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Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão
06 de Novembro de 2020

ALGODÃO PELO MUNDO #43 Algodão em NY - O mercado de algodão em NY voltou a operar acima de 70 centavos de dólar por libra-peso (U$c/lp), impulsionado pelos ganhos nos mercados acionários e pelas seguidas evidências de que safra americana que deve ser mais baixa que o divulgado pelo USDA.  O contrato dez/20 em NY fechou ontem a 70,07 U$c/lp, com queda de 0,4% nos últimos sete dias. Altistas - Segundo dados oficiais, para a semana encerrada em 1/nov, as lavouras dos EUA classificadas de "boas" a "excelentes" diminuíram três pontos percentuais, para 66%. Altistas 2 - Alguns pontos positivos que influenciaram o mercado esta semana foram o índice Dow Jones em alta e o dólar Index em queda. Baixistas - Como na semana passada, existe muita preocupação de que os aumentos nos casos da Covid-19 na Europa e nos EUA resultarão em mais redução no crescimento econômico. Colheita americana – Evoluiu de 42%, na semana passada, para 52% esta semana. Numero acima da média dos últimos dez anos, que foi de 49%. China - O governo do país anunciou que irá vender 500 mil toneladas da reserva estatal, com início em 1/Dez.  Os leilões deverão se estender pelos próximos quatro meses. Índia - As exportações de algodão da Índia podem aumentar 40% em 2020/21, em comparação com a safra anterior, passando para sete milhões de fardos, o maior volume em sete anos. Cotton Brazil – Esta semana o projeto Cotton Brazil se reuniu com diplomatas brasileiros em Bangkok, na Tailândia.  A Embaixadora Ana Lucy Gentil Cabral Petersen, assim como com os demais embaixadores do Brasil nos países-foco, se comprometeu a colocar a Embaixada do Brasil na Tailândia à disposição do projeto. Tailândia – O país é o oitavo maior importador do mundo.  O Brasil ocupa, atualmente, o segundo lugar nas vendas da fibra ao país do Sudeste Asiático, atrás dos EUA. Cotton Brazil 2 – Lideranças da Abrapa e da Anea se reuniram esta semana com duas importantes entidades do setor importador de algodão em Bangladesh e na Indonésia.  As reuniões foram com empresários e contaram com apoio das embaixadas do Brasil nos respectivos países. Em ambos, as entidades se disponibilizaram a serem parceiras do Cotton Brazil, nos próximos eventos e ações de promoção internacional. Agenda – Na próxima semana, lideranças da Abrapa e Anea farão reuniões do Cotton Brazil com empresários da Coréia do Sul e Paquistão.  Também na próxima semana, o USDA divulga o seu relatório de novembro, no dia 10. Beneficiamento - A Abrapa informou o progresso do beneficiamento da safra 2019/20 de algodão no Brasil, até ontem: Mato Grosso: 74%; Bahia: 90%; Goiás: 87%; Minas Gerais: 88%; Mato Grosso do Sul: 100%; Maranhão: 55%; Piauí: 97%; São Paulo: 100%; Tocantins: 90% e Paraná: 100%. Média Brasil: 79%. Exportações - O Brasil exportou 241,3 mil toneladas de algodão em outubro/20.  No acumulado do ano comercial, que vai de agosto a julho, já foram exportadas 509 mil toneladas, 2% a mais que no mesmo período de 2019/2020. A tabela abaixo mostra os últimos movimentos de preços, índices e câmbio que impactam o mercado de algodão.

