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Certificação única no mundo atesta sustentabilidade das algodoeiras brasileiras
23 de Julho de 2021

Na safra 20/21, 33% das usinas de beneficiamento devem receber o selo de boas práticas da Abrapa O Brasil é o único país do mundo que certifica a adoção de boas práticas da lavoura ao beneficiamento - primeiro elo da cadeia industrial do algodão.  O comprometimento dos cotonicultores brasileiros com a sustentabilidade das algodoeiras é atestado pelo programa Algodão Brasileiro Responsável para Unidades de Beneficiamento de Algodão (ABR-UBA). Lançado há um ano pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), o selo deve abranger um terço das 262 usinas ativas no país na safra 2020/21. O Programa ABR-UBA fomenta o aprimoramento contínuo e padronizar as usinas de beneficiamento com as melhores práticas de segurança e saúde, gerenciamento de resíduos gerados no processo de beneficiamento, utilização de recursos e eficiência operacional. A iniciativa deriva do programa Algodão Brasileiro Responsável(ABR), que desde 2013 atua em benchmark com a Better Cotton Initiative (BCI) e comprova a adoção de processos produtivos responsáveis em 81% da safra nacional. "Tendo em vista a rastreabilidade total da cadeia produtiva do algodão, era essencial que esse importante elo tivesse uma alternativa de certificação", relata o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato.Para a formulação do novo programa, a entidade contou com a consultoria do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) e das associações estaduais. Amândio Pires, engenheiro agrônomo e coordenador de Segurança do Trabalho do IMAmt,  explica que o ABR-UBA utiliza os mesmos critérios do ABR, acrescidos de particularidades das algodoeiras.Como as usinas são indústrias dentro das fazendas, o protocolo de certificação incluiu cuidados com a parte elétrica previstos na Norma Regulamentadora 10 (NR 10), vasos de pressão (NR 13), prevenção de incêndios (NR 23) e, principalmente, com a segurança e a saúde do trabalhador, disciplinada pelaNR 12. A NR 12 define medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores e estabelece requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto e utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos. "É uma norma complexa não só para as algodoeiras, todas as indústrias brasileiras têm alguma dificuldade para se adaptar", pondera Amândio Pires. A necessidade de adaptação depende das instalações físicas, que variam muito de usina para usina. "A estrutura é um grande fator de maior ou menor risco. As mais antigas precisam de mais ajustes técnicos em segurança do trabalho, do meio ambiente e contra incêndios", ressalta Carlos Ferraz, coordenador de treinamentos do IMAmt. Diretrizes do ABR-UBA  Assim como o ABR, o ABR-UBA se fundamenta nos pilares social, ambiental e econômico: Pilar Social   Saúde, Segurança e Bem-estar do Trabalhador 100% alinhado com a legislação trabalhista brasileira (CLT) e Constituição Federal; 100% alinhado com a Norma Regulamentadora 31, sobre as principais leis trabalhistas nacionais; 100% alinhado com a Norma Regulamentadora 12, sobre segurança no trabalho em máquinas e equipamentos; 100% alinhado com as normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT); 0% "Zero por cento" em trabalho infantil e trabalho análogo a escravo, indigno ou degradante. Pilar Ambiental   Gestão e manejo sustentável de resíduos, energia e água 100% alinhado com a Norma Regulamentadora 25, sobre resíduos industriais; 100% alinhado com a Lei das Águas; 100% alinhado com a Norma Regulamentadora 20, sobre inflamáveis e combustíveis; 100% alinhado com as melhores práticas para uso sustentável de energia. Pilar Econômico   Desempenho operacional 100% alinhado para resguardar empregado e empregador perante as leis trabalhistas; 100% alinhado com as normais legais brasileiras no contexto industrial; 100% alinhado com as melhores práticas no processo de beneficiamento e melhoria no desempenho operacional das usinas; 100% alinhado com as melhores práticas para evitar desperdícios de energia, água e prevenção de incêndios. Aobtenção da certificação depende de 170 itens de verificação, divididos em oito critérios, com metas de cumprimento crescentes a cada safra: Critérios de classificação  Itens de verificação  1.    Contrato de Trabalho 28 2.    Proibição de Trabalho Infantil 2 3.    Proibição de Trabalho Análogo a Escravo, indigno ou degradante 3 4.    Liberdade de Associação Sindical 4 5.    Proibição de Discriminação de Pessoas 2 6.    Segurança, Saúde Ocupacional e Meio Ambiente do Trabalho 108 7.    Desempenho Ambiental 9 8.    