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Sou de Algodão promove palestra na FAAL
12 de Março de 2025No dia 11 de março, terça-feira, o Sou de Algodão, iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), promoveu uma apresentação para inaugurar a parceria com a Faculdade de Administração e Artes de Limeira (FAAL), no interior de São Paulo. Para cerca de 30 estudantes e docentes do curso de Design de Moda, Manami Kawaguchi, gestora de relações institucionais do movimento, foi a responsável por conduzir a conversa que teve o objetivo de inspirar e mostrar aos estudantes as possibilidades criativas, usando algodão, além de compartilhar um planejamento de ações futuras. Manami começou destacando o trabalho da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), seus pilares estruturais e projetos, como os programas de sustentabilidade, rastreabilidade, qualidade e promoção. Entre os principais pontos mencionados, a gestora ressaltou a liderança do Brasil na produção de algodão responsável e a capacidade de atender integralmente a demanda interna. Também destacou que os setores têxtil e de confecção são o segundo maior gerador de empregos no Brasil. Outro destaque da palestra foi a discussão sobre a visão do consumidor que está cada vez mais preocupado com a sustentabilidade e a busca por transparência das empresas. Segundo Manami, o Brasil tem a vantagem de conseguir produzir uma moda 100% nacional. “Podemos mostrar por quantas mãos aquela peça passa até chegar a quem compra, já que temos uma cadeia têxtil completa e verticalizada, desde a produção da matéria prima, que é produzida com responsabilidade socioambiental e certificada”, explica. Para Cristiane Nabarretti, Coordenadora de Artes e Design da FAAL, a sustentabilidade na moda tem se tornado uma pauta cada vez mais relevante, e discutir alternativas responsáveis é fundamental para a formação de profissionais conscientes e alinhados às demandas do setor. “Receber um evento como este reforça o compromisso da instituição em incentivar o diálogo sobre práticas mais sustentáveis na indústria têxtil, aproximando estudantes e profissionais de iniciativas que impulsionam uma moda mais ética e ambientalmente responsável”, explica. Além de compreenderem a importância da transparência e da sustentabilidade, os estudantes puderam conhecer de perto as diversas possibilidades de se trabalhar com o algodão, uma fibra natural, versátil e amplamente disponível no Brasil. “O algodão brasileiro oferece inúmeras oportunidades criativas para os futuros profissionais da moda, desde o design até a confecção, e contribui para o desenvolvimento de uma indústria mais responsável e conectada com as demandas do consumidor”, conclui Manami. Sobre Sou de Algodão Movimento criado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), em 2016, para despertar uma consciência coletiva em torno da moda e do consumo responsável. Para isso, a iniciativa une e valoriza os profissionais da cadeia produtiva e têxtil, dialogando com o consumidor final com ações, conteúdo e parcerias com marcas e empresas. Outro propósito é informar e democratizar o Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que segue rigorosos critérios ambientais, sociais e econômicos e certifica 82% de toda a produção nacional de algodão.
Relatório de Qualidade do Algodão Brasileiro - safra 2023/2024 (Fevereiro de 2025)
07 de Março de 2025A análise por HVI do algodão brasileiro da safra 2023/2024, conduzida pelos 12 laboratórios que integram o Programa Standard Brasil HVI (SBRHVI), está na reta final, com conclusão prevista para 31 de março. O relatório de fevereiro confirma a estabilidade da qualidade em relação ao ciclo anterior, com avanços importantes, especialmente na redução do índice de fibras curtas (SFI) – um dos principais requisitos da indústria têxtil global. Com 83 equipamentos HVI em operação, os testes garantem a transparência e precisão na avaliação de indicadores essenciais, como micronaire, resistência, comprimento e uniformidade da fibra. Confira todos os detalhes no Relatório de Qualidade da Abrapa de fevereiro através do link: https://abrapa.com.br/wp-content/uploads/2025/03/Relatorio_de_Qualidade_do_Algodao_Brasileiro_safra_2023_2024.Fevereiro.pdf
Tecendo histórias de sustentabilidade: o protagonismo feminino no algodão brasileiro
07 de Março de 2025No vasto cenário do agronegócio brasileiro, são muitas as Yannas, Luanas, Roselaines, Carols e Jennifers que se destacam por suas trajetórias de luta, coragem, inovação e sustentabilidade, ajudando a dar novos contornos à arte de produzir o algodão, fibra tão intimamente ligada ao feminino. Cada uma, com sua história, contribui para a transformação do setor, imprimindo nele seus talentos, que enriquecem e diversificam as práticas agrícolas no país. O algodão brasileiro tem evoluído em tecnologia e na forma como valoriza quem faz parte dessa cadeia, sobretudo, as mulheres. Só entre as fazendas certificadas pelo programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), são mais de 4.891 vagas diretamente ocupadas por elas, na safra 2023/2024, e isso faz parte do compromisso da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, Abrapa, com o aumento da presença feminina na produção em todos os níveis do setor, principalmente, na tomada de decisões. O ABR, ao certificar boas práticas ambientais, sociais e econômicas, fortalece as garantias de respeito às pessoas que fazem o algodão chegar ao mundo com qualidade e responsabilidade. Em seu dia a dia, as mulheres do algodão percebem os avanços proporcionados por esse