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Cotonicultura Brasileira avança na descarbonização
19 de Dezembro de 2024Meses após se consolidar como a maior exportadora de algodão do mundo, o Brasil deu um passo pioneiro rumo à descarbonização da sua cadeia produtiva. Graças à Footprint PRO Carbono, desenvolvida pela Bayer em parceria com a Embrapa e a Abrapa, a pegada de carbono do cultivo de algodão foi mensurada pela primeira vez no país, utilizando dados primários de produtores de Mato Grosso. A calculadora, que já avaliava cultivos de soja e milho, revelou uma emissão média de 329 kg CO2 eq/t de algodão, com potencial de redução de até 32%. Essa iniciativa também busca estabelecer uma referência nacional para emissões na cadeia do algodão, incluindo derivados como óleo e biodiesel. O presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel, destacou que o objetivo é fortalecer a posição do algodão brasileiro no mercado global e no programa Renovabio. A parceria técnica envolve ainda a Abiove, que integra dados de agricultores da Bahia e Goiás na fase inicial do projeto, reforçando os atributos sustentáveis da produção nacional. Além do algodão, a Footprint PRO Carbono já está sendo aplicada na sojicultura. Em Santa Catarina, a Cooperalfa terá a pegada de carbono de seus grãos de soja monitorada a partir de 2025, abrangendo 5.000 hectares na primeira fase. A expectativa é alcançar emissões de 383 kg CO2 eq/t com intervenções agrícolas, demonstrando a eficiência do sistema brasileiro frente à média internacional. O programa PRO Carbono também avança na inovação tecnológica com o Modelo Preditivo PRO Carbono, desenvolvido pela Bayer e Embrapa. Essa ferramenta promete simular a dinâmica de carbono no solo, reduzindo custos de análises e promovendo a agricultura conservacionista em larga escala. A validação internacional do programa, como no Scope 3 Standard Program da Verra, consolida o protagonismo do agronegócio brasileiro na mitigação climática e no mercado de carbono global.
Sustentabilidade na base do protagonismo
18 de Dezembro de 2024Aos olhos do mundo, o algodão brasileiro virou um case de sucesso. Afinal, como um país, em apenas um quarto de século, deixou a posição de um dos maiores importadores de algodão do mundo, para se tornar o maior exportador. E isso, diga-se, com metade da área que a cultura costumava ocupar no passado. Dentre os muitos motivos, que vão desde a profissionalização do cotonicultor e o aporte de novas tecnologias, graças à pesquisa científica intensiva, está a sustentabilidade. Para o algodão brasileiro, desde cedo, a sustentabilidade é um pilar, ou, como se diz na Abrapa, um compromisso. Sustentabilidade tem a ver com meio ambiente, tem a ver com gente, mas também diz respeito à saúde financeira dos negócios. É como um sistema que se retroalimenta, afinal, sem remuneração, o produtor não tem como investir em tecnologia, em boas práticas, em capacitação da mão de obra... e nestas circunstâncias, não tem negócio que dure, muito menos que se estenda por muitas gerações. Como em todos os anos, desde a fundação da Abrapa, a sustentabilidade foi foco, e também uma diretriz, que está na base de todos os demais programas da entidade, além é claro, do Algodão Brasileiro Responsável, o ABR, um dos protocolos de certificação de fibra produzida em parâmetros responsáveis, ou sustentáveis. Criado em 2012, o ABR está presente em mais de 80% da produção nacional, e desde 2020, vem ampliando sua atuação. Primeiro, para as Unidades Beneficiadoras de Algodão, com o ABR-UBA, e, desde o ano passado, para os terminais retroportuários, com o ABR-LOG. Na safra 2023/24, mais de 3 milhões de toneladas de algodão foram certificadas pelo ABR. Isso representa 440 fazendas e, aproximadamente, 1,5 milhão de hectares. Essa certificação voluntária, auditada por órgãos independentes, posiciona o Brasil como referência global, em alinhamento com a Better Cotton (BC), a maior iniciativa de sustentabilidade no setor. A certificação socioambiental eleva o padrão da pluma brasileira no mercado nacional e internacional, assegurando boas condições de trabalho e respeito ao meio ambiente em toda a cadeia, desde o campo até o porto. Avanços na cadeia produtiva Além do campo, o programa ABR-UBA certificou 47% das unidades beneficiadoras, o que representa 116 algodoeiras, promovendo eficiência, segurança e sustentabilidade no beneficiamento de 2,5 milhões de toneladas de algodão na safra 2023/2024. Nos terminais retroportuários, o ABR-LOG certificou 43% do volume movimentado, garantindo a integridade dos fardos destinados à exportação. Cotton Day Santos Em 06 de novembro, o Cotton Day Santos reuniu lideranças para debater melhorias no Porto de Santos, responsável por 95% dos embarques de algodão do Brasil. Com movimentação anual de 2,7 milhões de toneladas de algodão beneficiado, o porto desempenha papel crucial no escoamento da produção crescente, processando de 110 a 120 mil contêineres por ano. O evento, promovido pela Associação Comercial de Santos (ACS), junto com a Abrapa, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), reforçou a importância de investimentos