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Indonésia é caso de sucesso das exportações do algodão brasileiro
01 de Outubro de 2020

País no qual o algodão brasileiro é líder de mercado, dividindo a primeira posição com o americano, a Indonésia é um caso de sucesso para os produtores do Brasil. Totalmente dependente das importações para a sua robusta indústria têxtil, uma vez que não produz algodão, o país é o sexto maior importador da fibra no mundo, e, por isso, se tornou um dos sete mercados foco do projeto Cotton Brazil, iniciativa implementada pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), em parceria com Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), para divulgar a pluma nacional no maior mercado internacional para o produto, a Ásia. Na manhã desta quinta-feira (01), a Abrapa apresentou as metas e estratégias do projeto para a embaixada do Brasil em Jacarta. O objetivo das associações e da Apex é angariar o apoio diplomático naquele país para fortalecer a imagem da pluma, ampliando mercados e alcançando novas perspectivas de negócios. Na Indonésia, de cada três fardos de algodão importados, um é do Brasil. A qualidade e a competitividade do produto foram ressaltadas pelo embaixador José Dornelles. "É admirável a posição brasileira, e está claro que o trabalho árduo desenvolvido pela Abrapa e seus parceiros apresenta resultados positivos aqui, já que o Brasil exporta tanto quanto os EUA para a Indonésia", enfatizou Dornelles, que participou do encontro acompanhado pelo adido agrícola, Gustavo Bracale. "A Indonésia é um país interessante e bem desafiador. Um mercado ainda pouco explorado pelo agronegócio brasileiro e, por isso mesmo, temos um potencial grande de trabalho. Com certeza, poderemos ajudar na prospecção negócios", disse Dornelles. Primeiro lugar A meta da Abrapa é colocar o Brasil no primeiro lugar no ranking mundial de exportações de algodão até 2030, o que requer o estabelecimento de novas estratégias, tendo as embaixadas do país no exterior como aliadas. "Queremos melhorar o contato com o mercado asiático, possibilitando novos negócios e, assim, aumentar a confiabilidade. As embaixadas são excelentes canais de comunicação e aproximação de mercados", disse o presidente da Abrapa, Milton Garbugio. Também presente ao encontro virtual, o vice-presidente da Abrapa, Júlio Busato, destacou a importância social da commodity. "O faturamento do algodão é três vezes maior e emprega cinco vezes mais do que a soja. O algodão brasileiro se aprimorou muito como produto e pelo modelo de produção. Os mercados precisam enxergar essa realidade", disse Busato, lembrando que o planejamento da execução logística das exportações também está entre os desafios da associação. "Queremos mostrar que alcançamos uma logística eficiente e provar que temos capacidade de exportação, embarcando com qualidade e em quantidade", afirmou Busato. Escala O Brasil é o maior produtor de algodão licenciado pela Better Cotton Initiative (BCI), já superou o desafio da sazonalidade e agora busca consolidar a imagem percebida da pluma junto ao mercado. "Temos que defender nossa liderança na Indonésia e conquistar, nos demais países, as altas taxas de aceitação que temos lá", avaliou o diretor de Relações Internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte. "Estamos cada vez mais presentes e competitivos", ressaltou. Participaram da reunião, o ex-presidente da Abrapa, Arlindo Moura, o vice-presidente, Alexandre Schenkel, o presidente da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), Carlos Moresco, o presidente da Anea, Henrique Snitcovski, o diretor da Anea, Miguel Faus, o coordenador de agronegócios da Apex-Brasil, Alberto Carlos Bicca, e a representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento, Rosi Bandeira.

