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Nota Oficial

30 de Maio de 2018

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que, no primeiro momento da greve, manifestou o seu apoio à paralisação dos caminhoneiros autônomos e empresários, entende que o movimento ultrapassou o limiar da segurança nacional e da responsabilidade ao se estender por tantos dias.

Estamos na iminência de uma grande safra de algodão, estimada em 1,9 milhão de toneladas de pluma, e os estados que já iniciaram a colheita estão sofrendo as consequências da greve, com problemas no beneficiamento e na comercialização do algodão já colhido na safra 2017/2018.

Para transportar toda a safra, são necessários cerca de 62 mil caminhões, que levarão a commodity até as indústrias nacionais e aos portos de Santos e Paranaguá, de onde parte para o mercado externo. O caroço de algodão, importante insumo da pecuária, também é transportado por caminhão, para alimentar os rebanhos nacionais. Além de atrapalhar o cumprimento dos contratos de fornecimento de fibra e caroço, a greve também compromete o frete de retorno, com os fertilizantes e defensivos que serão utilizados para o plantio da safra seguinte.

Na safra 2016/2017, a cotonicultura gerou 1,22 milhão de empregos, que representaram uma massa salarial anual de US$ 11,81 bilhões. Somam-se a esses, os milhares de postos de trabalho na indústria e no comércio, setores que previam crescimento, com os primeiros sinais de retomada da economia, em 2018. Se a greve continuar, não só os novos empregos necessários ao aumento da produção estão fadados a não existir, como os que hoje já existem estarão ameaçados. Isso inclui os empregos e serviços dos próprios caminhoneiros, pois, sem produção, não há o que transportar.

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Vicunha e Abrapa anunciam parceria para o movimento Sou de Algodão

28 de Maio de 2018

Uma das principais líderes mundiais na produção de índigos e brim, a Vicunha Têxtil firma parceria com o movimento Sou de Algodão. O anúncio foi feito na última quinta-feira (24), após o painel liderado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), na 23ª edição do Clube da Fibra, evento da FMC Agrícola, que reúne representantes de todo o setor algodoeiro, desde o dia 23 até 26 de maio, em São Paulo. Lançado em 2016, o movimento já conta com aproximadamente 30 parceiros – dentre os quais, algumas das maiores têxteis do país – unidos pelo desejo de aumentar a demanda pelo algodão no mercado brasileiro, através da conscientização do consumidor final. A meta da Abrapa é, em cinco anos, incrementar em dez pontos percentuais a presença da fibra na indústria nacional.


Para o presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura, o engajamento da Vicunha reflete a importância que a iniciativa vem ganhando ao longo dos elos da cadeia produtiva, com destaque para a indústria têxtil, de confecções e o varejo. “Quando uma empresa como a Vicunha, com toda sua tradição e credibilidade, abraça o movimento, ele se fortalece, potencializando a atração de novos parceiros. O grande lastro das parcerias que fazemos no Sou de Algodão é a associação de valores positivos. Dentre estes, ressalto a sustentabilidade. Estamos muito felizes em ter a Vicunha Têxtil conosco. Trata-se de uma empresa com meio século de história na transformação dessa matéria-prima nobre em tecidos e fios, que se preocupa com pessoas e com o meio ambiente e tem o algodão como sua principal matéria-prima”, afirma.


Segundo a Abrapa, na safra 2017/2018, que está sendo colhida, a expectativa dos produtores é de alcançar dois milhões de toneladas de pluma de algodão, um crescimento de 20,7% em relação ao ciclo anterior. “O que queremos com o Sou de Algodão é, num futuro próximo, que o parque têxtil nacional use mais a nossa fibra, atendendo a um aumento de demanda nos pontos de venda, impulsionado por um consumidor que entende e se preocupa com o que está comprando. Que se importa com o modo como a sua roupa foi produzida e busca os benefícios de um produto que é natural, confortável, antialérgico, versátil e que deixa a sua pele respirar melhor”, conclui Arlindo Moura.


Protagonismo


A Vicunha conta com unidades fabris no Brasil (CE e RN), Equador e Argentina, além de centros de distribuição e escritórios comerciais espalhados pela América Latina, Europa e Ásia.


