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Abrapa e Better Cotton reforçam parceria em visita estratégica ao Brasil
31 de Março de 2025A visita de seis dias ao Brasil das diretoras da Better Cotton chegou ao fim na sexta-feira (28), com um encontro estratégico na sede da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). O momento foi marcado pela apresentação das percepções da viagem e pela oportunidade de conhecer o novo presidente da entidade, Gustavo Piccoli, que assumiu o cargo este ano. A presença de Lena Staafgard, COO da Better Cotton, e Iveta Ouvry, Senior Director of Programmes, reforçou a parceria consolidada entre as organizações, desde 2013, quando iniciaram o processo de benchmarking entre seus programas de certificação socioambiental. O Algodão Brasileiro Responsável (ABR), da Abrapa, tem sido referência nessa colaboração, fortalecendo a sustentabilidade e as boas práticas da cotonicultura brasileira no cenário global. “Foi uma oportunidade extremamente produtiva para discutirmos questões relacionadas à certificação. Encerramos essa agenda com maior segurança quanto à renovação da parceria, reafirmando nosso compromisso com as certificações ABR e Better Cotton”, destacou Gustavo Piccoli, presidente da Abrapa. Durante a reunião, a Abrapa apresentou propostas para aprimorar as certificações do algodão brasileiro. “No próximo mês, estaremos em Londres para mais uma rodada de reuniões e estamos confiantes de que avançaremos ainda mais nas negociações, alinhando os próximos passos dessa parceria estratégica. A visita ao Brasil foi essencial nesse processo, e somos gratos por essa troca enriquecedora”, afirmou. O diretor executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero, apresentou um panorama amplo sobre a produção de algodão no Brasil, ressaltando os avanços que consolidaram o país como líder global em exportação da commodity em 2024. Em sua apresentação, ele detalhou os pilares estratégicos da entidade – rastreabilidade, qualidade, promoção e sustentabilidade – reforçando o compromisso da Abrapa em posicionar o algodão brasileiro no mercado internacional com excelência e competitividade. “Apresentamos o crescente interesse dos produtores pelas práticas sustentáveis no cultivo do algodão e os números do ABR no país, que crescem a cada ano”, acrescentou. Para Álvaro Moreira, Senior Manager Large FarmProgrammes and Partnerships da Better Cotton, a semana no Brasil foi fundamental para o alinhamento entre as entidades. “O mundo exige que cada um de nós faça mais esforços, e é por meio da colaboração que atingiremos nossos objetivos. Essa semana foi essencial para estreitar ainda mais as relações entre a Abrapa, a Better Cotton e os produtores, além de fortalecer nossa conexão com as associações estaduais”, ressaltou. Visita ao Brasil A programação das diretoras da Better Cotton no Brasil foi marcada por uma série de compromissos, incluindo diálogo com produtores, encontros com representantes da cadeia do algodão e debates sobre os avanços do setor. Na segunda-feira (24), a equipe realizou visitas técnicas em Mato Grosso, conhecendo de perto as práticas adotadas no campo e as inovações implementadas pelos cotonicultores. No dia seguinte (25), aconteceu uma reunião na Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), onde foram discutidas iniciativas para fortalecer ainda mais a parceria entre Better Cotton e Abrapa. Na quarta-feira (26), as diretoras participaram do I Encontro do Diálogo Multissetorial do Algodão Brasileiro, que reuniu steackholders de diversos setores para debater desafios e oportunidades da cotonicultura sustentável. Encerrando a agenda de visitas, no dia 27 de março, elas conheceram a Fazenda Pamplona da SLC Agrícola, onde acompanharam de perto as operações da empresa e discutiram boas práticas de produção. ABR Criado em 2012, o Programa ABR integra a estratégia de sustentabilidade da Abrapa, que se apoia em quatro pilares fundamentais: sustentabilidade, qualidade, rastreabilidade e promoção. Cerca de 83% da produção de algodão do Brasil já é certificada pelo ABR, seguindo as melhores práticas sustentáveis, mesmo sendo de adesão voluntária. O protocolo abrange toda a legislação trabalhista nacional, normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), legislação ambiental, Código Florestal e boas práticas agrícolas. Esse esforço reforça a competitividade do algodão brasileiro no mercado internacional, garantindo uma origem confiável e sustentável para a fibra.
