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CTIA afirma que economia brasileira estará em risco se STF acatar a ADI 5553

18 de Abril de 2018

Com risco de onerar o custo de produção, encarecer os gêneros alimentícios e os derivados do algodão para o consumidor final, além de comprometer a competitividade do Brasil no mercado internacional, a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) de número 5553 de autoria do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) preocupa a Câmara Temática dos Insumos Agropecuários (CTIA) e foi o tema da reunião realizada nesta segunda-feira (16/04), em Brasília. A ADI contesta no Supremo Tribunal Federal (STF) a redução de 60% da base de cálculo do ICMS de defensivos químicos nas saídas interestaduais e também nas operações internas envolvendo os produtos, assim como a isenção total do IPI sobre agroquímicos nacionais e estrangeiros. Os incentivos fiscais relativos ao ICMS são cláusulas do Convênio 100/97 e a renúncia do IPI foi concedida por decreto na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi).


De acordo com a CTIA, a retirada dos incentivos fiscais resultaria em acréscimo de, aproximadamente, 10% nos custos do produtor, que será mais sentido na cotonicultura, na qual a margem de lucro é de cerca de 12%. O autor da ADI alega que a renúncia fiscal fomenta o consumo intensivo de “agrotóxicos”, sobretudo nas lavouras de soja, cana-de-açúcar, milho e algodão.


“Não faz sentido plantar sem incentivo, se praticamente toda a rentabilidade que o cotonicultor aufere por seu trabalho for consumida em impostos. Isso inviabilizaria a atividade, que gera empregos e riquezas, e que colocou o Brasil na posição de quinto maior produtor mundial da fibra. Seria também uma injustiça, já que somos o maior fornecedor global de algodão sustentável, chancelado pela Better Cotton Initiative (BCI), com 30% de participação no montante do algodão licenciado por esta entidade no mundo”, afirma o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Arlindo de Azevedo Moura. Ele afirma que a retirada dos insumos implicaria em pelo menos R$700 a mais no custo por hectare plantado com algodão. A Abrapa preside a CTIA, representada pelo vice-presidente Júlio Cézar Busato.


A CTIA vai levantar dados que evidenciem os prejuízos econômicos que a ADI pode acarretar se acatada no STF. “Para isso, será criado um grupo de trabalho (GT), coordenado pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), que, junto à Frente Parlamentar da Agricultura (FPA), pretende alertar o ministro Edson Fachin, relator do processo, para os riscos que representa o fim dos incentivos”, explica o diretor executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero, que conduziu a reunião. “Também pedimos uma manifestação do Governo nesse sentido, através da Secretaria de Política Agrícola do Mapa e do próprio ministro da Agricultura”, acrescenta Portocarrero.


A Câmara Temática é composta por 30 entidades representantes das cadeias produtivas do agro e do Governo e somou mais três novos membros essa semana: Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Associação Nacional da Indústria de Máquinas e Implementos (Abimaq) e a Federação dos Produtores de Arroz (Federarroz).


Uso eficiente


A acusação de que o Brasil é o país que mais consome químicos agrícolas no mundo, de acordo com Portocarrero, não pode ser analisada em números absolutos. “E, mesmo que fosse, os EUA ocupam o primeiro lugar, desde 2010. Contudo, o que se tem de considerar é a eficiência no uso. Somos o país que produz mais quilos de alimentos para cada dólar investido em defensivos. São 142 Kg, contra 116 Kg na Argentina, 94 Kg nos Estados Unidos, 62 Kg na União Europeia e 8Kg no Japão”, afirma o diretor executivo da Abrapa.


Arlindo Moura reforça que o fato do Brasil ter clima tropical propicia o surgimento de diversas doenças e pragas, e exige mais cuidados com a defesa fitossanitária. “Não temos neve quebrando, por meses, o ciclo reprodutivo das pragas, e os transgênicos, que reduzem em muito o uso de defensivos por safra, são advento recente aqui. Simplesmente dizer que o Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxico revela preconceito e falta de conhecimento", afirma Arlindo Moura.


