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Abrapa integra comitiva do agro brasileiro em viagem com a Corteva Agriscience nos EUA
01 de Julho de 2024

De 24 a 28 de junho, uma delegação do agronegócio brasileiro, incluindo o vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Paulo Sérgio Aguiar, participou de uma experiência enriquecedora nos Estados Unidos, promovida pela Corteva Agriscience. Durante a jornada, os representantes tiveram reuniões estratégicas com lideranças do Comitê de Agricultura da Câmara e do Senado americano para discutir comércio internacional, barreiras comerciais e sinergias potenciais. Além disso, visitaram fazendas e campos de pesquisa e desenvolvimento, onde puderam conhecer os avanços na área de genômica e explorar o pipeline de futuros lançamentos de biotecnologias da empresa. Para o executivo da Abrapa, é uma realidade que o Brasil está caminhando para produzir mais algodão do que os americanos e exportar mais, e isso se deve às melhores condições de produtividade. “Nossos desafios como uma agricultura tropical precisam ser enfrentados com responsabilidade, e a adoção de novas tecnologias é fundamental. É relevante que tenhamos um ambiente regulatório mais eficiente e ágil”, afirmou. Segundo ele, o seguro agrícola americano é bem estruturado e consolidado, servindo como modelo para aprimorar e implementar nosso próprio seguro agrícola. “Além disso, o crédito rural no Brasil ainda apresenta custos elevados; melhorar o seguro rural pode ajudar a reduzir os spreads bancários, uma vez que os riscos serão mitigados”, avaliou Aguiar. Outro ponto são os avanços significativos em genética, bioinsumos e novas moléculas de defensivos que a Corteva vem trabalhando. No entanto, o processo de aprovação dessas tecnologias pelos países exportadores e importadores ainda é considerado moroso. Isso implica que uma tecnologia identificada hoje pode levar de oito a dez anos para ser aplicada pelos produtores no campo, o que representa uma desvantagem significativa para os agricultores. Esse cenário precisa ser revisto, de acordo com o vice-presidente da Abrapa. O Brasil é o segundo maior mercado da empresa e um dos mais promissores, abrigando cinco das maiores instalações de produção e pesquisa e desenvolvimento da empresa no mundo. Segundo Augusto Moraes, diretor de Relações Externas da Corteva América Latina e Brasil, a recente viagem não apenas fortaleceu os laços existentes, mas também destacou como a companhia pode ampliar sua colaboração com a agricultura brasileira, abordando temas importantes para o país. "Na visita, mostramos toda nossa infraestrutura em tecnologia e pesquisa nos Estados Unidos, ressaltando que grande parte de nossos esforços estão concentrados no Brasil. Nosso objetivo é apoiar os produtores brasileiros com inovação", afirmou Moraes. Além de apresentar o que está disponível para o agronegócio nacional, a Corteva também facilitou o contato dos brasileiros com especialistas para discutir as questões relevantes da atualidade. "O grupo teve acesso a especialistas, os quais forneceram exemplos concretos de como abordá-los no Brasil", informou. Programação O roteiro teve início em junto à Associação Americana de Produtores de Soja (ASA), National Corn Growers Association (NCGA) e Crop Insurance and Reinsurance Bureau (CIRB). Durante visitas aos campos, a comitiva conheceu o milho de baixa estatura e o de terceira geração, frutos de pesquisa e tecnologia embarcada. Em diálogo com a equipe técnica do Comitê de Agricultura, o grupo aprofundou-se no tema do seguro agrícola, discutindo desde o aporte inicial no fundo até possíveis revisões anuais. Também foram abordadas as dinâmicas das relações comerciais entre os Estados Unidos e a China, com ênfase nas retaliações que afetam os produtos agrícolas. Questionada sobre os desafios do agronegócio brasileiro, especialmente em relação às exigências ambientais e de mercado internacional, a delegação destacou a responsabilidade dos produtores em preservar suas áreas, mesmo sem o suporte financeiro do Estado ou de entidades reguladoras. Durante um almoço com Heather Manzano, gestora de conformidade e diretora adjunta de gerenciamento de riscos do USDA, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, foram discutidos detalhes sobre o sistema de securitização rural americano. Em seguida, a delegação teve uma aula com Seth Meyer, Economista Chefe do USDA, sobre as perspectivas de mercado das commodities, incluindo o uso doméstico da soja para produção de biodiesel e a importância de um sistema eficiente de armazenamento e escoamento da produção para mitigar a dependência dos preços internacionais das commodities. Ao longo do terceiro dia, a delegação foi acompanhada pela Embaixada do Brasil, representada por Ana Lúcia, adida agrícola, e Arthur Naylor, diplomata do Itamaraty. Na parte da tarde, visitaram a residência oficial da embaixada brasileira, onde foram recebidos pela embaixadora Maria Luiza. No encontro, discutiram parcerias e estratégias bilaterais entre Brasil e Estados Unidos. A delegação conheceu também as operações de sementes da Corteva em Johnston, Iowa, visitando o laboratório de genotipagem, estufas 100% automatizadas e o centro de pesquisa em tratamento de sementes. Tiveram discussões produtivas com Tony Klemm, vice-presidente da Corteva, Shona Sabnis, vice-presidente de assuntos externos, e representantes das áreas de qualidade de sementes, P&D, e direção regulatória de edição genômica, Kevin Diehl. No quarto dia, visitaram a sede da empresa, em Indianápolis, onde está localizada a unidade de P&D de proteção de cultivos e biológicos, acompanhados por líderes globais como Reza Rasoulpour, vice-presidente de assuntos regulatórios, e Priscila Vansetti, vice-presidente de Desenvolvimento de novos negócios em proteção de cultivos.