“Estamos muito felizes em fazer parte desse movimento. Como indústria, reconhecemos que é nossa missão colaborar com mudanças necessárias para o desenvolvimento do setor têxtil, especialmente no que se refere à transparência, inovação e sustentabilidade. Ao mesmo tempo, torna-se evidente nosso papel de conscientização junto a toda cadeia produtiva, em um contexto de transformações nos âmbitos social, econômico e ambiental. O Sou de Algodão sintetiza esse propósito e nos orgulhamos de poder valorizar o protagonismo dessa matéria-prima em um momento-chave para o mercado”, afirma Marcel Imaizumi, Diretor Executivo de Operações e Planejamento Estratégico da Vicunha.



Sobre a Vicunha Têxtil


Líder mundial na produção de índigos e brins, a Vicunha Têxtil está sempre antenada com o que há de mais inovador no setor, trazendo a mais alta qualidade e tecnologia às suas coleções. Baseados em constantes pesquisas que apontam as principais tendências de moda e comportamento no mundo, os índigos e brins Vicunha visam não apenas atender à demanda, mas surpreender um mercado em constante transformação.

Os tecidos Vicunha estão presentes nas passarelas nacionais e internacionais das principais semanas de moda do mundo. Sua versatilidade também pode ser conferida nas mais variadas peças de coleções de marcas renomadas, de grifes famosas a grandes redes varejistas.

A fabricante marca presença anualmente em feiras mundiais do ramo têxtil e participa dos maiores eventos de moda do país, apoiando desfiles de estilistas conceituados e novos designers. O suporte a profissionais que trabalham em prol de propostas inclusivas e o incentivo a jovens talentos são características da Vicunha Têxtil, que atua há 50 anos no setor.

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Em 30 anos, o agro brasileiro se modernizou. A lei de defensivos agrícolas, não.

21 de Maio de 2018

Nas últimas três décadas, a agricultura brasileira deu um salto de modernidade, que resultou em mais eficiência nas fazendas, aumento da produção e menos necessidade de abertura de áreas para as lavouras. Para isso, foi preciso investimento em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias para a prevenção e combate das pragas e doenças que tanto afetam a agricultura tropical. Cultivares, máquinas, equipamentos, defensivos químicos e biológicos tornaram-se mais assertivos e sustentáveis e o Brasil virou um dos maiores provedores de alimentos do mundo, assegurando grande parte do suprimento global. Mas para continuar nesse caminho e garantir a segurança alimentar de uma população mundial que deve chegar em breve a nove bilhões de pessoas, o agro precisa de leis que acompanhem o seu avanço, sem colocar em risco a segurança do meio ambiente e seres humanos. A proposta do PL 3200/2015, a Lei dos Defensivos, é tornar o processo de registro de químicos menos burocrático e mais eficiente, como já acontece em diversos países.

Uma lei criada há 30 anos, se deixada como está, pode ser a diferença entre fartura e escassez para bilhões de vidas humanas.


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Mato Grosso do Sul sedia a primeira mobilização para adesão ao SBRHVI na safra 2017/2018.

11 de Maio de 2018

Representantes de todos os elos da cadeia produtiva do algodão em Mato Grosso do Sul se reuniram na quinta-feira (10/05) para falar sobre rastreabilidade, em uma ação liderada pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) com a Associação Sul Matogrossense dos Produtores de Algodão (Ampasul). O tema é foco do programa Standard Brasil HVI (SBRHVI), uma das prioridades da Abrapa em seu trabalho pelo incremento da credibilidade, fortalecimento da imagem e abertura de mercado para o algodão brasileiro.

Um dos primeiros estados a colher na safra em curso, o Mato Grosso do Sul tem previsão de produzir em torno de 56 mil toneladas de pluma, ou 137 mil toneladas de algodão em caroço, em seus 30,5 mil hectares de lavouras. O encontro foi realizado na Casa do Produtor Rural de Chapadão do Sul. Na ocasião, os participantes puderam conhecer mais sobre o movimento Sou de Algodão, iniciativa da Abrapa para fomentar o consumo no mercado interno e chamar atenção para as vantagens da fibra natural.