Em razão da relevância da matéria e de sua importância para ordem social e segurança jurídica, o relator da ADI, o ministro Edson Fachin, adotou o chamado “rito abreviado” para que a ação seja julgada pelo Plenário do STF diretamente no mérito, sem prévia análise do pedido de liminar.

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Atenção cotonicultor!

09 de Abril de 2018














Desde o início da tarde desta sexta-feira, 6 de abril, o Sistema Abrapa de Identificação (SAI) está aberto para a solicitação de etiquetas para a safra 2017/2018. Para fazer o pedido, basta acessar http://novosai.abrapa.com.br.

O SAI está em evolução constante, desde que foi criado, em 2004, e, recentemente, promovemos alguns ajustes internos para torná-lo ainda melhor. Por isso, estamos a postos para atender a qualquer eventual transtorno que possa ocorrer na fase de adaptação.

Vale lembrar que a rastreabilidade - feita através de etiquetas com sequência numérica e código de barras, que são fixadas nos fardos processados nas algodoeiras - aumentou a credibilidade do nosso algodão. O SAI também tornou mais prática e ágil a classificação instrumental e visual da pluma e facilitou o controle e o manuseio dos fardos por beneficiadores, produtores e compradores, otimizando a operação.

Em caso de dúvidas, entre em contato:

Atendimento na Abrapa:
E-mail: aquila@abrapa.com.br
E-mail: sistemas.abrapa@abrapa.com.br
Telefone: (61) 9 9813-6398
Telefone: (61) 9 9814-6482
Procurar por: No período da manhã (Áquila Estevão e Thiago Emanuel)
No período da tarde (Áquila Estevão e Ronaldo)
Site: www.abrapa.com.br

Atendimento GS1 Brasil:
Telefone: (11) 3068-6229
Site: www.gs1br.org

Atendimento nas gráficas credenciadas para a safra 2017/2018:
GRÁFICA APLIC - Goiânia - GO
E-mail: daniela@aplicetiquetas.com.br
E-mail: marcovendas@aplicetiquetas.com.br
Telefone: (62) 3282-3949
Telefone: (62) 8458-1122
Procurar por: Daniela Vilaça ou Marco Antonio
Site: www.aplicetiquetas.com.br

GRÁFICA FLEXOPRINT - Marialva -PR
E-mail: sakata@flexoprint.com.br
Telefone: (44) 3232-8115
Telefone: (44) 9846-0819
Procurar por: Thiago Sakata
Site: www.flexoprint.com.br

GRÁFICA SCAN BRASIL - Guarulhos - SP
E-mail: paula.oliveira@scanbrasil.com.br
E-mail: gabriela.modesto@scanbrasil.com.br
Telefone: (11) 2423-7500 - ramal: 255 / 240
Telefone: (11) 98404-8803 / (11) 99321-0397
Procurar por: Ana Paula ou Gabriela Modesto
Site: www.scanbrasil.com.br

Endereço para correspondência Abrapa:
Associação Brasileira dos Produtores de Algodão - Abrapa
Edifício Abrapa, 1º andar
Setor de Indústrias Bernardo Sayão (SIBS), Núcleo Bandeirante, Quadra 01, Conjunto B, Lote 2, CEP: 71736-102, Brasília-DF



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Abrapa treina certificadores para a safra 2017/2018

09 de Abril de 2018

Na iminência da colheita da safra 2017/2018, que, em alguns estados, já começa em maio, a Abrapa reuniu em sua nova sede, em Brasília, as empresas certificadoras do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) ¬- ABNT, GenesisGroup e SGS - para o alinhamento dos procedimentos e esclarecimentos de dúvidas relativas à certificação em para a safra em curso. O alinhamento foi realizado na quinta-feira, 5 de abril, terceiro dia de reuniões do Grupo de Trabalho (GT) de Sustentabilidade da Abrapa, que teve início na segunda-feira (3).



A programação incluiu apresentação dos resultados obtidos pelas consultorias trabalhista e ambiental na atualização das listas Verificação para Diagnóstico da Propriedade (VDP) e de Verificação para Certificação da Propriedade (VCP) para a próxima safra, a que são submetidas as fazendas que se habilitam ao ABR. Na oportunidade, palestrantes, integrantes do GT de Sustentabilidade e representantes das empresas certificadoras puderam debater acerca dos temas propostos.