A aposta de uma marca brasileira no algodão rastreável para crescer 25% neste ano
31 de Março de 2025Nem só de renda vive a Martha Medeiros, marca de vestuário brasileira que ficou conhecida por peças feitas à mão, principalmente com renda. O negócio, hoje gerido por Gélio Medeiros, filho da fundadora e que cresceu 30% nos últimos três anos, projeta um crescimento de 25% só neste ano. A aposta? O algodão rastreável. Sem abrir os números oficiais do faturamento, o CEO afirma que o momento não poderia ser mais propício. O algodão brasileiro ganhou notoriedade nas exportações na safra 2023/24, superando os Estados Unidos nos embarques globais da fibra. Na temporada passada, o Brasil produziu 3,7 milhões de toneladas, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). "A adoção do algodão rastreável tem influenciado as decisões de compra dos consumidores. Quando conseguimos unir essa excelência com um diferencial como a rastreabilidade, isso impacta diretamente na escolha dele. Ele não está apenas buscando um item de alta qualidade, mas também um compromisso com a sustentabilidade e a transparência", diz o executivo. O grande diferencial do uso do algodão rastreável está no que ele oferece ao consumidor que, segundo Medeiros, busca entender de onde vêm as peças de roupa. A fibra rastreável permite que o consumidor conheça todas as etapas do processo de produção — do plantio na fazenda à transformação em fio na fábrica, até a chegada à loja. "Com esse sistema, acompanhamos cada etapa da produção — do plantio à confecção — seguindo os mais altos padrões de qualidade e sustentabilidade. Todos os elos da cadeia produtiva têm recebido essa mudança de forma muito positiva", afirma Medeiros. Desde a última coleção, a Martha Medeiros tem investido em reforçar o papel do algodão em seu processo produtivo. O ponto central foi destacar o algodão plantado no campo Martha Medeiros, localizado na Fazenda Progresso, no Piauí — a unidade ocupa 140 mil hectares e é responsável por toda a fibra utilizada pela marca. Todo o catálogo, inclusive, foi fotografado nas plantações de algodão, reforçando a conexão entre o produto final e sua origem. A iniciativa da marca conta com o apoio da Abrapa e do movimento Sou de Algodão — iniciativa da entidade e do setor produtivo para incentivar o uso do algodão brasileiro — em um momento em que as fibras sintéticas, como o poliéster, ganham espaço por seu valor mais competitivo. "O movimento une todos os agentes da cadeia produtiva do algodão e da indústria têxtil que produzem peças com, no mínimo, 70% de algodão na composição. Aproximar o algodão do consumidor final é a grande missão do movimento e isso se faz por meio de mais de 1.700 marcas parceiras que usam a fibra como matéria-prima e a transformam nos mais diversos produtos", diz Silmara Ferraresi, diretora de Relações Institucionais da Abrapa. Segundo a entidade, com expectativa de crescimento de área plantada estimada em 10,3% — 2,145,5 milhões de hectares — em 2024/2025, a safra brasileira de algodão deve chegar a 3,95 milhões de toneladas do produto beneficiado (pluma). Além do incremento de área e produção, o setor pode registrar um aumento de até 20 mil toneladas no consumo da indústria nacional, que no ano passado fechou em 750 mil toneladas. O Brasil também tem ampliado seu mercado externo, exportando para além da China, com destaque para países como Egito, Paquistão e Índia. Mulheres rendeiras A iniciativa do algodão rastreável está sendo implementada de forma gradual. Inicialmente, será aplicada no jeans e, em seguida, expandida para a produção das rendas. Esse processo é mais complexo, diz o CEO da marca, já que a produção das rendas é descentralizada, com as rendeiras localizadas em sítios distintos — o que demanda um cuidado extra na coordenação. “Para nós, essa transição não é tão desafiadora, pois não trabalhamos com produção em larga escala — somos uma marca de nicho, com peças exclusivas e produção mais controlada. No entanto, olhando para o mercado todo, o principal desafio é garantir que, ao longo de toda a cadeia produtiva, não haja mistura de algodão não certificado, mantendo a pureza e integridade do material”, afirma Além do algodão, há o projeto com as mulheres rendeiras, que valoriza o trabalho artesanal. A iniciativa, que existe desde o início da marca, treina e gera renda para 250 mulheres atualmente e, segundo ele, já mudou a vida de inúmeras delas. “Muitas delas conseguiram, por exemplo, pagar a faculdade dos filhos e garantir uma vida mais digna para suas famílias. No campo social, o projeto contribuiu para a reforma de duas escolas, a construção de 16 casas para a população local, 19 poços e a distribuição de mais de 1 mil óculos, além de programas médicos que beneficiam essas comunidades”, diz.
Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa
28 de Março de 2025Destaque da Semana - As cotações de dez/25 voltaram a ultrapassar U$c 70/lp. Alta do petróleo e queda do dólar contribuíram. Desde dezembro do ano passado, o contrato dez/25 não atingia este patamar. Algodão em NY - O contrato Jul/25 fechou nesta quinta 27/mar cotado a 68,34 U$c/lp (+1,1% vs. 20/mar). O contrato dez/25 fechou em 70,29 U$c/lp (+1,3% vs. 20/mar). Basis Ásia - Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia: 853 pts para embarque Abr/Mai-25 (Middling 1-1/8" (31-3-36), fonte Cotlook 27/mar/25). Altistas 1 - A alta significativa desta quinta-feira foi atribuída principalmente à alta do petróleo e queda da moeda americana. Altistas 2 - O relatório de intenção de plantio do USDA será divulgado na segunda-feira (31/3), com estimativas variando entre 8,8 e 10,5 milhões de acres. Altistas 3 - No ano passado, a área plantada foi de 11,2 milhões de acres. O USDA projetou 10 milhões de acres e o NCC 9,6 milhões de acres em fevereiro. Altistas 4 - Nos EUA, solo muito seco no Texas preocupa. Baixistas 1 - O cenário de instabilidade geopolítica com a guerra comercial generalizada terá um novo capítulo em 2 de abril, com o possível anúncio de novas tarifas pelos EUA. Baixistas 2 - A Cotton Corporation of India, que regula os estoques públicos no país, anunciou que vai liquidar todo seu estoque até julho, garantindo algodão para as fiações indianas. Agricultores dos EUA estão sendo beneficiados pelo Programa de Assistência Emergencial às Commodities (ECAP) de US$ 10 bilhões, que visa mitigar impactos da alta do custo de insumos e da queda de preços das commodities. As atenções estão voltadas para o clima nos EUA. Sul e oeste do Texas (maior produtor norte-americano) precisam de mais chuva para garantir a umidade do solo necessária para o plantio de algodão. A importação de algodão em jan/25 e fev/25 foi de 264.594 tons, 59% a menos que no mesmo período de 2024. Neste ano, o Brasil respondeu por 59% desse total. Já nos 7 primeiros meses do ciclo 2024/25, a importação chinesa de algodão somou 881.510 tons, contra mais de 1,9 milhão tons em 2023/24. A presença brasileira no mercado chinês aumentou de 40,1% para 44,9%, enquanto a Austrália ampliou sua participação de 13,6% para 26,1%. Já os Estados Unidos caíram de 29,7% para 17,1%. O Vietnã reduzirá as taxas sobre importação de energia e veículos dos EUA para diminuir o superávit comercial de US$ 123 bilhões que tem com o país. A medida é uma reação à nova política tarifária dos EUA. Nos primeiros dois meses do atual ano fiscal, os EUA responderam por 44% das exportações vietnamitas de vestuário e têxteis. A Abrapa recebeu esta semana uma comitiva da Better Cotton Initiative, instituição com sede em Genebra, Suíça, focada em estimular a adoção de práticas sustentáveis no cultivo do algodão ao redor do mundo. O objetivo da visita foi discutir diversos aspectos relativos às novas exigências da Better Cotton para certificação. A agenda incluiu visitas a propriedades certificadas pelos programas ABR e Better Cotton. As exportações brasileiras de algodão somaram 181,0 mil tons na terceira semana de março. A média diária de embarque é 10,2% superior que a registrada no mesmo mês de 2024. Nesta semana, foi finalizado o beneficiamento do algodão no Brasil. Total Brasil: 100%. A semeadura também foi concluída nesta semana nas lavouras brasileiras. Total Brasil: 100%. Preços - Consulte tabela abaixo ⬇ Quadro de cotações para 27-03 Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil - cottonbrazil@cottonbrazil.com
Brasil lidera exportação de algodão, mas setor enfrenta desafios climáticos
28 de Março de 2025O Brasil alcançou um marco histórico ao se tornar o maior exportador global de algodão na safra 2023/2024, conforme dados da Associação Brasileira dos Produtores de algodão (Abrapa). No entanto, o setor enfrenta desafios crescentes devido às mudanças climáticas, que impactam diretamente a produtividade e a qualidade da fibra brasileira. A produção de algodão no Cerrado, que responde por 70% do volume nacional, sofre com temperaturas elevadas, baixa umidade e períodos prolongados de seca. Segundo o pesquisador Cornélio Alberto Zolin, da Embrapa Agrossilvipastoril, a adaptação do setor depende de três fatores essenciais: melhoramento genético, manejo do solo e análise de risco climático. O melhoramento genético tem se mostrado fundamental para desenvolver variedades mais resistentes ao calor. "O algodão é sensível