Para o diretor executivo da Ampasul, Adão Hoffmann, o resultado da mobilização foi muito positivo, tanto em público, quanto em conscientização. “Podemos dizer que a quase totalidade da cadeia produtiva do algodão, sendo praticamente todas as fazendas, além de algodoeiras e consultores estiveram representados. Acredito que vamos ter uma adesão bem significativa ao SBRHVI”, disse o executivo, lembrando que a transparência, requisito fundamental da rastreabilidade, implica na abertura de dados e ajustes operacionais “e isso

sempre pode causar alguma resistência. Mas, da mesma forma que ocorreu com outros programas da Abrapa, como o Algodão Brasileiro Responsável (ABR), a resistência será progressivamente quebrada, e a adesão vai se tornar uma demanda natural do mercado”, prevê.

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Moda Sustentável

09 de Maio de 2018

O Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), juntamente com o Movimento Sou de Algodão, foram a tônica das palestras do presidente da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), Carlos Alberto Moresco, e da consultura da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Manami Kawaguchi, que falou sobre o movimento Sou de algodão, na segunda-feira, dia 7, para os estudantes do curso de Design de Moda, da Faculdade Universo, em Goiânia. Moresco e Manami foram os convidados para a Semana da Moda, evento voltado à discussão da produção têxtil em seus mais variados aspectos.

Moresco apresentou dados sobre o aumento da produção de algodão sustentável no Brasil, por meio do programa ABR. Atualmente, o país é o maior produtor da fibra dentro dos critérios internacionais de sustentabilidade, atingindo 30% de todo o volume mundial. Os pilares econômico, ambiental e social foram apresentados, de forma a mostrar o nível de comprometimento da cotonicultura brasileira com o meio ambiente, com a qualidade de vida do trabalhador e com a abertura dos mercados mais exigentes em todo o planeta.

“Atualmente, 93% da produção de algodão em Goiás tem certificação de sustentabilidade. Nossa meta é chagar a 100%”, diz. As certificações requerem uma adequação de mais de 270 requisitos por parte do produtor, garantindo a segurança do trabalhador, a preservação do solo e dos recursos ambientais e a rentabilidade da produção. As auditorias para a certificação pelo programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e licenciamento pela Better Cotton Initiative (BCI) são realizadas por certificadoras independentes, de terceira parte. Desde 2013, ABR e BCI operam em benchmarking no Brasil. A ABR é uma organização internacional, com sede na Suíça, que atua para melhorar a produção mundial do algodão. Seus associados são entidades que representam produtores, marcas de confecção prestigiadas, varejistas, fornecedores e outros elos da cadeia econômica do algodão, além da sociedade civil.


Moda


Manami Kawaguchi falou sobre as estratégias que o algodão brasileiro tem buscado para compartilhar, com a sociedade, informações sobre as vantagens do uso da fibra natural no desenvolvimento da moda. A palestra teve o objetivo de mostrar aos estudantes a importância do tecido de algodão para a saúde do consumidor, aliada às possibilidades que oferece na produção e design de moda. O momento também foi de esclarecer dúvidas sobre seu processo de fabricação, desde o plantio até a chegada ao mercado.

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Sustentabilidade na Cotonicultura: Pilar social

30 de Abril de 2018

Baixo índice de autuações e adesões crescentes aos programas ABR e BCI evidenciam cuidado do setor algodoeiro com as relações de trabalho.


Na semana em que o mundo reflete sobre as relações entre capital e trabalho, em função do 1º de maio, a cotonicultura brasileira contabiliza avanços no setor. De acordo com dados de fiscalização fornecidos pelo Ministério do Trabalho, relativos ao ano de 2017, do total de 9.328 autuações registradas pelo órgão em todas as culturas do agronegócio brasileiro, apenas 46 se deram na produção de algodão, o que equivale a 0,5% dos autos de infração impetrados. Na safra 2016/2017, a cotonicultura gerou, aproximadamente, 1,22 milhão de empregos, que representaram uma massa salarial anual de US$ 11,81 bilhões, segundo dados do estudo elaborado pela Markestrat, coordenado pelo professor da FEA/USP, Marcos Fava Neves, e publicado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), no livro A cadeia do Algodão Brasileiro: Safra 2016/2017 – desafios e estratégias.


Além das exigências naturais de mercado, em um setor que exporta cerca de 70% da produção e que hoje ocupa o posto de quarto maior exportador mundial – o que por si só já obriga produtores a atentar para o cumprimento da legislação trabalhista e ambiental – o cuidado com o pilar social da sustentabilidade vem sendo reforçado desde a implantação do Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), iniciativa da Abrapa que, desde 2013, opera em benchmarking com a entidade suíça Better Cotton Initiative (BCI).