Presente ao treinamento, Lucas Engelbrecht, da área de Certificação e Aprimoramento de Negócios da SGS, avaliou como muito positiva a oportunidade. "As associações puderam exemplificar os requisitos de sustentabilidade que são avaliados durante as auditorias, e a Abrapa apresentou os resultados dos trabalhos realizados pelas consultorias jurídicas, relativos às alterações nas legislações sócio ambientais. Isso contribui demais para a melhoria dos padrões", afirma Engelbrecht.



Certificadora do programa desde o início, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) enfatizou o caráter aprimorador da certificação. "Quando vamos a uma propriedade, o que desejamos não é encontrar eventuais falhas. Nosso objetivo é fazer daquela uma oportunidade de agregação de valor para o produtor rural", explicou o coordenador de certificação da ABNT, Antonio Parente.

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Abrapa participa de treinamento para classificadores em Goiânia

09 de Abril de 2018

Na semana passada, entre os dias 03 e 06 de abril, o gestor do Programa de Qualidade da Abrapa, Edson Mizoguchi, participou do Curso de Atualização e Capacitação de Classificadores de Algodão em Pluma, promovido pela Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), com presença de 27 classificadores de nove estados brasileiros. O curso, auditado, foi realizado na Casa do Algodão, em Goiânia, chancelado e homologado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Na ocasião, Mizoguchi explanou sobre o programa Standard Brasil HVI.



De acordo com Mizoguchi, a tônica do treinamento foi a Instrução Normativa de número 24 (IN 24), uma atualização da antiga IN 63, que estabelece o regulamento técnico do algodão em pluma, definindo o seu padrão oficial de classificação, com os requisitos de identidade e qualidade, amostragem, assim como o modo de apresentação e a marcação ou rotulagem, nos aspectos referentes à classificação do produto. O curso abordou a classificação manual, visual, e instrumental.

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50ª Reunião da Câmara Setorial do Algodão e Derivados

04 de Abril de 2018

De acordo com o presidente da Associação Nacional da Indústria Têxtil e de Confecções (Abit), Fernando Pimentel, os números apurados primeiro bimestre de 2018 são positivos, assim como as projeções para o restante do ano. “Nossa expectativa é de um crescimento da ordem de 3,5% para o segmento de confecção e de 4 a 4,1% para a indústria têxtil, com geração de 16 a 20 mil postos formais de trabalho”, afirma. Pimentel diz que o aumento das importações irregulares e/ou desleais preocupa a indústria.


“Não temos uma visão autárquica do país, mas algumas situações nos afligem, como a entrada de produtos oriundos de países que concorrem desigualmente conosco em termos de compliance, as que apresentam características de irregularidades no processo, e os contrabandos. Outra questão no radar da indústria, segundo Pimentel, é a agenda de competitividade do Brasil, ligada às políticas públicas e industriais”, elenca. O presidente da Abit afirma que, nesse período, o setor tem investido na modernização das suas plantas industrias para conquistar ganhos em produtividade e qualidade.


Sobre a recessão que a economia brasileira amargou nos últimos anos, com efeitos diretos sobre a indústria têxtil e de confecções, Pimentel acredita, que, aparentemente, o pior já passou. “Mas não dá para falar ainda que estamos entrando num ciclo de desenvolvimento sustentável, até que se façam todas as reformas necessárias. Há muito o que fazer para o país entrar num novo ciclo, sobretudo reforma da Previdência e tributária, sob pena de o país ficar novamente com crescimento medíocre, de 1 a 2%”, concluiu.

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50ª Reunião da Câmara Setorial do Algodão e Derivados

04 de Abril de 2018

De acordo com o presidente da Associação Nacional da Indústria Têxtil e de Confecções (Abit), Fernando Pimentel, os números apurados primeiro bimestre de 2018 são positivos, assim como as projeções para o restante do ano. “Nossa expectativa é de um crescimento da ordem de 3,5% para o segmento de confecção e de 4 a 4,1% para a indústria têxtil, com geração de 16 a 20 mil postos formais de trabalho”, afirma. Pimentel diz que o aumento das importações irregulares e/ou desleais preocupa a indústria.