Em dois eventos virtuais no mesmo dia Sou de Algodão encanta públicos dentro e fora do Brasil
06 de Novembro de 2020

De sonho a projeto; de projeto a um movimento que virou referência. Por isso, a cada dia, mais empresas, organizações e pessoas querem conhecer o Sou de Algodão, dentro e também fora do Brasil. Nesta quinta-feira (5), a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) apresentou a iniciativa para dois públicos bem distintos, e igualmente interessados mais informações sobre o caso de sucesso que, pela primeira vez, abriu o canal de diálogo entre cotonicultores e consumidores finais, designers, estilistas e outros públicos, que pouco ou nada sabiam sobre a produção da fibra. Os encontros virtuais foram o Foro Feria IN&M – 2020, uma promoção da FAO/ONU, e o webinar Foco no Cliente-Algodão, promovido pela empresa de máquinas e implementos agrícolas AGCO. O tema da sustentabilidade e os programas de certificação ABR e BCI, linhas de força do Sou de Algodão, foram o pano de fundo nas duas apresentações, que reuniram centenas de espectadores. "Um dos números de que mais gosto de falar é o de marcas que já aderiram ao movimento. Hoje, são mais de 370, de diversas etapas em toda a cadeia, da lavoura ao ponto de venda. Isso não veio da noite para dia. Foram 16 anos de trabalho, não para formatar o movimento, mas construindo a nova história do algodão brasileiro, que pode ser resumida no fato de que já fomos o segundo maior importador global, nos anos de 1980, e hoje o país se tornou o segundo maior exportador de algodão do mundo. Não foi fácil chegar até aí", lembrou a coordenadora do movimento Sou de Algodão, Silmara Ferraresi. Em sua explanação, ela explicou a "arquitetura" estratégica da Abrapa, assentada em quatro compromissos fundamentais: qualidade, sustentabilidade, rastreabilidade e promoção. "Esses pilares são interligados. As ações que desenvolvemos são sustentadas nestas bases. Somente após termos isto muito fortalecido, pudemos desenhar o Sou de Algodão. Ele é parte do pilar de marketing/promoção, mas só funciona porque tem o suporte da sustentabilidade, da qualidade e da rastreabilidade", afirmou. Silmara fez um panorama do desenvolvimento do Sou de Algodão, que está em constante evolução no modo de comunicar e no próprio discurso. "Começamos questionando por que, num mundo tão sintético, não éramos mais de 'algodão'. Depois falamos de inclusão, pois o algodão é inclusivo, democrático. Hoje já podemos ir além, e dizemos que o movimento cultiva a moda responsável no Brasil. Nada disso é por acaso, e os resultados que estamos colhendo são animadores", afirmou. Para uma audiência de quase 300 colaboradores da AGCO, conhecer mais acerca do Sou de Algodão foi a oportunidade aproximar-se do universo do cliente. O encontro estreia uma série de ações da empresa neste sentido. Antes mesmo da palestra, curiosidades, números do algodão e outras informações foram compartilhados entre o público, formado por pessoas de áreas diversas e, não necessariamente ligadas ao campo ou à cultura. Para a gerente sênior de marketing e comunicação para a América do Sul, Fernanda Teixeira, o encontro foi uma oportunidade de aprender com o cliente. "A Abrapa realiza um trabalho incrível, que agrega valor à matéria-prima junto à comunidade diretamente ligada ao mercado. As fazendas são reconhecidamente as mais modernas e adequadas às exigentes normas de certificação global, algo de que os produtores e todos os brasileiros, devem se orgulhar", afirmou. Fernanda Teixeira, inclusive, foi um dos "personagens" do terceiro manifesto do Sou de Algodão, que mostra pessoas reais que trabalham na cadeia de valor do produto. A apresentação e o movimento receberam elogios dos vice-presidentes da AGCO, Luis Felli e Rodrigo Junqueira. O evento Foro Feria IN&M – 2020, comandado pela FAO, foi parte do escopo do Projeto +Algodão, uma iniciativa que resultou do acordo de cooperação para o fortalecimento da cotonicultura nos países do Mercosul, Haiti e Africa Subsaariana, firmado em 2012. Integram +Algodão, a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), o Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) e o escritório da FAO para a América Latina e Caribe. Após a explanação, representantes de outros países se manifestaram, perguntando como poderiam implantar o Sou de Algodão junto aos seus produtores. "O movimento foi pensado para a realidade do Brasil, mas inspirado no modelo americano do Cotton Inc., implantado 50 anos antes. Se nós pudemos fazer este benchmark, qualquer outro país pode se espelhar em nosso exemplo. E isso é gratificante para nós", pontua o diretor executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero.