Boas Práticas de Beneficiamento 14 Os critérios 2 e 3 têm conformidade total obrigatória em todas as safras. Cada um dos  demais deveatingir 70% (Categoria 1) e 80% (Categoria 2) já na primeira safra e  evoluir pelo menos 2% por safra, por mais cinco anos. Ao final da sexta safra de certificação, as usinas devem alcançar um patamar mínimo de 80% (Categoria 1) ou 90% de conformidade (Categoria 2).As categorias estão associadas ao desempenho operacional das máquinas da usina -na 1, a relação entre capacidade de fardos/número de serras deve ser menor que 0,06, enquanto na Categoria 2 essa relação deve ser igual ou maior que  0,06. "São quesitos que o produtor teria que realizar para cumprir a legislação existente enão estar sujeito à penalização por algum órgão de fiscalização",ressalta Carlos Ferraz. "Com a certificação, terá um diferencial. A adoção de boas práticas sociais, ambientais e econômicas é uma tendência mundial", pondera. Melhoria contínua  A adesão ao ABR-UBA é uma oportunidade para identificação de não conformidades e uma possibilidade para implementação de melhorias, com orientação e acompanhamento das associações estaduais vinculadas à Abrapa e de certificadoras reconhecidas internacionalmente, como a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Ambos participam desde o diagnóstico inicial até a última certificação. "Nosso trabalho não é de fiscal. Acima de tudo, orientamos, apontamos os pontos de melhoria contínua. A certificação é conseqüência", conta Júlio Cesar Pinto, auditor da ABNT. Além de fazer parte das auditorias anuais do ABR, ele participou do projeto-piloto do ABR-UBA, realizado na safra 2019/20 nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás e Maranhão. Segundo o auditor, o interesse e o comprometimento dos produtores com boas práticas é cada vez maior. "Vemos uma preocupação crescente não só com a qualidade da fibra, mas também com o funcionário e com o meio ambiente", garante. Isso se traduz em números. Na safra 2019/20,18 das 262usinas de beneficiamento ativas no país participaram do ABR-UBA. Para o ciclo 2020/21, a perspectiva é de adesão de 88 usinas. Entre as algodoeiras que participaram da primeira edição está a Guimarães Cotton. "Já temos o ABR/BCI, assim que tomamos conhecimento da certificação das algodoeiras, me interessei", conta Rogério Guimarães, sócio-proprietário da usina. Com o apoio da Associação Mineira de Produtores de Algodão (Amipa) em todas as etapas da certificação, a Guimarães Cotton obteve o selo ABR-UBA em dezembro de 2020. "É um processo bem interessante, depois que está tudo funcionando é muito gratificante e a gente trabalha mais tranqüilo. Tudo o que você faz para se organizar melhor e ter mais segurança nos processos é um incentivo", acredita Guimarães. "A melhoria é constante. Já identificamos o que pode ser aprimorado e começaremos as correções assim que findar a safra atual", conta. Essa também é a prática adotada pela DB Agricultura, em fase de certificação. O grupo vê a adesão ao ABR-UBA como uma oportunidade para aperfeiçoar o processo de beneficiamento do algodão.  "Pudemos constatar que sempre existem melhorias a serem feitas, que irão beneficiar toda a cadeia envolvida na produção do algodão", diz Marcos Bruxel, diretor-executivo do grupo. Segundo ele, esses aprimoramentos são em diversas áreas. "Da saúde e segurança do nosso colaborador, pois são instalados diversos mecanismos impedindo uma intervenção humana que poderia gerar algum dano físico, ao aumento da produtividade, com a maior automação que permite fluxo contínuo do algodão", assegura. Para a obtenção de ambientes mais seguros e saudáveis, o ABR-UBA preconiza a implementação de equipamentos de proteção coletiva (EPC); fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPI); qualificação, capacitação  e monitoramento dos trabalhadores da usina;  áreas de vivência em boas condições de conforto e higiene; e manutenção preventiva e corretiva por profissionais qualificados. O programa também conscientiza sobre a importância do gerenciamento dos resíduos gerados durante o processo de beneficiamento. A conformidade com as boas práticas e as legislações existentes pode dar trabalho, mas permite uma série de ganhos para os participantes do ABR-UBA.  O levantamento de riscos na área fabril ajuda na prevenção a acidentes de trabalho e na redução de risco de incêndios. O mapeamento de maquinários e rede elétrica fomenta o uso adequado dos equipamentos, que passam a operar em condições mais próximas do ideal. Além disso, mudanças em procedimentos ajudam na organização da produção e no controle e na qualidade do produto. "O ABR-UBA, garante um ambiente saudável e seguro e uma produção de qualidade na unidades de beneficiamento", sintetiza Júlio Cézar Busato. "Com programas similares adotados em todos os demais elos–fiação,tecelagem,tinturaria,confecção,etc – poderemos atestar a sustentabilidade de uma peça de vestuário desde o ponto de venda até o campo. Essa é a visão de futuro da Abrapa: aliar rastreabilidade e sustentabilidade não somente para garantia de origem, mas também para assegurar a adoção de boas práticas ao longo de toda a cadeia produtiva", conclui.