Algodão, a fibra que movimenta o Brasil
29 de Setembro de 2020

A Abrapa encampou o World Cotton Day (7 de outubro) para marcar o posicionamento do Brasil, que vem avançando e se fortalecendo nas últimas décadas. Há pelo menos seis mil anos, o algodão é cultivado em diferentes partes do planeta, numa certa faixa geográfica que atende às poucas exigências dessa planta, afeita pelos climas mais áridos. Para os povos das Américas, é como se ele tivesse sempre existido. Mas, na Europa, o algodão só se tornou popular com Revolução Industrial, no século XVIII. De lá para cá, ganhou o mundo, tornando-se a mais importante fibra têxtil dentre as naturais, artificiais e sintéticas. Mas se é quase onipresente no nosso dia a dia, o algodão é "invisível" para grande parte da população global. Por isso, no ano passado, criou-se o Dia Mundial do Algodão (#WorldCottonDay), uma iniciativa do International Cotton Advisory Committee (ICAC), com outras entidades internacionais como FAO, Organização Mundial do Comércio (OMC), United Nations Conference of Trade and Development (UNCTAD) e o International Trade Center (ITC). Este ano, mais de 50 países, dentre os quais o Brasil, estão empenhados em mostrar para os mais diversos públicos, que a pluma natural, biodegradável e sustentável é sempre uma boa escolha. Por aqui, a data vai ser comemorada em grande estilo, com a campanha lançada pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que tem como tema "Algodão, a fibra que movimenta o Brasil". "Vamos ajudar o ICAC a divulgar a hashtag #WorldCottonDay, contribuindo  para chamar a atenção do público ao redor do planeta para a importância dessa matéria-prima que, de acordo com o comitê, é produzida em mais de 100 países, comercializada em mais de 150, e que movimenta em torno de 350 milhões de pessoas, ou 100 milhões de famílias, pelo globo afora", explica o presidente da Abrapa, Milton Garbugio. Ele se refere aos vários elos da cadeia produtiva, como agricultura, transporte, empacotamento e armazenamento, sem falar na indústria têxtil e de confecção, nos profissionais ligados à moda e ao design, dentre outros. A Abrapa encampou a data para marcar o posicionamento do Brasil, que vem avançando e se fortalecendo nas últimas décadas. O país é o quarto maior produtor mundial, com 2,9 milhões de toneladas de pluma, em 2019/2020, e o segundo maior exportador do ranking, com 2 milhões de toneladas embarcadas no período. Muito mais que volume "Temos a meta arrojada de nos tornar o maior fornecedor de algodão do mundo em 2030, deixando para trás o nosso principal concorrente hoje, os Estados Unidos. Para isso, temos que ser ousados em todos os detalhes. Desde 2016, mantemos e aprimoramos a cada dia o movimento Sou de Algodão, uma iniciativa pioneira que fez os produtores finalmente falarem 'para fora' do setor, com os profissionais de moda, indústria, formadores de opinião e público geral, sobre consumo consciente e o que representa essa cultura para a economia e a vida dos brasileiros", explica Garbugio. O Sou de Algodão já conseguiu o engajamento de mais de 330 marcas nacionais e criou oportunidade para profissionais de moda, professores, estudantes e jornalistas conhecerem in loco o processo produtivo da fibra. Ao mesmo tempo, participou das mais importantes semanas de moda do país, e colocou produtores e profissionais da cadeia têxtil na passarela, para mostrar as histórias que existem por trás da matéria-prima, feita por muitas mãos. O presidente da Abrapa também ressalta a mais nova investida da associação rumo à promoção internacional da fibra brasileira, o projeto Cotton Brazil, empreendido pela Abrapa e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), com participação da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea). Dentre diversas iniciativas, o Cotton Brazil contempla o primeiro escritório de representação do algodão brasileiro na Ásia, em funcionamento na cidade de Singapura. Para Milton Garbugio, se o algodão brasileiro agora intensifica suas ações de marketing e promoção, é porque um extenso trabalho de base foi realizando nos últimos 20 anos. "Somos campeões mundiais em produtividade sem irrigação: 92% das nossas lavouras recebem apenas água da chuva. Temos qualidade, somos competitivos, temos escala, entregamos rastreabilidade fardo a fardo, e, acima de tudo, somos sustentáveis. Temos um amplo e completo programa de certificação de sustentabilidade, o Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que atua em benchmark com a Better Cottton Initiative (BCI) no Brasil, desde 2013", relata Garbugio. A fibra que movimenta a economia     O algodão está presente até no dinheiro, pois é base para a fabricação do papel-moeda. Mas as cifras que ele movimenta, em cada etapa da cadeia produtiva, seja antes da porteira, com pesquisa e desenvolvimento de tecnologias, dentro das fazendas, e também na logística e na comercialização, são ainda mais valiosas que as cédulas. No mais recente relatório lançado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) sobre o Valor Bruto da Produção (VBP) das lavouras e pecuária, de um total de R$ 519 bilhões alcançados pelas lavouras, o algodão performou com R$45,8 bilhões, ou cerca de 12% de participação no todo. O VBP é calculado com base na produção da safra agrícola e da pecuária, nos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do país. O algodão é o quarto produto no ranking dos detentores de maiores VBP, precedido pela soja, milho e cana-de-açúcar. Já os estados de maior VPB são, pela ordem, Mato Grosso, Paraná e São Paulo. Entre os maiores produtores estaduais de algodão, Mato Grosso, que é o maior produtor nacional da fibra, somou R$29,8 bilhões, a Bahia – segundo maior produtor de algodão do país – teve VPB de cerca de R$10 bilhões e Goiás e Minas Gerais, que alternam no terceiro lugar em tamanho de safra da pluma, obtiveram, aproximadamente, R$1,1 bilhão. De acordo com o coordenador-geral de Avaliação de Política e Informação da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, José Garcia Gasques, existe uma estreita relação entre o desenvolvimento dos municípios e o tipo de cultura agrícola que produzem. "No caso dos que plantam algodão, soja e milho a diferença é impressionante.  O VBP tem nos mostrado ao longo dos anos que o algodão, uma cultura extremamente dinâmica, sofisticada e incorporadora de tecnologia, tem um efeito sobre o aumento da renda per capita nos municípios em que está presente. Apesar de ser uma atividade muito mecanizada, a geração de empregos na cadeia produtiva é bem maior nessas localidades, se compararmos com outras que produzem, por exemplo, cacau e café", explica Gasques. O coordenador-geral considera também a influência dos mecanismos de comercialização da fibra, baseados em contratos futuros, as práticas agrícolas adotadas pelos cotonicultores, e a integração entre as lavouras de algodão, soja e milho como fatores que contribuem para os bons números. Para divulgar o Dia Mundial do Algodão, inclua #WordCottonDay em suas postagens.

Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão
25 de Setembro de 2020

Algodão em NY - Semana de início de colheita de algodão no hemisfério Norte (dos EUA à China).  Pouca volatilidade no mercado esta semana, a menor desde maio.  O contrato dez/20 fechou ontem a US$ 65,46 c/lp, com baixa de 0,6%, nos últimos 7 dias. Altistas - O mercado ainda está contabilizando os efeitos dos vários eventos climáticos que atingiram o Cotton Belt dos EUA, nesta safra. As avaliações dos danos (quantidade e qualidade) causados pelo furacão Sally ainda estão sendo feitas e, agora, as chuvas da tempestade tropical Beta devem atingir a região do Delta e Sudeste, em plena colheita. Baixistas - As vendas externas semanais anunciadas pelo USDA foram drasticamente menores do que os valores da semana passada.  O total vendido pelos americanos na semana foi de 25 mil toneladas, contra 118 mil toneladas, na semana passada.  Os números de exportações semanais, por outro lado, foram altos: 66,7 mil toneladas. Índia - O governo indiano está projetando uma safra maior, já que as monções foram abundantes, neste ano. As estimativas anteriores para o maior produtor mundial eram de 6,6 milhões de toneladas, nesta safra. China - Maior importador mundial de algodão e de fios de algodão, a China anunciou esta semana os números de importação de agosto. Algodão: 140 mil toneladas (+52% ano a ano), e fios de algodão: 170 mil toneladas (+16% ano a ano).   A retomada do algodão está maior que dos fios, provavelmente, pelo acordo comercial com os EUA. Curiosamente, as importações acumuladas de algodão e fios de algodão nos primeiros 8 meses de 2020 totalizaram 1,2 milhão de toneladas cada. Xinjiang - Permanecem as incertezas acerca das possíveis medidas restringindo importações americanas de produtos têxteis feitos com algodão da região de Xinjiang (China).  Esta semana, o congresso americano aprovou uma legislação por 406 votos a 3, com medidas restritivas contra produtos oriundos da região chinesa. Cotton Brazil – Esta semana, lideranças da Abrapa, da Anea e da Apex Brasil se reuniram com o Embaixador do Brasil no Vietnã, Fernando Apparicio da Silva, diplomatas e com o Adido Agrícola no país, Tiago Charão, para discutir estratégias para aumentar a participação de mercado do algodão brasileiro no país. Vietnã – O Vietnã é o segundo maior cliente internacional da fibra brasileira e o terceiro maior importador mundial.  No último ano comercial (2019/20), o país do sudeste asiático importou 299 mil toneladas de algodão brasileiro, ou 15% do total exportado. Safra 20/21- Abrapa divulgou a intenção de plantio para a safra 2020/21, na última reunião da Câmara Setorial do Algodão do Mapa, esta semana. A entidade prevê redução de 12% na área plantada e 13% na produção total. Beneficiamento - Com a colheita finalizada, o foco agora é no beneficiamento e nas exportações. Segundo a Abrapa, até 24.09.20, os números eram: Mato Grosso: 44%; Bahia: 64%; Goiás: 74%; Minas Gerais: 64%; Mato Grosso do Sul: 92%; Maranhão: 44%; Piauí: 69%; São Paulo: 100%; Tocantins: 64% e Paraná: 100%. Média Brasil: 51% beneficiado. Exportações - As exportações brasileiras de algodão em pluma caíram um pouco, na 3ª semana de setembro, em relação à anterior. O volume exportado na semana foi de 30,8 mil toneladas.  No acumulado do mês (3 semanas), o total exportado foi 101,5 mil toneladas. Preços - A tabela abaixo ⬇ mostra os últimos movimentos de preços, índices e câmbio que impactam o mercado de algodão.