“Não temos uma visão autárquica do país, mas algumas situações nos afligem, como a entrada de produtos oriundos de países que concorrem desigualmente conosco em termos de compliance, as que apresentam características de irregularidades no processo, e os contrabandos. Outra questão no radar da indústria, segundo Pimentel, é a agenda de competitividade do Brasil, ligada às políticas públicas e industriais”, elenca. O presidente da Abit afirma que, nesse período, o setor tem investido na modernização das suas plantas industrias para conquistar ganhos em produtividade e qualidade.


Sobre a recessão que a economia brasileira amargou nos últimos anos, com efeitos diretos sobre a indústria têxtil e de confecções, Pimentel acredita, que, aparentemente, o pior já passou. “Mas não dá para falar ainda que estamos entrando num ciclo de desenvolvimento sustentável, até que se façam todas as reformas necessárias. Há muito o que fazer para o país entrar num novo ciclo, sobretudo reforma da Previdência e tributária, sob pena de o país ficar novamente com crescimento medíocre, de 1 a 2%”, concluiu.

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50ª Reunião da Câmara Setorial do Algodão e Derivados

04 de Abril de 2018

Se depender de estados como São Paulo, Bahia, Mato Grosso do Sul e Piauí, que deverão ser os primeiros a colocar as colhedeiras em campo em 2017/2018, o Brasil terá condições de suprir totalmente a demanda da indústria nacional no chamado período de entressafra, que compreende, principalmente, os meses de maio e junho, sem que haja necessidade de importação.


A previsão é uma resposta ao pleito da Abit para que o país possa importar a matéria-prima, com os benefícios fiscais concedidos aos produtos incluídos na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (Letec), para atender à demanda de pequenas indústrias no período. Quarto maior exportador mundial de algodão, o Brasil não contempla, atualmente, a fibra na Letec, instrumento previsto pelo Mercosul para permitir que os integrantes do bloco apliquem alíquotas de importações diferentes da Tarifa Externa Comum (TEC).


A cota pleiteada pela Abit é de 30 mil toneladas, com desembaraço até o final de junho. O benefício seria usufruído por pequenas malharias, tecelagens ou fiações. “Essas empresas vêm de uma recessão severa acumulada nos anos de 2015 e 2016. Passam por um processo de desalavancagem e não têm folga nem sofisticação tecnológica para operar. A quantidade representará menos de 2% da safra. Acreditamos que isso não vá causar danos ao mercado, mas pode ajudar muito aos pequenos produtores”, argumenta Fernando Pimentel.


De acordo com os cotonicultores, um aporte de 30 mil toneladas de algodão importado, no momento em que o Brasil inicia a colheita, teria um impacto grande em estados como São Paulo, que começa a produzir em abril, e concentra em seu território boa parte da indústria nacional, inclusive as pequenas. Peter Derks, diretor-presidente da Associação Paulista dos Produtores de Algodão (APPA), explica que São Paulo deverá ter uma safra de 11,7 mil toneladas de pluma, contra 3,5 mil em 2016/2017, colhida em mil hectares na região de Campos de Holambra. “Só produzimos de abril a junho. Depois disso, não temos mais algodão”, afirmou.


Já a Bahia, que amargou uma seca severa até 2016, voltou à normalidade climática e a previsão é de uma safra de 465,1 mil toneladas, que começa a ser colhida já em maio. “Vamos ter algodão suficiente para atender à indústria nacional nesse período, diferentemente da safra passada, em que houve atraso no plantio”, garante o presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Júlio Busato. Além de Bahia e São Paulo, Mato Grosso do Sul e Piauí também terão fibra disponível no período.


Representando a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), o produtor Walter Horita ressaltou que o instrumento da Letec existe para garantir a oferta em caso de desabastecimento de matéria-prima, o que não se aplica à super safra esperada para 2017/2018. “Suspender uma tarifa de importação, mesmo que não aconteça de fato a compra, já impacta no mercado. Tudo é questão de planejamento. Existe algodão no Brasil, na mão de produtores e tradings, guardado para ser vendido com preço melhor na entressafra. É uma mudança de regra no meio do caminho, muito grande, para tão pouca necessidade”, afirma.