Brasil ultrapassa EUA em exportações de algodão em 2023/2024, mas o posto não é definitivo
01 de Julho de 2024

O Brasil é oficialmente e, pela primeira vez, o maior exportador mundial de algodão, superando os Estados Unidos. A meta, que era prevista para ser alcançada apenas em 2030, foi batida antes mesmo do encerramento do ano comercial de 2023/2024. A notícia foi celebrada durante a 75ª reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e seus Derivados, do Mapa, realizada durante o XXI Anea Cotton Dinner, conferência promovida pela Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), em Comandatuba, na Bahia. Mas as entidades presentes ao encontro destacam que este posto não necessariamente se manterá no próximo ciclo, mas Brasil e Estados Unidos devem seguir emparelhados ou se alternando no topo do ranking futuramente. Outras marcas importantes para a produção de algodão no Brasil também foram anunciadas no evento. Segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), na safra em curso, o Brasil deve colher em torno de 3,7 milhões de toneladas de algodão beneficiado (pluma) e as exportações, alcançarão cerca de 2,6 milhões de toneladas. A colheita começa a acelerar no país, e as entidades estimam que a qualidade seja superior à alcançada na safra 2022/2023. Cerca de 60% da produção já foi comercializada. “A liderança no fornecimento mundial da pluma é um marco histórico, mas não é uma meta em si, e não era prevista para tão cedo. Antes disso, trabalhamos continuadamente para aperfeiçoar nossos processos, incrementando cada dia mais a nossa qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade, e, consequentemente, a eficiência”, explica o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel. Embora cauteloso na comemoração do feito global, Schenkel destaca que é importante lembrar que, há pouco mais de duas décadas, o país era o segundo maior importador mundial. “Essa guinada de deve a muito trabalho e investimento na reconfiguração total da atividade, com pesquisa, desenvolvimento científico, profissionalismo e união. É um marco que nos enche de orgulho como produtores e como cidadãos”, afirma. De acordo com o presidente da Anea, Miguel Faus, é difícil garantir que no próximo ano o país permanecerá na liderança no suprimento da pluma para a indústria mundial. “Isso vai depender da safra americana, que conforme anunciado hoje, está aumentando, e tende a ser maior do que a do ano passado, e as exportações pelos dois países estarão próximas em volume. A importância deste pódio é que ele reflete o trabalho de muitos anos, de todo o setor: produtores, exportadores, e cadeia logística. A meta veio antes do tempo, e a quebra da safra americana teve um impacto nesse resultado”, pondera Faus. Indústria O aumento da produção de algodão no Brasil traz desafios, também, para a indústria têxtil nacional, cujo consumo, nos últimos anos, está estacionado em torno de 700 a 750 mil toneladas de pluma. Presente à reunião, o presidente da diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel, afirma que a entidade e a Abrapa discutem caminhos para aumentar a produção de fios e tecidos no país, para um milhão de toneladas ao ano. “É preciso fazer acontecer. E uma das primeiras condições é estimular o consumo no ponto de venda. A nossa indústria tem sofrido ataques recorrentes das importações de países que nem sempre concorrem lealmente conosco. São origens que têm custos mais baixos, menos impostos e juros mais competitivos. Não é uma agenda simples, mas acredito que podemos trabalhar com ênfase na sustentabilidade, no respeito ao meio ambiente, em energia limpa e em certificação”, diz Pimentel. Ele acrescenta que esta não é uma jornada instantânea. “Vai exigir muita dedicação, estratégia e uma boa execução”, conclui.