para sustentar o aumento contínuo das exportações. Carbono: Uma Nova Fronteira A cotonicultura brasileira também dá passos pioneiros no cálculo da pegada de carbono do algodão em caroço, pluma e óleo. E para isso, está desenvolvendo uma calculadora, a Footprint PRO Carbono, uma iniciativa desenvolvida em parceria com a Embrapa, Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e Bayer. Esse projeto, lançado em 27 de novembro, busca desenvolver perfis ambientais detalhados das principais regiões produtoras, reforçando o compromisso com práticas agrícolas responsáveis e alinhadas às exigências de mercados globais. Compromisso com o Futuro O Brasil deve manter a liderança de maior exportador de algodão em 2024/2025. A Abrapa prevê um aumento de aproximadamente 5,8% no volume de algodão beneficiado, consolidando sua posição no topo do ranking. Aliar inovação, sustentabilidade e governança, é, sem dúvida, a receita para a longevidade nesta posição.
Rastreabilidade via blockchain avança no agro
17 de Dezembro de 2024Com a lei antidesmatamento da União Europeia no horizonte e a demanda crescente por produtos mais sustentáveis mundo afora, a rastreabilidade por meio de sistema blockchain, tecnologia de registro de dados, tornou-se prioridade para vários segmentos do agronegócio. A indústria têxtil, que utiliza algodão em suas linhas de produção, é uma das que largaram na frente. A Döhler, de Santa Catarina, firmou parceria com a Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão) em outubro de 2023 e lançou em agosto deste ano a primeira toalha de algodão rastreável do Brasil. Os registros de todas as etapas do algodão utilizado na produção são feitos em um sistema de blockchain. A indústria de vinhos também adotou o sistema, como já mostrou o Valor. Os vinhos do Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul, tornaram-se os primeiros rótulos nacionais a contar com rastreabilidade feita a partir de uma plataforma de blockchain. O sistema, com as informações de todo o ciclo de produção do vinho, foram adotadas pelas vinícolas Pizzato e Dom Cândido. Outro segmento que utiliza o blockchain é o de rastreabilidade animal. Em Carambeí (PR), a Fazenda Capão da Imbuia “transformou” as vacas em ativos digitais após registrar todas as informações sobre cada animal em um sistema blockchain. O projeto foi feito pela Simple Token, em parceria com a agtech Cowmed, que produz coleiras inteligentes que monitoram a saúde e o bem-estar das vacas. A ideia é que os proprietários possam usar os animais como garantia digital quando forem tomar crédito. Desde que lançou a toalha de algodão rastreável, a Döhler já vendeu cerca de 100 mil unidades, segundo o diretor de comunicação e marketing da empresa, Marco Aurélio Braga. “Quando se consolidam as informações de cada elo, e o sistema valida que aqueles lotes são rastreáveis, o sistema salva e lança na rede blockchain. Esse registro se torna imutável, o que garante a autenticidade das informações”, explica. Conhecido por seu uso em criptomoedas, o blockchain é uma tecnologia de registro de dados. Nesse sistema, as informações sobre um produto estão unidas por meio de “correntes de blocos” (as “blockchains”), que permitem rastrear toda a trajetória de um animal, de seu subproduto ou de uma commodity agrícola, por exemplo. O mercado de blockchain como um todo deve crescer 40% em 2025, prevê André Carneiro, CEO da BBChain, startup brasileira especializada em soluções blockchain. Para ele, com as novas demandas, a rastreabilidade por blockchain tem de estar presente como um “fator de consumo” . “Cada vez mais existem mercados para produtos de regiões específicas, com interesse do consumidor em adquirir produtos de determinada origem”, diz. No agronegócio, Carneiro destaca a proteína animal, os grãos e o algodão na vanguarda da rastreabilidade por blockchain. A indústria do couro também tem se beneficiado da tecnologia de segurança e monitoramento. O projeto de rastreabilidade do produto da empresa brasileira Durlicouros alcançou a marca de 200 mil animais monitorados em 53 fazendas no Pará e em um frigorífico do município paraense de Rio Maria. O projeto já recebeu investimento de R$ 2 milhões nos últimos dois anos e quer chegar aos 250 mil animais monitorados em 2025, segundo Evandro Durli, diretor-executivo da Durlicouros. “Mesmo com o adiamento da lei antidesmatamento da União Europeia, nós não vamos diminuir o ritmo de investimento, porque entendemos que o mercado está amadurecendo o assunto de rastreabilidade no Brasil”, afirma. Originalmente, a lei da UE passaria a vigorar no fim de 2024, mas a Comissão Europeia adiou sua implementação para o fim do ano que vem. Diante dessa demanda, agtechs têm investido em sistemas de blockchain para agregar valor a produtos, diz Henrique Galvani, CEO da Arara Seed, plataforma de financiamento coletivo em startups do agro. Hoje, afirma, o interesse pelo sistema ainda é pequeno entre empresas. “No couro, marcas de luxo, como Louis Vuitton, já investem em rastreabilidade porque pagam um prêmio por isso. Porém, marcas de varejo ainda não priorizam, porque talvez o consumidor não pague mais”, diz.