a altas temperaturas noturnas, o que compromete a formação da fibra", explica Zolin. No manejo do solo, estratégias como plantio direto e cobertura vegetal auxiliam na conservação da umidade e reduzem os impactos do estresse hídrico. Além disso, o Zoneamento Agrícola de Riscos Climáticos (ZARC) permite que produtores escolham o melhor período de plantio para minimizar perdas. Estudos da Embrapa indicam que, desde 1961, a temperatura média no Cerrado aumentou entre 2°C e 4°C, enquanto a umidade relativa do ar caiu cerca de 15%. Com o calor excessivo, o ciclo de vida de pragas como o bicudo-do-algodoeiro e a mosca-branca acelera, exigindo monitoramento constante e o uso de tecnologias como drones e armadilhas inteligentes para minimizar perdas. Para enfrentar os impactos climáticos, produtores estão investindo em práticas sustentáveis, como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e o controle biológico de pragas. "A diversificação das lavouras melhora a saúde do solo e torna o sistema produtivo mais resiliente", afirma Odair Aparecido Fernandes, especialista em Manejo Integrado de Pragas da UNESP. A certificação socioambiental também tem sido um diferencial competitivo para o algodão brasileiro no mercado internacional. Selos como o Better Cotton Initiative (BCI) garantem que a produção segue padrões sustentáveis, agregando valor ao produto. Em Minas Gerais, a falta de chuvas entre fevereiro e março afetou lavouras de sequeiro, reduzindo o potencial produtivo. O diretor-executivo da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa), Lício Augusto Pena de Sairre, destaca que os agricultores enfrentaram ciclos mais curtos e perdas na formação de botões florais. "Estamos incentivando o uso de práticas como plantio direto e aumento da matéria orgânica no solo para minimizar os impactos", afirma. Com perspectivas de continuidade dos desafios climáticos, o setor algodoeiro aposta na inovação e na sustentabilidade para manter sua competitividade no mercado global.
Cotonicultora brasileira, Ani Sanders recebe homenagem no Senado Federal
28 de Março de 2025Parabenizando o trabalho e a liderança feminina da produtora Ani Heinrich Sanders no agronegócio, em especial, na cotonicultura, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), representada pela diretora de Relações Institucionais, Silmara Ferraresi, assistiu, nesta quarta-feira (27), a cerimônia de entrega do Diploma Bertha Lutz à produtora rural, no Plenário do Senado, em Brasília (DF). Concedido pelo Senado Federal a mulheres e instituições que se destacam na defesa dos direitos femininos e na igualdade de gênero, a honraria é um reconhecimento pela sua atuação em prol do desenvolvimento social e inclusão feminina no agronegócio. Ani Sanders está entre as 21 mulheres homenageadas deste ano, ao lado de nomes como, Fernanda Montenegro, Fernanda Torres e Viviane Senna. "Dona Ani é um exemplo de liderança feminina no agronegócio brasileiro. Sua trajetória inspira e fortalece a presença das mulheres no setor, mostrando que é possível unir inovação, sustentabilidade e protagonismo. O reconhecimento com o Diploma Bertha Lutz é mais do que merecido e reforça a importância do seu trabalho para o desenvolvimento do agro e para a valorização da mulher no campo. Parabéns, Dona Ani, por essa conquista e por representar com tanta excelência a força feminina no setor”, afirma Silmara. Indicada pela senadora Jussara Lima (PSD), ela foi reconhecida por sua atuação à frente de iniciativas que impulsionam a participação feminina no setor do agronegócio, promovendo inovação, sustentabilidade e desenvolvimento social. Cofundadora e Superintendente Administrativa do Grupo Progresso, em Sebastião Leal, no Piauí; presidente do Instituto Cultivar Progresso, líder do movimento Mulheres de Fibra e Embaixadora das Mulheres do Agro do Nordeste do Brasil, representando as produtoras nordestinas no Congresso Nacional das Mulheres do Agro (CNMA), Ani Sanders tem sido uma voz ativa na valorização das mulheres no campo e na implementação de práticas sustentáveis na produção agrícola. “Receber o Diploma Bertha Lutz no Senado foi um momento de grandeza, sonho e reconhecimento. Como mulher do agro, me sinto honrada por estar entre grandes lideranças femininas, representando todas as mulheres que fazem progresso no campo. Esse prêmio renova minhas forças para seguir contando a história de 46 anos dedicados à produção e ao desenvolvimento do Brasil. Somos mais fortes quando estamos unidas e pensando