14ª CBA abordará práticas agronômicas, escolha de variedades e tecnologia no beneficiamento para maximizar a qualidade da fibra
01 de Julho de 2024

A qualidade do algodão brasileiro é um valor que depende de um esforço coletivo, que se inicia na escolha da variedade adequada e se estende por todas as etapas do processo, desde o campo até o beneficiamento. O 14ª Congresso Brasileiro do Algodão (14º CBA) irá proporcionar um espaço para o diálogo entre os diferentes elos da cadeia produtiva, incluindo produtores, indústria têxtil, trades e especialistas, com o objetivo de identificar desafios, compartilhar boas práticas e buscar soluções conjuntas para garantir a produção da fibra de excelência e competitiva no mercado internacional. Desta forma, o tema qualidade/colheita/beneficiamento será um dos eixos temáticos do Congresso, evento promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que será realizado entre os dias 03 e 05 de setembro, em Fortaleza/CE. A primeira sala irá abordar a percepção da qualidade da pluma no mercado internacional, destacando sua importância para a eficiência do produto. A segunda se concentrará na elaboração e preservação dela desde o campo até o beneficiamento, com foco em práticas agronômicas e escolha de variedades para maximizar as características da pluma. “Especialistas renomados compartilharão suas experiências e insights, discutindo como ela impacta diretamente a competitividade no mercado global. Além disso, uma terceira sala enfatizará a necessidade de investimentos em tecnologia e inovação para manter e elevar os padrões do algodão brasileiro”, afirma Jean Belot, pesquisador do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) e coordenador-geral da Comissão Científica do 14º CBA. Ainda na primeira sala, haverá um momento específico dedicado ao índice de fibras curtas no algodão, no qual o Brasil vem avançando ano a ano –, a uniformidade dos lotes e a melhoria da percepção da imagem do comprador são questões já solucionadas, como a pegajosidade do algodão (stickness). Marcelo Duarte, diretor de Relações Internacionais da Abrapa, fornecerá uma visão abrangente da perspectiva da fibra nacional no mercado externo, com ênfase nas críticas e preocupações relacionadas à presença dessas fibras curtas. Em seguida, um representante da indústria têxtil discutirá os impactos do teor de fibras curtas na produção, abordando desde questões de produtividade até a qualidade final do produto. Para concluir a sessão, serão apresentados resultados de pesquisas e estratégias para mitigar a presença dessas fibras no produto brasileiro, visando assegurar suas vantagens no setor internacional. A segunda sala aprofundará a elaboração e preservação da qualidade da fibra desde o campo até o beneficiamento. Um agrônomo especialista abordará os fatores que influenciam no campo, como maturidade e fragilidade da casca, e mostrará os manejos recomendados para otimizar a produção de fibras de excelência. A escolha da variedade será abordada. “O foco estará na importância de minimizar problemas como o ‘Seed Coat Fragment’, pedaços de casca que se quebram durante o beneficiamento e impactam negativamente o resultado do produto”, explicou Belot. Por fim, Edmilson Lima compartilhará a sua experiência de atuação no mercado com colheita e beneficiamento, com foco na preservação da qualidade elaborada a campo. A terceira sala irá explorar a evolução das práticas de colheita e beneficiamento ao longo dos últimos anos. O destaque será dado à necessidade de implementar boas práticas de colheita e realizar investimentos adequados em máquinas e equipamentos para garantir o beneficiamento eficiente do algodão. Um especialista em mercado irá avaliar os ganhos financeiros que poderão ser obtidos pelo produtor com a adoção dessas recomendações.