Sou de Algodão em 2024: celebração dos oito anos com marcos e resultados expressivos
16 de Dezembro de 2024Em 2024, o movimento Sou de Algodão completou seu oitavo ano de atividade marcado por grandes realizações, ultrapassando as metas planejadas. De janeiro a dezembro, a iniciativa teve novidades em todas as suas áreas de atuação, como a reunião de nomes relevantes da moda nacional em seu terceiro desfile no São Paulo Fashion Week, viagem com parceiros importantes ao campo de algodão, consolidação do Programa SouABR, com o lançamento da primeira coleção de toalhas rastreáveis, e a final do 3º Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores. O reconhecimento também pode ser medido pelas aparições do movimento na mídia, com mais de 350 matérias conquistadas, além de centenas de marcações de influenciadores nas redes sociais. Um ano de muitas conquistas que fortalecem cada vez mais a iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) no mercado nacional nos segmentos de moda, tecnologia, sustentabilidade e varejo. Confira abaixo os resultados alcançados pelo Sou de Algodão em 2024: SouABR Até novembro de 2024, o programa contabilizou a participação de 32 produtores e 40 unidades produtivas em operação. No consumo de fardos, os números cresceram significativamente: em 2022, foram utilizadas 11.041 unidades; em 2023, 5.351 unidades; e, em 2024, 29.748 unidades, totalizando 39.251 unidades acumuladas. Foram confeccionadas, em 2022, 107.217 peças, 52.493 em 2023 e 198.006 peças em 2024, totalizando 357.716 peças. Empresas como By Cotton, Villa Têxtil, Cataguases, Veste S.A., Döhler, Emphasis, Ease, Ufoway, Projeto 50 e Jace Confecções compõem o grupo de empresas que fazem parte do Programa SouABR. Por fim, no varejo, foram registradas 59.114 peças vendidas em 2022; 68.311 peças, em 2023, e 187.043 peças em 2024, com um acumulado de 314.468 peças. Entre as empresas que comercializam peças rastreadas, estão Reserva, Renner, Youcom, C&A, Döhler, Individual, Dudalina, Calvin Klein e Almagrino. Um grande marco para o SouABR em 2024, foi o lançamento da primeira toalha rastreável do Brasil. Junto com a Döhler, gigante têxtil que já é referência em sustentabilidade, foram produzidas mais de 131.605 toalhas Marrocos. São Paulo Fashion Week Em outubro, o Sou de Algodão apresentou seu terceiro desfile na maior semana de moda da América Latina, a São Paulo Fashion Week. Com o tema Manualidades, a iniciativa da Abrapa comemorou a participação na edição N58, que reuniu 12 estilistas parceiros para entregar 36 looks feitos com as técnicas manuais mais conhecidas. Os estilistas Adriana Meira, Ateliê Mão de Mãe, Catarina Mina, David Lee, Heloisa Faria, Igor Dadona, João Pimenta, Martins, Ronaldo Silvestre, Thear, Walério Araújo e Weider Silverio criaram três peças cada, dentro do tema, baseando-se no DNA de suas próprias marcas. A direção criativa foi de Paulo Borges, o styling por Paulo Martinez e a beleza foi assinada por Vanessa Rozan. A sala de desfile contou com mais de 580 presentes, entre representantes de apoiadores, associações estaduais, marcas parceiras, influenciadores e imprensa nacional, que puderam ver de perto os looks feitos a partir de técnicas como crochê, tricô, macramê, patchwork e aplicações. Além disso, pelo menos 70% da matéria-prima usada foi algodão. O impacto do desfile foi notável, com publicações nos principais portais de moda e mais de 300 menções nas redes sociais, marcando não apenas o movimento Sou de Algodão, mas também a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Alguns destaques vão para as matérias: Veja, Forbes, Vogue, ELLE, L’Officiel, Metrópoles e IstoÉ Dinheiro. 