Na safra 2016/2017, do total de 1,5 milhão de toneladas de pluma produzidas no Brasil, 78% receberam a certificação ABR e 69%, a BCI, o que colocou o algodão brasileiro como o de maior volume (30%) no montante global licenciado pela BCI. A adesão aos programas é voluntária e ao fazê-la, o produtor se submete ao cumprimento de um protocolo de 225 itens só na fase de diagnóstico, que antecede a certificação, e outros 179 para a finalização do processo, que culmina com a expedição do certificado e a consequente emissão dos selos, que são fixados nos fardos. Grande parte desses requisitos diz respeito ao cumprimento da legislação trabalhista brasileira, considerada uma das mais avançadas do mundo. A observância das normas de segurança do trabalho, a proibição de utilização de mão de obra infantil e de trabalho forçado ou análogo a escravo são cruciais para quem deseja receber as chancelas.


“O ABR, em benchmarking com a BCI, representou um grande avanço nas relações trabalhistas na cotonicultura, que, pela própria natureza do negócio, já eram uma prioridade nas fazendas. Além do investimento em boas práticas sociais, o setor promove a capacitação e o aprimoramento da sua mão de obra, que lida com tecnologias de ponta em todas as fases da produção. As atualizações representam um ganho cultural para o empregado, que reflete positivamente na economia regional”, lembra o presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura.


Segundo Moura, ABR/BCI são fundamentados nos três pilares da sustentabilidade: social, ambiental e econômico. Através das associações estaduais de produtores de algodão, o processo é operacionalizado nas fazendas, e envolve visitas de diagnóstico e verificação. A certificação é feita através de auditorias externas de credibilidade internacional, Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), GenesisGroup e SGS.


Investimento que compensa


Ainda que implique ajustes de procedimentos e aportes financeiros para implantação, aderir às certificações ABR e BCI tem se revertido em melhor remuneração para o produtor, assim como em diminuição de passivos trabalhistas e ambientais, o que representa economia. Em última instância, favorece também a construção e o fortalecimento da imagem da fazenda ante o mercado e a sociedade em geral.


Alessandra Zanotto Costa produz algodão na microrregião de Alto Horizonte, na área de influência do município de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia. Sua propriedade é 100% certificada pelo Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e totalmente licenciada pela Better Cotton Initiative (BCI). De acordo com a cotonicultora, os requisitos do benchmarking ABR/BCI para o pilar social da sustentabilidade, permitiram uma melhoria geral nos procedimentos relativos à legislação trabalhista, racionalizando os processos na fazenda, seja na gestão ou nas operações em campo.


“A gente sabe o quanto as leis podem ser complexas, e não é fácil cumpri-las ponto a ponto sem um grande checklist e verificações constantes. Os programas nos fizeram ajustar os procedimentos de maneira mais racional. Hoje, as fiscalizações são muito menos temidas, porque estamos sempre em dia com as exigências, desde o momento em que o funcionário é contratado”, explica. Para a produtora, a melhoria geral, através da adoção consistente de boas práticas nos processos administrativos e operacionais, não se restringe à cultura do algodão, estendendo-se a todas as outras culturas.


“Boas práticas representam uso racional dos recursos humanos, naturais e financeiros e isso quer dizer economia e mais produtividade. Toda a fazenda passa trabalhar segundo esses critérios, o que beneficia as demais culturas que ela produz. Dentre o quadro de funcionários, se percebe um clima melhor e uma maior valorização da empresa”, elenca Alessandra.



Valor e acesso



O advogado trabalhista Cristiano Zaranza, que acompanha de perto o programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), atuando pontualmente como consultor da Abrapa, afirma que o investimento na certificação é um fator de ganho de competitividade para o produtor e para a cotonicultura brasileira. “Entrar em alguns mercados é muito difícil, mas, quando você tem um produto que agrega um valor a mais, como certificações de sustentabilidade, isso se torna mais fácil. O investimento se converte em valorização do preço do produto e em acesso a mercados”, justifica.


