"A indústria têxtil é uma vocação nacional e isso se deve em grande parte ao fato da cotonicultura brasileira ser tão competitiva e produzir matéria-prima de tão boa qualidade, principalmente em Mato Grosso" – essa afirmação foi feita pelo empresário Josué Gomes da Silva, dono da Coteminas, durante encontro com diretores da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), em Cuiabá, no final da tarde dessa segunda-feira (6 de março).
Presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Josué Gomes da Silva reuniu-se com o presidente da Ampa, Alexandre Schenkel, e outros dirigentes da entidade para discutir alternativas para atrair empresas do setor a Mato Grosso com a finalidade de agregar valor à pluma produzida no estado, consolidado como o maior produtor de algodão do Brasil. A atual direção da Ampa vem buscando, em parceria com o Governo de Mato Grosso, formas de estimular a geração de empregos e renda com a verticalização da produção.
"A disponibilidade de matéria-prima de qualidade e energia a preços competitivos é fundamental para atrair empresas da indústria têxtil e de confecção para Mato Grosso", afirmou Gomes da Silva, que é filho do ex-vice-presidente José de Alencar e está à frente de uma das maiores empresas têxteis do Brasil, líder no segmento cama, mesa e banho e também na confecção de tecidos para uniformes com características especiais, com tecidos retardantes a chamas.
Na opinião do empresário, apesar do momento difícil atravessado pela indústria têxtil e de confecção, o Brasil tem tudo para se consolidar nesse setor e Mato Grosso está apto a dar sua contribuição para isso.
"Temos uma combinação de tecnologia já dominada, com mão de obra qualificada, design que faz sucesso em todo o mundo e as mais belas modelos, e, principalmente, disponibilidade de algodão de boa qualidade" – comentou Gomes da Silva. "O que falta? Falta o estado oferecer às classes produtoras infraestrutura de melhor qualidade e uma carga tributária mais compatível com a atividade produtiva. Do resto, a gente dá conta", complementou.
O empresário se disse muito impressionado com as informações recebidas sobre a produção algodoeira em Mato Grosso, estimada em cerca de 970 mil toneladas de pluma na safra 2016/17, considerando uma área cultivada de aproximadamente 614 mil ha (segundo consultas feitas aos produtores associados à Ampa) e a produtividade de 1.589 kg/ha (fonte Conab). "Isto aqui é um espetáculo e todos os brasileiros ficariam mais esperançosos e orgulhosos se conhecessem a produção de algodão mato-grossense", afirmou.
Josué Gomes da Silva, que estava acompanhado de seu assessor Adriano Silva, recebeu das mãos do presidente Alexandre Schenkel exemplares do livro "Algodão – Os pioneiros que transformaram Mato Grosso em um grande produtor", recém-lançado pela Ampa. Participaram da reunião realizada na Sala dos Pioneiros do edifício-sede da Ampa o vice-presidente Eraí Maggi Scheffer, o 2º secretário Guilherme Mognon Scheffer, o ex-presidente Sérgio De Marco (assessor especial do ministro Blairo Maggi no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e os diretores executivos Décio Tocantins e Alvaro Salles (da Ampa e do Instituto Mato-grossense do Algodão – IMAmt, respectivamente).