Brasil ultrapassa EUA em exportações de algodão em 2023/2024, mas o posto não é definitivo
28 de Junho de 2024

O Brasil é oficialmente e, pela primeira vez, o maior exportador mundial de algodão, superando os Estados Unidos. A meta, que era prevista para ser alcançada apenas em 2030, foi batida antes mesmo do encerramento do ano comercial de 2023/2024. A notícia foi celebrada durante a 75ª reunião da Câmara Setorial da Cadeira Produtiva do Algodão e seus Derivados, do Mapa, realizada durante o XXI Anea Cotton Dinner, conferência promovida pela Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), em Comandatuba, na Bahia. Mas as entidades presentes ao encontro destacam que este posto não necessariamente se manterá no próximo ciclo, mas Brasil e Estados Unidos devem seguir emparelhados ou se alternando no topo do ranking futuramente. Outras marcas importantes para a produção de algodão no Brasil também foram anunciadas no evento. Segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), na safra em curso, o Brasil deve colher em torno de 3,7 milhões de toneladas de algodão beneficiado (pluma) e as exportações, alcançarão cerca de 2,6 milhões de toneladas. A colheita começa a acelerar no país, e as entidades estimam que a qualidade seja superior à alcançada na safra 2022/2023. Cerca de 60% da produção já foi comercializada. “A liderança no fornecimento mundial da pluma é um marco histórico, mas não é uma meta em si, e não era prevista para tão cedo. Antes disso, trabalhamos continuamente para aperfeiçoar nossos processos, incrementando cada dia mais a nossa qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade, e, consequentemente, a eficiência”, explica o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel. Embora cauteloso na comemoração do feito global, Schenkel destaca que é importante lembrar que, há pouco mais de duas décadas, o país era o segundo maior importador mundial. “Essa guinada se deve a muito trabalho e investimento na reconfiguração total da atividade, com pequisa, desenvolvimento científico, profissionalismo e união. É um marco que nos enche de orgulho como produtores e como cidadãos”, afirma. De acordo com o presidente da Anea, Miguel Faus, é difícil garantir que no próximo ano o país permanecerá na liderança no suprimento da pluma para a indústria mundial. “Isso vai depender da safra americana, que conforme anunciado hoje, está aumentando, e tende a ser maior do que a do ano passado, e as exportações pelos dois países estarão próximas em volume. A importância deste pódio é que ele reflete o trabalho de muitos anos, de todo o setor: produtores, exportadores, e cadeia logística. A meta veio antes do tempo, e a quebra da safra americana teve um impacto nesse resultado”, pondera Faus. Indústria O aumento da produção de algodão no Brasil traz desafios, também, para a indústria têxtil nacional, cujo consumo, nos últimos anos, está estacionado em torno de 700 a 750 mil toneladas de pluma. Presente à reunião, o presidente da diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel, afirma que a entidade e a Abrapa discutem caminhos para aumentar a produção de fios e tecidos no país, para um milhão de toneladas ao ano. “É preciso fazer acontecer. E uma das primeiras condições é estimular o consumo no ponto de venda. A nossa indústria tem sofrido ataques recorrentes das importações de países que nem sempre concorrem lealmente conosco. São origens que têm custos mais baixos, menos impostos, juros mais competitivos. Não é uma agenda simples, mas acredito que podemos trabalhar com ênfase na sustentabilidade, no respeito ao meio ambiente, em energia limpa e em certificação”, diz Pimentel. Ele acrescenta que esta não é uma jornada instantânea. “Vai exigir muita dedicação, estratégia e uma boa execução”, conclui.