3º Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores O Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores, concurso promovido pelo movimento Sou de Algodão e a Casa de Criadores, realizou, pela primeira vez, uma final com dois representantes de cada região do Brasil. O projeto bateu recorde de inscrições, com mais de 950, superando as duas primeiras edições juntas. Mais de 55% das inscrições foram de estudantes do Sudeste, região com tradição no ensino de moda, e 2,4% foram trabalhos do Norte. Na fase da semifinal regional, foram 64 trabalhos, e os 25 jurados, todos profissionais da área da moda, avaliaram os estudantes de suas respectivas regiões. No Centro-Oeste, Sudeste, Nordeste e Sul, foram 15 representantes cada, e o Norte teve quatro. Cada trabalho contou com a ajuda de um professor orientador. Ao todo, foram 169 docentes, sendo 122 mulheres e 47 homens. No dia 07 de dezembro, aconteceu a grande final, em que os 10 finalistas apresentaram suas coleções com, no mínimo, 70% de algodão na composição. A coleção “Experiências”, do estilista Lucas Caslú, garantiu ao estudante de moda o título de campeão, ganhando um prêmio de R$ 30 mil, além de ingressar no line-up da Casa de Criadores. O segundo lugar ficou com Fernanda Bastos, da Faculdade Estácio do Pará (FAP), e o terceiro foi para Vitoria Antunes, da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), de Porto Alegre. Ambas foram premiadas com produtos das tecelagens parceiras do movimento Sou de Algodão. Cotton Trip Em agosto, aconteceu a tradicional Cotton Trip. Essa foi a 4ª edição, com seis dias de experiência, sendo a maior agora. Os locais escolhidos para a imersão foram as fazendas Pamplona e Samambaia, ambas em Cristalina/GO, suas respectivas UBAs, o escritório da Abrapa e o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA). Foram grupos que, juntos, somaram cerca de 200 pessoas, incluindo estilistas e imprensa nacional, fiações, malharias, tecelagens, confecções, apoiadores do movimento, embaixadas e representantes do Santa Catarina Moda e Cultura (SCMC). Marcas parceiras No pilar de parceria com marcas, 2024 também foi de crescimento vigoroso, tendo acumulado, até novembro, 211 novas adesões. Entre os destaques estão a Teka, tradicional fabricante de artigos para cama, mesa e banho, e a Mash, famosa marca do segmento de moda íntima masculina. O segmento de maior crescimento foi o de confecções, com 143 novas adesões, das quais 43 são de moda feminina. Fiações, tecelagens e malharias também apresentaram boa taxa de crescimento, somando 15 novas marcas parceiras. A novidade do ano foi a criação da comunidade Sou de Algodão, no WhatsApp. Por meio desse canal, foi possível levantar insights para a geração de novos conteúdos, por meio de pesquisas focadas e interações diretas, uma forma de aproximar e aumentar o engajamento das marcas parceiras com o movimento. Por fim, as marcas parceiras valorizam o movimento e usam intensivamente as tags, que são fornecidas gratuitamente a elas. Até novembro, somaram-se mais de 18 milhões de etiquetas entregues a mais de 310 empresas. Universidades parceiras 2024 foi movimentado nesta frente de trabalho. A adesão de mais uma universidade, a FAAL, de Limeira, e a realização de diversos encontros marcou o tom deste pilar, desde o início do ano. Foram realizadas três aulas magnas, na PUC Campinas (PUC/SP), Universidade de Caxias do Sul (UCS/RS) e Universidade Anhembi Morumbi (UAM/SP) com o estilista João Pimenta, principal nome do SPFW; visita à fazenda, na Experiência Sou de Algodão com APPA, em Paranapanema/SP, com estudantes e docentes da PUC Campinas e Senac/SP; visita à planta da malharia e confecção Traciatti, em Caxias do Sul/RS, com estudantes e docentes da UCS/RS, e na tecelagem Covolan, em Santa Bárbara d’Oeste/SP, com o público das faculdades PUC/SP, Senac/SP e UAM/SP. Além disso, mais seis palestras foram realizadas, na PUC/SP, UAM/SP, Universidade Salgado de Oliveira (Universo/GO), Universidade Estadual de Goiás (UEG/GO), Universidade de Fortaleza (Unifor/CE), Universidade Ateneu (Uniateneu/CE, com o objetivo de disseminar o conhecimento sobre os pilares da Abrapa e o uso da fibra na moda. Campanhas de 2024 O Garimpo Sou de Algodão continuou durante o ano. Toda semana, nas redes sociais do movimento, foi publicada uma produção de moda que evidenciou o algodão em diferentes usos, mostrando toda a versatilidade da fibra e