Abrapa quer maior participação de mercado na Tailândia
04 de Novembro de 2020

Um dos dez maiores importadores de algodão do mundo, a Tailândia foi a parada de hoje (04) da "maratona" diplomática de promoção do algodão brasileiro, que vem sendo empreendida no escopo das iniciativas do projeto Cotton Brazil. Lançado no final do ano passado pela Associação Brasileira do Produtores de Algodão (Abrapa), com a Apex Brasil e o apoio da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), seu objetivo é ampliar mercados para a pluma nacional na Ásia, para fazer do país o maior exportador mundial de algodão até 2030. O posto hoje é ocupado pelos Estados Unidos. Essas reuniões vêm sendo realizadas desde o mês de agosto, em cada um dos nove países-foco do projeto: China, Bangladesh, Vietnam, Turquia, Paquistão, Indonésia, Índia, Tailândia e Coreia do Sul. Os números da cotonicultura do Brasil, assim como seus diferenciais competitivos em qualidade, sustentabilidade e produtividade foram apresentados à embaixadora em Bangkok, Ana Lucy Gentil Cabral Petersen, ao chefe do departamento de promoção e comercialização da embaixada, Willian Santos, e à adido agrícola Maria Eduarda Serra Machado. A Abrapa presidiu o encontro, com parte dos seus representantes falando, mais uma vez, da sede da embaixada brasileira em Singapura, onde a entidade foi ciceroneada pelo ministro conselheiro Daniel Pinto. De acordo com Marcelo Duarte, diretor de relações internacionais da Abrapa, baseado no escritório da entidade em Singapura, o Brasil tem condições de ganhar mais espaço na Tailândia, onde hoje a sua participação de mercado é de 15%. "A indústria têxtil tailandesa é o décimo segundo maior consumidor mundial de pluma, e, apesar dos impactos da Covid-19, continua sendo o oitavo maior importador global, para onde exportamos 185 mil toneladas", disse. A presença física no mercado asiático e o corpo a corpo que espera fazer, tão logo as circunstâncias permitam, serão muito importantes na meta do projeto. "Um dos primeiros aspectos que pretendemos mudar é a percepção da indústria mundial sobre a qualidade da nossa fibra, que, hoje, não difere da americana, e é muito próxima da australiana, como pode ser comprovado nos parâmetros de análise instrumental que nos permitem comparar", afirma Marcelo Duarte. O projeto Cotton Brazil será oficialmente lançado no início de dezembro, e comporta, além do recém-aberto escritório de representação da Abrapa na Ásia, ações de marketing, inteligência de mercado e de comunicação na língua local e em inglês em cada uma das praças onde atuará. "O Brasil conseguiu dobrar a sua produção de fibra nos últimos três anos sem precisar derrubar uma única árvore. Tem quase toda a sua produção com certificação de sustentabilidade, nacional e internacional, além de uma produtividade de 1,8 mil quilos de algodão por hectare, que é o dobro da auferida pelo nosso maior concorrente. Precisamos mostrar isso ao mundo e com a ajuda das embaixadas, faremos isso de forma assertiva", afirmou o presidente da Abrapa, Milton Garbugio, presente à videoconferência. A embaixadora contextualizou a situação da Tailândia na pandemia, mercada por um relativamente baixo número de casos e de mortes. Contudo, a covid, segundo ela, afastou os visitantes. O turismo é a maior vocação econômica do país, e representa cerca de 20% do PIB. "A Tailandia terá perdas em torno de 10% do PIB este ano, o que significa que a economia foi atacada de maneira muito grave", disse. Para Ana Lucy Petersen, dar início aos trabalhos de relações internacionais em um contexto como o atual dá à Abrapa uma certa vantagem, uma vez que a atenção será muito disputada "quando as coisas voltarem a abrir". Petersen falou que será interessante ter um novo produto do agro a ser promovido na região. A embaixadora e o corpo diplomático na Tailândia se comprometeram a envidar esforços para ajudar na divulgação da pluma nacional, e colocaram a embaixada à disposição de produtores e exportadores para isso.

