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Cotonicultores apresentam soluções do setor agrícola para modernizar o registro de defensivos

12 de Maio de 2017

Os gargalos do sistema de registro de defensivos agrícolas no Brasil e o que o setor produtivo espera de modernização em uma nova lei, em substituição à atual Lei de Agrotóxicos (7.802/89), foram temas centrais da apresentação da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) na reunião mensal do Conselho do Agro, da CNA, realizada na quarta-feira (10/05), em Brasília. A sessão contou com a presença do assessor especial do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), Sérgio De Marco, e do secretário de defesa agropecuária do Ministério, Luís Eduardo Rangel. A Abrapa apresentou dados preliminares levantados no estudo que está sendo elaborado pela Câmara Temática de Insumos Agropecuários (CTIA) do Mapa – da qual é integrante – que serão consolidados em um dossiê para que sirva de base para as tomadas de decisões pelo Poder Público, contribuindo para tornar o agronegócio brasileiro mais competitivo. A reunião do Conselho do Agro, que congrega representantes das principais cadeias produtivas do setor, foi presidida pelo presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura.



Atualmente, os defensivos agrícolas representam 42% do custo de produção da cultura do algodão  no Brasil, semelhante ao que ocorre em outras culturas. A cada ano, são protocolados no sistema 400 novos pedidos de registro pelas empresas fabricantes. Em 2016, desse total, apenas 277 produtos foram registrados, sendo que, destes, apenas cinco são produtos novos, que representam inovação para o controle de pragas e doenças. O restante é composto de produtos genéricos e técnicos, ou seja, que servirão de base para a formulação de novos produtos. O registro depende, simultaneamente, de três órgãos: Anvisa, Mapa e Ibama. Segundo a Abrapa, a burocracia e a morosidade no processo, resultam em longas "filas" e fazem com que, para registrar um novo produto, o Brasil precise de, em média, oito anos, e, para um produto "genérico", seis.



"Isso vulnerabiliza a produção e tira a competitividade do Brasil. Estamos muito aquém dos nossos concorrentes, como os Estados Unidos, onde se levam três anos para registrar um produto novo, e em torno de um ano, para colocar no mercado um genérico", explica Moura. Mesmo na América do Sul, diz o presidente, o prazo é menor. Em países como Argentina (2,5 anos), Paraguai (1,5 anos), Uruguai (0,8 anos) e Chile (3 anos), o processo de registro é da competência de um único órgão, o Ministério da Agricultura, e o sistema de avaliação é eletrônico.



"Antes de tudo, é preciso mudar o próprio conceito de agrotóxico e o mito de que o Brasil é o país que mais consome esses produtos no mundo. Somos o sexto maior consumidor, o que, ainda assim, deve ser entendido como um dado relativo, pelas dimensões da nossa produção agrícola e pelo fato de sermos um país tropical", afirma. Moura argumenta que a neve, por exemplo, nos países de inverno rigoroso, quebra o ciclo de reprodução de pragas e doenças, enquanto o Brasil tem condições climáticas que favorecem o desenvolvimento destas.




Expectativa



Durante a reunião, a Abrapa detalhou a expectativa do setor para uma nova lei de defensivos. Dentre os principais pontos listados, análise integrada dos processos de registro, desburocratização e o atendimento às prioridades do agricultor brasileiro. De acordo com a apresentação, atualmente, no Brasil, há um grande número de produtos aguardando registro, e, até recentemente, não havia um critério de prioridade que estabelecesse o que é urgente para o agricultor.


"Perde-se tempo com o que não é estratégico para o país, pois o critério estabelecido é a ordem de inclusão do pedido pelos fabricantes", afirmou o diretor executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero. Enquanto isso, segundo o executivo, "vários produtos, cujas patentes expiraram e caíram no domínio público, poderiam ser registrados como genéricos, ajudando a reduzir os custos de produção, ao aumentar a concorrência no mercado". No dia 31 de março, o Mapa publicou a nova lista de Prioridades para o Registro de Defensivos Químicos para as lavouras brasileiras, no âmbito da Portaria 163/15, com 53 produtos e tecnologias voltados à sanidade dos vegetais, ranqueados como os de maior demanda de celeridade nos processos de análise técnica.



Portocarrero ressaltou também a avaliação dos produtos pautada pelo "perigo" e não pelo "risco". Esta última é a predominante no mercado global. "Quando se diz que um produto tem riscos, paralelamente, se elenca quais são eles, as medidas para evitá-los, os EPIs necessários no manejo, antídotos, dentre outros, e o produto continua circulando. Mas quando o produto é taxado como perigoso, ele é proibido e não se fala mais nisso. O conceito de perigoso é relativo. Mesmo um elemento como a água pode ser perigoso, se não for considerada a quantidade correta de ingestão", exemplifica o diretor executivo.