Segundo Zaranza, o Brasil tem aprendido o valor da sustentabilidade com algumas commodities, como o algodão, e a tendência é de crescimento dessa percepção no mercado mundial. “O que a Abrapa faz em certificação é muito positivo. É uma promoção de um trabalho preventivo, feita pelas organizações de liderança associativa”, considera.


Terceirização


Na opinião do advogado trabalhista, muitos movimentos aconteceram nos dois últimos anos, que apontam para a evolução nas relações entre capital e trabalho. Ele cita a promulgação, em 31 de março de 2017, da lei 13.429 que altera o regime de contratação temporária disciplinado pela lei 6.019/74. “Foi um avanço legislativo muito positivo, porque as relações de trabalho não podem ser estanques, principalmente, na atividade rural, baseada em safras, e que traz outras especificidades”, diz. Segundo Zaranza, a terceirização é benéfica ao país.


“Num cenário em que você contraria um safrista e, no final do ciclo, o demitiria, se há a possibilidade de terceirização, essa pessoa ou esse serviço, poderá circular no país inteiro. Existem máquinas que são safristas e empresas de locação desses equipamentos. Se acabou a colheita no Rio Grande do Sul, a máquina não precisa ficar parada, ela pode ser deslocada para outros estados, de acordo com o calendário agrícola. Por que não fazer o mesmo com a mão-de-obra, através do regime de prestação de serviço?”, questiona.


Com a terceirização, diz o advogado, pode-se ter uma empresa especializada em colheita do algodão, que terá tanto o maquinário quanto os profissionais especialistas em operar esse tipo de máquina, à disposição do produtor rural, segundo sua demanda. “O trabalhador não irá se ocupar apenas na época da safra. E não existe precarização das relações de trabalho, porque não se alteraram os direitos do trabalhador. O que se permitiu foi uma mobilidade na contratação. Imagine, por exemplo, culturas que precisam de pulverização aérea. Você pode ter o piloto e o avião, se tiver necessidade intensiva disso, mas pode também contratar esse serviço e aeronave quando precisar. É muito mais racional”, exemplifica.


Responsabilidade


No âmbito do protocolo ABR/BCI, a terceirização exigirá, segundo Zaranza, alguns ajustes factíveis de procedimentos, além de reforço na vigilância do cumprimento das leis por parte das empresas prestadoras de serviço, exteriores às propriedades. “A certificação ABR e o licenciamento BCI compreendem toda a fazenda. Se entram terceiros administrando processos que antes cabiam à gestão da propriedade, não muda a responsabilidade da fazenda, porque ela responde pela sua produção, independentemente de que seja feita por empregados próprios ou terceirizados. Se houver uma irregularidade na empresa que fornece o serviço, o produtor responde do mesmo jeito”, ressalta.


A lei de terceirização, de acordo com o advogado, fala que o contratante tem o dever de fiscalizar. “Se empresa terceirizada não está recolhendo o Fundo de Garantia, ou a Previdência, o contratante tem responsabilidade sobre isso. Ele pode e deve pedir mês a mês a comprovação desses recolhimentos. Inclusive, a lei permite a retenção de fatura. Se a empresa contratada deixou de recolher um valor x em algum tributo, o produtor pode pagar a diferença e efetuar o pagamento direto”, explica.


Reconhecimento do MPT


Em Goiás, o impacto do programa Algodão Brasileiro Responsável na diminuição do número de autos de infração, relativos à legislação trabalhista, renderam à Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa) o reconhecimento do Ministério Público do Trabalho. Em entrevista concedida à Agopa, o procurador do Trabalho, Marcelo Ribeiro Silva, falou sobre os benefícios que o respeito às leis oferece à cotonicultura.


Procurador do Trabalho desde 1998, Marcelo Ribeiro Silva tem experiência com programas de capacitação de trabalhadores. “O ABR é um programa de grande alcance, que visa a promover a lei e o respeito aos direitos, à segurança e à vida, e isso tem reflexos positivos para todos os envolvidos. Fiquei impressionado com a iniciativa, que pode trazer melhorias significativas à atividade. É preciso um engajamento dos produtores, para que todos sejam beneficiados: empregadores, trabalhadores, sociedade e meio ambiente. Quem me dera se todos os setores tivessem um programa semelhante”, afirmou.