ARTIGO - O futuro do jeans é o futuro
04 de Novembro de 2020

O jeans do amanhã é um grande ponto de interrogação, disse o chamado/incensado "godfather of denim", ou o padrinho do algodão, para finalizar com frase de efeito a palestra proferida no evento Denim City São Paulo, no último dia 28. Interrogações simbolizam dúvidas, mas as frases reproduzidas na mídia segmentada GBL Jeans, atribuídas ao estilista italiano Adriano Goldschmied, atestam muito mais as falsas certezas do pensamento meramente ideológico, isento de comprovações. Que não passaram sequer pela fase das interrogações, de quem, com humildade científica, admite que não sabe e pergunta antes de falar. Senão, vejamos, nesse excerto do texto da GBL Jeans: "AG colocou em cheque (SIC) o futuro do algodão tradicional para o jeans que, na opinião dele, deveria ser substituído por fibras mais sustentáveis, como o cânhamo industrial. 'O algodão precisa de muita terra, consome muita água, energia, produtos químicos, além de ser uma lavoura degenerativa para o solo. O futuro da humanidade depende de que a terra seja usada para a produção de alimentos'", opina.   Segundo a matéria, ele segue "opinando". Além do cânhamo industrial e das fibras celulósicas derivadas de florestas certificadas, sugere o uso do algodão orgânico em substituição ao algodão "tradicional". Se vem ao País que é o quarto maior produtor de algodão do mundo, segundo maior exportador global e primeiro colocado do ranking de pluma licenciada pela ONG suíça Better Cotton Initiative (BCI), melhor conhecer o algodão brasileiro, antes de falar mal. Não vamos nos ater a comparar, em sustentabilidade, fibras como algodão, cânhamo e viscose (celulose), pois é contrapor coisas diferentes. Tratemos da fibra natural, biodegradável, plantada em rotação de culturas no Brasil, com os maiores índices de produtividade sem irrigação do mundo, o algodão. E só em dizer que não tem irrigação, já rebatemos a falácia de que o algodão consome muita água. O Brasil planta 1,6 milhão de hectares com a fibra, das quais 92% em regime de sequeiro – só com água da chuva. Nesta área, que atende rigorosamente à legislação ambiental e à trabalhista brasileira, o país colhe três milhões de toneladas, com produtividade média de 1,8 mil quilos de pluma por hectare. Este número é duas vezes maior que o alcançado pelos Estados Unidos, nosso principal concorrente, e bem próximo da marca da Austrália, que irriga 100% das suas plantações. O algodão não é uma lavoura degenerativa para o solo nem por suas propriedades botânicas e, no caso brasileiro, menos ainda, pelo método de produção. A cotonicultura é o agronegócio que mais incorpora tecnologia. É também o de maior custo, o que significa que a precisão no uso de cada insumo, desde a semente ao defensivo agrícola, é a diferença entre obter ou não alguma remuneração, num negócio de margens estreitas e no qual se gasta em média R$12 mil por hectare para produzir. Cuidar bem do solo, aliás, é uma das grandes preocupações do agricultor. O Brasil é campeão em