Os 20 anos da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), completados em abril de 2019, e celebrados ao longo de todo o ano através de homenagens diversas, promovidas pelas iniciativas privada e pública, foram lembrados nesta quinta-feira, 12 de dezembro, pelo Senado Federal. A casa promoveu uma sessão solene, requerida pelo senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), em homenagem à fundação da entidade e à retomada da cotonicultura como atividade econômica no país. A cerimônia contou com representantes de diversos elos da cadeia produtiva da fibra, como a indústria, o comércio, a pesquisa e a tecnologia e, dentre outras autoridades, teve presença da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina.
Em todos os discursos, a boa performance da cotonicultura nacional foi destacada. Além de quarto maior produtor mundial e segundo maior exportador, atrás apenas dos Estados Unidos, nesta safra, o Brasil passou a deter mais de 20% do mercado global da fibra. Três ciclos atrás, esse percentual era de 7%. Na vida parlamentar há 20 anos, o senador Heinze acompanhou de perto a história da Abrapa, e ressaltou os valores da entidade que, ao seu ver, respondem pelo sucesso não apenas da instituição como da própria cotonicultura.
“Cooperação, compromisso com a excelência e a manutenção de uma visão de futuro sustentada mesmo em tempos de grandes dificuldades definem a trajetória da Abrapa”, argumentou. Segundo Heinze, é difícil imaginar que, 20 anos depois da fundação da entidade, o Brasil bateria sucessivos recordes de produção e de produtividade, e se consolidaria como um dos maiores produtores de algodão do mundo, ao lado de países como China, Índia, Estados Unidos e Paquistão.
Retomada sustentável
Para o presidente da Abrapa, Milton Garbugio, a retomada da cotonicultura tem papel histórico para a economia brasileira. “Hoje a cadeia produtiva do algodão movimenta mais de US$74 bilhões, gera impostos, emprego e renda no país. Mas nem sempre foi assim. Quando a Abrapa foi criada, éramos o segundo maior importador de algodão do mundo. Hoje somos o segundo exportador. A atividade estava quase extinta. Foi preciso reorganizar, reunir, recriar sob novos paradigmas o modo de produzir”, lembrou Garbugio. O presidente da Abrapa destacou o compromisso dos produtores com a sustentabilidade, a qualidade, a rastreabilidade e a promoção da pluma nacional e internacionalmente.
Além da história de contribuição para o desenvolvimento do setor e, consequentemente, do país, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, elogiou o sistema de produção do algodão, que, segundo ela, é altamente sustentável. “O algodão é um produto ambientalmente muito mais correto do que os derivados do petróleo. Além disso, o Brasil é o único país do mundo que consegue fazer, numa mesma área, de três a quatro safras por ano. A África poderá fazer isso no futuro, mas ainda não tem tecnologia para tanto”, disse.
Presidente da Comissão de Agricultura do Senado, Soraya Thronicke (PSL-MS), elogiou o trabalho da Abrapa e o associativismo. “Essa organização e vontade de fazer, além da união, para que todos deem, certo é o segredo do sucesso”, concluiu.
Na ocasião, a Abrapa entregou para os parlamentares Luis Carlos Heinze e Alceu Moreira, assim como para a ministra Tereza Cristina, uma placa comemorativa em homenagem ao reconhecimento destes à importância da cotonicultura brasileira para a economia do país. Participaram ainda da sessão o presidente da Embrapa, Celso Luiz Moretti, o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), Henrique Snitcovski, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Valente Pimentel, o presidente da Frente Parlamentar da Agricultura, o deputado Alceu Moreira (MDB-RS), o presidente do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), Haroldo da Cunha, dentre outras autoridades, além dos colaboradores da Abrapa e do IBA.