no coletivo”, acredita Ani Sanders. A força da mulher no agro Nascida em Carazinho (RS) e radicada no Piauí desde 2001, Ani Sanders, mãe de três filhos, tem se consolidado como uma das principais lideranças femininas no agronegócio brasileiro. Ela está à frente de projetos como, o Movimento Mulheres de Fibra, que promove a integração de mulheres envolvidas na cadeia produtiva; o grupo Mulheres que Fazem Progresso, que estimula a participação feminina nos diversos segmentos do agro; além de integrar a Comissão Nacional das Mulheres do Agro (CNA), fomentando a capacitação e inclusão de mulheres na cadeia produtiva do setor. Com uma trajetória marcada pelo empreendedorismo e pela inovação, Ani Sanders implementa no Grupo Progresso, tecnologias avançadas no cultivo de soja, milho e algodão, tornando a produção mais eficiente e competitiva. Seu trabalho também se destaca pelo impacto social, investindo na educação e na capacitação de trabalhadores rurais, além de incentivar práticas agrícolas sustentáveis que beneficiam as comunidades locais. O Prêmio Bertha Lutz Criado em 2001, o Diploma Bertha Lutz homenageia mulheres que contribuem para o avanço da igualdade de gênero e o fortalecimento dos direitos femininos no Brasil. O prêmio leva o nome de Bertha Lutz, cientista, política e líder feminista brasileira que, ao longo do século XX, se destacou na luta pelos direitos das mulheres, fundando em 1922, a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, que foi crucial para a conquista do voto feminino, em 1932. Formada em Biologia pela Sorbonne, em Paris, Bertha nasceu em 1894, em São Paulo, e era filha do cientista Adolfo Lutz e da enfermeira britânica Amy Marie Gertrude Fowler.
Grupo Técnico de Qualidade avança no monitoramento da pegajosidade do algodão
27 de Março de 2025Após visitar as fiações Karsten e Fio Puro, em Pomerode (SC), e participar do Seminário Mesdan, que apresentou o instrumento que testa a pegajosidade do algodão — instalado no final do ano passado na unidade de Blumenau do Senai —, o Grupo Técnico (GT) de Qualidade da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) decidiu organizar uma reunião para definir um protocolo de utilização desse equipamento e os parâmetros de volume a serem adotados. Com esses dados, os laboratórios integrantes do programa Standard Brasil HVI (SBRHVI) poderão iniciar a aquisição das máquinas, realizar testes e informar os produtores sobre a presença de pegajosidade, uma das principais reclamações do mercado global. As visitas ocorreram entre os dias 25 e 26 de março. “O equipamento permitirá a realização de testes para que os produtores possam identificar e mitigar o problema da pegajosidade, uma demanda frequente dos clientes. Embora seja um equipamento de análise volumétrica, ele não substitui o HVI. A recomendação dos fabricantes é que a amostragem varie entre 20% e 25%”, afirmou Deninson Lima, especialista em análise de pluma do Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA). Reconhecido pela International Textile Manufacturers Federation (ITMF), o equipamento é uma ferramenta essencial para monitorar a pegajosidade. Com ele, é possível avaliar o problema e realizar ensaios a cada 100 fardos da fibra. “Trata-se de uma tecnologia moderna, de fácil operação e com pouca influência operacional. Além disso, os estudos apresentados indicam alta precisão e baixa variação de resultados”, disse. Durante as visitas às fiações, o grupo também analisou os processos industriais, destacando a modernização e a automação, além de identificar desafios relacionados à qualidade do algodão e seu impacto na cadeia produtiva. O objetivo foi compreender as dificuldades recorrentes e as expectativas do setor em relação às melhorias de qualidade. Inicialmente, o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA) não adquirirá o equipamento, pois sua atuação se concentra na produção de material de referência para os laboratórios, e não na análise direta para os produtores. No entanto, futuramente, a aquisição pode ser considerada para fins estatísticos ou outros estudos. Participaram das visitas representantes do CBRA, da Abrapa; do Centro de Análise de Fibras, da Abapa; do Laboratório de Classificação Visual e Tecnologia da Fibra de Algodão, da Agopa; da Central de Classificação de Fibra de Algodão (Minas Cotton) e do Laboratório de Classificação Instrumental da Unicotton. Esse último já adquiriu um exemplar do testador, que deve chegar em maio. Os demais estão avaliando a aquisição.