das marcas nacionais. E, uma vez por mês, um convidado especial estava na produção de fotos, como, por exemplo: Vanessa Rozan, Claudia Liz, Paulo Borges e André Hidalgo. Além disso, foi lançado um novo posicionamento que enaltece dois pilares de comunicação: algodão brasileiro e moda nacional. A campanha ganhou o tema: “Respiramos moda brasileira, costuramos responsabilidade”. Para conferir, é só acessar esse link. Outro destaque do ano foi a campanha desenvolvida para o Dia Mundial do Algodão, comemorado em 7 de outubro. O movimento lançou com o objetivo de valorizar o uso da fibra nacional por diversas gerações. Acesse o link para conferir o vídeo completo. O que esperar de 2025 A consolidação do movimento, ao longo de oito anos, traz um olhar para a profissionalização do relacionamento com os stakeholders e de maior responsabilidade com as entregas. A Abrapa pretende fortalecer o relacionamento com as marcas, principalmente fiações, tecelagens e malharias, que são os elos iniciais que consomem a fibra, e também com os varejistas, que oferecem o produto ao consumidor final, com um olhar especial para a rastreabilidade. O programa SouABR encerra a fase piloto, de olho no crescimento, junto com as varejistas que já divulgaram compromissos públicos de rastreabilidade de seus produtos feitos com a fibra. O engajamento destas é fundamental para a ampliação do programa e a democratização da transparência na moda. O fortalecimento do pilar informacional se dará com a frequência e a qualidade na geração de conteúdos novos, focados em marcas parceiras e universidades, e também na realização das ações que contemplam as Experiências, que unem a indústria e a academia. O alcance às universidades também será ampliado, com a prospecção ativa a escolas situadas nas cinco regiões do País. Encerrando o encontro, o comitê discutiu novas frentes de trabalho para 2025, alinhadas aos três pilares estratégicos do movimento: promocional, negócios e informacional. As iniciativas prometem dar continuidade ao fortalecimento da cadeia produtiva do algodão, promovendo sua responsabilidade e presença no mercado.
Abrapa celebra os 25 anos de fundação da associada Agopa
13 de Dezembro de 2024A noite desta quinta-feira (12) foi de celebração para a Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa) e para o Fundo de Incentivo A Cultura do Algodão (Fialgo) que completaram 25 anos de fundação. O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Alexandre Schenkel, esteve presente na solenidade, que aconteceu em Goiânia, e discursou para os presentes sobre a importância da associada no desenvolvimento da cotonicultura brasileira. “É muito bonita a história que a Agopa tem e a importância que desempenha dentro do setor. Sem dúvida, sua contribuição foi fundamental para que o Brasil alcançasse o posto que ocupa hoje de maior exportador de algodão do mundo”, afirmou Schenkel. Além do jubileu de prata das associações, a ocasião marcou, também, a posse do novo Conselho Diretor e Fiscal da Agopa para o biênio 2025/2026. O atual presidente da entidade, Haroldo Rodrigues da Cunha, reassumiu a presidência e enfatizou durante seu discurso, a importância da união na transformação de toda cadeia produtiva do algodão no Brasil. “Vale lembrar que quando começamos o Brasil era um país importador de algodão. Mas, com muito esforço e trabalho nos tornamos os maiores exportadores de algodão do mundo. Essa transformação é um marco para a agricultura brasileira, exemplo de como a união e o comprometimento podem mudar a realidade de um setor inteiro”, ressaltou Cunha, para quem “celebrar o passado e planejar o futuro é o que motiva seguir adiante”. Para Paulo Shimohira, coordenador do Fialgo - fundo de incentivo que dá suporte financeiro para execução de projetos, visando o desenvolvimento da cotonicultura goiana - todos estão “unidos pelo algodão honrando quem nos trouxe até aqui”. Na ocasião, os ex-presidentes da Agopa receberam uma homenagem pelo empenho na busca pela excelência na produção de algodão no estado de Goiás.
Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa
13 de Dezembro de 2024Destaque da Semana - Mercado oscilou pouco na semana, sempre em torno de 70 U$c/lp. Cotton Brazil recebeu prêmio da ApexBrasil e Exame. Último relatório de Oferta e Demanda do USDA trouxe poucas mudanças nesta semana. Algodão em NY - O contrato Mar/25 fechou nesta quinta 12/dez cotado a 70,09 U$c/lp (-1,4% vs. 05/dez). O contrato Dez/25 fechou em 71,27 U$c/lp (-2,8% vs. 05/dez). Basis Ásia - O Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia é de 790 pts para embarque Jan/Fev-25 (Middling 1-1/8" (31-3-36), fonte Cotlook 12/dez/24. Baixistas 1 - A moeda americana (dollar index) atingiu ontem o valor mais alto em 2 semanas. Essa alta pressiona para baixo as commodities cotadas em dólar. Baixistas 2 – Menos vendas e embarques de algodão nos EUA preocupam analistas porque maiores estoques de passagem geram pressão baixista na ICE. Altistas 1 - Em outubro, os EUA (maior mercado consumidor do mundo) atingiram o maior volume importado de produtos têxteis de algodão desde set/22. Altistas 2 - A exportação de têxteis e vestuário pela China em novembro gerou US$ 25,17 bilhões (+6% a.a.). No acumulado jan/nov, a cifra é de US$ 273,06 bilhões (+2% a.a.). Exportações 1 - Se mantiver a média dos últimos 3 meses (Set-Nov), o Brasil ultrapassa em 2024 a marca de US$ 5 bilhões de algodão exportado. O recorde anterior foi de US$ 3,7 bilhões em 2022. Exportações 2 - Santos segue liderando com 94% de participação nos embarques. Destaque para Salvador, com 4% contra 1,4% no ciclo anterior. Exportações 3 - O principal destino segue sendo a China (26% das vendas no ano comercial até aqui). O destaque de nov/24 foi a Índia (32 mil tons), quase 4X o volume do ano anterior. Cotton Brazil - A Abrapa recebeu nesta semana o Prêmio ApexBrasil-Exame: Melhores dos Negócios Internacionais 2024. O Cotton Brazil, iniciativa da Abrapa em parceria com ANEA para promover o algodão do Brasil no exterior, concorreu com mais de 50 organizações de diversos setores na categoria "Imagem". Oferta e demanda 1 - No relatório de Oferta e Demanda desta semana, o USDA estimou a produção global em 25,56 milhões tons (+263,23 mil tons ante nov/24). Oferta e demanda 2- O consumo mundial ampliou 124 mil tons, ficando em 25,21 milhões tons. Com isso, os estoques finais aumentaram para 16,55 milhões tons (+58 mil tons). Oferta e demanda 3 - A relação estoque/uso global ficou em 66%, acima da última temporada (65%) e abaixo de 2022/23 (67%). Oferta e demanda 4 - Chamou a atenção a queda na estimativa de importação de algodão pela China. O volume estimado (1,85 milhão tons) é 108,86 mil tons menor que a projeção de nov/24 e 43% inferior aos 3,26 milhões tons de 2023/24. China 1 - Uma das razões para essa menor importação na China é a ótima safra doméstica. Esta semana, a BCO aumentou em 220 mil tons a previsão de safra 2024/25, chegando a 6,75 milhões tons (USDA = 6,14 mi tons). China 2 - A BCO justificou sua projeção de safra com aumento de 14% na área plantada no sul de Xinjiang e aumento na produtividade devido ao clima favorável. EUA 1 - Nos EUA, a colheita de algodão está praticamente concluída. EUA 2 -Produtores dos EUA agora estão de olho nas cotações Dez/25 que ainda longe do ponto de equilíbrio para eles que está acima de 80 centavos/lp. Paquistão - A colheita de algodão no Paquistão já foi quase toda finalizada. Estimativas de mercado indicam que a produção será de 1,2 milhões de tons, 22% a menos que 23/24. Bangladesh - Em nov/24, Bangladesh exportou US$ 3,3 milhões em roupas de malha e tecido – 16% a mais que em nov/23. O total acumulado no ano