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Algodão que comporá as amostras-padrão de rechecagem das máquinas de HVI chega ao CBRA

08 de Maio de 2017

O Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão – CBRA, da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), já recebeu a primeira carga de algodão em pluma. Foram 115 fardos, adquiridos pela associação nos estados da Bahia e Goiás, que serão transformados em amostras de rechecagem, para servir de parâmetros oficiais nos laboratórios que fazem análise de fibra para produtores de algodão,  como parte do Programa Standard Brasil HVI – SBRHVI. Inaugurado em dezembro de 2016, o CBRA começará a operar já na safra em curso (2016/17).


O modelo logístico da rechecagem com o envio das amostras aos laboratórios simplifica o processo e minimiza os riscos de atraso e mesmo de extravio das remessas em relação ao modelo idealizado inicialmente, que previa o recebimento, no CBRA, das amostras dos laboratórios. Hoje existem 13 centros de análise de High Volume Instrument (HVI) no Brasil, e 63 instrumentos do tipo disponíveis no território nacional. No dia 26 de março, representantes de todos os laboratórios que fazem parte do SBRHVI reuniram-se na sede da Abrapa para conhecer melhor, avaliar e validar as regras que regerão o programa, lançado em outubro do ano passado, em Liverpool, na Inglaterra.  O CBRA é um dos três pilares desta iniciativa, sendo os outros o Banco de Dados da Qualidade e a Orientação Técnica aos Laboratórios de HVI brasileiros.


As amostras de rechecagem produzidas no CBRA chegarão aos laboratórios com as dimensões necessárias e adequadas para análise. Terão sido aferidas pelas  duas máquinas de HVI do centro, e ao serem analisadas pelos equipamentos dos laboratórios participantes, na proporção de 1% das análises feitas durante toda a safra, servirão de base para a calibração de todos os instrumentos que analisam o algodão dos produtores associados às estaduais que compõem a Abrapa. De acordo com o gestor do Programa de Qualidade da Abrapa, Edson Mizoguchi, os laboratórios deverão inserir a amostra de rechecagem a cada 100 fardos analisados. "Os índices aferidos anteriormente têm de ser os mesmos da amostra. Se os dados não baterem, algo está errado com o instrumento. A Abrapa terá essas informações, notificando e orientando os laboratórios para a padronização", explica.


O novo modelo logístico, contudo, não invalida a chamada checagem cruzada, que será definida por sorteio. Nesse caso, o laboratório escolhido terá de enviar as amostras selecionadas para o Centro. Para tabular os dados, permitir uma visão abrangente das análises e favorecer o desenvolvimento do Programa Standard Brasil HVI – SBRHVI, a Abrapa contratará uma empresa para elaborar o estudo estatístico dos dados levantados e estabelecer os parâmetros de desvios e tolerâncias para o algodão brasileiro.


"Esse é mais um importante passo para padronização e a verificação da qualidade do nosso algodão, o que, consequentemente, contribuirá para reforçar a credibilidade do produto no mercado internacional", afirma o presidente da Abrapa,  Arlindo de Azevedo Moura.


O Centro


O CBRA foi inaugurado pela Abrapa em Brasília, em 6 de dezembro de 2016, ao final do mandato do ex-presidente João Carlos Jacobsen Rodrigues. Para a construção da estrutura e instalação do laboratório, foram investidos em torno de R$ 9 milhões, de um total de R$50 milhões já aplicados pela Abrapa e suas associadas no Programa de Qualidade.


O Centro é equipado com duas máquinas de HVI e capacidade de analisar 800 amostras por dia. Essa é a tecnologia mais avançada e recorrente no mundo para a classificação de algodão. Ela avalia com precisão características intrínsecas e extrínsecas da fibra, como comprimento, resistência, uniformidade, espessura, reflectância, dentre outras, minimizando a subjetividade da classificação visual, que continua existindo, em paralelo ao HVI. No CBRA, todo o ambiente é controlado para atingir e manter as condições ideais de temperatura e umidade para a análise.


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Em Audiência Pública, Abrapa contesta cobrança do Funrural sobre receita bruta do produtor pessoa física.

05 de Maio de 2017

"Taxar a renda bruta significa taxar os insumos agropecuários. E é graças a eles, a essas tecnologias, grande parte do sucesso do setor, e das práticas que garantem a conservação do meio ambiente e a viabilidade econômica do negócio. Taxar a renda bruta é ignorar que os agricultores brasileiros têm o compromisso de se superar em todas as safras para serem competitivos". Essas considerações, a respeito da constitucionalidade da cobrança da Contribuição Social Rural, o Funrural, sobre a renda bruta do produtor rural pessoa física, foram feitas hoje  (03/05) pelo vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Júlio Cézar Busato, durante a Audiência Pública realizada pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal, na qual compõe a mesa, representando a Abrapa como expositor.