Plantio Direto na Palha, uma técnica sustentável que protege a terra agricultada, na medida em que usa a palhada da lavoura que o precedeu para realizar o plantio do algodão. Essa técnica se alia ao fato de que não existe monocultura de algodão no país. A fibra é plantada consorciada com outras lavouras como o milho e a soja, que se alternam a cada safra, evitando a exaustão do solo, e permitindo a otimização de insumos como fertilizantes e máquinas de uma safra para outra. Não culpamos o estilista por desconhecer o algodão e seu modo de plantio, mas não podemos deixar sem resposta suas falsas afirmações. Em um público urbano, composto basicamente por representantes de outros elos da cadeia, como estilistas, designers, projetistas, etc, elas soam como verdades incontestáveis. Segundo a revista, Goldschmied é "incensado" como the godfather of denim. E quem é incensado dificilmente é questionado. Mas se não entende de algodão, por certo não desconhece a BCI. Esta entidade global, com sede na Suíça, chancela a pluma cultivada com parâmetros sustentáveis em todo o mundo. Quem é da moda, e trabalha com algodão, sabe que esta é a referência. Desde 2013, a BCI opera em benchmark com o programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), estando os protocolos dos dois programas unificados no Brasil. Contudo, para receber o ABR, o produtor tem de cumprir 178 itens de verificação. Já para o BCI, são apenas 25. De modo que a entidade internacional considera que quem tem a certificação ABR pode receber, se assim quiser, imediatamente, a BCI. De acordo com o relatório publicado pela BCI, em julho deste ano, o Brasil deteve, em 2019, 36% de toda a pluma licenciada pela organização no planeta. Por fim, não basta dizer que o algodão é tudo isso e muito mais. Nós dizemos, comprovamos e rastreamos. Cada fardo de fibra, de cada lavoura de algodão do país, nos dez estados produtores, tem uma espécie de RG que permite rastrear todas as etapas por que passou aquela pluma, desde a fazenda, a lavoura, a máquina que o beneficiou e quais as certificações que ele possui, graças ao Sistema Abrapa de Identificação (SAI). Com isso, à medida que os elos da cadeia à jusante da fazenda tenham as suas próprias certificações de sustentabilidade, se poderá rastrear todo o caminho cumprido por uma roupa, por exemplo, uma calça jeans, até chegar ao guarda roupa, ou quem sabe, ao ponto de descarte, após o fim do seu ciclo de vida. Pensando e agindo de modo sustentável, do ponto de vista social, ambiental e econômico, o Brasil passou, nos últimos 20 anos, de segundo maior importador mundial, ao posto de segundo maior exportador. E, muito em breve, seremos o primeiro. Antes, contudo, abastecemos totalmente a nossa indústria, autossuficientes que somos. Se depender do produtor brasileiro, o futuro do jeans é o dos produtos biodegradáveis: ele volta para a terra, depois de se transformar muitas vezes, gerar riquezas e desenvolvimento, numa história escrita por muitas mãos. Milton Garbugio – presidente da Abrapaartigo.pdf

Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão
30 de Outubro de 2020

ALGODÃO PELO MUNDO #42 As eleições norte americanas, a segunda onda da Covid-19 e o clima nos EUA impactaram o mercado internacional nesta semana. Por conta dos diversos eventos climáticos nesta safra, acredita-se que os americanos, possivelmente, terão menos algodão de alta qualidade para vender este ano. Enquanto isso os chineses não perderam tempo e realizaram o China Cotton Summit, importante evento do setor do algodão, mostrando a retomada econômica no gigante Asiático com a taxa de operação das fiações atingindo o nível mais alto dos últimos quatro anos. Se você quer saber o que mais aconteceu esta semana. Algodão em NY - Semana de altos e baixos no mercado internacional.  Após fechar acima de 72 U$c/lp na terça, o mercado caiu abaixo de 70 U$c/lp novamente, acompanhando os demais mercados de commodities e financeiros.  Eleições americanas e nova onda de Covid-19 foram os principais fatores desta queda.  O contrato dez/20 em NY fechou ontem a 69,82 U$c/lp, com queda de 3% nos últimos 7 dias. Altistas - O clima nos EUA este ano tem sido um grande fator altista.  Esta semana os destaques ficam por conta de preocupações com a tempestade tropical Zeta (que chegou à Louisiana na quarta) e com o frio que trouxe tempestade e muito gelo ao oeste do Texas no último final de semana. Altistas 2 - O USDA divulgou números de vendas de exportação e embarques positivos na manhã de quinta-feira, com o Paquistão como o principal comprador, seguido por China e México. Baixistas - A volatilidade recente dos mercados se deve a preocupações de que aumentos nos casos da COVID-19 na Europa e nos EUA resultarão em restrições que podem conter o crescimento econômico.  Além disso, as eleições americanas são um fator adicional de tensão. Colheita – A colheita evoluiu de 34%, no relatório da semana passada, para 42% no relatório desta semana, contra a média de 10 anos de 45%. Qualidade – Em decorrência dos diversos eventos climáticos que atingiram o país esta safra, os americanos terão, possivelmente, muito menos algodão de alta qualidade para vender este ano. China - Esta semana ocorreu um importante evento do setor do algodão na China, o China Cotton Summit, em Heifei.  O evento foi presencial, mas sem a participação de estrangeiros que ainda têm restrições para ir ao país asiático. China 2 - A retomada econômica no gigante Asiático tem impactos positivos no mercado de algodão. Esta semana a taxa de operação das fiações atingiu o nível mais alto dos últimos quatro anos, enquanto o estoque de fios atingiu o nível mínimo no período. China 3 - Os estoques de algodão privados (ou seja, sem a Reserva Estatal) estão agora no mesmo nível do ano passado, apesar da Reserva ter vendido 500 mil toneladas ao mercado de Maio a Setembro/20. Cotton Brazil – Dando sequência à série de reuniões promovidas pela Abrapa, Anea e Apex Brasil com embaixadas brasileiras na Ásia, a entidade teve reuniões sobre o projeto Cotton Brazil com diplomatas do Brasil em Seul, na Coreia do Sul e Beijing, na China.  O apoio das Embaixadas tem sido muito importante para as estratégias de promoção do algodão brasileiro. Coreia do Sul - A Coreia do Sul é um mercado importante para o Brasil, pois sua indústria têxtil é conhecida pelo alto nível de exigência de qualidade. Vender algodão para a Coreia do Sul é, portanto, um "cartão de visitas" para o algodão brasileiro.  Atualmente o Brasil fornece 35% de todo algodão consumido pelo país. Beneficiamento - A Abrapa informou o progresso do beneficiamento da safra 2019/20 de algodão no Brasil até ontem: Mato Grosso: 70%; Bahia: 88%; Goiás: 85%; Minas Gerais: 84%; Mato Grosso do Sul: 100%; Maranhão: 52%; Piauí: 95%; São Paulo: 100%; Tocantins: 88% e Paraná: 100%. Média Brasil: 75% beneficiado Comercialização - A Abrapa informou o progresso da comercialização da safra 2019/20 e 2020/21 de algodão no Brasil até ontem: 84% comercializado da safra 2019/20 e 44% da safra 2020/21. Exportações - O Brasil exportou 62 mil toneladas de algodão na quarta semana de outubro/20. No acumulado do mês já foram exportadas 179 mil toneladas.  Ano passado em outubro foram exportadas 288 mil toneladas. Preços - A tabela abaixo ⬇ mostra os últimos movimentos de preços, índices e câmbio que impactam o mercado de algodão.

Cotonicultores recebem como “alívio” a notícia da prorrogação do Convênio 100
29 de Outubro de 2020