Algodão Brasileiro Responsável é apresentado em Workshop Renner-Vicunha
24 de Setembro de 2020

O Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e suas associadas, foi apresentado na tarde desta quarta-feira (23) no Workshop Renner-Vicunha. Representantes e dirigentes das duas empresas receberam informações e esclarecimentos sobre os processos de certificação e desafios da cotonicultura brasileira que tem a meta de colocar o país no topo do ranking mundial de exportação, amparado pelos pilares da sustentabilidade, qualidade e rastreabilidade. Para o diretor executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero, os diferenciais da pluma brasileira são a sustentabilidade e a certificação. "Usamos tecnologias modernas da produção ao beneficiamento e com baixo impacto ambiental no processo produtivo. Temos um produto sustentável e competitivo", afirmou Portocarrero, lembrando que 92% das lavouras se desenvolve em regime de sequeiro, ou seja, apenas com água das chuvas. "Além disso, somos o maior fornecedor de algodão sustentável do planeta e preconizamos o caráter social, ambiental e econômico em nossa produção", afirmou o diretor, destacando que a unificação de protocolos do ABR e da Better Cotton Initiative (BCI) aconteceu em 2013, incrementando a certificação brasileira, baseada nas legislações ambiental e trabalhista do país, considerada das mais rigorosas e completas do mundo. "Na minha avaliação, a cotonicultura brasileira é profissional e organizada. E a conotação da rastreabilidade no ABR coloca o Brasil nos mais altos índices de legalidade. O que precisamos agora é acompanhar esse mesmo ritmo em outros aspectos que possam agregar mais valor ao produto", enfatizou Marcel Imaizumi, Diretor Superintendente da Vicunha, defendendo a importância do Programa ABR. No total são 178 itens, englobando os principais requisitos da legislação nacional e internacional, divididos em critérios como contrato de trabalho, proibição do trabalho infantil, escravo ou em condições degradantes ou indignas, liberdade de associação sindical, proibição de discriminação de pessoas, segurança, saúde ocupacional, meio ambiente e boas práticas agrícolas. Apesar de exigir apenas 25 itens em seu protocolo de certificação, a BCI é referência mundial em licenciamento de pluma sustentável, e divulgou, em julho, um relatório apontando que o Brasil foi responsável por 36% de toda a pluma certificada pela entidade na safra 2018/2019, seguido pelo Paquistão, com 16,1% e em terceiro lugar, a China, com 15,9%. Vale ressaltar que o Conselho de Administração da BCI é composto por algumas das principais marcas varejistas internacionais, como Nike, Adidas, Levis, Ralph Lauren, H&M, dentre outras. "Estamos avançando no conceito de rastreabilidade e certificação para promover o uso do algodão consciente", enfatizou o diretor da Abrapa que falou ainda sobre o Movimento Sou de Algodão. "O grande ganho da cadeia é alcançar a transparência de processos e a qualidade das lavouras para ter um produto final identificado. Mas esse é um caminho longo, construído com todos os elos participantes, evoluindo gradativamente dentro do compromisso da melhoria contínua da produção de algodão no Brasil", finalizou.

