notícias

ITMF 2020 debate moda, geopolítica e consumo no contexto da Covid-19
27 de Outubro de 2020

A Covid-19 mexeu com o calendário de eventos do algodão, dentro e fora do Brasil. Alguns dos mais tradicionais foram cancelados, e outros, como a Conferência Anual da International Textile Manufacturers Federation, a ITMF 2020, foram mantidos, mas em formato digital. Quem representou a Abrapa, mais uma vez, na ocasião, foi o ex-presidente e personalidade influente do setor, João Luiz Ribas Pessa, que reportou as tendências apontadas no evento, sob o pano de fundo de um mundo em pandemia. Para Pessa, a Covid-19 mudou muito mais que o formato da conferência, direta ou indiretamente, dando o tom dos tópicos abordados. Os assuntos mais debatidos versaram sobre evolução da digitalização, automação nas indústrias, robótica, compromisso sócio-ambiental na produção, compra de matéria-prima, energia, logística, comercialização e globalização. Segundo conta Pessa, a agenda da moda passa, necessariamente, pela redução da poluição e pelo consumo consciente. Na geopolítica, a iminente guerra fria entre estados Unidos e China, no cabo de guerra do mercado. "Apesar de não haver o mesmo calor nas relações interpessoais, com trocas de cartão de visitas e agendamento de reuniões e cafés, a conferência digital trouxe inovações interessantes: mais objetividade nas falas e mais concentração nos assuntos, e foi operacionalizada com precisão. De qualquer forma, a ITMF aposta no retorno ao presencial em 2021, quando o evento será realizado de 26 a 29 de setembro, em Davos, na Suíça", afirmou.

Abrapa quer conquistar mais mercado para o algodão brasileiro no Paquistão
26 de Outubro de 2020