Movimento Sou de Algodão se junta à ONG Estou Refugiado em ação comemorativa ao Dia do Amigo
20 de Julho de 2021

Os dois projetos querem chamar a atenção da população para os refugiados que vivem em São Paulo/SP. No dia 20 de julho, é comemorado o Dia do Amigo e essa data se tornou cada vez mais significativa. Por causa do isolamento e distanciamento social, devido à pandemia de COVID-19, foi necessário se afastar das pessoas que mais nos abrigam quando é preciso. E pensando nisso, o Movimento Sou de Algodão, iniciativa da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), se juntou com a ONG Estou Refugiado na campanha "quem tem amigo, tem o mundo". A intenção é chamar a atenção para a situação de milhares de pessoas que encontraram refúgio no Brasil, por conta da fome ou de guerras em seus países. Para isso, recentemente, os dois projetos entregaram 400 kits de toalha 100% algodão, rosto e banho, para famílias vindas de longe e que ainda precisam de itens básicos para construir novas histórias no nosso País. Além disso, contaram com a ajuda do ilustrador Lavi Kasongo, vindo do Congo, para criar a identidade visual da ação - ele também busca oportunidades de trabalho através da ONG. A ONG atua fazendo o trabalho de inserção destas pessoas no mercado brasileiro; já o Movimento Sou de Algodão busca conscientizar a população por meio da moda responsável e do consumo consciente. Essa é a segunda ação do Dia do Amigo realizada pelo Movimento Sou de Algodão. Ano passado, a parceria foi com a ONG Moradores de Ruas e seus Cães para distribuir 500 moletons para pessoas em situação de rua e 300 peças para os companheiros. Além disso, a ONG realizou atividades como banho, doação de ração e atendimento veterinário para os pets; e os seus donos ganharam  alimentos, itens de higiene pessoal e atendimento médico. Sobre Sou de Algodão É um movimento único no Brasil que nasceu em 2016 para despertar uma consciência coletiva em torno da moda e do consumo responsável. Para isso, a iniciativa une e valoriza os profissionais da cadeia do algodão, dialogando com o consumidor final com ações, conteúdo e parcerias com marcas e empresas. Outro propósito é informar e democratizar o Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que segue rigorosos critérios ambientais, sociais e econômicos, representando 38% de toda a produção mundial de algodão responsável. Siga Sou de Algodão: Site: www.soudealgodao.com.br Facebook: soudealgodao Instagram: @soudealgodao Youtube: Sou de Algodão

Uso de insumos biológicos é tema de Dia de Campo da Agopa
19 de Julho de 2021

Abrapa apresentou experiência do sistema produtivo baiano  A Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa) realizou, na última sexta-feira (16), o seu 18° Dia do Algodão.  O presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, participou do evento e apresentou a sua experiência de cotonicultor, na Bahia, no uso de insumos biológicos no sistema de produção do algodão.  "Temos nosso exemplo na Bahia e hoje fazemos um intercâmbio de informações com o que é desenvolvido em Goiás", disse Busato ao grupo de cotonicultores. O já tradicional Dia de Campo da Agopa aconteceu no Instituto Goiano de Agricultura (IGA), na cidade de Montividiu/GO, que desenvolve pesquisas com algodão e outras culturas para validação de tecnologias e melhoria da agricultura. Este ano, a atividade ocorreu em um formato reduzido, com pequenos grupos que percorreram um circuito de quatro estações técnicas. "Fizemos um pouco diferente dos eventos anteriores para a segurança de todos", explicou o presidente da Agopa, Carlos Alberto Moresco. Confira: https://youtu.be/tAKBMDNq_Ec

Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão
16 de Julho de 2021

ALGODÃO PELO MUNDO #28/2021  Algodão em NY - Relatório do USDA, demanda forte, novo capítulo da guerra comercial e rumores não confirmados de que a China estava ativa no mercado foram os destaques da semana. O contrato Dez/21 fechou em 89,05 U$c/lp, alta de 1,1% nos últimos 7 dias. Preços - Ontem (15/7), o algodão brasileiro estava cotado a 101,00 U$c/lp (+200 pts) para embarque em Out-Nov/21 (Middling 1-1/8" (31-3-36) posto Ásia, fonte Cotlook). Preços 2 - O basis médio do algodão Middling Brasileiro posto na Ásia em Julho/21 está 11,31 U$c/lp, maior valor em pelo menos três anos, de acordo com a Cotlook. Preços 3 - O índice A Index, média de cotações base Ásia, atingiu 98,70 U$c/lp, maior valor desde Ago/2018. Altistas 1 - Esta semana o USDA ampliou a estimativa de consumo global para 26,8 milhões de tons (maior da história). Além disso, reduziu em quase 2% os estoques globais em relação com as previsões do mês passado. Altistas 2 - Os leilões de algodão da reserva chinesa continuam vendendo 100% dos lotes ofertados. Os preços médios foram U$c/lp 104,80, e a maioria do algodão é estoque antigo, produzido em Xinjiang. Altistas 3 - Analistas acreditam que o bom andamento dos leilões reforça a visão que a China irá em breve colocar em prática sua política de rotação de estoques da reserva, ou seja, irá comprar para repor os estoques. Baixistas 1 - O clima nos EUA está melhor que o esperado, com chuvas até em excesso em algumas regiões. No Oeste do Texas, o potencial aparenta estar melhorando, com mais chuvas previstas. Baixistas 1 - O USDA, por outro lado, reduziu a previsão de importação Chinesa em 2021/22 para 2,18 milhões de toneladas. Como a diferença entre consumo e produção na China será de 3,1 milhões de toneladas, esta previsão indica que o país deve consumir quase 1 milhão de toneladas de seus estoques este ano. Baixistas 2 - O relatório do USDA desta semana também ampliou as previsões de produção e exportação dos EUA em 2021/22. A produção foi estimada em 3,88 milhões de tons, enquanto as exportações estão previstas em 3,3 milhões. Baixistas 3 - O valor dos fretes marítimos, medido pelo Baltic Dry Index, recuou no mês de Julho, mas no acumulado do ano já aumentou 123%. Guerra Comercial 1 - Não há sinais de que o governo Biden queira retomar o diálogo econômico com a China, como ocorreu nas gestões Bush e Obama. Ações recentes indicam que a suspensão instituída pelo ex-presidente Trump pode, inclusive, ser intensificada. Guerra Comercial 1 - Entre as ações, estão o alerta para empresas americanas sobre os riscos de continuar em Hong Kong; novos banimentos de importação para a região de Xinjiang e a exclusão de Pequim na construção de acordo de comércio digital. China – Compradores Chineses estão monitorando de perto o mercado, aguardando para a tão esperada alocação das cotas extras de importação pelo governo Chinês. Paquistão - Uma importante mudança no quadro de oferta e demanda divulgado este mês foi a queda de quase 6% na previsão de produção do Paquistão. O país do Sul da Ásia é o 7º maior produtor, 3º maior consumidor e o 4º maior importador mundial de algodão. Bangladesh - Fabricantes de roupas de Bangladesh formalizaram pedido ao governo para manterem as indústrias abertas durante lockdown a partir de 23 de julho. O receio é impactar a produção para o Natal: julho e agosto concentram 40% das exportações bengalesas. O país é o 2º maior comprador de algodão brasileiro. Lavouras - O relatório de condições de lavoura dos EUA aponta melhora, com 56% das lavouras em boas-excelentes condições, 4 pontos a mais que semana passada, e somente 1% muito ruim. Consumo - Notícia excelente vinda do maior mercado consumidor do mundo: as importações de roupas pelos EUA em Maio foram 132% maiores que em Mai/20. Melhor que isso: as roupas de algodão representaram uma fatia de 51% do total importado, contra o percentual de 35% de 2019, informa a consultoria Jernigan Global. Colheita - A Abrapa informa o andamento da colheita da safra 2020/21 de algodão no Brasil até ontem (15/7): BA e TO (25%); GO (40%), MA (16%); MG (35%), MS (50%), MT (12%), PI (35%) SP (91%) e PR (100%). Total Brasil: 17% colhido. Exportações - O Brasil exportou 22,6 mil tons de algodão na primeira semana do mês de julho/21. Se exportarmos pelo menos 64 mil tons este mês, fecharemos o ano comercial (Ago-Jul) com mais de 2,4 milhões de tons exportadas. Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, programa da Abrapa. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com Preços - Consulte tabela abaixo ⬇

Abrapa promove dia de campo com presidente do BB
16 de Julho de 2021

​Comitiva visitou a Fazenda Pamplona, em Goiás Em 09 de julho, a Abrapa apresentou o processo produtivo do algodão aos dirigentes do Banco do Brasil. Em visita à Fazenda Pamplona, do Grupo SLC Agrícola, localizada em Abadiânia/GO, a comitiva acompanhou a colheita e conheceu os principais desafios da cotonicultura brasileira. "Contem com o Banco do Brasil para mais um ciclo poderoso do processo agrícola", disse o presidente do BB, Fausto de Andrade Ribeiro. Também participaram do dia de campo o vice-presidente do banco, Renato Luiz Naegele, e o diretor de Agronegócio Antonio Carlos Wagner Chiarello, além dos presidentes da Abrapa, Júlio Busato, e da Agopa, Carlos Alberto Moresco. O grupo foi recepcionado pelo diretor-presidente da SLC Agrícola, Aurélio Pavinato. "Mostramos toda a cadeia produtiva do algodão brasileiro e a importância do setor nas exportações e no atendimento ao mercado asiático. O Banco do Brasil é o principal banco que financia o agro e é importante que tenham essa visão de longo prazo",  afirma Pavinato.