compromisso. Nas fazendas, com melhores condições de trabalho, segurança, treinamentos e um reconhecimento em progressão. “É um caminho a seguir, e está longe de ser fácil, mas é muito bom constatar que as mulheres estão dia a dia aumentando a participação no setor, seja na produção, pesquisa, transformação, logística, comercialização e tantas outras áreas. Grande parte delas, na liderança e decisão”, comemora o presidente da Abrapa, Gustavo Piccoli. Para a Abrapa, o algodão não é apenas uma fibra têxtil, mas o fio que conduz e entrelaça histórias, e incorpora, nesse tecido, dedicação e compromisso com um futuro melhor. Yanna Costa: o retorno às raízes com um olhar sustentável No universo do algodão brasileiro, a presença feminina tem crescido e se consolidado, trazendo novas perspectivas para o setor. Yanna Costa, coordenadora do ABR-Sustentabilidade da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), é um exemplo desse movimento. Sua trajetória acadêmica e profissional reflete a dedicação ao agro e à responsabilidade ambiental. “Meus pais saíram do campo e eu voltei.” Natural do Pará, Yanna iniciou sua formação em Agronomia na Universidade Federal Rural da Amazônia (PA) e seguiu para o mestrado na Universidade Federal de Viçosa, além de um doutorado na Unesp de Jaboticabal (SP). Sua carreira sempre esteve ligada à pesquisa e à sustentabilidade, e foi nessa jornada que encontrou seu caminho até o algodão. Antes de assumir seu papel na Abapa, trabalhou na fiscalização agropecuária do Pará e na docência universitária, sempre com um olhar voltado para a conscientização ambiental e as boas práticas no campo. Ao ingressar no Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), passou a atuar diretamente com as fazendas certificadas, reforçando o compromisso do setor com a sustentabilidade. Yanna destaca que a presença feminina no agro tem avançado, mas ainda há desafios. "A gente tem um olhar mais criterioso e detalhista, é algo natural. Mas as barreiras culturais ainda existem, especialmente em relação à voz e ao espaço que ocupamos", comenta. Apesar disso, ela vê mudanças concretas acontecendo, como a presença crescente de mulheres na operação de máquinas agrícolas e em funções de liderança. Para o futuro, Yanna acredita que o caminho é continuar incentivando a participação feminina no setor. "Todas nós somos capazes de fazer tudo o que quisermos. O importante é não ter medo", finaliza. Luana Boff: tradição familiar e inovação no campo Desde pequena, Luana Boff carrega no coração a essência do campo. Filha de agricultores, cresceu entre as lavouras e os ensinamentos do pai, que sempre lhe mostrou o valor da terra e do trabalho no agro. Hoje, ao lado da irmã Marina e da família, Luana gerencia o setor administrativo do negócio da família, as Fazendas Indaiá. A unidade produtora de pluma está localizada em Chapadão do Sul (MS). E o algodão, que há 25 anos entrou para a história da propriedade, tornou-se não apenas um dos pilares da produção, mas uma paixão pessoal. "O algodão trouxe uma revolução para nós. Ele nos desafia constantemente a evoluir, a buscar mais conhecimento e a adotar práticas sustentáveis", conta Luana, que também é vice-presidente da Associação Sul-Mato-Grossense do Produtores de Algodão (Ampasul). A cultura, exigente e cheia de desafios, trouxe à fazenda avanços técnicos e maior responsabilidade ambiental. E foi nessa jornada que a certificação do Algodão Brasileiro Responsável (ABR) passou a ter um papel fundamental. Certificada há oito anos, a Fazenda Indaiá se tornou um exemplo de produção responsável no país. "A certificação nos ensina a sermos melhores a cada dia. Ela nos faz olhar com mais atenção para o que podemos aprimorar, garantindo que nossa produção respeite as pessoas e o meio ambiente", explica Luana. Para ela, as mulheres têm um papel fundamental nesse processo. Seja no campo, na gestão ou na fiscalização das boas práticas, a presença feminina na fazenda se destaca. "As mulheres têm um olhar cuidadoso, detalhista. E isso faz toda a diferença quando falamos de certificação, sustentabilidade e responsabilidade social", ressalta. Atualmente, cerca de 20% da equipe da fazenda é composta por mulheres, ocupando funções essenciais. Embora tenha se formado em Direito, Luana nunca exerceu a profissão. Seu verdadeiro chamado sempre esteve na gestão agrícola, onde encontrou formas de aplicar seu conhecimento. Com especialização em gestão administrativa e financeira, assumiu a missão de garantir a evolução contínua da propriedade. Mãe de duas meninas, ela vê na nova geração um reflexo do amor que sempre sentiu pelo agro. "Minhas filhas já demonstram interesse pelo que fazemos. Acho maravilhoso ver esse ciclo se renovando. O futuro do agro passa pelas próximas gerações, e espero que elas encontrem um setor cada vez mais justo e equilibrado para todos", reflete. No Dia Internacional da Mulher, Luana celebra a trajetória feminina no agronegócio. "As mulheres sempre estiveram presentes no agro, mas agora estamos ganhando mais espaço e reconhecimento. Nosso trabalho é essencial para o futuro do setor, e cada passo que damos torna o caminho mais acessível para as próximas gerações", conclui. Roselaine Lins: uma jornada de coragem e transformação No coração do Brasil, em Querência, no estado de Mato Grosso, a história de Roselaine Aparecida Silva Lins emerge como um testemunho de coragem, determinação e transformação no agronegócio. Aos 29 anos, Roselaine trilhou um caminho que inspira, desafiando paradigmas. Formada em Engenharia de Produção Agroindustrial