Mudanças na classificação do algodão são aprovadas em conferência com a presença da Abrapa
28 de Junho de 2024

De 25 a 27 de junho, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) acompanhou a 30ª Conferência Universal de Padrões realizada pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em Memphis, Tennessee. Neste evento, que marcou cem anos de utilização dos padrões, foram aprovadas mudanças significativas na classificação do algodão. Uma delas foi a adoção da tabela de HVI (High Volume Instrument) do USDA como padrão universal, incorporando a correlação entre Rd, +b e o color grade, refletindo uma modernização necessária devido às dificuldades crescentes na montagem das caixas padrão, que têm referência de 1986 e se deterioraram com o tempo. Para o representante da Abrapa, o especialista em qualidade de algodão, Deninson Lima, que atua no Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), pertencente à entidade, essas mudanças visam não apenas padronizar os métodos de avaliação do algodão globalmente, mas também adaptar-se às transformações contínuas na tecnologia e nas práticas agrícolas ao redor do mundo. “A medida é benéfica para todos, pois visa a padronização mundial. Isso é especialmente importante porque está se tornando cada vez mais desafiador estabelecer caixas padrão, devido aos avanços tecnológicos e às mudanças nas técnicas de produção do algodão, que evoluem a cada safra”, afirmou. Baseado nessas caixas atualizadas aprovadas na conferência, os laboratórios que as adquiriram receberão novas embalagens baseadas no novo padrão estabelecido. Geralmente, elas têm uma validade de um ano. Segundo Gretchen Deatherage, diretora da Divisão de Normalização e Engenharia do USDA, a conferência transcorreu conforme o planejado, com a participação de um grupo significativo de representantes. “Ela é importante para manter os padrões atualizados conforme as demandas da indústria e abordar novas necessidades que surgem ao longo do tempo. A segunda proposta é um marco importante, especialmente para o mercado, e é necessária para a padronização global”, disse. Ela também destacou a importância da Abrapa se tornar signatária, por sua liderança no setor de algodão brasileiro.   Polêmica No entanto, a adoção da tabela do USDA para a classificação do algodão gerou controvérsias durante o Congresso. Desde 2000, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos não realiza mais a classificação visual da pluma, exceto para contaminantes; agora, todo o processo é realizado utilizando essa tabela, deixando de lado as caixas de referência. Com isso, são utilizadas as análises HVI correlacionadas com Rd (reflectance difference), que mede a brancura da fibra de algodão, +b (yellow-blue axis), que indica a quantidade de amarelo ou azul presente na fibra, e o color grade, que é classificação geral da cor do algodão. Esses parâmetros são importantes para os compradores e vendedores de algodão, pois ajudam a determinar a qualidade da fibra. “A partir de agora, o grande desafio será entender como a adoção da tabela oficial do USDA impactará na qualidade dos resultados”, analisou o especialista brasileiro. Atualmente, apenas a empresa Uster utiliza a mesma metodologia. Os demais fabricantes de instrumentos que analisam o algodão não expõem a que utilizam. Com a oficialização do padrão, eles precisarão se adaptar para assegurar que seus métodos estejam alinhados ou demonstrar que suas análises mantenham uma correlação equivalente. “No Brasil, os laboratórios habilitados no Programa Standard Brasil HVI (SBRHVI) já utilizam os equipamentos da Uster, o que será uma vantagem. Mas é importante considerar qual será o impacto dessa mudança na comercialização final do algodão. E isso só vamos ver o resultado na próxima safra”, completou Deninson Lima.

Abrapa reforça diálogo com marcas globais durante Better Cotton Conference
28 de Junho de 2024