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) quer colocar mais fibra brasileira nos têxteis "Made in Pakistan". O país é hoje o terceiro em consumo de algodão em pluma do Brasil para a sua grande indústria têxtil, responsável por suprir boa partes das casas mundo afora, com produtos de cama, mesa e banho. É também o quinto colocado do ranking dos grandes importadores, embora seja também um grande produtor mundial, ocupando o quinto lugar. O desafio da Abrapa é aumentar a participação da pluma brasileira nesse mercado, que hoje está em 25%, mas que, apenas uma safra atrás (2018/2019), era de 6%. Na manhã da última quinta-feira (22), a Abrapa promoveu uma reunião com a embaixada do Brasil no Paquistão para apresentar o projeto Cotton Brazil, do qual o Paquistão é um dos oito países-alvo, e angariar o apoio diplomático para as atividades de promoção que a entidade dos cotonicultores está desenvolvendo neste mercado. O encontro foi virtual e reuniu, além dos produtores e diplomatas, representantes da Apex-Brasil e da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea). Em sua apresentação, o diretor de Relações Internacionais da Abrapa, baseado em Singapura, Marcelo Duarte, ressaltou que há ainda muito espaço para expansão da presença da pluma brasileira na mistura da indústria paquistanesa. "Num comparativo com o nosso principal concorrente, os Estados Unidos, por exemplo, para cada fardo que nós emplacamos no Paquistão, os EUA cravam 2,3. E, das 870 mil toneladas totais importadas por eles, respondemos por 220 mil toneladas", comparou Duarte. A estratégia da Abrapa é de aproximação com as entidades locais do setor têxtil, como a Aptma (All Pakistan Textile Mills Association), e suprir o mercado com informações sobre o algodão brasileiro, dentro do escopo das ações do Projeto Ásia. Qualidade e sustentabilidade, em condições competitivas são os diferenciais trabalhados nesta missão. O vice-presidente da Abrapa, Júlio Busato, contextualizou para as embaixadas de Singapura e Paquistão a evolução da cotonicultura nacional. Na década de 90, o Brasil era o segundo maior importador global de algodão. "Hoje, somos o segundo maior exportador, atrás apenas dos Estados Unidos, que esperamos ultrapassar até 2030. A grande guinada brasileira é resultado da união dos produtores que, junto com instituições de pesquisa públicas – como a Embrapa – e também privadas, prospectaram e incorporam novas tecnologias à produção brasileira da pluma, alcançando altos níveis de produtividade, que ajudaram o país a mais do que dobrar a produção nas últimas três safras", disse. Busato acredita que, nas ações de promoção da pluma na Ásia, contar com o apoio do Governo Federal, via embaixadas e órgãos como a Apex-Brasil, agrega peso de representatividade. "Faz muita diferença. Os americanos fazem isso há muito tempo. Nós já estávamos presentes na Ásia em nossas missões internacionais, seja trazendo asiáticos para visitar as nossas fazendas ou visitando em grupo as indústrias no continente. Mas, agora, com um escritório de representação da Abrapa em Singapura, e o apoio dos órgãos oficiais, esperamos ser ainda mais bem-sucedidos", afirmou Busato. O embaixador do Brasil no Paquistão, Olyntho Vieira, se comprometeu a ajudar na aproximação da Abrapa com a indústria local, fornecendo informações e contatos. "Por mais que a tecnologia nos facilite a vida, nada substitui a presença física. O Paquistão tem suas particularidades. É um país com grande vocação exportadora, muito em função dos seus problemas econômicos, que fazem dele não o seu próprio mercado para os têxteis", lembrou. Como prova do contato mais próximo com as embaixadas – que vem sendo estabelecido através das reuniões virtuais da Abrapa, Apex-Brasil e Anea com os países-alvo–, no encontro de quinta, o representante da Abrapa em Singapura, Marcelo Duarte, participou do webinar na sede da embaixada do Brasil naquele país, ciceroneado pela embaixadora Eugênia Barthelmess, o ministro-conselheiro Daniel Pinto, o adido agrícola Leandro Antunes e o chefe do departamento de comunicação, Guilherme Prado. Em Islamabad, além do embaixador Olyntho Vieira, também estavam presentes o ministro-conselheiro, Rômulo Neves, e a conselheira Adriana Pereira, chefe do setor de promoção comercial. A Abrapa ainda realizará reuniões com o mesmo propósito com as embaixadas da China, Turquia e Coreia do Sul.

Informação ao Mercado
26 de Outubro de 2020

​A Abrapa, a Apex Brasil e a Anea lançaram nesta segunda-feira (26), aos diversos stakeholders da cotonicultura brasileira, em especial, aos traders, uma carta em que comunica a abertura do seu escritório de representação em Singapura. Trata-se de uma espécie de  "embaixada" do algodão do Brasil na Ásia, e faz parte das iniciativas de promoção internacional da nossa fibra, em linha com o pilar marketing da associação. No dia 8 de dezembro, o projeto Cotton Brazil será oficialmente lançado, em cerimônia virtual, que anunciaremos em breve. Leia a íntegra da carta:

Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão
23 de Outubro de 2020

ALGODÃO PELO MUNDO #41 Algodão em NY - Esta semana começou com boas notícias sobre o PIB da China e dados positivos sobre a economia dos EUA. Isso, somado à convicção de muitos agentes de mercado de que a safra americana será pior que o divulgado, foi fundamental para que a barreira dos 70 cents fosse rompida pela primeira vez após o início da pandemia. O contrato dez/20 em NY fechou ontem a 71,94 U$c/lp, com alta de 3,9% nos últimos 7 dias. Altistas - China acelera recuperação e cresce 4,9% no terceiro trimestre. Primeiro país a entrar e primeiro a sair da crise do COVID-19, a economia Chinesa mostra força. Altistas 2 - Um grande banco de investimento dos EUA divulgou ontem um relatório sugerindo que um "boom de commodities" está acontecendo. O banco analisa dois fatores fundamentais para o atual boom: 1) os trilhões de dólares de estímulo injetados pelos governos mundo a fora e 2) o crescimento da demanda à medida que as economias se recuperam do COVID-19. Safra EUA – As condições das lavouras dos EUA, para a semana encerrada em 19/out, pioraram. O percentual de lavouras classificadas como boas a excelentes foi reduzio em 3 pontos, chegando a 67%.  A colheita chegou a 34% e na próxima semana deve atingir 50%. China - Centenas de altos membros do Partido Comunista Chinês se reunirão de 26 a 29 de outubro em plenária a portas fechadas para revisar e aprovar um amplo pacote de metas e estratégias para a segunda maior economia do mundo durante os próximos cinco anos, que terminam em 2025. Turquia - A semana foi novamente calma para o algodão importado. As fábricas continuam focando no algodão doméstico, mas mesmo assim, com poucos volumes. A atenção ficou com o câmbio. O Banco Central Turco ontem anunciou que a taxa de juros ficaria inalterada, o que levou a uma desvalorização da moeda a um nível de 7.97 TRY/USD, mínimo histórico. Austrália - O plantio de algodão na Austrália avança em melhores condições de água comparado à mesma época da última safra. O plantio no país termina em novembro. Os preços internos ainda não foram afetados pelas tensões entre o país e a China. Cotton Brazil – Em reunião com os Embaixadores do Brasil no Paquistão Olyntho Vieira e em Singapura Eugênia Barthelmess, diplomatas, ANEA e Apex Brasil e lideranças da Abrapa discutiram estratégias para aumentar a participação do algodão Brasileiro no Paquistão. Paquistão - O Paquistão é o 5º maior importador de algodão global, com previsão de importar 830 mil toneladas este ano. Índia - Esta madrugada lideranças da Abrapa e da Anea se reuniram com os principais empresários das duas principais entidades da indústria têxtil da Índia (CITI e ICAL) via videoconferência. Esta ação faz parte do plano de promover o algodão brasileiro neste importante mercado. Beneficiamento - A Abrapa informou o progresso do beneficiamento da safra 2019/20 de algodão no Brasil até ontem: Mato Grosso: 67%; Bahia: 84%; Goiás: 83%; Minas Gerais: 80%; Mato Grosso do Sul: 100%; Maranhão: 51%; Piauí: 92%; São Paulo: 100%; Tocantins: 84% e Paraná: 100%. Média Brasil: 72% beneficiado Exportações - O ritmo das exportações caiu um pouco na terceira semana de outubro, com 34,5 mil toneladas exportadas na semana.  O total acumulado nas três primeiras semanas até aqui foi 116,7 mil toneladas.  Ano passado em outubro foram exportadas 288 mil toneladas. Preços - A tabela abaixo ⬇ mostra os últimos movimentos de preços, índices e câmbio que impactam o mercado de algodão.

Semana #worldcottonday - Cotonicultura do Brasil fez da diversificação o caminho para a proteção sustentável de cultivos
18 de Outubro de 2020