fiscal (jul/23 a nov/24) é US$ 16,1 bilhões (+12% frente a 2023/24). Austrália 1 - Em out/24, a Austrália exportou 151.403 tons de algodão. O Vietnã liderou as compras, com 44.701 tons (29%), deixando a China em segundo lugar (31.160 tons e 21%). Austrália 2 - No acumulado ago/out, o volume exportado pelos australianos foi de 523.922 tons (+4% que em 2023). Exportações Dez - As exportações brasileiras de algodão somaram 57,1 mil tons na primeira semana de dezembro. Beneficiamento 2023/24 - Até ontem (12/12) foram beneficiados nos estados da BA (98%), GO (98,33%), MA (90%), MG (98%), MS (100%), MT (88,78%), PI (96,04%), PR (100%) e SP (100%). Total Brasil: 91,1%. Plantio 2024/25 -Até ontem (12/12), foram semeados nos estados da BA (32%), GO (57,8%), MG (50%), MS (0,3%), PI (17,51%), PR (90%) e SP (63%). Total Brasil: 8,44%. Preços - Consulte tabela abaixo ⬇ Quadro de cotações para 12_12 Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, iniciativa que representa a cadeia produtiva do algodão brasileiro em escala global. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com
Movimento Sou de Algodão e TEKA firmam parceria
13 de Dezembro de 2024Em novembro, o Sou de Algodão, iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), firmou parceria com a TEKA, de cama, mesa e banho. A novidade foi anunciada nas redes sociais da marca, que é referência em produtos têxteis de qualidade. A decisão representa um passo importante para reafirmar o compromisso de ambas as partes com a responsabilidade socioambiental, o consumo consciente e a valorização do algodão brasileiro. Ao se tornar parceira do movimento, a TEKA fortalece o seu propósito de oferecer produtos que respeitam o meio ambiente, incentivam o uso de matérias-primas sustentáveis e valorizam também a cadeia produtiva nacional. Em comunicado oficial, a marca cita que a parceria vai trazer diversos benefícios aos consumidores, como o uso de uma matéria-prima que tem origem responsável, preservando o ecossistema e a saúde de quem cultiva; a valorização do produto 100% nacional, e continuar oferecendo ao consumidor produtos confortáveis, duráveis e, agora, com mais propósito. “Na TEKA, unir forças com o movimento Sou de Algodão é reafirmar nosso compromisso com a sustentabilidade e o consumo consciente. Escolhemos essa parceria porque acreditamos que o futuro do mercado têxtil é feito de escolhas responsáveis. O algodão, com suas características naturais e renováveis, é um protagonista dessa transformação. Queremos oferecer produtos que respeitem o meio ambiente, valorizem a cadeia produtiva brasileira e inspirem um novo jeito de consumir: com propósito e responsabilidade”, afirma Márcio Hoffmann, Diretor Comercial da TEKA. “Com a TEKA, estamos criando novas possibilidades para transformar o mercado têxtil do país, mostrando que é possível unir qualidade, inovação e responsabilidade. Essa parceria é mais uma prova de que empresas comprometidas com o futuro podem fazer a diferença na forma como produzimos e consumimos”, reitera Alexandre Schenkel, presidente da Abrapa. Sobre Sou de Algodão Movimento criado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), em 2016, para despertar uma consciência coletiva em torno da moda e do consumo responsável. Para isso, a iniciativa une e valoriza os profissionais da cadeia produtiva e têxtil, dialogando com o consumidor final com ações, conteúdo e parcerias com marcas e empresas. Outro propósito é informar e democratizar o Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que segue rigorosos critérios ambientais, sociais e econômicos e certifica 82% de toda a produção nacional de algodão.