Abrapa discute controle biológico em Reunião da Câmara Temática de Insumos
22 de Setembro de 2020

O incremento da produção e produtividade na atividade agrícola no país, em um cenário futuro, será medido em tecnologia por hectare. Essa é a aposta da Câmara Temática de Insumos Agropecuários que discutiu, entre outros temas, na tarde desta segunda-feira (21), o detalhamento do Programa Apoio à Inovação Tecnológica do Ministério da Agricultura, o andamento das tratativas para a Reforma Tributária, regulamentação da operação de drones, além das biofábricas de agentes biológicos para o controle de pragas apresentadas pela Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa). "A Câmara de Insumos existe para discutir assuntos relevantes e que promovam a melhoria de toda a cadeia produtiva. E a aplicação de tecnologias precisa estar alinhada com a legislação, a realidade do produtor e a viabilidade da lavoura", disse o presidente da Câmara, Júlio Busato, afirmando que a troca de experiências e abordagem de alternativas têm como objetivo manter o nível de relacionamento, aprendizagens e alianças estratégicas para a construção de uma agenda que possa agregar valor aos produtos. "Controlar, dar tranquilidade, segurança sem atrapalhar a atividade, desburocratizar as ações para alcançar um produto de qualidade devem ser as premissas das discussões com relação aos insumos tecnológicos, biológicos ou químicos", garantiu. Nesse sentido, a Abrapa trouxe o exemplo de algumas entidades associadas que possuem biofábricas de agentes biológicos para o controle de pragas nos estados de Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais. Segundo o representante da entidade, Fernando Rati, o setor de controle biológico apresentou 15% de crescimento em 2019 no Brasil e cresce, anualmente, 7% no mundo, em média. Até 2014, existiam 60 produtos biológicos registrados no país e, em 2019, o número passou de 260. "Sem dúvida é um setor que vem ganhando espaço e competitividade no Manejo Integrado de Pragas e Doenças das principais culturas agrícolas no Brasil e isso tem motivado os investimentos e estudos da Abrapa e o Instituto Brasileiro do Algodão", finalizou Rati.

Abrapa divulga estimativas para a safra 2020/2021 em reunião da Câmara Setorial do Mapa
22 de Setembro de 2020