Representantes das diversas associações estaduais ligadas à Abrapa estiveram presentes na audiência, que atende aos requerimentos de n.º 350/2017, de autoria do deputado Luis Carlos Heinze  -  PP/RS e outros, e de n.º 351/2017, de autoria do deputado Jerônimo Goergen – PP/RS, que ocorreu no Auditório Petrônio Portela, do Senado Federal, em Brasília-DF.


Desde que o STF julgou constitucional, no dia 30 de março, o pagamento do Funrural, a Abrapa tem se posicionado contra o tributo, que vai de encontro à decisão tomada pelo próprio STF em 2010, quando o imposto foi julgado inconstitucional. Busato ressaltou em sua fala a insegurança jurídica causada pelo recente posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF), que, além de instituir um novo tributo, cuja natureza tem sido questionada, gerou um grande passivo para o produtor rural, tanto para os que – amparados por ações judiciais contra o pagamento do Funrural – deixaram de pagar a contribuição previdenciária, quanto para os que a depositaram em juízo.


 


Lucratividade comprometida


 


Em sua fala, Júlio Busato apresentou o impacto do Funrural sobre a lucratividade do cotonicultor. Segundo o vice-presidente da Abrapa, para plantar um hectare de algodão, o produtor de algodão tem um custo de R$7,8 mil, com faturamento médio estimado de R$8,5 mil, considerada a cotação atual de US$0,70 por libra-peso, e a produtividade média de 240 arrobas de algodão em capulho por hectare. Isso gera uma lucratividade média de R$700. Nessas condições, o Funrural, cuja alíquota é de 2,1%, calculado sobre o faturamento bruto do produtor, equivale a R$178,50. "São 26% sobre a receita bruta do produtor!", alerta Busato.


A Abrapa defende a criação de um Projeto de Lei que altere a Lei 8.212, de 24 de julho de 1991, e permita que o empregador rural possa optar por recolher as contribuições previdenciárias sobre a receita da atividade ou sobre a folha de pagamentos.


"Essa discussão é extremamente importante para a democracia e deveria ter precedido o a votação do dia 30 de março. Nós, produtores rurais, nunca nos furtamos a pagar os impostos que nos cabem, desde que eles sejam justos. Esperamos contribuir para uma solução que corrija os problemas que o Funrural, da forma como foi aprovado, traz para o setor", disse o presidente da Abrapa, Arlindo Moura.


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TMG lançará nova cultivar no 11Congresso Brasileiro do Algodão

02 de Maio de 2017

Qualidade de pluma, alto rendimento e resistência a doenças como a ramulária são alguns dos diferenciais da nova cultivar que a Tropical Melhoramento & Genética (TMG) vai apresentar no 11° Congresso Brasileiro do Algodão, o 11° CBA. Batizado de TMG44B2RF, o lançamento é uma variedade transgênica, com tecnologia Bolgard II RR Flex da Monsanto, e estará disponível para os cotonicultores na safra 2017/18. No CBA, o público não terá como adquirir a cultivar, mas poderá conhecer suas características, com assessoria dos técnicos e executivos da empresa presentes ao evento, que é realizado pela Associação Brasileira do Produtores de Algodão (Abrapa). Nesta edição, o CBA acontece entre os dias 29 de agosto e 1° de setembro de 2017, em Maceió (AL).


"Esta é a vantagem de estar presente em um acontecimento que reúne toda a cadeia produtiva. Podemos divulgar intensamente e de forma personalizada os nossos produtos para um público estratégico para os nossos negócios", diz o diretor presidente da TMG, Francisco José Soares Neto, sobre a participação recorrente da empresa no Congresso Brasileiro do Algodão.


Segundo Neto, a cadeia produtiva do algodão investe muito em tecnologia e todos os elos se encontram no CBA.  "O congresso é uma excelente oportunidade de relacionamento e, também, uma ótima vitrine para o nosso portfolio de produtos. Em especial, para os lançamentos", afirma.


Francisco Neto acredita que as estimativas positivas para a safra 2016/17 devam aquecer ainda mais esta edição do CBA. "O Brasil tem condições de multiplicar muitas vezes a área plantada com a cultura do algodão, podendo, inclusive, investir mais na verticalização da cadeia produtiva. Isso só se faz com tecnologia, o que torna essenciais eventos como o CBA", conclui.


Com atuação nacional e foco regionalizado, a TMG é uma empresa obtentora de germoplasma genuinamente brasileira. Seus sócios são produtores rurais que investem a cada ano mais de R$ 90 milhões em pesquisa e desenvolvimento.


A Abrapa comemora a renovação da parceria da empresa mato-grossense com o evento. "A TMG é uma companhia robusta e de grande importância para a cotonicultura nacional. Essa parceria, sempre renovada, no Congresso Brasileiro do Algodão nos deixa muito satisfeitos", ressalta o presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura.


Para saber mais sobre o 11° Congresso Brasileiro do Algodão (CBA), programação, inscrições, submissão de trabalhos, etc., acesse: www.congressodoalgodao.com.br


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