pela Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Roselaine sempre sentiu uma conexão profunda com a terra e suas potencialidades. Em dezembro do mesmo em que se formou, 2019, ingressou no processo seletivo para trainee na Fazenda Tanguro, localizada em Querência, uma das unidades da Amaggi Agro. Foi ali que, em 2020, teve seu primeiro contato com a cultura do algodão, participando ativamente da implantação da algodoeira da fazenda. Após um ano no programa de desenvolvimento como trainee, assumiu a posição de líder de apoio à produção, onde acompanhou de perto a armazenagem e expedição da pluma de algodão. Posteriormente, tornou-se coordenadora da algodoeira, estando diretamente envolvida no processo produtivo. Atualmente, como supervisora da algodoeira, lidera uma equipe que, nos períodos de pico, conta com 110 colaboradores, dos quais 99% são homens. No início, Roselaine enfrentou certa resistência por parte da equipe masculina. No entanto, sua paixão pelo trabalho e o acolhimento recebido foram fundamentais para superar essas barreiras. "Acredito que o que me fez apaixonar pela cotonicultura foi o acolhimento que eu tive por ser uma mulher nesse ambiente agro, por parte da empresa, e pela minha equipe de colaboradores da Fazenda Tanguro", diz. Desde o início das operações de beneficiamento, a unidade aderiu ao Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), refletindo seu compromisso com práticas sustentáveis e socialmente responsáveis. Roselaine participou ativamente desse processo de certificação, evidenciando a importância da sustentabilidade desde a produção agrícola. Ela observa que o agro está se abrindo cada vez mais à participação feminina, especialmente em cargos de liderança. "Hoje, podemos observar muitas mulheres à frente de equipes, e vemos que o ambiente está realmente se abrindo", destaca. "Se você tem vontade e acredita que tem as qualificações necessárias e quer estar no agro, não desista e não deixe que outras pessoas te desencorajem, independentemente de qualquer coisa, a liderança se faz pelo exemplo", aconselha. Jennifer Onetta: determinação e excelência na operação do algodão Engenheira Agrícola e Ambiental formada pela Universidade Federal de Mato Grosso (MT), Jennifer iniciou sua jornada no algodão em 2019, diretamente na operação de beneficiamento da fibra. Ela é gerente de Operações na Elisa Agro Sustentável, localizada em Britânia (GO). Desde então, tem se destacado em um ambiente ainda predominantemente masculino, liderando equipes e implementando melhorias que elevaram a eficiência e a qualidade dos processos na algodoeira em que atua. "Sempre busquei a competência e mostrar que sou capaz, assim como qualquer outro profissional. No fim, estamos todos trabalhando pelo mesmo objetivo", afirma Jennifer. Seu comprometimento se traduz em resultados concretos. Sob sua gestão, a unidade otimizou a produção e conquistou a certificação ABR, garantindo que a fazenda opera dentro dos padrões de sustentabilidade e segurança. Atualmente, Jennifer é a única mulher na operação da algodoeira, liderando uma equipe que, na safra, pode chegar a 50 trabalhadores. "No início, tive que me posicionar, demonstrar conhecimento e segurança. Mas, hoje vejo que esse espaço está cada vez mais sendo ocupado por mulheres, e isso é um grande avanço", comemora. "Nosso foco é manter o padrão de qualidade e garantir que a certificação seja mantida”, reforça. Quando questionada sobre o que diria a outras mulheres que desejam entrar no setor, Jennifer é enfática: "Nós, mulheres, somos capazes de conquistar tudo o que quisermos. Basta ter coragem e força de vontade. Nada é impossível!" Carol Martignago: a força feminina que inspira e transforma o algodão brasileiro Desde pequena, Carol Martignago já respirava o algodão. Cresceu acompanhando a família no campo, em meio às plantações que, há mais de 20 anos, fazem parte da história do Grupo Três Estrelas, em Primavera do Leste (MT). Mas foi na faculdade de Agronomia que veio a paixão definitiva pela cultura. Durante um estágio na fazenda, percebeu que o algodão exigia dedicação, conhecimento e, acima de tudo, um olhar atento aos detalhes – características que ela incorporou naturalmente à sua trajetória. O caminho, no entanto, não foi simples. Carol enfrentou desafios, olhares duvidosos e algumas barreiras invisíveis. Mas provou que competência não tem gênero. Hoje, como diretora do Grupo Três Estrelas, ela lidera uma equipe de aproximadamente 600 colaboradores, sendo 30% mulheres. "Desde o início, percebi que, mais do que provar meu valor, eu precisava conquistar a confiança da equipe. Nunca enxerguei preconceito direto, mas sabia que era um ambiente diferente para mim. O que fez a diferença foi a forma como os funcionários me acolheram e me ensinaram. Eles entenderam que eu estava ali para somar e crescer junto com eles", conta Carol. Além da gestão do grupo, Carol se dedica à manutenção da certificação do algodão brasileiro, sendo responsável pelos selos ABR e BC (Better Cotton), na empresa. Com visão estratégica, ela provou que a certificação era uma necessidade para a competitividade e sustentabilidade do algodão brasileiro. "Hoje, é impossível comercializar o algodão sem a certificação. Ela garante que nosso produto respeita normas ambientais, sociais e trabalhistas, trazendo confiabilidade para o mercado", explica. Para Carol, o futuro do agro passa, inevitavelmente, pela força feminina. "Cada mulher precisa reconhecer seu valor e impacto na sociedade. Nossa presença no agronegócio transforma, inova e inspira. O mundo precisa de cada uma de nós", finaliza.