#worldcottonday Quando um consumidor opta por uma roupa de algodão, ele mostra que, além de muito estilo, faz escolhas que são mais "gentis" para o planeta. O algodão é natural, biodegradável, reciclável, e não contamina os rios e mares com micropartículas nocivas ao meio ambiente a cada vez que a peça é lavada. E quando o algodão é produzido no Brasil, além de tudo isso, quem o compra pode ter certeza de que ele também é sustentável, porque foi produzido dentro de padrões criteriosos e internacionalmente reconhecidos de boas práticas ambientais, sociais e econômicas. Atualmente, 77% das lavouras brasileiras são chanceladas pelo Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e pela Better Cotton Initiative (BCI). O ABR, certificação da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), e a BCI, organização suíça referência em licenciamento de fibra sustentável, operam no Brasil em benchmark desde 2013. Essa atuação conjunta por uma produção responsável de algodão é um caso de sucesso que tem contribuído para impulsionar a imagem da fibra brasileira no mundo e conquistar a preferência das indústrias, sempre atentas às demandas de consumidores cada vez mais conscientes. Suando a camiseta Para chegar ao status de fornecedor de algodão sustentável, o produtor tem de ralar muito para seguir protocolos e cumprir um extenso check list. O Brasil é campeão nesse quesito. Segundo a BCI, em seu relatório lançando em junho deste ano, o Brasil detém a maior parte do algodão chancelado pela entidade. Em 2019, a participação nacional no montante global foi de 36%. Números, protocolos, certificações e licenciamentos já seriam motivo de sobra para o país se orgulhar desse posto, mas se a gente levar em consideração o desafio que é produzir algodão no Brasil, essa vitória fica ainda mais saborosa. Primeiro, é preciso esquecer aquele negócio de que, aqui, em se plantando tudo dá. Dá, sim, muito trabalho, porque o mesmo clima, o mesmo solo e as condições que fazem as plantas crescerem rapidinho, também são tudo de bom para pragas, doenças e ervas daninhas, os chamados inimigos das lavouras. Para complicar, como aqui não temo invernos com neve ou clima de deserto, esses bichinhos e plantas não desejáveis têm vida boa o ano inteiro. Por isso, é preciso investir em proteção de cultivos. De acordo com o consultor agronômico Celito Breda, que também é produtor rural na Bahia e supervisor do programa fitossanitário da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), manter esses "carinhas" fora das lavouras custa caro para o produtor. "Somando-se o valor dos defensivos e o dos royalties, pode-se gastar em torno de 30% a 40% do custo total médio de produção, por hectare, somente com proteção de cultivos. No caso do algodão, esse custo pode chegar a US$ 1mil dólares por hectare", diz. Não bastasse isso, a cada safra, as pragas, doenças e ervas daninhas ficam mais resistentes, e, da mesma forma como acontece com os antibióticos que a gente toma quando está doente, com o passar do tempo, eles tendem a deixar de fazer efeito. Então, novas moléculas precisam entrar em circulação – o que, no Brasil, pode levar até dez anos para acontecer – ou uma quantidade maior de produto precisará ser utilizada, o que não é bom nem para o meio ambiente, nem para as pessoas, nem para o bolso do produtor. Junto e misturado O jeito inteligente que o cotonicultor brasileiro encontrou para proteger suas lavouras foi o Manejo Integrado de Pragas (MIP). Significa um arsenal de tecnologias químicas, biológicas e mecânicas, além de outras práticas fitossanitárias utilizadas estrategicamente no combate. Por exemplo, o pior inimigo das lavouras de algodão é um besouro, o bicudo-do-algodoeiro. Para combatê-lo, além do controle com inseticida, é preciso uma série de procedimentos, como erradicar todas as plantas de algodão do campo após a colheita, para cortar o fornecimento de comida para o bicudo na entressafra. Os produtores de algodão no Brasil, através da Abrapa e em convênio com a Embrapa, IMAmt e universidades nacionais e internacionais, estão pesquisando e buscando desenvolver um algodão geneticamente resistente ao bicudo. Se conseguirem, serão pioneiros no mundo e muito menos químicos precisarão ser usados no combate. Segurança atestada Apesar das vantagens de reduzir o uso de defensivos químicos, proporcionada pelo MIP, é importante dizer que os produtos fitossanitários em uso no Brasil são seguros. Eles são desenvolvidos por empresas