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50ª Reunião da Câmara Setorial do Algodão e Derivados
04 de Abril de 2018

De acordo com o presidente da Associação Nacional da Indústria Têxtil e de Confecções (Abit), Fernando Pimentel, os números apurados primeiro bimestre de 2018 são positivos, assim como as projeções para o restante do ano. “Nossa expectativa é de um crescimento da ordem de 3,5% para o segmento de confecção e de 4 a 4,1% para a indústria têxtil, com geração de 16 a 20 mil postos formais de trabalho”, afirma. Pimentel diz que o aumento das importações irregulares e/ou desleais preocupa a indústria. “Não temos uma visão autárquica do país, mas algumas situações nos afligem, como a entrada de produtos oriundos de países que concorrem desigualmente conosco em termos de compliance, as que apresentam características de irregularidades no processo, e os contrabandos. Outra questão no radar da indústria, segundo Pimentel, é a agenda de competitividade do Brasil, ligada às políticas públicas e industriais”, elenca. O presidente da Abit afirma que, nesse período, o setor tem investido na modernização das suas plantas industrias para conquistar ganhos em produtividade e qualidade. Sobre a recessão que a economia brasileira amargou nos últimos anos, com efeitos diretos sobre a indústria têxtil e de confecções, Pimentel acredita, que, aparentemente, o pior já passou. “Mas não dá para falar ainda que estamos entrando num ciclo de desenvolvimento sustentável, até que se façam todas as reformas necessárias. Há muito o que fazer para o país entrar num novo ciclo, sobretudo reforma da Previdência e tributária, sob pena de o país ficar novamente com crescimento medíocre, de 1 a 2%”, concluiu.

50ª Reunião da Câmara Setorial do Algodão e Derivados
04 de Abril de 2018

Se depender de estados como São Paulo, Bahia, Mato Grosso do Sul e Piauí, que deverão ser os primeiros a colocar as colhedeiras em campo em 2017/2018, o Brasil terá condições de suprir totalmente a demanda da indústria nacional no chamado período de entressafra, que compreende, principalmente, os meses de maio e junho, sem que haja necessidade de importação. A previsão é uma resposta ao pleito da Abit para que o país possa importar a matéria-prima, com os benefícios fiscais concedidos aos produtos incluídos na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (Letec), para atender à demanda de pequenas indústrias no período. Quarto maior exportador mundial de algodão, o Brasil não contempla, atualmente, a fibra na Letec, instrumento previsto pelo Mercosul para permitir que os integrantes do bloco apliquem alíquotas de importações diferentes da Tarifa Externa Comum (TEC). A cota pleiteada pela Abit é de 30 mil toneladas, com desembaraço até o final de junho. O benefício seria usufruído por pequenas malharias, tecelagens ou fiações. “Essas empresas vêm de uma recessão severa acumulada nos anos de 2015 e 2016. Passam por um processo de desalavancagem e não têm folga nem sofisticação tecnológica para operar. A quantidade representará menos de 2% da safra. Acreditamos que isso não vá causar danos ao mercado, mas pode ajudar muito aos pequenos produtores”, argumenta Fernando Pimentel. De acordo com os cotonicultores, um aporte de 30 mil toneladas de algodão importado, no momento em que o Brasil inicia a colheita, teria um impacto grande em estados como São Paulo, que começa a produzir em abril, e concentra em seu território boa parte da indústria nacional, inclusive as pequenas. Peter Derks, diretor-presidente da Associação Paulista dos Produtores de Algodão (APPA), explica que São Paulo deverá ter uma safra de 11,7 mil toneladas de pluma, contra 3,5 mil em 2016/2017, colhida em mil hectares na região de Campos de Holambra. “Só produzimos de abril a junho. Depois disso, não temos mais algodão”, afirmou. Já a Bahia, que amargou uma seca severa até 2016, voltou à normalidade climática e a previsão é de uma safra de 465,1 mil toneladas, que começa a ser colhida já em maio. “Vamos ter algodão suficiente para atender à indústria nacional nesse período, diferentemente da safra passada, em que houve atraso no plantio”, garante o presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Júlio Busato. Além de Bahia e São Paulo, Mato Grosso do Sul e Piauí também terão fibra disponível no período. Representando a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), o produtor Walter Horita ressaltou que o instrumento da Letec existe para garantir a oferta em caso de desabastecimento de matéria-prima, o que não se aplica à super safra esperada para 2017/2018. “Suspender uma tarifa de importação, mesmo que não aconteça de fato a compra, já impacta no mercado. Tudo é questão de planejamento. Existe algodão no Brasil, na mão de produtores e tradings, guardado para ser vendido com preço melhor na entressafra. É uma mudança de regra no meio do caminho, muito grande, para tão pouca necessidade”, afirma.