Cotton Brazil tem avanços concretos com Missão Índia-Paquistão
07 de Março de 2025Segundo e terceiro maiores consumidores de algodão, Índia e Paquistão foram os dois primeiros países a serem visitados pelo Cotton Brazil em 2025. Uma comitiva formada por oito representantes da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) esteve de 17 de fevereiro a 1º de março nas cidades de Coimbatore e Mumbai, na Índia, e Karachi, Lahore e Islamabad, no Paquistão. O Cotton Brazil é o programa de promoção internacional do algodão brasileiro, realizado pela Abrapa em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). A Anea apoia a iniciativa. O intercâmbio brasileiro gerou avanços concretos. “As indústrias têxteis indianas podem aumentar a eficiência utilizando o algodão brasileiro. Por isso, iniciamos uma aproximação entre especialistas têxteis da Índia e produtores brasileiros. Técnicos indianos visitarão, ainda neste ano, fazendas, laboratórios e algodoeiras brasileiras para aprenderem como aproveitar melhor a fibra nacional”, pontuou o vice-presidente da Abrapa, Celestino Zanella. Além de segundo maior produtor e consumidor mundial de algodão, a Índia é detentora do segundo maior parque industrial têxtil do globo. No entanto, o Brasil – maior exportador no ciclo 2024/25 – responde por apenas 4% do mercado indiano. Não à toa, o país mais populoso do mundo é um dos que o programa Cotton Brazil passou a visitar pelo menos uma vez por ano, com missões já realizadas em 2024 e 2025. A estratégia tem dado bons frutos. De agosto de 2024 a janeiro de 2025, a Índia importou praticamente 112.000 toneladas de algodão do Brasil, volume 14 vezes superior às 8.000 toneladas registradas na temporada 2024/25. “Nos últimos seis meses, embarcamos para Índia um volume superior à soma dos últimos dez anos”, pontuou o diretor de Relações Internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte Monteiro. No Paquistão, o governo local comprometeu-se a suspender a exigência de fumigação do algodão brasileiro no desembarque nos portos locais. A fumigação é uma exigência feita por alguns países para evitar riscos sanitários e, atualmente, é realizada tanto na saída das cargas brasileiras quanto na chegada nos portos paquistaneses. “Entregamos ao governo paquistanês um estudo técnico que fizemos em parceria com a All Pakistan Textile Mills Association (APTMA), mostrando que o procedimento não é necessário”, afirmou o diretor. A dispensa da fumigação tende a facilitar ainda mais o comércio entre Brasil e Paquistão. Hoje, o algodão brasileiro responde por 24% das importações paquistanesas, com tendência de aumentar. Isso porque a produção própria no país está em queda. O Paquistão é o terceiro maior consumidor e o quarto maior importador de algodão no mundo. No ano comercial 2023/24, o Brasil exportou 165 mil toneladas para o Paquistão. Nos seis primeiros meses do ciclo 2024/25, foram embarcadas 157,36 mil toneladas – sinal de que as vendas serão maiores. Programação. A Missão Índia-Paquistão teve uma programação diversificada, com reuniões institucionais, visitas técnicas, participação em evento setorial e contatos comerciais. A Abrapa promoveu ainda quatro edições do seminário “Cotton Brazil Outlook” – em Coimbatore e Mumbai, na Índia, e em Karachi e Lahore, no Paquistão. Os representantes da Abrapa e da Anea apresentaram dados atualizados sobre a safra brasileira de algodão e estatísticas de exportação. Além disso, os eventos incluíram espaço para perguntas e respostas. Em Coimbatore, o presidente da Southern India Mills' Association (SIMA), Dr. S K Sundararaman, foi o convidado de honra do evento. Já em Mumbai, coube a Rakesh Mehra, presidente da Confederação da Indústria Têxtil Indiana (CITI), ser o “Guest of Honours” do evento brasileiro. Em Karachi, o seminário contou com a presença do presidente da APTMA – Sul, Naveed Ahmed, e, em Lahore, Asad Shafi, presidente da APTMA – Norte representou a entidade no evento. A associação foi parceira da Abrapa na elaboração da programação da missão brasileira no Paquistão.
Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa
07 de Março de 2025Destaque da Semana 1 - A semana foi marcada por nova escalada na guerra comercial entre China e EUA. O conflito, iniciado em 2018, recrudesceu nos últimos anos, principalmente com a assinatura do acordo comercial da Fase 1 em jan/20. Destaque da Semana 2 - As tensões aumentaram no mês passado, quando os EUA impuseram uma tarifa de 10% sobre produtos chineses, levando a retaliações da China, mas ainda sem envolver o agro. Destaque da Semana 3 - Nesta semana, os EUA elevaram as tarifas para 20%. A China taxou em 15% produtos como frango, trigo, milho e algodão, e em 10% a soja, carne suína e bovina. Destaque da Semana 4 - As medidas chinesas pressionaram as cotações de algodão na bolsa de NY e imprimiram certo pânico no mercado, que registrou o segundo maior volume de futuros da história. A queda não atingiu o limite de baixa no dia e as perdas foram parcialmente recuperadas nos dois pregões seguintes. Algodão em NY - O contrato Jul/25 fechou nesta quinta 06/mar cotado a 66,33 U$c/lp (-2,0% vs. 27/fev). O contrato Dez/25 fechou em 68,09 U$c/lp (-0,8% vs. 27/fev). Basis Ásia - Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia: 933 pts para embarque Mar/Abr-25 (Middling 1-1/8" (31-3-36), fonte Cotlook 06/mar/25). Baixistas 1 - Escalada na guerra comercial EUA-China, como relatado acima, foi o principal fator baixista da semana, levando a um desabamento nas cotações para os níveis mais baixos em mais de quatro anos. Altistas 1 - Seca severa a extrema continua se expandindo no sul e centro do Texas, afetando o plantio de algodão nos EUA. No oeste do estado, maior produtor do país, a seca moderada a severa avança, mas o plantio ainda está distante. Altistas 2 - Queda nos preços do algodão e clima seco bem no meio das decisões de plantio são sinais de que a área plantada pode ser reduzida. Altistas 3 - O atual patamar de preço, descontados os custos logísticos, equivale ao preço mínimo do produtor norte-americano (Loan Rate). O baixo interesse deles em vender nesses níveis pode ajudar na recuperação das cotações. Impactos da guerra comercial EUA-China para o setor do algodão do Brasil Pontos Positivos para o algodão brasileiro Melhoria do basis na Ásia (basis é o prêmio de venda no exterior, um valor acima da cotação da bolsa) Maior competitividade no principal mercado importador global, a China Pontos Negativos para o algodão brasileiro Queda nas cotações da Bolsa de NY. Na primeira fase da guerra comercial, o aumento no basis não compensou a queda na bolsa, levando a um preço final menor ao produtor Maior concorrência em outros mercados do algodão do Brasil Menor espaço para crescimento do Brasil na China, já que o país já quadruplicou sua presença no mercado chinês desde 2018. Risco de redução na importação chinesa de algodão. O algodão importado pela China é insumo para a exportação de produtos acabados ou semi-acabados. Se a China exportar menos têxteis para os EUA, reduzirá a importação da pluma. Conclusão O algodão brasileiro soube aproveitar com sucesso as oportunidades geradas na primeira fase da guerra comercial (2018-2020) e, nesta nova escalada do conflito, deve colher alguns benefícios imediatos. No entanto, em médio e longo prazos, a instabilidade causada pela disputa comercial entre as duas maiores potências globais gera enormes incertezas. Essa instabilidade prejudica o comércio e a economia globais e impacta a demanda agregada por algodão, pressionando cotações e comprometendo o crescimento sustentável do setor, tanto no Brasil quanto no mundo. Exportações - Os dados de exportação desta semana serão divulgados somente à tarde desta sexta-feira. Beneficiamento 2023/24 - Até ontem (06/03), foi finalizado o processo de beneficiamento nos estados de GO, MA, MG, MS, PI, PR e SP, restando apenas os estados da BA (99%) e MT (99,8%). Total Brasil: 99,68%. Plantio 2024/25 - Até ontem (06/03), foi finalizado o plantio nos estados da BA (100%), MA (100%), MS (100%), MT (100%), PR (100%) e SP (100%), restando apenas os estados de GO (96,88%), MG (99%) e PI (98,13%). Total Brasil: 99,9%. Preços - Consulte tabela abaixo Quadro de cotações para 06-03 Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil - cottonbrazil@cottonbrazil.com
Com tarifaço de Trump, Brasil pode ganhar com agro, calçados e roupas. Analistas explicam por quê