A Better Cotton Conference terminou ontem (27), em Istambul, com mais um importante passo dado pelos cotonicultores brasileiros. A equipe da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) aproveitou o evento para estreitar o diálogo com varejistas globais sobre rastreabilidade e produção responsável. A conferência anual da Better Cotton, organização responsável pelo maior programa de licenciamento socioambiental do algodão no mundo, reuniu mais de 400 pessoas. O evento recebe apoio institucional da Abrapa pelo terceiro ano consecutivo. Entre os temas debatidos na edição deste ano, um dos destaques foi a análise sobre como a cotonicultura está se adaptando às novas diretrizes de sustentabilidade da União Europeia. A busca por soluções factíveis e simples de rastreabilidade e pela melhor forma de reportar resultados de sustentabilidade também foi abordada. Além de participar dos painéis, a Abrapa aproveitou a conferência da Better Cotton para realizar agendas paralelas com representantes de varejistas globais. Em pauta, o sistema já implantado de rastreabilidade no Brasil e as ações de sustentabilidade promovidas pelo programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR). “Esse diálogo com as marcas nos permite compreender as demandas da indústria da moda e qual é o melhor caminho para mostrarmos as práticas responsáveis que o Brasil já adota ao longo do processo produtivo de algodão. Com isso, fortalecemos e damos mais visibilidade ao nosso programa nacional de sustentabilidade”, pontuou Marcelo Duarte Monteiro, diretor de Relações Internacionais da Abrapa. Um vídeo gravado pelo presidente da Associação, Alexandre Schenkel, foi apresentado durante o evento evidenciando a evolução da cotonicultura brasileira e as boas práticas que levaram o País ao posto de principal fornecedor global de algodão com licenciamento da Better Cotton. A conferência foi realizada nos dias 26 e 27 de junho em Istambul (Turquia). O evento tem periodicidade anual e é focado sempre na promoção de iniciativas que fomentam um futuro mais sustentável para o algodão mundial. O apoio da Abrapa à Better Cotton Conference foi viabilizado pelo Cotton Brazil – iniciativa que representa em escala global a cadeia produtiva do algodão brasileiro. Idealizado pela Abrapa, o Cotton Brazil tem parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e apoio da Agência Nacional de Exportadores de Algodão (Anea). O vínculo entre Abrapa e Better Cotton iniciou em 2013, quando as duas organizações começaram a atuar em benchmarking em seus programas de certificação socioambiental (o Algodão Brasileiro Responsável – ABR, da Abrapa, e o Better Cotton).

Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa
28 de Junho de 2024

Destaque da Semana - Preços seguem tendência de reação após inicio da queda 1 mês atrás. BCI elege nova diretoria e organiza evento com presença de grandes marcas globais na Europa. Hoje (28) sai relatório de área plantada nos EUA. Algodão em NY - O contrato Out/24 fechou nesta quinta 27/06 cotado a 73,91 U$c/lp (+2,8% na semana). O contrato Dez/24 fechou 74,58 U$c/lp (+2,7% na semana) e o Dez/25 a 74,32 U$c/lp (+1,9% na semana). Basis Ásia - o Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia: 791 pts para embarque Out/Nov-24 (Middling 1-1/8" (31-3-36), fonte Cotlook 27/jun/24). Altistas 1 - O clima ainda é visto como possivelmente o fator mais significativo de impacto nos preços nesta safra. Altistas 2 - Outro fator que pode ajudar demanda é a redução das taxas de juros, principalmente nos EUA, mas sem previsão ainda de quando começa a baixar. Baixistas 1 - O ritmo atual de vendas e a concorrência projetada indicam que possivelmente os EUA terão dificuldade em exportar os volumes previstos inicialmente para 24/25. Baixistas 2 - As compras das fiações permanecem com foco em cobrir o curto prazo, devido à expectativa de grande oferta no segundo semestre e juros altos. China 1 - A projeção de produção para 24/25 na China permanece estável, apesar das altas temperaturas em Xinjiang. A produção esperada de algodão para 24/25 é de 5,88 milhões de tons, uma redução em relação aos 5,99 milhões da safra 23/24. China 2 - Já a demanda por algodão continua com expectativas de crescimento no país apesar dos desafios de mercado. O consumo de algodão está projetado para aumentar para 8,49 milhões de tons em 24/25 (+109 mil tons). China 3 - As perspectivas para a demanda de importação de algodão pela China em 2024/25 são incertas e o numero projetado pelo USDA de 2,61 milhões de tons representa o deficit anual projetado entre produção e consumo. EUA 1 - No hemisfério norte o plantio vai chegando ao fim. Semana passada o plantio de algodão nos EUA atingiu 94% da área prevista – em linha com a média para o período. EUA 2 - As condições das lavouras nos EUA estão muito boas (56% boa/excelente), indicando boas produtividades e menores taxas de abandono, desde que as condições climáticas permaneçam favoráveis. Índia 1 - A estimativa de produção de algodão na Índia em 24/25 é de 5,44 milhões de tons, uma redução em relação aos 5,70 milhões da safra 23/24 (fonte USDA). A queda é atribuída principalmente às altas temperaturas durante o período de plantio. Índia 2 - O órgão ainda estima que o consumo industrial de algodão na Índia deve aumentar de 5,4 milhões de tons em 23/24 para 5,5 milhões em 24/25. Paquistão 1 - A projeção para a produção de algodão no Paquistão em 24/25 é de 1,42 milhões de tons (-43 mil tons), segundo USDA. Paquistão 2 - O consumo de algodão no Paquistão está projetado para aumentar de 2 milhões de tons em 23/24 para 2,13 milhões em 24/25. Paquistão 3 - Mudanças tributárias e aumento na tarifa de energia levaram a Associação de Algodoeiras do Paquistão (PCGA) a declarar greve e paralisar por tempo indeterminado a operação das algodoeiras no país. ICAC 1 - Eric Trachtenberg, diretor executivo, e Lorena Ruiz, executiva-chefe do International Cotton Advisory Committe (ICAC) foram recebidos pela Abrapa nesta semana em agenda com visitas a fazendas, laboratórios e à sede da associação.  ICAC 2 - Eles conferiram in loco como funciona a cadeia do algodão brasileiro e conheceram projetos de pesquisa. Em destaque, controle biológico e agricultura regenerativa. Better Cotton Conference 1 - A Abrapa aproveitou a Better Cotton Conference, que terminou nesta semana em Istambul, para estreitar o diálogo com organizações internacionais, marcas e varejistas globais sobre práticas responsáveis no algodão. Better Cotton Conference 2 - A entidade responsável pelo maior programa de certificação de algodão no mundo elegeu seus novos lideres. Bill Ballenden (LDC) e Tamar Hoek (ONG Solidaridad) serão co-presidentes do conselho do Better Cotton no próximo mandato, substituindo o representante da Supima dos EUA. XIX ANEA Cotton Dinner - Ocorre amanhã (29) às 9h o simpósio do Cotton Brazil no evento anual da Anea. O tema “Rethinking Raw Materials” será apresentado por Varun Vaid, consultor da Wazir Advisors. Inscreva-se: https://bit.ly/cottonbrazilJA. Exportações e Colheita 2023/24 - Dados não disponíveis no momento do envio. Preços - Consulte tabela abaixo ⬇ Quadro de cotações para 27_06 Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, iniciativa que representa a cadeia produtiva do algodão brasileiro em escala global. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com