Credibilidade do algodão brasileiro depende das análises de HVI
16 de Julho de 2021

Tamanho das amostras interfere diretamente na classificação da pluma ​A colheita da safra 2020/2021 de algodão está a pleno vapor. Os 11 laboratórios de classificação da fibra espalhados pelas regiões produtoras estão prontos para analisar e atestar a qualidade das 2,43 milhões de toneladas de pluma previstas para a atual temporada. Para a confiabilidade dos resultados e a maior valorização do algodão produzido no Brasil, um aspecto é fundamental: o tamanho das amostras de teste. O padrão brasileiro de classificação está previsto na Instrução Normativa 24 https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/21289371/do1-2016-07-15-instrucao-normativa-n-24-de-14-de-julho-de-2016-21289194), publicada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em 2016. A norma prevê desde os requisitos de identidade e qualidade, até amostragem, modo de apresentação e marcação ou rotulagem das amostras de 100% dos fardos. Para a correta classificação tecnológica e visual, cada fardo deve ser cortado em lados opostos para retirada de duas amostras de 150 gramas. Cada uma será partida ao meio no sentido longitudinal, em duas subamostras de 75 gramas que serão adicionadas às subamostras do outro lado do fardo. Desta forma, são formadas duas amostras de trabalho, uma para classificação tecnológica e uma para classificação visual e manual. As dimensões são determinantes para a análise das características intrínsecas da fibra por instrumentos de alto volume do tipo HVI, aceita comercialmente no mundo todo. De acordo com a IN 24, cada amostra deve ter, no mínimo, de 25 cm a 30 cm de comprimento, de 13 cm a 15 cm de largura, de 8 cm a 13 cm centímetros de espessura e 150 gramas de massa. O padrão internacional é de 8 onças, equivalentes a 226,80 gramas – os Estados Unidos, nosso principal concorrente, utilizam 230 gramas. Anicézio Resende, gerente de laboratório da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa), explica que são necessárias 40g para o módulo que mede o comprimento da fibra (20g para cada tambor), outras 10 g para o módulo de micronaire e 100 gramas para análise de cor e impurezas. Pode parecer muito, mas 50 g é o mínimo necessário em cada bandeja do módulo de cor, o chamado colorímetro duplo ou simples, para cobrir completamente o visor e permitir a captação fiel do grau de brancura e amarelamento da pluma obtendo a junção correta da cor do algodão o chamado CG no relatório de HVI. "De uma amostra com menos de 150 gramas, o que sobra para o colorímetro fica muito raso em volume e deixa passar a claridade, o que interfere na leitura do grau de brancura, amarelamento e na contagem da sujeira e piora a qualidade", ressalta Resende. Ele lembra que o tamanho também é importante, uma vez que cada bandeja do HVI tem 14 cm de largura por 25 de comprimento. Como cada prensa tem um tamanho de faca diferente, para facilitar a padronização das amostras, a Amipa desenvolveu um gabarito, que foi distribuído para as 16 algodoeiras de Minas Gerais, "Na safra 20/21, todas as usinas de Minas já estão com o molde. Agora estamos oferecendo treinamentos para acertar a questão do volume, já que a massa de algodão é retirada manualmente", conta o gerente de laboratório da Amipa. A Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa) também aposta na capacitação, como estratégia para melhorar a qualidade das amostras enviadas para análise de HVI.  Segundo Rhudson Assolari, gerente Laboratorial de Análises de Algodão da entidade, um dos problemas identificados é a rotatividade de trabalhadores nas algodoeiras, uma vez que a atividade de beneficiamento é sazonal.  "Os funcionários são treinados e demoram um tempo para pegar o jeito. No ano seguinte, são outros e temos que treinar as equipes novamente", relata. A estratégia encontrada foi oferecer workshops de sensibilização para gestores e classificadores de algodoeiras.  "Levamos o pessoal para dentro do laboratório e fazemos análises com amostras dentro e fora do padrão, para que vejam a diferença de resultados", conta Assolari. A cooperativa de produtores de algodão, Unicotton, promove capacitação das equipes das algodoeiras, desde 2010, e também investe na sensibilização de lideranças. "A cada safra, reunimos os associados e mostramos a importância do tamanho da amostra para a análise de HVI. Fazemos os produtores entenderem que a precisão da classificação e a credibilidade do resultado dependem disso", conta Valmir Lana, gerente de Classificação da Unicotton, destacando também a importância do emblocamento por HVI como diferencial de mercado. Cuidados com a Manipulação O correto manuseio das amostras também é essencial para a confiabilidade dos resultados das análises. A IN 24 determina que as amostras não podem ser preenchidas nem aparadas,  e o manuseio deve ser feito com cuidado para não causar a perda de materiais não fibrosos (folhas, cascas, talos dentre outros materiais) que mude seu caráter representativo. A cautela é necessária para evitar contaminação ou descaracterização do material no trajeto da usina até o laboratório. Rhudson Assolari recomenda embalar as amostras imediatamente após a retirada, sem qualquer outro tipo de manuseio ou preparação. O algodão deve ser colocado sobre um papel craft, etiquetado, cuidadosamente enrolado e colocado em um saco resistente, para não ter perigo do fardo rasgar ou sujar com óleo ou poeira no caminho até o laboratório.  As embalagens e as amostras deverão ser claramente identificadas por usina e, opcionalmente, pelos números do lote e do fardo. Apoio do CBRA O trabalho dos laboratórios de análise de HVI é monitorado e orientado pelo Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), principal pilar do programa de Qualidade da Abrapa, o Standard Brasil HVI (SBRHVI).  Edson Mizoguchi, gestor do programa, ressalta que o CBRA disponibiliza um guia operacional, que reúne normas e recomendações para a realização de análises de acordo com as melhores práticas internacionais. Além de conter a IN 24, o Manual inclui a tradução de documentos como o Método de Análise Padrão da ASTM (ASTM Standard Test Method); Manual da força-tarefa do ICAC para Padronização Comercial da Análise Instrumental de Algodão (CSTIC) e do Comitê Internacional do ITMF para Métodos de Análise de Algodão (ICCTM);  e o Programa para Certificação Internacional de Laboratórios - ICA Bremen. O CBRA também é responsável pelo programa de checagem, que envia amostras padrão para os laboratórios e faz rodadas de análise, a fim de garantir que as máquinas estejam dentro da conformidade.  Mizoguchi alerta, no entanto, que o resultado não será confiável se a amostra de teste não seguir os parâmetros mínimos e as diretrizes estabelecidas na norma.  "Não adianta a máquina estar funcionando corretamente se a amostra é duvidosa", pontua.  "O produtor, que quer ganhar mais, tem que tirar 150 gramas do seu fardo para fazer uma boa análise. É a classificação que vai dizer se o algodão será vendido ao preço de um fusquinha ou de uma Ferrari", garante.