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Abrapa e entidades do agro alertam para a importância da aprovação do PL 3200/2015, a Lei dos Defensivos.

26 de Abril de 2018











​No dia 25 de abril, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), e a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) lançaram uma campanha educativa e entregaram aos parlamentares membros da Comissão Especial que debate a regulação de defensivos agrícolas na Câmara dos Deputados, um manifesto, alertando para a importância da aprovação do PL 3200/2015, também conhecido como Lei dos Defensivos, e, na campanha das entidades, chamado de Lei do Alimento mais Seguro.


A lei modernizará o sistema de registros dos defensivos químicos no Brasil, dando mais celeridade ao processo, a exemplo do que já é praticado em países como os Estados Unidos e a Austrália. A Lei do Alimento mais Seguro está sob a relatoria do deputado Luiz Nishimori (PR-PR), e é de autoria do deputado Covatti Filho (PP-RS). A Comissão Especial para discutir o marco regulatório dos defensivos agrícolas foi instalada em abril de 2016 sob coordenação da deputada Tereza Cristina. Foram realizadas 12 reuniões deliberativas, nove audiências públicas e um seminário. Os debates contaram com a participação de universidades, cientistas, médicos, representantes de órgãos federais e reguladores nacionais e internacionais, da sociedade e de entidades do setor agrícola.


De acordo com o vice-presidente da Abrapa e presidente da Câmara Temática dos Insumos Agropecuários (CTIA), Júlio Cézar Busato, uma vez aprovada, a lei representará um grande avanço para o agronegócio brasileiro, com benefícios para toda a sociedade. “Para a população, significa acesso a alimentos mais seguros, a preços ainda mais acessíveis. É mandatório que a lei seja aprovada. Nossa legislação atual é de 30 anos atrás e não acompanha nem os avanços científicos, nem os do agro. Ela será indispensável para atender à demanda mundial por alimentos, que depende muito do Brasil, e também para que não percamos competitividade frente aos países concorrentes, nos quais a entrada de novos produtos em circulação envolve menos burocracia, sem perder em segurança. Precisamos, se não copiar, nos inspirar no que esses países têm conquistado em avanços”, afirmou Busato.


Hoje, o procedimento de registro no Brasil pode levar até dez anos. Em outros países, como Argentina, Austrália e Estados Unidos, o prazo fica em torno de dois a três anos. A atualização da lei brasileira vai reduzir esse tempo, sem retirar competências dos órgãos registrantes.


Manifesto – Intitulada de Lei do Alimento Mais Seguro, a campanha assinada pela Abramilho, Abrapa e Aprosoja Brasil nasceu da necessidade de modernizar a legislação sobre os defensivos agrícolas no país para levar ainda mais tecnologia ao campo. A iniciativa também pretende esclarecer a população sobre os mitos e as verdades em torno do uso desses produtos nas lavouras brasileiras.


Dossiê
No ano passado, a CTIA elaborou um estudo sobre a modernização do sistema regulatório de defensivos agrícolas no Brasil, insumos que hoje representam, em média, 42% dos custos de produção do algodão, e 21% da soja. As mudanças propostas ao modelo atual, segundo o documento da Câmara Temática, passam pela criação de um sistema eletrônico de informações que integre os três órgãos responsáveis pelo registro de defensivos no país, o Ministério da Agricultura, a Anvisa e o Ibama, alterações na legislação e o protagonismo do Mapa no processo, como instituição diretamente ligada à produção agrícola. O dossiê, resultado de quase um ano de trabalho, foi entregue ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi.

As doze recomendações foram:




  1. Aperfeiçoamento da legislação brasileira baseando-se nas melhores praticas regulatórias dos outros Países de importância agrícola.

  2. Sistema eletrônico integrado (Mapa x Anvisa x Ibama).

  3. Aplicar medidas desburocratizantes onde for possível.

  4. Aperfeiçoar os processos pós registro – Listas Positivas (embalagens, formuladores, componentes e outros)

  5. Simplificação do Registro de produto idêntico (clone).

  6. Buscar harmonizar o processo aos modelos mais eficientes utilizados em países de referência.

  7. Parametrizar os critérios de avaliação dos três órgãos reguladores.

  8. Melhorar a estrutura administrativa e contratar técnicos especialistas (convênios e ampliar unidades de avaliação virtual) para  os órgãos de Registro.