Guerra comercial EUA-China gera incerteza no comércio internacional
26 de Março de 2025A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China tem gerado incerteza no comércio internacional. Para se ter uma ideia, as exportações semanais de algodão do país norte-americano somaram 101.058 fardos, o menor volume semanal desde outubro. As informações constam no Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa desta sexta-feira (21). Confira os destaques trazidos pelo Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa: Algodão em NY – O contrato Jul/25 fechou nesta quinta 20/mar cotado a 67,57 U$c/lp (-0,2% vs. 13/mar). O contrato Dez/25 fechou em 69,36 U$c/lp (+0,2% vs. 13/mar). Basis Ásia – Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia: 841 pts para embarque Mar/Abr-25 (Middling 1-1/8″ (31-3-36), fonte Cotlook 20/mar/25). Baixistas 1 – As exportações semanais de algodão dos EUA somaram 101.058 fardos, o menor volume semanal desde outubro. A China cancelou 49.300 fardos. Baixistas 2 – O Federal Reserve dos EUA manteve as taxas de juros inalteradas, mas aumentou a previsão de inflação para 2025 para 2,7% (antes era 2,5%). Altistas 1 – O plantio de algodão nos EUA já começou no Sul do Texas, mas sob condições de seca severa. Altistas 2 – O Monitor de Seca dos EUA indicou que as regiões High Plains e Rolling Plains estão em condições de seca moderada a anormal. Plantio 1 – A disponibilidade de água também causa apreensão no Paquistão, onde o plantio acelerou nesta semana. Plantio 2 – Já na China, a expectativa é de que a semeadura avance na próxima semana a partir do sul de Xinjiang, rumo às áreas do norte. Fiações 1 – Na Índia, as fiações operam quase que na capacidade total, apesar da limitação na oferta. Em Bangladesh, a produção está reduzida.
Anpii Bio reúne líderes para impulsionar bioinsumos no Brasil
26 de Março de 2025A Anpii Bio promoveu recentemente um jantar em Brasília (DF) para celebrar os avanços do setor de bioinsumos e discutir os próximos passos para a plena regulamentação da Lei dos Bioinsumos. O evento reuniu mais de 100 participantes, incluindo representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Anvisa, CNA, Aprosoja, Abrapa, além de parlamentares e lideranças do setor produtivo. O Brasil é o maior mercado mundial de bioinsumos, com uma indústria que movimentou R$ 5,7 bilhões na última safra e previsão de crescimento de 60% até 2030. Segundo a Dunham Trimmer LLC, o país já representa 11,3% do consumo global, podendo atingir 16,4% até o final da década. Para Júlia Emanuela de Souza, diretora de Relações Institucionais da Anpii Bio, a regulamentação é essencial para fortalecer o setor. “Trabalhamos para criar um ambiente favorável à inovação e garantir que os bioinsumos tenham um papel cada vez mais estratégico na produção agrícola”, afirmou. A Lei dos Bioinsumos, sancionada no final de 2024, foi um marco para o setor, mas regulamentações complementares ainda são necessárias. Durante o jantar, Guilherme de Figueiredo, presidente da Anpii Bio, reforçou a necessidade de políticas públicas e incentivos para manter o Brasil na liderança global do segmento. A Anpii Bio seguirá atuando para reduzir burocracias, facilitar o registro de bioinsumos multifuncionais e estimular a pesquisa científica, promovendo o crescimento sustentável da Nova Revolução Verde.