Desafios do mercado de algodão no Brasil e no mundo
15 de Julho de 2021

O Brasil é o quarto maior produtor mundial de algodão e o segundo maior exportador, sendo considerado o maior fornecedor de algodão sustentável do planeta, de acordo com dados da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão). 75% da última safra nacional (2019/20), cuja produção alcançou três milhões de toneladas, recebeu a certificação socioambiental Algodão Brasileiro Responsável (ABR). Soma-se a isso o fato do Brasil ser campeão mundial em produtividade em sequeiro (sem irrigação), com 92% de suas plantações dependendo apenas de chuvas para se desenvolver. Segundo Júlio Cézar Busato, presidente da Abrapa, a tecnologia criada pelos cotonicultores brasileiros em parceria com Embrapa, universidades, fornecedores de insumos e técnicos, permitiu ao país ter a maior produtividade de algodão não irrigado do mundo. "Os agricultores da região do Cerrado, em que 94% da produção se encontra, conseguem colher o dobro de pluma (algodão sem caroço) do que os produtores americanos (1800 quilos de pluma por hectare contra 970 quilos nos Estados Unidos). Nós seremos os maiores exportadores mundiais de algodão em um curto espaço de tempo e, em um maior período, seremos o primeiro produtor mundial de algodão." Júlio Cezar Busato, presidente da Abrapa O Brasil também é um dos maiores consumidores mundiais do fio, consumindo cerca de 720 mil toneladas de algodão pluma por ano. No entanto, apesar desse cenário favorável ao tecido no país, as fibras sintéticas vêm ganhando espaço no mercado doméstico. Há dez anos, o algodão representava 57% do total de fibras utilizadas pela indústria têxtil nacional. Hoje, representa 46%, segundo informações da Abrapa. O mesmo tem acontecido no mundo, onde o algodão também tem enfrentado uma forte concorrência de tecidos sintéticos como o poliéster. Esse polímero viu sua produção crescer nas últimas décadas, ultrapassando a de algodão em 2000 e alcançando em 2020 o dobro do valor de 2000. Enquanto isso, a produção de algodão manteve-se quase estável nesse período, segundo dados da Tecnon OrbiChem, empresa de BI (Business Inteligence) para o setor petroquímico. "O consumo mundial praticamente dobrou nos últimos 25 anos, particularmente na Ásia, e o consumo de algodão não aumentou, está quase estável. De 95 até agora, a variação foi pouca, de 10% a 15%, e o preço dos sintéticos está cada vez mais competitivo. Existe um apelo muito grande para o custo-benefício. Com o poliéster, você utiliza a mesma roupa durante dez anos sem se degradar, diferente do algodão que é biodegradável." Sergio Benevides, coordenador do Comitê de Algodão da ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) Sustentabilidade Se por um lado o poliéster é mais barato e durável, por outro gera problemas ambientais devido ao fato de não ser biodegradável, permanecendo no ambiente por um longo tempo após o seu descarte. "As roupas sintéticas geram microfibras que se soltam do tecido quando lavadas, contaminando rios, mares e peixes e, consequentemente, retornando aos seres humanos gerando problemas de saúde", afirma Busato. Em 2016, com o objetivo de mostrar os benefícios e as possibilidades do algodão e incentivar o seu uso e consumo responsável no contexto nacional, foi criado o programa "Sou de algodão" pela Abrapa. "A iniciativa une todos os agentes da cadeia produtiva do algodão e da indústria têxtil por uma moda mais consciente: homens e mulheres do campo; tecelões; artesãos; fiadores; designers de moda; estilistas; varejistas; estudantes e consumidores", explica o presidente da associação. "Para o algodão recuperar espaço, é preciso uma campanha mundial pela sustentabilidade do planeta", defende Benevides. Segundo Busato, para o uso de algodão crescer, é preciso aumentar a