que empregam ciência e tecnologia de ponta. Para que um novo produto chegue aos produtores rurais, é preciso muita pesquisa e avaliações rigorosas de qualidade. São necessários cerca de 12 anos de estudos e investimento aproximado de US$ 250 milhões para que uma nova substância possa ser utilizada. Antes de serem liberados para os agricultores, os produtos são avaliados e registrados junto aos órgãos reguladores responsáveis pelas áreas de agricultura (Mapa), saúde (Anvisa) e meio ambiente (Ibama). Os procedimentos regulatórios adotados pelo Brasil fizeram com que, nos últimos 40 anos, as doses dos produtos fitossanitários fossem reduzidas em quase 90% e a toxicidade aguda, em mais de 160 vezes. "Pragas" do bem Nos últimos anos, o emprego dos famosos "inimigos naturais" de pragas e doenças tem crescido bastante. Só no Brasil, em 2019, o incremento no uso dos chamados defensivos biológicos foi de 15% e, no mundo, de 7%. Até 2014, existiam 60 produtos registrados no país e, em 2019, esse número passou de 260. Atualmente, o controle biológico no país já está presente em 23 milhões de hectares de lavouras. Os defensivos biológicos são divididos em "microbiológicos" (fungos, vírus e bactérias) e macrobiológicos (insetos, etc). Eles são cultivados/produzidos nas biofábricas, nas próprias fazendas ou em laboratórios, para serem utilizados nas lavouras, para o controle fitossanitário. Um dos exemplos mais bacanas é o da vespa Trichogramma pretiosum, o terror das lagartas, que, por sua vez, são o pesadelo do produtor de algodão. As fêmeas dessas vespinhas minúsculas usam os ovos de determinadas espécies de lagartas como hospedeiros para os seus próprios ovos. Quando isso acontece, os ovos de lagarta inoculados pela vespa mudam de cor, e, entre sete e doze dias depois, esses ovinhos eclodem e ao invés de lagartas, nascem... vespas, que vão pôr seus ovos nos de outras lagartas, ajudando a diminuir a incidência destas nos campos. As biofábricas criam as lagartas e as vespas ao mesmo tempo, e os ovos inoculados viajam de drone para as plantações onde são espalhados via aérea. Atualmente, diversas associações estaduais de produtores de algodão associadas da Abrapa possuem ou estão montando biofábricas, nos estados de Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás. Além do trichogramma, elas também multiplicam vírus, bactérias e fungos, para combater insetos (bioinseticidas), vermes (bionematicidas) e fungos (biofungicidas) nocivos às lavouras. Diversificar é preciso O vice-presidente da Abrapa, Júlio Busato, diz que embora muitos produtores relatem uma diminuição dos custos com defensivos químicos, por conta da entrada dos biológicos, o fator econômico não é o mais relevante. "A palavra-chave é diversificação. Agregamos novos aliados ao nosso Manejo Integrado de Pragas (MIP). Isso é bom em vários sentidos, até para aumentar a vida útil das moléculas que estão no mercado", diz. A questão, segundo Busato, é que a grande biodiversidade do Brasil e as condições de clima e solo do nosso país tropical promovem a rápida mutação dos organismos e a resistência deles aos princípios ativos, em tempo mais curto do que nos países que concorrem no agro com o Brasil. Apesar desse exército microscópico (ou quase) ter se mostrado poderoso, Busato diz que não dá para contar apenas com eles. "São práticas associadas, que incluem o Vazio Sanitário e a rotação de culturas, para quebrar o ciclo dessas pragas, doenças e ervas daninhas, diminuindo a pressão delas na safra seguinte". "Ainda assim, com tantos fatores em contrário, nossa produtividade no algodão é duas vezes maior do que a dos nossos colegas agricultores dos Estados Unidos e quatro vezes a dos indianos, sendo que a Índia é, hoje, o maior produtor mundial de algodão. Isso é resultado de um trabalho bem feito. As altas produtividades também ocorrem na produção brasileira de grãos. Nos últimos 35 anos, ela cresceu quase 200%, enquanto a área, apenas 28%", afirma, lembrando que sem lavouras de grãos, como soja e milho, na matriz produtiva das fazendas, não se planta algodão no Brasil. O Manejo Integrado de Pragas e as altas produtividades que ele ajuda a alcançar, está diretamente relacionado à proteção da vegetação do cerrado, já que quando se colhe mais por hectare, menos terra é necessário para ampliar a produção. "Graças às boas práticas e muita tecnologia, 66% do nosso cerrado está preservado e o algodão é a fibra que movimenta o Brasil", conclui Júlio Busato.

Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão
16 de Outubro de 2020

ALGODÃO PELO MUNDO #40 Algodão em NY - Esta semana, no retorno do feriadão Chinês, a bolsa local (ZCE) subiu 14%, mostrando a força da recuperação econômica do gigante Asiático.  O contrato dez/20 em NY fechou ontem a 69,22 U$c/lp, com alta de 2,6% nos últimos 7 dias, maior valor desde 21/Fev. Altistas - O setor têxtil da China está em ritmo acelerado. É o que mostra o relatório desta semana da Cotton China.  As fiações estão trabalhando a plena capacidade e não pararam durante o feriado. A demanda está vindo tanto do mercado interno quanto de exportação. Muitas indústrias já venderam toda sua capacidade até o final do ano.  Altistas 2 - O diferencial de preços entre o algodão importado e o doméstico está crescendo ainda mais em favor das importações na China.  Ou seja, está mais barato importar algodão do que comprar internamente no país. Entretanto, a cota adicional prometida pelo governo ainda não chegou aos compradores, mas é esperada em breve.  Altistas 3 - Os dados semanais de progresso da safra do USDA divulgados nesta terça-feira mostraram que 26% do algodão foi colhido nos EUA na semana encerrada em 11/out, 17% na semana anterior.  No entanto, o relatório também mostrou que apenas 40% do algodão estava em boas/excelentes condições, inalterado em relação à semana anterior.  Além disso, o mercado ainda está tentando avaliar as reais perdas causadas pelos furacões que atingiram as regiões produtoras. Baixistas – As notícias de uma segunda onda de COVID-19 na Europa estão deixando os mercados apreensivos. Essa incerteza fez com que as ações europeias caíssem drasticamente, o que se espalhou para as bolsas de valores dos EUA. Baixistas 2 – Voltando ao algodão, os números do relatório de outubro do USDA, divulgados semana passada, mostraram pouca mudança em relação a setembro.  Vale destacar que a relação estoque/uso prevista para o final deste ano comercial (20/21) no último relatório caiu de 92% para 88,5%.  Mesmo assim, este número ainda é visto como baixista pela maioria dos analistas. Safra EUA – Ainda sobre o relatório de outubro do USDA, importante destacar que houve surpresa geral no mercado com os números praticamente inalterados para a safra do país, mesmo após os significativos problemas climáticos enfrentados.   É esperado um ajuste dos números no relatório que sai 10/nov, entretanto. China - Enquanto a Europa vive momentos de apreensão com uma segunda onda de Covid-19, na China, com o controle precoce da doença, a economia já retornou aos níveis pré-pandemia. Turquia - Com a safra nova sendo colhida no país, compradores no momento estão esperando para ver como a safra irá performar para retomar as compras internacionais.  Estima-se que os Turcos já compraram 100 mil toneladas de algodão brasileiro desta safra.  Austrália - Segundo a imprensa australiana, fiações chinesas estão sendo instruídas a parar de comprar algodão do país, à medida que crescem as especulações de que uma tarifa está prestes a ser aplicada.  Acrescentam que o algodão australiano pode enfrentar tarifas de até 40% devido às tensões políticas entre os países. Beneficiamento - A Abrapa informou o progresso do beneficiamento da safra 2019/20 de algodão no Brasil até ontem: Mato Grosso: 65%; Bahia: 80%; Goiás: 81%; Minas Gerais: 78%; Mato Grosso do Sul: 100%; Maranhão: 49%; Piauí: 88%; São Paulo: 100%; Tocantins: 80% e Paraná: 100%. Média Brasil: 70% beneficiado. Exportações - Excelente início de mês com exportações nos primeiros 7 dias úteis de outubro em 82,2 mil toneladas.  Ano passado em outubro foram exportadas 288 mil toneladas e este ano o número precisa ser maior. Preços - A tabela abaixo ⬇ mostra os últimos movimentos de preços, índices e câmbio que impactam o mercado de algodão.