06 de Março de 2025Em meio ao tiroteio comercial entre EUA, Canadá, México e China, iniciado por Donald Trump, o Brasil pode sair ganhando em algumas frentes. É o caso das exportações do agronegócio, como carnes, soja e algodão, ou de alguns produtos industriais, como calçados e têxteis. Por outro lado, efeitos colaterais de médio e longo prazos — mais inflação e menos crescimento na economia mundial ou a inundação de industrializados chineses no mercado brasileiro — poderão superar as oportunidades, dizem especialistas e representantes do setor produtivo. Em resposta a Trump, o governo da China anunciou aumento de taxas sobre produtos agrícolas americanos. EUA e Brasil competem como maiores exportadores mundiais em diversas culturas, como soja, milho e algodão. Seria então uma oportunidade para os produtores brasileiros venderem mais para a China, maior importadora do mundo. Segundo Ricardo Santin, presidente da ABPA, associação de produtores de carne de frango e porco, a principal oportunidade para os brasileiros pode vir com melhores retornos. Isso porque a elevação de tarifas da China sobre as vendas americanas de frango e suínos aumentará os preços no mercado chinês. Os brasileiros poderão, então, redirecionar as vendas de outros mercados que pagam menos e mandar mais para a China. — Temos um concorrente (os EUA) que acaba de ter tarifação de 15% no frango e 15% nos suínos (no mercado chinês). E temos os canais abertos para exportação para a China — disse Santin. A Abrapa, associação que representa os produtores de algodão, citou o aumento de preços de venda como um efeito positivo no curto prazo, mas ponderou, em nota, que, no médio e longo prazos a instabilidade provocada pela disputa comercial vai gerar incertezas, o que pode “impactar a demanda agregada”. Para os produtores de grãos também poderá haver oportunidades de ampliação das vendas para o mercado chinês, mas, por enquanto, o momento é de esperar, segundo Alexandre Baumgart, sócio e presidente das Fazendas Reunidas Baumgart, que produzem soja, milho e gado de corte em Rio Verde, sudoeste de Goiás: — Estamos, no momento, em espera. Os custos de matérias-primas subiram e, em meio ao caos, nem valor da soja para fevereiro do ano que vem nós temos. Negócios congelados A comercialização antecipada das safras é algo corriqueiro, mas, por causa das incertezas no comércio global, está paralisada, explicou o produtor rural. Na mesma altura do ano em 2024, as Fazendas Reunidas Baumgart já tinham negociado 25% da safra 2024/2025 de soja, que está sendo colhida agora. Neste ano, nada foi negociado ainda. A especialista em comércio exterior Lia Valls, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), também chama a atenção para os efeitos colaterais: — A situação é tão conturbada que o resultado final poderá ser negativo. A taxa de câmbio sempre foi volátil mesmo, mas as tarifas eram vistas como um cenário de mais estabilidade. Agora, Trump tornou a tarifa algo instável. A incerteza poderá provocar um desarranjo nas cadeias globais da indústria, levando a uma triangulação das empresas para produzir em países onde não houver cobrança, disse o professor de economia chinesa do Insper, Roberto Dumas: — No médio prazo, essa guerra de tarifas aponta para uma desordem nas cadeias de suprimentos, mas não é fácil, por exemplo, para uma empresa deixar de produzir na China e ir para o Vietnã. No caso da indústria de calçados, há riscos e oportunidades. No ano passado, o Brasil exportou 10,28 milhões de pares para o mercado americano, uma queda de 3,3% ante 2023, mas, com as tarifas impostas a México, Canadá e China, maior produtora de calçados do mundo, as vendas brasileiras para os EUA poderiam crescer. — Se não houver nenhum tarifaço sobre os produtos brasileiros, vemos oportunidade de crescimento das exportações para os EUA, que já é o nosso principal destino. Ao mesmo tempo, há o risco do excedente da produção chinesa, que deixaria de ser exportado aos EUA, vir parar no Brasil — disse Haroldo Ferreira, presidente-executivo da Abicalçados, que representa a indústria nacional. Risco semelhante existe na indústria têxtil, disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel: — Não temos muito a ganhar quando o mundo entra em conflagração, ainda que, no curto prazo, ganhemos um espaço de comércio aqui ou ali. Luiz Ribas Jr, gestor de mercado internacional da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), diz que há boa chance de ampliar as vendas de insumos para o México.