rentabilidade da cultura, que é resultado da produtividade, do custo da produção e do preço do algodão no mercado, e a expansão do mercado consumidor. "Tudo que produzimos além de 720 mil toneladas (quantidade atualmente consumida no Brasil), precisamos exportar. Por isso, a Abrapa criou um programa chamado Cotton Brasil e um escritório na Ásia para divulgar o nosso algodão nesse mercado". O algodão no Ceará A relação entre o Ceará e o algodão vem de longa data. O estado, que chegou a ser o terceiro maior produtor do país e o maior do nordeste há cerca de três décadas, viu as suas plantações serem devastadas pela praga do bicudo. Isso obrigou muitos agricultores a abandonarem o cultivo da planta. "Historicamente, todas as grandes cidades do interior do Nordeste tiveram seu desenvolvimento econômico impulsionados pelo algodão. Por diversos motivos (praga do bicudo, secas constantes, economia mundial), na década de 1990 houve uma derrocada da cultura na região, o que deixou uma enorme lacuna na economia do Nordeste e do Ceará, que chegou a ter mais de um milhão de hectares plantados com algodão." Gildo Pereira de Araújo, analista da Embrapa. Atualmente, Mato Grosso e Bahia são os maiores produtores nacionais de algodão, com produções estimadas para a safra 2020/21 de 1,724 milhão de toneladas (70% da produção nacional) e 510 mil toneladas (cerca de 25%), respectivamente. Para reverter essa situação, em 2018 foi criado o Programa de Implantação da Cultura do Algodão no Ceará, iniciativa do governo estadual que tem como objetivo fazer com que o estado volte a ser um dos principais produtores de algodão do país. "O programa surgiu na antiga Seapa (Secretaria da Agricultura, Pesca e Aquicultura) e em 2019 demos continuidade expandindo o programa com parceiros como a Embrapa, UFC, IFCE (Instituto Federal do Ceará) e o setor produtivo, inclusive a indústria compradora da produção. Em 2020, mesmo com a pandemia, tivemos um aumento da área plantada e realizamos muitas reuniões e lives para orientar e estimular os produtores." Silvio Carlos Ribeiro, secretário executivo da Sedet (Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Estado do Ceará), órgão responsável por conduzir o programa De acordo com o professor e diretor de ensino do IFCE Campus Crato, Marcus Goes, foi o manejo integrado de praga, prática adotada em grandes culturas como soja e milho, que permitiu retomar o cultivo na região. "Com a orientação de técnicos, os produtores usam defensivos agrícolas apenas quando são encontradas grandes populações de insetos, diminuindo os custos por uso indiscriminado e reduzindo a indução de resistência da praga". Marcus Goes, diretor de ensino do IFCE Campus Crato Além disso, outros dois fatores contribuíram com o combate ao bicudo. O primeiro foi o uso de sementes selecionadas e o segundo foi a implementação de um "vazio sanitário" entre os meses de outubro e dezembro. Neste período, os agricultores são obrigados a limparem a terra de qualquer presença de algodão, fazendo com que o inseto não tenha com o que se alimentar. "Não eliminamos o bicudo, mas aprendemos a conviver com ele", esclarece Gomes. Em 2021, a área plantada de algodão não teve crescimento. Isto aconteceu devido à valorização do preço da soja e milho, que levou alguns agricultores a apostarem nesses cultivos. Para a safra 2021/22, o objetivo é aumentar as áreas no estado, incluindo a região do Crateús e o norte do Ceará. Além disso, a ideia é intensificar os trabalhos na região do Cariri. Este último é onde se busca estabelecer um forte programa de grãos, como milho, soja e algodão. "De maneira geral, o semiárido possui condições climáticas e de solo que permitem produzir a melhor fibra do país com elevada resistência", finaliza Araújo. Por: Raul Galhardi | Em: 13 de julho de 2021/Trendsce