Semana #worldcottonday - Abrapa evidencia sustentabilidade do algodão na moda brasileira em webinar da FAO
09 de Outubro de 2020

​#worldcottonday Um dia apenas seria pouco para a grande agenda mundial de comemorações pelo Dia Mundial do Algodão (#WorldCottonDay) no Brasil. A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que deu início às atividades especiais para celebrar a data no último domingo (5/10), e prossegue com as ações até o próximo sábado (10/10), participou nesta quinta-feira (8/10) de mais um webinar internacional, promovido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), para apresentar o movimento Sou de Algodão, em linha com o tema do evento: "Moda sustentável, um olhar sobre o presente e o futuro da moda". O encontro virtual fez parte da série de webinars "Juntos somos Mais Algodão", que reúne participantes da América Latina e África, dentro do escopo do projeto Mais Algodão, integrado pela FAO, OIT, Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) e Agência Brasileira de Cooperação (ABC). O movimento Sou de Algodão foi lançado pela Abrapa, em 2016, para fortalecer a fibra natural no mercado brasileiro. A iniciativa foi apresentada pela coordenadora Silmara Ferraresi. Com números, estratégia e resultados, a gestora mostrou como o Brasil – que elegeu a sustentabilidade como bandeira já nos primeiros anos de existência da associação; já detinha as maiores produtividades de algodão em sequeiro do mundo; entregava rastreabilidade fardo a fardo, e, desde 2013, teve o protocolo do seu programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) unificado ao da mais relevante organização internacional de reconhecimento de fibra produzida em padrões justos e corretos, a BCI – deixava de comunicar ao consumidor final seu grande diferencial de sustentabilidade, até criar o movimento. "Essa informação se perdia no meio do caminho, e a parte mais difícil nós já fazíamos. Nossa produção é quase toda (92%) baseada em água da chuva, 77% das nossas lavouras têm certificação de sustentabilidade ABR e 72% são chanceladas pela BCI. Nossa participação, no montante global da BCI, em 2019 foi de 36%. Imagine isso para um país que é o segundo maior exportador mundial e o quarto maior produtor do planeta", afirmou Silmara. "Ser grande, produzir commodity, e ser sustentável é um grande desafio que o Brasil conquistou, e hoje serve de inspiração para muitas outras cadeias produtivas, no país e mundo afora", disse. Ferraresi apresentou os números movimento, que conseguiu mobilizar de toda a cadeia produtiva da fibra, e foi além: mais de 320 marcas abraçaram o Sou de Algodão, que também angariou a adesão de profissionais de moda, professores e estudantes e profissionais desse setor. "Nosso trabalho perpassa os campos da promoção, informação e de negócios, e trabalhamos com muita estratégia para chegar até aqui", disse Silmara Ferraresi, demonstrando o desempenho na mídia tradicional e nas redes sociais. "Para isso, foi preciso dialogar. Abrir um canal de comunicação, que jamais havia sido explorado, para um elo da cadeia em que os negócios se baseavam no B2B", ponderou. Para divulgar o Dia Mundial do Algodão, inclua #WordCottonDay em suas postagens.

Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão
09 de Outubro de 2020

ALGODÃO PELO MUNDO #39 Algodão em NY - Furação Delta, antecipação do relatório de daqui a pouco do USDA, enfraquecimento do dólar americano e influência positiva do mercado financeiro fizeram as cotações subirem esta semana novamente. O contrato dez/20 fechou ontem a 67,49 U$c/lp, com alta de 2,4% nos últimos 7 dias. Altistas - O furacão Delta deve atingir o estado da Louisiana este final de semana. Meteorologistas informam que ele pode causar uma grande quantidade de chuva na região do Delta. Produtores estão colhendo, acelerando suas colheitas na região para minimizar os danos de quantidade e qualidade.  Está cada vez mais claro que além de produção, os EUA terão problemas de qualidade desta safra. Altistas 2 - Hoje também o USDA divulgará seu relatório mensal de oferta e demanda. No mês passado o órgão reduziu a safra de 2020 dos EUA em mais de um milhão de fardos para 17,0 milhões. Entretanto, desde o fechamento do último relatório ocorreram vários eventos climáticos adversos que devem ser considerados no número divulgado hoje. Baixistas – Mesmo considerando provável mais uma redução na produção dos EUA de 2020/21, o relatório do USDA a ser divulgado hoje deve confirmar as expectativas de mais um ano de superávit global da fibra, com relação estoque/uso global de mais de 90%.  Isso se não tivermos surpresas. China - Com os Chineses em feriado esta semana, as vendas semanais divulgadas pelos EUA foram 21% inferiores às vendas da semana passada e com domínio total do Vietnã (64% do total das vendas americanas na semana). Índia - O governo do país anunciou esta semana que irá adquirir, através da estatal CCI, em torno 2,12 milhões de toneladas nesta safra - um terço da produção do país.  Estima-se que no ano passado a CCI comprou 2,09 milhões de toneladas, das quais 1 milhão já foram leiloadas, restando o saldo em 1,09 milhão de toneladas. Austrália - O Australian Bureau of Meteorology (BOM) informou que devido ao fenômeno climático La Niña, espera-se um aumento nas chuvas em todo o leste do país. Assim, a Austrália projeta colher este ano em torno de 460 mil toneladas da pluma, praticamente o triplo da safra desastrosa do ano passado. Cotton Brazil – O Projeto Cotton Brazil chegou a Bangladesh.  Em reunião esta semana com o Embaixador do Brasil em Bangladesh, João Tabajara Júnior, lideranças da Abrapa e da ANEA discutiram estratégias para tornar o Brasil líder nas importações de algodão do país. Bangladesh - Com 166 milhões de habitantes, o país Asiático é o terceiro destino das exportações de algodão em pluma do Brasil.  O país é também o 2º maior importador de algodão do mundo e 4º maior consumidor global da fibra. Dia Mundial do Algodão - Esta semana, 07/10, foi comemorado o Dia Mundial do Algodão.  A Abrapa realizou diversas ações de comunicação no Brasil e no exterior para celebrar esta importante data.  Com o apoio das Embaixadas do Brasil no exterior foi possível estar presente em todos os continentes divulgando o algodão Brasileiro em 14 idiomas. Conab - De acordo com o 1º Levantamento da safra de grãos 2020/21 divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quinta-feira (8), a estimativa para a safra 2020/21 é de 2,816 milhões de toneladas de pluma (-6%). A área plantada está estimada em 1,614 milhão de hectares (-3%).  Em setembro a ABRAPA divulgou uma expectativa de redução de 12% na área plantada e 13% na produção total. Beneficiamento - A Abrapa informou o progresso do beneficiamento da safra 2019/20 de algodão no Brasil até ontem: Mato Grosso: 63%; Bahia: 77%; Goiás: 76%; Minas Gerais: 73%; Mato Grosso do Sul: 100%; Maranhão: 47%; Piauí: 87%; São Paulo: 100%; Tocantins: 77% e Paraná: 100%. Média Brasil: 68% beneficiado Exportações - Na próxima terça-feira o Ministério da Economia deve divulgar os primeiros dados de exportação deste mês.  Em setembro foram exportadas 158,9 mil toneladas e a expectativa é que o número de outubro chegue perto de 300 mil. Preços - A tabela abaixo ⬇ mostra os últimos movimentos de preços, índices e câmbio que impactam o mercado de algodão.