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50ª Reunião da Câmara Setorial do Algodão e Derivados

04 de Abril de 2018

Para a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), Henrique Snitcovski, a janela para realizar uma importação dessa natureza é curta e, a cada dia que passa, fica menor. A dificuldade é agravada pelos problemas por que passam os Estados Unidos com relação à qualidade de parte da sua safra, que apresenta micronaire abaixo do esperado pela indústria.


“Nossa atuação é de neutralidade, mas com o compromisso de apresentar os números para que o setor possa, conjuntamente, tomar uma decisão coerente e acertada. O momento da discussão é importante, e o setor sempre atuou em conjunto, de maneira transparente, para que nenhuma das partes saia prejudicada. Em condições normais de qualidade, o algodão dos EUA seria o mais semelhante ao brasileiro. Mas, nas circunstâncias atuais, mesmo com o benefício temporário na tributação, ele poderia sair mais caro que o próprio algodão nacional, portanto, é importante desmistificar a sensação de comportamento de preço e substituí-la pela preocupação em relação ao abastecimento”, argumenta Snitcovski. Além disso, de acordo com a Anea, os Estados Unidos, como o maior exportador mundial, já estão com a logística praticamente tomada, para os embarques do mês de abril.


“A gente sabe que poucas indústrias têm habilidade para realizar uma importação. O importante é analisar os números e tomar a decisão em tempo hábil, porque, com a passagem dos dias, fica mais complicado fazer uma execução internacional”, conclui Snitcovski.


Após as manifestações, o presidente da Abit, Fernando Pimentel, reforçou que “dentro do timming, havendo uma concordância do grupo, vamos trabalhar rapidamente com o Mapa e o MDIC e a Fazenda para incluir o algodão na Letec. Mas entendemos que é um prazo realmente apertado”, admite.

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Cotonicultura brasileira é campeã de produtividade sem irrigação

23 de Março de 2018

O dia em que o mundo reflete sobre um dos mais importantes recursos naturais para a vida na terra, a água, é, também, para os produtores de algodão brasileiros, uma razão para celebrar. De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), o Brasil conquistou e mantém o status de campeão mundial em produtividade nas lavouras de algodão em regime de sequeiro, que é como se chama o cultivo sem irrigação. Na safra 2016/2017, dos 940 mil hectares plantados com a commodity, apenas 40 mil (4,3%) foram irrigados.  No ranking geral da produtividade, o país ocupa o quarto lugar, com 1,6 mil quilos de pluma por hectare, atrás de Israel, que colheu 1,76 mil quilos, mas irriga 100% das suas áreas, da Austrália (1,74 Kg/ha), onde a irrigação chega a 95% e da China (1,66Kg/ha), que tem 80% das lavouras dependentes da adição artificial de água.



De acordo com o presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura, a cotonicultura brasileira praticada nas últimas décadas encontrou soluções para produzir cada vez mais algodão por hectare, usando apenas a água da chuva. A mais importante delas foi a concentração da cultura no bioma do cerrado, que tem estações secas e chuvosas bem definidas. "Essa é uma vantagem para o calendário da produção, pois o algodão é plantado e se desenvolve na época das chuvas, ficando a colheita para o período de seca. A agricultura de sequeiro consome não apenas menos água, como energia", diz.



De acordo com o pesquisador e autor de diversos livros sobre o algodão, Eleusio Curvelo Freire, consultor da Abrapa e coordenador científico do Congresso Brasileiro do Algodão (CBA), um dos maiores mitos sobre a produção da fibra é que ela é altamente demandante de água. "Na verdade, o algodoeiro é uma planta bem resistente à seca, e somente precisa de água mais intensamente nos períodos de plantio e florescimento. Depois das maçãs abertas, quanto menos, melhor", explica o técnico. Ele acrescenta que, além de aproveitar estrategicamente as condições naturais para o plantio, a cotonicultura brasileira, majoritariamente classificada como empresarial, utiliza "variedades tecnológicas de algodão, que, entre outras características, trazem a resistência ao stress hídrico".