Com os preços da soja e do milho mais remuneradores, o produtor de algodão brasileiro decidiu plantar um pouco menos na safra 2020/2021. Serão 1,4 milhão de hectares, contra 1,6 milhão de hectares no ciclo anterior (-12%), com expectativa de produção de, aproximadamente, 2,5 milhão de toneladas de pluma, 13% menos que na safra 2019/2020, quando o país colheu 2,9 milhões de toneladas. Os números foram divulgados nesta segunda-feira (21/09), durante a reunião da Câmara Setorial do Algodão e seus Derivados, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento (Mapa), que, além dos cotonicultores, representados pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), também congrega os elos da indústria, exportação, dentre outros. Para o presidente da Abrapa e da câmara setorial, Milton Garbugio, a rentabilidade foi o fator primordial para a redução de área de área de plantio. "O setor amargou um grande baque com a pandemia da Covid-19. Agora, estamos vendo a rápida recuperação do mercado, mas a decisão foi tomada dois meses atrás", explicou Garbugio. "Além da questão do preço da commodity, hoje em torno de US$0,65 por libra-peso, é preciso ter mercado para escoar a produção, tanto dentro quanto fora do Brasil. Os estoques mundiais deverão crescer em torno de 3% e, internamente, a previsão é de que tenhamos algo próximo de 422 mil toneladas de estoques de passagem, em 2020/2021. Não adianta produzir muito e não vender toda a produção", considerou. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a indústria têxtil brasileira encolheu 19,8%. Nesse período, a de vestuário diminuiu 36%, e as vendas no varejo foram 37,6% menores. De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel, a retomada do consumo está se dando de forma acelerada, após o relaxamento nas medidas de contenção da Covid-19, com a reabertura, ainda que parcial, do comércio e do setor de serviços. Apesar de benéfica e desejável para a economia, a rapidez da volta do consumo trouxe alguns problemas para o setor. Segundo a Abit, a indústria e o varejo não previam o ritmo da retomada, compassado tanto pela demanda reprimida, quanto pela injeção de recursos oriundos do auxilio emergencial concedido pelo Governo Federal para as famílias prejudicadas pela perda de emprego e renda, impostos pelas medidas de contenção do coronavírus. Abastecimento garantido "O mercado está reaquecendo e, nessa retomada, depois de 90 dias, há questões a ser consideradas, mas o fato é que não vai faltar algodão no Brasil. Precisamos estar coordenados nesse processo de retorno das atividades para ajustar o preço, o fornecimento, e a demanda do mercado. Acredito que vamos precisar de uns 120 dias para ajustar essas equações", afirmou Pimentel, dissociando a alta nos preços, que o consumidor final está percebendo no varejo, do valor do algodão, e afastando o temor de falta da matéria-prima. A pandemia acarretou uma "queda profunda em abril", segundo Fernando Pimentel. Foram 71 mil postos de trabalhos formais perdidos, no momento em que setor ainda comemorava os novos mais de 11 mil empregos formais gerados em 2019. "Já em julho, entramos no terreno positivo na indústria têxtil. O mesmo não se pode dizer do setor de confecções', disse. O presidente da Abit destacou a importância de valorização do produto nacional, e citou como exemplo o movimento Sou de Algodão, criado pela Abrapa, para o incentivo do consumo da fibra no mercado interno. Exportações As exportações brasileiras, na safra 2019/2020, foram de dois milhões de toneladas de pluma, de acordo com o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), Henrique Snitcovski. "De julho de 2020 até julho de 2021, esse número deverá ser ainda maior, pois não só exportaremos a safra 2020, como também parte do algodão que deveria ter sido embarcado nos meses de abril, maio e junho. Isso como consequência da pandemia, que obrigou o alongamento dos embarques. O Brasil exportou 109 toneladas em agosto de 2020, primeiro mês correspondente à safra 2020/2021, totalizando uma receita de US$ 153,13 milhões proveniente das exportações. O volume exportado em agosto/2020 é 141% maior que ao total do mesmo mês, em 2019. Os maiores importadores do algodão brasileiro, em ordem decrescente, Turquia, Indonésia, Vietnã, Paquistão, China e Bangladesh. A previsão de embarques de algodão para setembro é de aproximadamente 190 mil toneladas, segundo a Anea. "O Brasil teve um aumento significativo em suas exportações, totalmente atrelado ao incremento da produção. Contudo, a participação do algodão brasileiro no mercado internacional também cresceu. Deixamos para traz a característica marcante que tínhamos de ser um exportador sazonal, que fornecia em apenas doze meses do ano, com 70% dos embarques no segundo semestre, para nos fazer disponíveis por um maior período, para os principais mercados importadores", afirmou Snitcovski. Segundo o presidente da Anea, essa mudança de posicionamento também alterou o mindset da indústria internacional, que teve de rever suas estratégias, passando a considerar maior participação da pluma brasileira em seus blends. O porto de Santos, de acordo com a Anea, foi responsável por mais de 95% dos embarques de algodão do país. Os portos do chamado "arco Norte", que inclui o porto de Salvador, na Bahia, estão se desenvolvendo para execução da safra, principalmente, do Oeste da Bahia. De acordo com a Anea, a maioria das exportações de fibra por Santos têm a ver com a frequência de linhas de importações que o porto recebe, e, consequentemente, com a disponibilidade dos contêineres ocasionada por estas importações. Com a pandemia, e a consequente queda nas importações brasileiras, os exportadores de algodão sentiram a falta de contêineres para embarcar a pluma no começo da temporada, considerado entre os meses de julho e agosto de 2020. "Mas isso foi contornado", garante Snitcovski. Carta Durante a reunião, a Anea entregou ao presidente da Abrapa, Milton Garbugio, um documento em que solicita o apoio da associação dos produtores e da câmara setorial para a extensão do prazo de comprovação das exportações indiretas – quando o faturamento ocorre com fins específicos de exportação – dos atuais 180 dias para 360 dias, junto ao Conselho Nacional de Política Fazendária do Ministério da Economia, e que as associações estaduais deem suporte, através das respectivas Secretarias da Fazenda. O pedido se dá por conta da previsão de estoques de passagem acima da média histórica, causados pelo alongamento dos embarques em 2020. A câmara aprovou a demanda por unanimidade, e o pedido será encaminhado ao Mapa.

Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão
18 de Setembro de 2020

ALGODÃO PELO MUNDO #36 Algodão em NY - Furacão Sally, relatório mensal de oferta e demanda dos EUA e grandes compras de algodão americano pela China impulsionaram o mercado esta semana.  O contrato dez/20 fechou ontem a 65,85 c/lp, com alta de 1,6% nos últimos 7 dias. Altistas - O relatório mensal de oferta e demanda do USDA da última sexta-feira foi visto como altista, uma vez que trouxe, entre outros números, uma importante redução na produção dos EUA deste ano (- 1 milhão de fardos ou 218 mil tons) em relação à ultima estimativa do órgão. Altistas 2 - Os Chineses parecem mesmo dispostos a fazer sua parte no acordo comercial com os EUA.  Ontem o USDA divulgou em seu relatório de vendas e exportações semanais números bastante expressivos.  As vendas líquidas de algodão americano na última semana foram de cerca de 118 mil toneladas, com 85% deste total para a China. Baixistas - Apesar do relatório mensal de oferta e demanda do USDA diminuir a relação estoque/uso global projetada para o final de 20/21, esta continua ainda em níveis altos: 92%. China 1 - Boas notícias do gigante Asiático.  No webinar da Ampa realizado esta semana, o trader Thomas Reinhardt, que reside na China, afirmou que a pandemia de Covid-19 no país já está ficando no retrovisor.  Lojas e restaurantes já voltaram ao normal e outros indicadores econômicos já estão muito melhores.  O governo Chinês está prevendo um crescimento positivo para o ano 2020 de 3.2%. China 2 - Em relação ao mercado de algodão, Reinhardt informou que nas últimas semanas finalmente as coisas começaram a melhorar. A maioria das indústrias têxteis já estão confiantes que o pior já passou. Xinjiang - Outra boa notícia para os industriais Chineses foi que governo americano recuou esta semana da decisão de proibir totalmente as importações de produtos têxteis feitos com algodão da região de Xinjiang (China), segundo informações da agência Reuters.   A proibição, segundo a agência, será focada agora somente em alguns produtos de cinco diferentes exportadores. Basis 1 – Outro palestrante no webinar da  Ampa, o trader Bill Ballenden, mostrou com preocupação a grande queda do basis do algodão brasileiro na Ásia.  O Basis CFR Ásia é a diferença (em pontos de US$/lb) entre os preços do algodão de determinada origem colocado na Ásia em relação à cotação do algodão na bolsa de NY. Basis 2 – Segundo dados apresentados, o algodão brasileiro semana passada, estava sendo vendido na Ásia com basis de 444 pontos acima de NY, enquanto algodão de origem americana (Tex SM) estava cotado a 1144 pontos acima, ou seja, 700 pontos a mais que o nosso. Basis 3 – Ballenden afirmou que o algodão brasileiro está tendo dificuldade de competir com os EUA no mercado Chinês, atualmente, por conta do acordo comercial entre os dos países (geopolítica).  Mas afirmou que nosso país poderia competir internacionalmente sem ter que baixar tanto o preço (basis) se tivesse um marketing mais agressivo e maior transparência nos dados de HVI. Cotton Brazil – Neste sentido, a Abrapa, a Apex Brasil e a ANEA estão executando o projeto Cotton Brazil, com o objetivo de promover o setor de forma estruturada e integrada no exterior – especialmente na Ásia, responsável pela maior fatia do nosso mercado. Cotton Brazil 2 – O projeto Cotton Brazil envolve várias ações como branding do algodão Brasileiro, pesquisa com clientes, comunicação digital, ações de inteligência de mercado, relacionamento e marketing e ainda um escritório da Abrapa em Singapura.  Além disso, o projeto visa o fortalecimento de programas de qualidade (SBRHVI), sustentabilidade (ABR e BCI) e rastreabilidade (SAI). Colheita - Batendo recorde sobre recorde nos três últimos ciclos, o Brasil concluiu a colheita de algodão da safra 2019/2020, atingindo a marca esperada de 2,9 milhões de ton de pluma, +5% que em 2018/2019, informou a Abrapa. Safra 20/21- Na próxima segunda-feira durante reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão do MAPA, a Abrapa divulgará suas últimas estimativas de área, produção e produtividade para a safra 2020/2021. Beneficiamento - A Abrapa informou o progresso do beneficiamento da safra 2019/20 de algodão no Brasil até ontem: Mato Grosso: 38%; Bahia: 58%; Goiás: 65%; Minas Gerais: 59%; Mato Grosso do Sul: 86%; Maranhão: 40%; Piauí: 68%; São Paulo: 100%; Tocantins: 58% e Paraná: 100%. Média Brasil: 45% beneficiado Exportações - As exportações brasileiras de algodão em pluma totalizaram 38,5 mil ton na segunda semana de setembro.  No acumulado do mês (2 semanas) o total exportado foi 70,7 mil toneladas. Preços - A tabela abaixo ⬇ mostra os últimos movimentos de preços, índices e câmbio que impactam o mercado de algodão.