China X EUA: Agro vê tarifas com cautela, mas indica que Brasil tem oportunidades
05 de Março de 2025O início das taxações americanas sobre produtos do México, Canadá e China nesta terça-feira, 4, causou uma escalada no conflito comercial entre as nações. Os chineses anunciaram retaliações sobre produtos agropecuários dos Estados Unidos, como soja, algodão, milho e carnes. Dependendo do produto, a tarifa adicional é de 10% ou 15%. Esse movimento nas relações de venda e compra pode trazer benefícios para o Agro brasileiro. No entanto, a máxima da prudência tem sido observada pelos produtores e exportadores brasileiros de commodities agropecuárias. O Agro Estadão conversou com algumas das principais entidades representativas do setor para entender o clima e as possíveis oportunidades para o Brasil. Frango e suínos No caso das carnes de frango e suína, a taxa que Pequim definiu foi de 15% e 10%, respectivamente. O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, afirma que “ainda é cedo” para tirar conclusões sobre o impacto para as exportações brasileiras dessas carnes. “Da outra vez, houve uma troca de tarifas, mas depois acabou resultando em um acordo. Naturalmente, estando como está, é possível que o Brasil seja mais procurado exatamente por ser uma alternativa que vai se tornar mais barata”. No ano passado, o país asiático importou 562,2 mil toneladas de frango brasileiro e 241 mil toneladas de carne suína. Na comparação com 2023, os volumes foram 17,6% e 38% menores, respectivamente. No ranking dos principais países compradores desses produtos brasileiros, a China ficou em primeiro nos destinos de carne de frango e em segundo para a carne suína. O presidente da ABPA explica que não necessariamente o volume geral de exportações brasileiras deva aumentar, mas pode acontecer de os preços serem reajustados e haver uma troca de destinos — outros mercados perderem volumes na hora das negociações. “Isso, talvez, possa fazer preço. Não significa que vamos vender muito mais volume [geral], mas você pode realocar volumes de outros mercados. Isso vai depender da dinâmica de mercado”. No dia a dia das negociações, os exportadores brasileiros tendem a priorizar os clientes cativos. “Eles não vão mexer nesses aí”, pondera Santin. A parte flexível está nas vendas à vista, imediatas, que costumam ser mais elásticas nos preços e volumes. “Essa parte flutuante é que vai, talvez, ter uma migração [para a China]. Mas ainda não dá para determinar uma porcentagem”. Outros pontos levantados na análise de Santin é a destinação da produção norte-americana e possíveis retaliações do México e Canadá. Os mexicanos, por exemplo, são grandes compradores de carne suína e de frango norte-americanos. Uma taxação mexicana nesses produtos pode causar outras dinâmicas no mercado internacional. Quanto a um possível impacto no mercado interno, o presidente da ABPA diz que não deve ter efeitos práticos. As carnes estão na mira do Governo Federal para que os preços internos possam abaixar. Com mais exportações, o valor interno desses produtos poderia subir e pressionar a inflação dos alimentos. Santin aponta que o risco disso acontecer é inexistente. “Nossa indústria deixou o aumento da disponibilidade estável para o mercado interno desde a pandemia. Esses movimentos que estão se acenando não influem no nosso mercado interno, que é o nosso maior cliente. O Brasil não vai tirar comida do mercado brasileiro para jogar numa venda à vista que amanhã pode parar. Você conquista uma cota de mercado com oferta e é difícil de conquistar. Esse risco não há”, garante. Milho e sorgo A China não figura entre os principais compradores do milho brasileiro, respondendo por apenas 6% das exportações do grão do no ano passado. No entanto, junto com a Argentina e os Estados Unidos, o Brasil faz parte da Aliança Internacional do Milho (Maizall), uma coalizão de associações de produtores de milho responsáveis por 50% da produção mundial do grão e cerca de 80% do comércio internacional. Com o cenário atual, em que a Argentina enfrenta problemas climáticos na safra e os Estados Unidos estão envolvidos em uma disputa comercial com a China, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo (Abramilho), Paulo Antônio Bertolini, acredita que o Brasil tem potencial para se posicionar como uma alternativa viável e segura para atender à demanda chinesa. “O Brasil é o único país com condições de responder rapidamente à demanda. Temos área para expansão, tecnologia, qualidade de produto, sustentabilidade e produtores extremamente competentes”, afirma Bertolini. Ao Agro Estadão, Bertolini lembra que a abertura do mercado chinês para o milho brasileiro ocorreu recentemente, no final de 2022. No ano seguinte, o país asiático se tornou o principal destino das exportações brasileiras do produto. Esse avanço ocorreu justamente no ano em que o Brasil teve uma produção recorde de mais de 130 milhões de toneladas de milho, o que fortaleceu a posição do país no mercado global. No entanto, em 2023, a China também teve uma boa safra de milho — sendo o segundo maior produtor mundial, atrás apenas dos Estados Unidos —, o que resultou em uma redução significativa nas importações do Brasil. Cenário repetido em 2024, quando a China importou 13,64 milhões de toneladas do cereal — recuo de 49,7% na comparação com 2023. Por isso, o setor enxerga com cautela o atual conflito comercial. “Não podemos esperar grandes mudanças na importação de milho pela China. Além do mais, a China começa com o plantio de sementes transgênicas este ano, o que deve gerar um incremento significativo na sua produtividade e produção do país”, ressalta o presidente da Abramilho. Algodão A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) avalia que as tarifas chinesas impostas sobre os Estados Unidos terão efeitos positivos e negativos para o setor. Entre as vantagens apontadas por Gustavo Piccoli, presidente da Abrapa, estão a melhoria do prêmio de venda na Ásia e uma maior competitividade do algodão brasileiro na China, maior importador global. “Temos a possibilidade de aumentar as exportações no curto prazo”. No ano passado, o Brasil ultrapassou os Estados Unidos e se consolidou como o maior exportador mundial de algodão, vendendo cerca de 2,8 milhões de toneladas do produto, de acordo com dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Os chineses responderam por cerca de 50% dessa fatia. No entanto, como efeito negativo, a guerra comercial entre as duas maiores potências econômicas globais pode estimular uma menor competitividade dos produtos têxteis da China (maior indústria têxtil do planeta) nos Estados Unidos, que é o principal importador do produto. “A demanda chinesa por algodão importado pode ser reduzida”, destaca Piccoli. O presidente da Abrapa indica, ainda, como desvantagem, um aumento da concorrência em outros mercados, além da queda nas cotações da Bolsa de Nova York, que servem de base para os contratos no Brasil.
Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa
28 de Fevereiro de 2025Destaque da Semana - O USDA e a consultoria Cotlook divulgaram previsões divergentes sobre demanda em 25/26. Missão Cotton Brazil à Índia e Paquistão chega ao fim com ótimos resultados. Algodão em NY - O contrato Jul/25 fechou nesta quinta 27/fev cotado a 67,68 U$c/lp (-1,2% vs. 20/fev). O contrato Dez/25 fechou em 68,67 U$c/lp (-0,7% vs. 20/fev). Basis Ásia - Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia: 738 pts para embarque Mar/Abr-25 (Middling 1-1/8" (31-3-36), fonte Cotlook 27/fev/25. Baixistas 1 - Nesta semana, Donald Trump, presidente dos EUA, anunciou mais 10% de tarifa sobre produtos chineses, além dos 10% já em vigor desde o início do mês. Baixistas 2 - Os preços do petróleo caíram esta semana devido a um aumento nos estoques dos EUA, sinalizando uma demanda fraca. Baixistas 3 - Também contribuiu para o cenário baixista da semana a alta no índice do dólar americano. Altistas 1 - As previsões para 2025/26 divulgadas no USDA Outlook Forum 2025 que ocorre em Washington estão entre neutras a otimistas. Altistas 2 - O USDA confirmou a queda de área plantada nos EUA em 11%, divergindo levemente do National Cotton Council (NCC). Altistas 3 - Enquanto o USDA previu 10 milhões de acres para 2025/25, o NCC projetou 9,6 milhões de acres. Altistas 4 - Globalmente, o USDA previu consumo (25,9 milhões tons) maior que produção (25,4 milhões tons), resultando em redução dos estoques finais. O&D mundial 1 – Por outro lado, a consultoria Cotlook estimou o consumo mundial em 2025/26 em 24,6 milhões tons (1,3 milhões tons a menos que o USDA). O&D mundial 2 – A consultoria de Liverpool previu que a safra mundial em 2025/26 será de 25,3 milhões tons, em linha com os 24,4 milhões tons projetados pelo USDA. Safra mundial 3 – A grande divergência entre os dois números de demanda vai dar o que falar ao longo dos próximos meses. EUA - O período de plantio de algodão se aproxima nos EUA. Os produtores esperam por mais chuvas para começarem o trabalho. China 1 - Pesquisa recente da China Cotton Association (CCA) indica que a área plantada com algodão em 2025 será de 2,9 milhões ha - 0,8% a mais frente 2024. Paquistão 1 - O plantio precoce no Paquistão segue a passos lentos no país devido às baixas temperaturas. Paquistão 2 - O algodão precoce (até 31/março) é o ideal em termos climáticos, e em média a produtividade é duas vezes maior que na safra normal. Paquistão 3 - Durante a missão Cotton Brazil no país esta semana, o Ministério da Agricultura local garantiu a representantes da Abrapa e ANEA que irá suspender a fumigação de algodão brasileiro na chegada aos portos paquistaneses. Paquistão 4 - O governo paquistanês também irá analisar a suspensão da fumigação obrigatória no embarque do algodão no Brasil, após conhecer estudo técnico conjunto da Abrapa e APTMA (associação da indústria têxtil local). Austrália - A colheita de algodão toma ritmo em alguns estados da Austrália, embora deva se intensificar mesmo nos próximos meses. Missão Índia-Paquistão 1 - Após mais de 5.000 km percorridos entre Índia e Paquistão, quatro eventos, várias reuniões e visitas a fiações, termina hoje a primeira missão Cotton Brazil de 2025. Missão Índia-Paquistão 2 - No mercado indiano, principalmente no sul do país, o foco foi na abertura de mercado, uma vez que ainda há grande desconhecimento sobre o algodão do Brasil na região. Missão Índia-Paquistão 3 - As indústrias indianas são um importante mercado para o algodão brasileiro. Somente nos últimos seis meses, a Índia importou mais algodão do Brasil do que nos últimos oito anos somados. Missão Índia-Paquistão 4 - Por sua vez, o Paquistão, 3º maior consumidor de algodão do mundo, já é um grande mercado consolidado da fibra brasileira. Industriais de Karachi, Lahore e Islamabad receberam muito bem o grupo brasileiro. Exportações - As exportações brasileiras de algodão somaram 225,4 mil tons até a terceira semana de fevereiro. A média diária de embarque é 10,6% superior que a registrada no mesmo mês de 2024. Beneficiamento 2023/24 - Até ontem (27/02), foi finalizado o beneficiamento nos estados de GO, MA, MG, MS, PI, PR e SP, restando apenas os estados da BA (99%) e MT (99,6%). Total Brasil: 99,53%. Plantio 2024/25 - Até ontem (27/02), foi finalizado o plantio nos estados da BA (100%), MA (100%), MS (100%), MT (100%), PR (100%) e SP (100%), restando GO (96,8%), MG (99%) e PI (96,61%). Total Brasil: 99,87%. Preços - Consulte tabela abaixo ⬇ Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil - cottonbrazil@cottonbrazil.com Quadro de cotações para 27-02