Arlindo Moura salienta que cuidar da água, para o agricultor, é garantir a sustentabilidade, inclusive econômica, além de ambiental. "Não há como uma atividade agrícola perdurar sem água. O mesmo acontece com o cuidado com o solo, que é um bem limitado, passível de esgotamento. Fazemos rotação de cultura, plantio direto na palha, investimos em tecnologias para diminuir a necessidade de defensivos e para que possamos produzir mais, em menos espaços, sem abertura de novas áreas", exemplifica. "Queremos ver nossos sucessores dar continuidade ao trabalho que desenvolvemos, e isso só é possível com a conservação do patrimônio natural", afirmou. Moura ainda destacou que o cumprimento à risca da legislação ambiental e da trabalhista é condição indispensável para o setor algodoeiro, que exporta em torno de 70% da produção. O atendimento às leis e normas é diretamente atrelado, também, ao crédito agrícola. "E sem crédito a gente não planta", lembra.



Compromisso com a água



O Brasil é o maior produtor mundial de algodão sustentável. Em 2017, aproximadamente 30% de toda a fibra licenciada pela entidade suíça, de respaldo internacional, Better Cotton Initiative (BCI), saíram de lavouras brasileiras. Desde 2013, a BCI opera em benchmarking com o programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que é gerido pela Abrapa e estabelece as diretrizes, além de certificar as boas práticas em sustentabilidade na cotonicultura.



O ABR derivou de uma iniciativa desenvolvida pela Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), em 2005, e foi replicado nacionalmente pela Abrapa, a partir de 2009. Só na safra 2016/2017, 76% da pluma produzida no Brasil e 74% da área plantada foram certificadas. No período, o país produziu 1,2 milhão de toneladas de pluma em 682 mil hectares de lavouras.



"Tanto o ABR quanto a BCI têm, como um dos principais itens de exigência para a certificação, o compromisso com a preservação da qualidade da água dentro das propriedades. Nenhum tipo de contaminação é permitido, e o uso dos recursos hídricos nas lavouras de algodão, quando irrigadas, tem de ser racional. Isso coloca os produtores de algodão do Brasil na dianteira do movimento em prol da preservação do meio ambiente e da água", conclui Arlindo Moura.

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Cotonicultura brasileira é campeã de produtividade sem irrigação

21 de Março de 2018

Um dos maiores mitos sobre a produção de algodão é que ela é altamente demandante de água. Na verdade, o algodoeiro é uma planta bem resistente à seca, e somente precisa de água mais intensamente nos períodos de plantio e florescimento. Depois das maçãs abertas, quanto menos, melhor.

A cotonicultura brasileira praticada nas últimas décadas encontrou soluções para produzir cada vez mais algodão por hectare, usando apenas a água da chuva.

A mais importante delas foi a concentração da cultura no bioma do cerrado, que tem estações secas e chuvosas bem definidas. Essa é uma vantagem para o calendário da produção. O algodão é plantado e se desenvolve na época das chuvas, ficando a colheita para o período de seca.

A essa prática, chama-se lavoura de sequeiro, que, ao contrário da irrigada, consome menos água e energia.

O Brasil é o campeão mundial de produtividade de algodão em regime de sequeiro, com 1.745 quilos de pluma de algodão produzidos por hectare plantado.

Na safra 2016/2017, apenas 40 mil, dos 940 mil hectares usados para o plantio de algodão, foram irrigados. Isso representa somente 4,3% da área total!

Nos principais produtores mundiais, o uso da irrigação é bem maior, chegando a 95% na Austrália, 80% na China e no Paquistão, 40% nos EUA e 15% na Índia.

Além de aproveitar estrategicamente as condições naturais para o plantio, a cotonicultura brasileira, classificada como empresarial, utiliza variedades altamente tecnológicas de algodão, que, entre outras características, trazem a resistência ao stress hídrico.

Ranking dos quatro países campeões em produtividade em algodão:


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