Abrapa quer amplo engajamento no #WorldCottonDay
18 de Setembro de 2020

No próximo dia 7 de outubro, o mundo vai celebrar o Dia Mundial do Algodão, e os produtores da fibra no Brasil, engajados aos organizadores internacionais das ações para a comemoração da data, querem ter certeza de que a contribuição do algodão brasileiro para este dia estará à altura do grande player que o país se tornou nas últimas décadas. Na última quinta-feira (17/09), a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), apresentou ao diretor de comunicação do International Cotton Advisory Committee (ICAC), Mike McCue, as estratégias de engajamento para toda a cadeia produtiva e consumidores finais, para evidenciar as vantagens da matéria-prima que, mesmo após milênios em uso, continua sendo a mais importante fibra têxtil do mundo. Na oportunidade, McCue conheceu em detalhes o movimento Sou de Algodão e a atuação da Abrapa, em seus compromissos de qualidade, sustentabilidade, rastreabilidade e promoção do algodão brasileiro. O Dia Mundial do Algodão (World Cotton Day) foi criado no ano passado, na sede da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra, reunindo importantes instituições ligadas à fibra, como o ICAC, a FAO, a United Nations Conference of Trade and Development (UNCTAD) e o International Trade Center (ITC). Para este ano, todos os mais de 50 países membros do ICAC vão divulgar a hashtag #WorldCottonDay.   O esforço de organização e representação da cadeia produtiva, realizado pela Abrapa ao longo de 21 anos, foi apresentado pelo diretor executivo Marcio Portocarrero. "Trabalhamos buscando resultados em todos os 10 estados associados, atuando com tecnologia, rastreabilidade, sustentabilidade, qualidade e marketing promocional", enfatizou Portocarrero. Ele destacou que 99% da fibra brasileira são rastreados e que, em 2019, 36% do algodão licenciado pela Better Cotton Initiative (BCI) saíram das lavouras do Brasil. Portocarrero afirma que a Abrapa vai "perseguir a excelência" para dar ao Brasil um destaque compatível com a sua posição de grande player global, segundo maior exportador do mundo, e quarto maior produtor de algodão. "Queremos ser referência mundial, engajando toda a cadeia, desde o setor produtivo até o consumidor final", salientou o diretor. A gestora do movimento Sou de Algodão, Silmara Ferraresi, detalhou a estratégia, que, no país, vai além de um único dia. "Teremos uma semana inteira dedicada a promover o algodão, que vai de 4 a 10 de outubro. Vamos desenvolver ações para os diversos públicos. Queremos lembrar às pessoas de que o algodão faz parte da nossa vida, desde a hora que a gente acorda, e está presente mesmo quando não aparece, como nos alimentos, cosméticos e mesmo no dinheiro que a gente movimenta", afirmou Ferraresi. A ideia de "movimento", por sinal, segundo ela, será central na campanha que a Abrapa vai lançar, em breve, para esta semana especial. A melhor que já vi Dizendo-se positivamente impressionado com o planejamento da Abrapa para a data, e também com o movimento Sou de Algodão, o diretor de Comunicação do ICAC, Mike McCue, elogiou as ações no Brasil. "Incrível como vocês conseguiram se organizar e movimentar para dar a ênfase correta ao trabalho. Fazer com que as iniciativas cheguem às marcas por meio do movimento Sou de Algodão é a melhor forma de unificação de indústria, de uma ponta a outra, que eu já vi", afirmou. Ele disse ainda que o material é vasto e impressionante, com ideias muito boas. "Estou muito animado com os resultados que virão dessas ações". O presidente executivo do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), Haroldo Cunha, também aprovou o plano de promoção do #WorldCottonDay. "Esse planejamento tem uma abordagem de comunicação com a sociedade como um todo, num programa muito bem elaborado, com alcance em diversos pontos, atuando em várias frentes. Será um projeto para fazer diferença no setor futuramente e com uma importância imensurável", comentou. Presente à reunião, o ex-presidente da Abrapa e representante da instituição no ICAC, João Ribas Pessa, elogiou as ações. "O brasileiro precisa conhecer a importância do algodão para o país e o quanto o produto impacta em nossa vida. O modelo de produção proposto e incentivado pela Abrapa e seus parceiros é baseado em boas práticas sociais, econômicas e produtivas, porque o nosso algodão tem estrutura organizada, engajamento, sustentabilidade e responsabilidade. Podemos mostrar o algodão para outras cadeias porque nosso produto é referência, e o mundo precisa ver isso", concluiu.