Embora por um prazo menor que o esperado – 31 de março de 2021, ante a proposta do agro de que fosse mantido até 30 de dezembro de 2022 –, a notícia de que o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) prorrogou a vigência do Convênio 100 deu ao setor da cotonicultura uma pausa para respirar. Para a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a manutenção do convênio representou um alívio, uma vez que o desconto de 60% sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos insumos agropecuários é um dos fatores de sustentação da competitividade na produção de algodão. De acordo com o presidente da Câmara Temática de Insumos da Agropecuária (CTIA) e vice-presidente da Abrapa, Júlio Busato, o Convênio 100 torna menos assimétrica a disparidade do Brasil na disputa de mercado com seus maiores concorrentes. Caso viesse a ser extinto no final deste ano, todas as cadeias produtivas do agro seriam impactadas, com sérios reflexos na mesa do brasileiro. "Não temos subsídios no Brasil, e o os custos para se fazer agricultura nos trópicos são muito altos. No caso do algodão, mais de 60% deles são atrelados ao dólar. Sem o Convênio 100, assim como o Convênio ICMS 52/91, é praticamente impossível produzir, quanto mais, competir", afirma o presidente da CTIA, referindo-se, também, ao instrumento que reduz a base de cálculo do ICMS em operações com equipamentos industriais e agrícolas, que vigorará até 31 de março de 2021, conforme decidido na mesma reunião do Confaz. "A extinção dos convênios implicaria um gigantesco aumento nos custos de produção, sobretudo com a defesa fitossanitária, inviabilizando atividades como a produção de algodão, e encarecendo ainda mais os alimentos, e o valor da cesta básica no Brasil", diz. Para Busato, o anúncio é bem-vindo, mas não definitivo. "Tudo pode mudar com a reforma tributária e precisamos acompanhar a forma como a matéria será tratada com muita atenção", considera.

SBRHVI - Climatização em Foco
27 de Outubro de 2020

Quando o assunto é aprimoramento constante, nem mesmo a pandemia do coronavírus interrompe o fluxo de aprendizagem do programa Standard Brasil HVI (SBRHVI). Na semana passada, nos dias 21 e 22 de outubro, a Abrapa realizou o curso "Monitoramento e Controle de Central de Climatização", como parte do Terceiro Pilar do programa, o que diz respeito à orientação aos laboratórios de análise de fibras participantes. A climatização do ambiente é um dos quesitos essenciais para a qualidade da classificação de algodão. Portanto, aprimoramento técnico e padronização dos itens essenciais para o bom monitoramento, manutenção e controle de climatização são tópicos que precisam estar sempre em dia. De acordo com o gestor de Qualidade da Abrapa, Edson Mizoguchi, o treinamento teve adesão maciça dos laboratórios. Os 11 que integram o programa atualmente estiveram representados pelos seus respectivos técnicos. Os fornecedores também participaram, o que somou 32 pessoas no total. "O fato de ter sido virtual facilitou esta logística", reconhece Mizoguchi, que diz que, originalmente, este curso seria realizado em março, mas os planos ficaram em suspenso por conta do advento da pandemia. O treinamento foi ministrado pelo Senai/Cimatec, tendo como instrutor o engenheiro eletricista e de segurança do trabalho, José Altino de Menezes. Os outros dois pilares que fundamentam o SBRHVI são o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA) e o Banco de Dados da Qualidade.

Abrapa intensifica interações com embaixadas do Brasil na Coreia do Sul e China
27 de Outubro de 2020