ICAC conhece sistema produtivo brasileiro em campo
26 de Junho de 2024

Com o objetivo de conhecer mais de perto a realidade da cotonicultura brasileira, representantes do International Cotton Advisory Committee (ICAC) foram recepcionados pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) nesta semana. A agenda incluiu visitas a fazendas, laboratórios e à sede da associação. O ICAC é um comitê internacional que reúne associações de produtores, órgãos públicos e representantes do mercado consumidor de todo o mundo. Sua atuação inclui disseminar conhecimento científico, produzir dados de inteligência de mercado, fomentar a inovação e parcerias pelo desenvolvimento da cotonicultura em escala global. A comitiva foi formada pelo diretor executivo, Eric Trachtenberg, e pela executiva-chefe Lorena Ruiz. Na segunda (24), ambos visitaram a fazenda Santa Rosa, localizada em Campo Verde, município de Mato Grosso. Lá, foram recepcionados pelo presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel, e por Fernando Rati, gerente de projeto do Cotton Brazil. Na propriedade rural, os representantes do ICAC acompanharam várias etapas do processo produtivo brasileiro do algodão, que neste momento, encontra-se em diferentes estágios de desenvolvimento. Com a visita, a Abrapa mostrou, na prática, como é o funcionamento da rastreabilidade do algodão brasileiro. A agenda incluiu também uma visita ao Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), onde foram apresentados os principais projetos de pesquisa que estão sendo desenvolvidos em campo, com destaque para o controle biológico e outras práticas de manejo e agricultura regenerativa. Em seguida, Trachtenberg e Ruiz conheceram uma fábrica de defensivos biológicos fúngicos usados no manejo integrado de pragas. Na terça (25), a agenda ocorreu em Brasília (DF), quando a delegação do ICAC foi recebida na sede da Abrapa pelo diretor executivo, Marcio Portocarrero, e pelo gestor de Qualidade, Edson Mizoguchi. Além de informações sobre a atuação institucional da associação, os representantes do ICAC conheceram em detalhe o trabalho realizado no Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA) – responsável pela padronização da classificação da pluma brasileira com os padrões internacionais.