Mapeamento da pegada de carbono do algodão deve aumentar competitividade da produção brasileira
13 de Dezembro de 2024Um projeto da Embrapa Meio Ambiente vai calcular a pegada de carbono da cadeia produtiva do algodão no Brasil. A iniciativa conta com a parceria técnica da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e da farmacêutica Bayer, e tem o objetivo de introduzir práticas mais sustentáveis no setor. Em entrevista ao Agro Estadão, a pesquisadora da Embrapa Marília Folegatti disse que a principal vantagem de mapear a pegada de carbono do algodão brasileiro é favorecer a competitividade no mercado internacional. Além disso, “nas bases internacionais, não existe o perfil do algodão brasileiro. Existe o perfil do algodão americano, indiano e chinês. E o nosso perfil é bastante diferenciado, especialmente porque o algodão entra em sistemas de produção com outras culturas”, detalha. Etapas do projeto Há cerca de um ano, a Embrapa Meio Ambiente já vem desenvolvendo um método para calcular a pegada de carbono no sistema de produção do algodão. A terceira versão dessa calculadora foi aplicada pela Bayer em uma área de 77 mil hectares em Mato Grosso. “Nós fomos a campo para validar essa ferramenta no ambiente de produtores altamente tecnificados no Mato Grosso. O produtor, em nível de talhão ou em nível de fazenda, vai poder falar da pegada de carbono da pluma e do caroço”, detalha a pesquisadora da Embrapa. A estratégia é contar com o apoio da Abiove e da Abrapa para aplicar a mesma técnica em todo o território nacional, com base nas análises de emissões de carbono de diferentes produtos derivados do algodão, como farelo e óleo, além da pluma e do caroço. Segundo Folegatti, a partir de janeiro de 2025, os técnicos irão a campo para caracterizar os sistemas de produção de importantes regiões produtoras de algodão, como o Oeste da Bahia, por exemplo. “Então, a fase que estamos agora é de planejar com a Abrapa e com a Abiove a ida a campo para fazer o levantamento de dados. Depois nós processamos essa informação e geramos uma pegada de carbono regional, uma pegada de carbono nacional, publicamos em bancos de dados e ela pode ser comunicada”, explica. Apoio técnico A Abrapa reúne cerca de 18 mil produtores que respondem por 95% da produção nacional de algodão, portanto, tem capilaridade para captar dados em todo o país. Nesta etapa do projeto, a entidade vai contribuir com o levantamento de informações dos produtores filiados em Mato Grosso, Bahia e Goiás. Ao Agro Estadão, o presidente da Abrapa Alexandre Schenkel disse que espera ter uma referência nacional de emissões de gases de efeito estufa para melhor posicionar a fibra brasileira como uma fonte natural e biodegradável no mercado internacional. “Atualmente, a matriz têxtil global é baseada em fibras sintéticas, com mais de 75% do mercado tendo a participação de derivados de petróleo, sendo destaque o poliéster. Precisamos evidenciar a sustentabilidade do algodão nesse cenário desafiador para as fibras naturais”, destaca. Na avaliação do presidente da Abrapa, os primeiros dados coletados no projeto mostram que o modelo de produção brasileiro é bastante eficiente em relação à redução das emissões de carbono. “Há um grande potencial de redução de emissão com a eficiência da utilização da aplicação do nitrogênio nas lavouras, assim como com o incremento da qualidade do plantio direto, principalmente com a utilização de plantas de cobertura”, detalha. Já a Abiove vai contribuir com a análise de extração de óleo e produção de biodiesel a partir do caroço do algodão. Ao Agro Estadão, a entidade disse que os resultados do projeto “poderão ser usados por agricultores e empresas na venda de produtos em mercados que valorizem os aspectos ambientais desses produtos, bem como a comercialização de créditos de carbono e CBIOs”. Rastreabilidade da pegada de carbono do algodão Marília Folegatti explica que para fazer o mapeamento, os técnicos consultam os bancos de dados internacionais de emissão de carbono de todos os insumos da cadeia produtiva. “Então, desde a extração do petróleo, passando por todas as fases de extração até a ureia aplicada em campo, tudo é contabilizado. Depois, a informação é convertida em quilos de CO² equivalente por tonelada de produto”, esclarece. Segundo a pesquisadora, essa rastreabilidade da pegada de carbono em todas as etapas de produção do algodão traz confiabilidade e competitividade para a fibra brasileira. “As grandes empresas de setores que estão mais adiantados em nível de processamento dependem de comprar matéria-prima com uma boa pegada de carbono. Se eu tivesse falando da soja, por exemplo, é preciso dizer qual é a pegada de carbono dessa soja, porque lá na frente, o derivado da soja vai carregar essa informação”, ressalta. Mercado de crédito de carbono Embora o marco legal do mercado de crédito de carbono não trate da agricultura primária (que ficou no mercado voluntário), a agroindústria está contemplada no mercado regulado. Na avaliação de Folegatti, o impacto deve ser compartilhado entre os setores do algodão. “Um dos exemplos que eu posso mencionar é o do setor de biocombustíveis de cana-de-açúcar. Quem acessa os créditos de descarbonização é a usina. Mas hoje já existe um acordo para que o crédito que a usina acessa seja uma fração compartilhada com o produtor, porque ele faz investimentos para melhorar o seu desempenho”, avalia e conclui que o mesmo pode ser aplicado à cadeia do algodão.