  9. Dar poder ao Mapa como órgão protagonista dos processos de registro de insumos agrícolas

  10. Priorizar e dar legalidade aos registros de produtos importantes para a agricultura.

  11. Estruturar um programa de “Phase in” para substituição de produtos retirados do mercado.

  12. Combater o contrabando/pirataria.




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Sou de Algodão.

24 de Abril de 2018

Criada no final do século XIX, a Santanense é uma das líderes de mercado e tem no algodão sua principal matéria-prima. Ela adere à iniciativa institucional da Abrapa de conscientização do consumidor final para as vantagens da fibra natural.




Uma das mais longevas indústrias têxteis do Brasil, a Santanense, empresa do Grupo Coteminas, juntou-se esta semana ao movimento Sou de Algodão, iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que tem por objetivo aumentar a participação da matéria-prima no mercado interno, através da conscientização do consumidor final para os diferenciais da fibra natural.  Com a chegada da Santanense, já são quase trinta parceiros ligados à causa, dentre empresas de confecção, varejo, indústrias têxteis e ONGs.


A Santanense foi fundada em Minas Gerais, 1891, e foi uma das primeiras mil empresas brasileiras. Dos 32 teares iniciais, no final do século XIX, a Santanense construiu uma história de liderança. Hoje, sua produção é de aproximadamente 60 milhões de metros lineares de tecidos, fabricados em três unidades industriais, localizadas em Montes Claros, Pará de Minas e Itaúna, todas em Minas Gerais, com sede administrativa em Belo Horizonte. O algodão é a principal matéria-prima da indústria. Está presente em dois terços dos 4,5 milhões de metros lineares que a Santanense fabrica mensalmente. A produção é dividida em duas linhas, Workwear, que representa 60% do total produzido, e Sportswear, equivalente a 40%. Nesta última, a participação da fibra chega a 98%


Para Rogério Gonçalves, diretor de Marketing da Santanense, “apoiar o movimento Sou de Algodão, iniciativa da Abrapa que incentiva o uso de uma matéria-prima natural e que faz parte da história têxtil do Brasil é, com certeza, uma parceria de sucesso. A Abrapa é uma organização ética e engajada na busca de pesquisa, de inovações e da melhoria do algodão, fibra nobre, que, por suas características de ser natural, confortável e de proporcionar respirabilidade às peças, tem uso majoritário no mundo da moda”, finaliza Gonçalves.


De acordo com o presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura, o engajamento da Santanense ao Sou de Algodão confere ainda mais peso ao movimento, e será um fator de influência para a chegada de novos parceiros. “A Santanense é um pedaço vivo da história do Brasil e da cotonicultura brasileira, e é uma grande honra tê-la conosco. Ela é uma das chamadas empresas ‘feitas para durar’ que são, justamente, aquelas que pensam e agem de forma sustentável, seja do ponto de vista econômico, social ou ambiental. Isso tem tudo a ver com o movimento Sou de Algodão”, afirma Arlindo Moura.


A iniciativa, lançada em 2016, reforça os atributos positivos do algodão, tanto por suas características de produto natural, biodegradável, confortável e antialérgico, quanto pela versatilidade da matéria-prima para produzir fios, tecidos e roupas. “Esses diferenciais nem sempre estão no radar do consumidor final ao fazer suas escolhas. O que pretendemos é conscientizá-los, de modo a promover uma mudança de comportamento nesse público. Fazer com que confiram a etiqueta para ver a composição do tecido, sintam na pele a diferença e optem por peças de algodão em suas roupas de cama, mesa e banho. Nossa meta é incrementar o consumo de produtos de algodão no mercado interno, em dez pontos percentuais, num prazo de cinco anos”, conclui o presidente da Abrapa.

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SBRHVI

19 de Abril de 2018

A colheita da safra 2017/2018 está prestes a começar. Para esse ciclo, são esperadas em torno de dois milhões de toneladas de pluma. Os laboratórios de análise de fibra já estão preparados para a classificação, principalmente, os que atendem os estados de São Paulo, Bahia, Mato Grosso do Sul e Piauí, que devem ser os primeiros a colocar as colheitadeiras em campo.