Dando sequência à série de reuniões virtuais promovidas pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) e Apex Brasil, junto às embaixadas brasileiras na Ásia, a entidade apresentou, na manhã desta terça-feira (27), o projeto Cotton Brazil para os diplomatas em Seul, na Coreia do Sul, onde a pluma nacional já detém 35% do mercado. O encontro se seguiu ao da China, realizado ontem (26), restando agora apenas a Turquia, dentre os oito países-foco da iniciativa dos cotonicultores para ampliar a presença naquele continente, onde a associação abriu um escritório de representação, na cidade de Singapura. São eles, China, Bangladesh, Vietnã, Turquia, Paquistão, Indonésia, Índia e Coreia do Sul. Uma nova ação de promoção com o mercado Coreano está sendo desenhada para acontecer em breve. Desta vez, não com uma embaixada, mas com a Associação Comercial Coreana. Apesar de ter diminuído sua indústria têxtil nos últimos anos, a Coreia do Sul é um importante centro de decisões empresariais na Ásia. Portanto, crucial para os objetivos do Cotton Brazil, que, dentre outras metas, estabeleceu a de tornar o país o "número um" do ranking de exportações até 2030, pulando uma posição e deixando para trás o atual primeiro colocado, os Estados Unidos. "Mesmo promovendo nossa fibra internacionalmente há 20 anos, ainda temos muito que trabalhar neste sentido. O Brasil está crescendo e precisamos que este crescimento venha acompanhado do fortalecimento e, principalmente, reposicionamento de imagem, sobretudo a da qualidade percebida. Nosso algodão é tão bom quanto o americano e não difere muito em qualidade do australiano. Mas, na percepção de mercado, eles ganham de nós", ponderou o presidente da Abrapa, Milton Garbugio. Para o Embaixador do Brasil na Coreia do Sul, Luís Sobreira Lopes, a intensificação das interações comerciais é fundamental para o desenvolvimento das atividades dos dois países. "O desempenho do agronegócio brasileiro já é reconhecido e, com relação ao algodão, o cenário se apresenta bastante promissor. Se unirmos a isso o aprofundamento dos contatos com mercados menores, como o coreano, mas com tradição de importação, teremos um grande potencial de crescimento", avaliou Sobreira Lopes, que participou da reunião virtual acompanhado pelo adido agrícola da Coreia do Sul, Gutemberg Barone, o chefe do setor comercial e conselheiro, João Marcelo Montenegro Pires, o assessor Rodrigo Braune, além do funcionário do setor de promoção comercial, Thiago Mattos. Também presente ao encontro, o ex-presidente da Abrapa e atual conselheiro da instituição, Arlindo Moura, ressaltou a mudança do panorama da cotonicultura brasileira. "O algodão brasileiro sempre foi um importante produto na pauta de exportações do país. Após um intenso trabalho e muitos investimentos, passamos a ser o quarto maior produtor mundial e o segundo maior exportador, mas temos condições de crescer ainda mais", disse. Segundo o presidente da Anea, Henrique Snitcovski, os coreanos são apontados como um referencial de qualidade e credibilidade.  "Este sempre foi o primeiro mercado a comprar nossos produtos, funcionando como nosso cartão de visitas na Ásia. Mesmo com um volume de importação de pluma um pouco menor, a Coreia do Sul se mantém como uma praça formadora de opinião. Este é mais um aspecto da sua importância", analisou.   China Maior destino das exportações de algodão em pluma, os chineses respondem por 30% da comercialização brasileira da fibra, com 577 mil toneladas. Este mercado é crucial para o Cotton Brazil, e as oportunidades para expandi-lo foram discutidas com a embaixada do Brasil em Pequim, na manhã da segunda-feira (26/10). Na ocasião, a Abrapa abordou as oportunidades e as ameaças nos negócios com a China, dadas às questões políticas e comerciais que influenciam nas decisões do gigante asiático, que é o 1º do mundo em consumo interno da pluma, 2º produtor mundial e 1º em importações de algodão. A reunião contou com a presença do embaixador, Paulo Estivallet, o ministro conselheiro, João Batista Magalhães, os adidos Jean Manfredini e Fábio Coelho, além dos diplomatas do setor agrícola, Larissa Costa e Hugo Peres. Em todas as reuniões do Projeto Cotton Brazil, a Abrapa tem contado com o apoio de das embaixadas brasileiras na Ásia, em especial, a de Singapura, onde a instituição montou um escritório de negócios, coordenado pelo diretor de Relações Internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte, para atender às demandas e estimular as relações comerciais entre os países. "Aqui, na Ásia, nós aprendemos a importância da visão de longo prazo, da parceria entre governos e setor privado, academia e instituições de pesquisa, dada a alta exigência de qualidade dos mercados. Acredito que, continuando assim, e tendo como certa a participação das embaixadas brasileiras, os objetivos de 2030, e além, serão atingidos e superados", finalizou o ministro conselheiro da embaixada do Brasil em Singapura, Daniel Pinto.