VOZES DO AGRO - Brasil será o maior fornecedor mundial de algodão até 2030
12 de Julho de 2021

Após forte impacto da pandemia de Covid-19 sobre a demanda e as cotações internacionais, o panorama atual é de aquecimento do mercado mundial de algodão. Os pacotes de resgate e a retomada da atividade econômica em diversos países deram novo fôlego à cotonicultura e devemos aproveitar o bom momento para construirmos e consolidarmos a credibilidade da fibra produzida no Brasil. No ano passado, preços abaixo do custo de produção levaram à redução da área plantada no mundo todo. Segundo balanço de oferta e demanda do International Cotton Advisory Committee (ICAC), as perspectivas para a temporada 2020/21 são de recuo de 7% na produção mundial de algodão, totalizando 24,31 milhões de toneladas. O consumo global, em contrapartida, deve crescer 9% e chegar a 24,81 milhões de toneladas – ainda abaixo dos 26 milhões registrados antes da pandemia. O cenário representa uma janela de oportunidade para o Brasil. Em função do aumento da produção brasileira de algodão, nossas exportações têm batido recorde atrás de recorde. O mês de maio entrou para a história da cotonicultura brasileira com 115.243 toneladas embarcadas, 66% acima do volume registrado em maio do ano passado.  Até este mês (julho), quando termina a atual temporada de exportações, as vendas externas devem chegar a 2,35 milhões de toneladas. Como quarto maior produtor e segundo maior exportador mundial da fibra, o Brasil já abastece 100% do mercado nacional e 20% da indústria têxtil mundial. Mas queremos e podemos mais. Temos quantidade, qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade e precisamos mostrar isso ao mundo. Pesquisa realizada junto à indústria asiática mostrou que, na hipótese de preços iguais para a pluma americana e brasileira, 75% comprariam algodão produzido nos Estados Unidos. A realidade é simples: a imagem do Brasil ainda está aquém do algodão que produzimos. A percepção equivocada se traduz em números. Na média, a cotação do algodão brasileiro no mercado asiático é de 400 a 450 pontos abaixo do produto americano, o que significa que estamos deixando de ganhar R$ 1 bilhão por ano. Para conquistar a confiança do mercado e aumentar nossa rentabilidade, temos que mostrar quem somos, o que pensamos e aquilo que fazemos. Esse é o objetivo da Cotton Brazil Harvest 2021 Roundtable, rodada de encontros virtuais com os principais compradores de algodão do mundo, que a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) promoveu durante todo o mês de junho. A agenda faz parte do projeto Cotton Brazil, uma parceria do setor produtivo com o governo brasileiro e as tradings, e inclui reuniões com potenciais clientes de Bangladesh, Turquia, Paquistão, Coréia do Sul, Vietnã, Indonésia e Índia. Na China, o painel sobre a safra brasileira integra a programação presencial da 2021 China International Cotton Conference, em Suzhou. O gigante asiático lidera o ranking de compradores do algodão brasileiro. Com a importação de 23,7 mil toneladas em maio, o total embarcado para a China na atual temporada superou as 700 mil toneladas da pluma, 22% acima do registrado no período anterior. Os chineses já superam, inclusive, o consumo médio das indústrias têxteis brasileiras. Para mantermos esse ritmo, estamos fortalecendo nossas parcerias com entidades que representam o setor têxtil chinês, que importa anualmente mais de 2 milhões de toneladas de pluma de algodão.  Em menos de 60 dias, firmamos convênios com a China Cotton Association (CCA) e a China National Cotton Exchange (CNCE), que movimenta 80% do algodão consumido naquele país, o equivalente a 7 milhões de toneladas. As oportunidades são imensas. Nos últimos quatro anos, dobramos nossa produção e pretendemos fazer isso de novo. Com claras vantagens em relação aos principais concorrentes em termos de oportunidade de expansão de áreas, clima favorável, água e tecnologia de produção, o Brasil tem plenas condições de se tornar o maior fornecedor mundial de algodão até 2030, reconhecido globalmente pela qualidade, rastreabilidade, sustentabilidade e padrão tecnológico do seu produto. *Júlio Cézar Busato é presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) As ideias e opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do seu autor e não representam, necessariamente, o posicionamento editorial da Revista Globo Rural. Revista Globo Rural.Vozes do Agro. Em 12.07.2021