Nos três pilares que fundamentam o programa Standard Brasil HVI (SBRHVI), que são o CBRA, a orientação aos laboratórios que atendem aos produtores e o Banco de Dados da Qualidade, todo um trabalho foi realizado antes da safra, para garantir resultados confiáveis na classificação da pluma brasileira.

Essa preparação, coordenada pela Abrapa através do SBRHVI, só terá êxito se produtores e usinas de beneficiamento fizerem a sua parte, enviando aos laboratórios somente amostras dentro dos padrões especificados pela Instrução Normativa de Número 24 (IN24), publicada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

No Brasil, a IN24 definiu que as amostras têm de ter 150 gramas. Esse é o tamanho mínimo necessário a classificação por HVI. O padrão internacional é de oito onças, aproximadamente, 230 gramas.

Com a criação do CBRA, em dezembro de 2016, a conscientização para o cumprimento do padrão da amostra se tornou fundamental. No Brasil, ao contrário de países como os Estados Unidos, onde a fiscalização acontece, inclusive, no momento de retirada da amostra na usina, o atendimento à norma é de responsabilidade de cada produtor/usina.


Importância das dimensões


O tamanho e a espessura das amostras são muito importantes na análise de classificação tecnológica (HVI). Um exemplo disso é o color grade, a análise da cor do algodão. Essa etapa envolve o grau de reflexão (Rd) e o índice de amarelamento (+b). Para realizá-la, a amostra é colocada sobre uma placa, e as fibras serão expostas à luz. Se o algodão não preencher totalmente os espaços dessa placa, o colorímetro fará uma leitura incorreta.


Manuseio

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Confluência de fatores positivos marca primeiro trimestre de 2018

18 de Abril de 2018

O ano de 2018 começou repleto de boas perspectivas, que já começam a se concretizar. A primeira delas, a tão esperada colheita de dois milhões de toneladas de pluma, algo em torno de 21% a mais que na safra anterior, com produtividades maiores do que esperávamos nas lavouras: 1,66 mil quilos por hectare, apenas 4% menores que o registrado no ciclo anterior, uma meta que nem de longe pretendíamos alcançar. De forma geral, no primeiro trimestre, os preços se mantiveram estáveis e atrativos, o que nos motiva a plantar mais algodão em 2018/2019. No mercado interno, vemos os primeiros sinais de retomada da economia e a indústria prevê um crescimento da ordem de 4%, com geração de até 20 mil empregos formais. Para além das fronteiras, a tendência de consumo mundial se mantém crescente e superior à oferta pelo quarto ano consecutivo.


Tudo o que mencionei até então diz respeito às engrenagens da cadeia produtiva, seus aspectos agronômicos e mercadológicos, que, em sua maioria, são autorreguláveis. Mas nem somente delas vive o agro, que, como todos os demais setores da vida, obedece às leis, normas e políticas vigentes. E sobre estas, assim como no clima, temos pouca ingerência e, não raramente, estamos sujeitos a algumas intempéries, que costumamos chamar de insegurança jurídica. Grande parte do trabalho da Abrapa consiste na defesa do setor junto às instâncias políticas, no Executivo, Legislativo e Judiciário, em busca das melhores condições possíveis para que exerçamos a nossa atividade com a segurança que nos permita balizar as nossas decisões e planejar com mais assertividade. É fato que sofremos alguns reveses. Um deles foi a mudança de entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) acerca da constitucionalidade do Funrural, uma matéria que nos exige trabalho contínuo e cuja solução ainda não está totalmente definida.


Em 2018, completei o meu primeiro ano de mandato na presidência da Abrapa e pude ver de perto a complexidade e o arrojo da atuação desta entidade. Da mesma forma, constatei o quanto a Associação conquistou em credibilidade, dentro e fora do país, em seus quase 20 anos de existência. Isso se deve a um modo estratégico de pensar que se reflete em todas as suas ações, desde os processos administrativos mais simples, até os grandes programas, como o Algodão Brasileiro Responsável (ABR), o Standard Brasil HVI (SBRHVI), o Sistema Abrapa de Identificação (SAI) e o movimento Sou de Algodão. Cada um deles, com suas características e desdobramentos, e todos “conversando” entre si, retroalimentando os sistemas, e contribuindo decisivamente para o fortalecimento do algodão brasileiro e a construção, sempre em progresso, da sua imagem.

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