileiro do Algodão (12ºCBA), que será realizado entre os dias 27 e 29 de agosto de 2019, em Goiânia/GO, incrementou os prêmios para estudantes, pesquisadores e professores-orientadores que submeterem seus trabalhos científicos sobre o algodão. Além disso, está dando ainda mais destaque para a pesquisa acadêmica na configuração espacial do congresso. Bolsas de estudo no valor de R$10 mil e participação em eventos nacionais e internacionais da cotonicultura fazem parte da estratégia da comissão científica do 12º CBA, para estimular a pesquisa científica nacional sobre a commodity. Nesta edição, além dos tradicionais pôsteres, os trabalhos também deverão ser apresentados em formato digital.


As inscrições para a premiação terão início no dia 03 de abril e encerram em 1º de julho. O 12º CBA é uma realização da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), com apoio do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA). Ao todo, serão selecionados 12 trabalhos científicos, em oito áreas de interesse: Produção vegetal; Agricultura digital; Colheita, beneficiamento e qualidade da fibra e do caroço; Controle de pragas; Fitopatologia/Nematologia; Matologia/Destruição de soqueiras; Melhoramento vegetal/Biotecnologia, além de Socioeconomia.


A premiação geral contempla estudantes, pesquisadores e profissionais. O primeiro lugar nesta categoria vai ganhar uma participação na World Cotton Research Conference, a ser realizada na Turquia, em 2020. O ganhador terá passagem, hospedagem e inscrição no evento pagas. Já o segundo lugar terá participação em evento nacional da cotonicultura, com as mesmas condições de logística financiadas. Professores-orientadores premiados, em 1º e 2º lugar, receberão uma bolsa de R$10 mil para orientar alunos em pesquisas sobre algodão na safra 2019/2020. Por fim, na categoria Estudantes, o graduando contemplado com o 1º lugar receberá uma bolsa de estudos também no valor de R$10 mil, e o pós-graduando premiado no 1º lugar terá assegurada a participação na Cotton Beltwide Conference 2020, que acontece nos Estados Unidos, também com passagem, hospedagem e inscrição pagas.


Estímulo
De acordo com o coordenador da comissão científica do 12º CBA, o engenheiro agrônomo e pesquisador do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), Jean-Louis Bélot, a estratégia de dar mais ênfase aos trabalhos científicos e torná-los mais atrativos no 12º CBA veio da constatação do comitê científico de que, a cada ano, as universidades se envolvem menos com a pesquisa no algodão. “O que ouvimos na comunidade científica é que, por ser uma cultura de implantação mais cara e complexa, o algodão acaba preterido em relação a outros cultivos”, argumenta. Bélot também cogita, entre outras explicações, a distância entre as áreas de cotonicultura e os centros de maior tradição em pesquisa como um dos fatores a desestimular a escolha do algodão como objeto de estudo.


Segundo o presidente da Abrapa e também do 12º CBA, Milton Garbugio, é prioridade para os cotonicultores reverter este quadro, e o CBA é uma chave para isto. “Precisamos enfatizar a pesquisa em algodão no Brasil. Quase tudo o que temos em tecnologias vem de fora, mas a realidade de cada país e seus problemas são específicos. Muitos não têm interesse de ir a fundo nas nossas necessidades”, conclui Garbugio.


Para mais informações sobre o 12º Congresso Brasileiro do Algodão, acesse: www.congressodoalgodão.com.br


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10º Encontro de previsão de safra Anec/Anea

21 de Fevereiro de 2019

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Milton Garbugio, participou na quarta-feira, 20 de fevereiro, do 10º Encontro de Previsão de Safra Anec/Anea, promovido pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais e pela Associação Nacional dos Exportadores de Algodão, em Brasília (DF). Durante o evento, foram apresentados os dados mais atuais sobre a safra de soja, milho e algodão, que permitem traçar prognósticos aproximados tanto de produção e produtividade, quanto de mercado, preço, custos, produtividade e rentabilidade. Os dados levantados na expedição Rally da Safra, que percorre as principais áreas produtoras das commodities no Brasil, foram expostos pelo presidente da Agroconsult, André Pessoa. Ele destacou a antecipação do plantio e da colheita em alguns estados, por conta de fatores climáticos, e ainda os efeitos da estiagem em áreas produtoras, que acarretou perdas na soja. No algodão, o veranico prolongado não chegou a causar problemas. As boas perspectivas de produção e produtividade da pluma devem compensar eventuais quebras na soja e no milho na rentabilidade do produtor.


O evento teve ainda um painel do qual participaram a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o secretário de Infraestrutura do Mapa, Marcelo Sampaio, o ex-secretário de Defesa do mesmo ministério, Luís Rangel, André Pessoa, os presidentes Aprosoja Brasil Bartolomeu Braz Pereira, e o da Anea, Henrique Snitkovski, com mediação do diretor da Anec e da Anea, Sérgio Mendes.


“A safra está muito bem. Foi plantada mais cedo no Mato Grosso, como safrinha, em função da colheita da soja ter sido antecipada. A cultura está bem implantada em todo o Brasil. Na Bahia, apesar de ter faltado um pouco de chuva, a produção deve ser muito boa, embora dificilmente se alcancem as mesmas produtividades do ano passado. No Mato Grosso, as chances são grandes. Vamos ter um ano de bons resultados”, disse Pessoa. Segundo o consultor, a produção do algodão vai ajudar a compensar a queda de rentabilidade na soja e no milho.


Sobre a guerra comercial entre Estados Unidos e China, que traz grandes oportunidades para o sojicultor brasileiro, André Pessoa afirma que o algodão também será beneficiado com o conflito, porém não na mesma proporção. “Apesar dos Estados Unidos terem essa restrição comercial, o algodão que entra na China, vira têxtil e depois é exportado não tem uma tarifação tão grande quanto aquele que eventualmente entra e é consumido no país. O impacto da tarifa é menor e a dependência da China em relação à importação do algodão americano não é tão grande quanto a da soja. Eles importam praticamente tudo o que consomem”, detalhou.



Certificações
Durante o painel, foram expostos os desafios e as oportunidades para o setor. Os participantes ressaltaram a sustentabilidade da produção brasileira como um diferencial de mercado. Neste sentido, os produtores nacionais, que obedecem à mais rigorosa legislação trabalhista e ambiental, têm buscado desafios ainda mais difíceis que os que a própria legislação impõe. “O agricultor brasileiro subiu á régua, com certificações muito mais complexas de sustentabilidade do que a própria lei, como é o caso do BCI, para o algodão, e do Soja Plus”, disse André Pessoa, referindo-se à Better Cotton Initiative (BCI), entidade suíça referência em licenciamento de algodão sustentável, que, no Brasil, opera em benchmark com o programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), da Abrapa.


A logística foi outro tópico abordado no encontro. Os participantes deram ênfase à necessidade de portos, rodovias e hidrovias. O presidente da Anea, Henrique Snitcovski destacou o impacto da super safra de algodão no escoamento da produção, que alongará o fluxo de embarques e consequentemente exigirá uma adaptação do produtor. “Nesta safra, o Brasil deverá exportar em torno de 1,6 milhões de toneladas de algodão. Em geral, as exportações brasileiras ficavam concentradas no segundo semestre, quando o país costumava embarcar de 55% a 60% das suas exportações. No próximo ano, teremos de exportar ao longo dos doze meses do ano. O mais importante desafio é a regularidade. O setor está trabalhando em conjunto em busca de alternativas de escoamento”, disse Snitcovski.

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