50ª Reunião da Câmara Setorial do Algodão e Derivados
04 de Abril de 2018

Para a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), Henrique Snitcovski, a janela para realizar uma importação dessa natureza é curta e, a cada dia que passa, fica menor. A dificuldade é agravada pelos problemas por que passam os Estados Unidos com relação à qualidade de parte da sua safra, que apresenta micronaire abaixo do esperado pela indústria. “Nossa atuação é de neutralidade, mas com o compromisso de apresentar os números para que o setor possa, conjuntamente, tomar uma decisão coerente e acertada. O momento da discussão é importante, e o setor sempre atuou em conjunto, de maneira transparente, para que nenhuma das partes saia prejudicada. Em condições normais de qualidade, o algodão dos EUA seria o mais semelhante ao brasileiro. Mas, nas circunstâncias atuais, mesmo com o benefício temporário na tributação, ele poderia sair mais caro que o próprio algodão nacional, portanto, é importante desmistificar a sensação de comportamento de preço e substituí-la pela preocupação em relação ao abastecimento”, argumenta Snitcovski. Além disso, de acordo com a Anea, os Estados Unidos, como o maior exportador mundial, já estão com a logística praticamente tomada, para os embarques do mês de abril. “A gente sabe que poucas indústrias têm habilidade para realizar uma importação. O importante é analisar os números e tomar a decisão em tempo hábil, porque, com a passagem dos dias, fica mais complicado fazer uma execução internacional”, conclui Snitcovski. Após as manifestações, o presidente da Abit, Fernando Pimentel, reforçou que “dentro do timming, havendo uma concordância do grupo, vamos trabalhar rapidamente com o Mapa e o MDIC e a Fazenda para incluir o algodão na Letec. Mas entendemos que é um prazo realmente apertado”, admite.

Cotonicultura brasileira é campeã de produtividade sem irrigação
23 de Março de 2018

O dia em que o mundo reflete sobre um dos mais importantes recursos naturais para a vida na terra, a água, é, também, para os produtores de algodão brasileiros, uma razão para celebrar. De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), o Brasil conquistou e mantém o status de campeão mundial em produtividade nas lavouras de algodão em regime de sequeiro, que é como se chama o cultivo sem irrigação. Na safra 2016/2017, dos 940 mil hectares plantados com a commodity, apenas 40 mil (4,3%) foram irrigados.  No ranking geral da produtividade, o país ocupa o quarto lugar, com 1,6 mil quilos de pluma por hectare, atrás de Israel, que colheu 1,76 mil quilos, mas irriga 100% das suas áreas, da Austrália (1,74 Kg/ha), onde a irrigação chega a 95% e da China (1,66Kg/ha), que tem 80% das lavouras dependentes da adição artificial de água. De acordo com o presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura, a cotonicultura brasileira praticada nas últimas décadas encontrou soluções para produzir cada vez mais algodão por hectare, usando apenas a água da chuva. A mais importante delas foi a concentração da cultura no bioma do cerrado, que tem estações secas e chuvosas bem definidas. "Essa é uma vantagem para o calendário da produção, pois o algodão é plantado e se desenvolve na época das chuvas, ficando a colheita para o período de seca. A agricultura de sequeiro consome não apenas menos água, como energia", diz. De acordo com o pesquisador e autor de diversos livros sobre o algodão, Eleusio Curvelo Freire, consultor da Abrapa e coordenador científico do Congresso Brasileiro do Algodão (CBA), um dos maiores mitos sobre a produção da fibra é que ela é altamente demandante de água. "Na verdade, o algodoeiro é uma planta bem resistente à seca, e somente precisa de água mais intensamente nos períodos de plantio e florescimento. Depois das maçãs abertas, quanto menos, melhor", explica o técnico. Ele acrescenta que, além de aproveitar estrategicamente as condições naturais para o plantio, a cotonicultura brasileira, majoritariamente classificada como empresarial, utiliza "variedades tecnológicas de algodão, que, entre outras características, trazem a resistência ao stress hídrico". Arlindo Moura salienta que cuidar da água, para o agricultor, é garantir a sustentabilidade, inclusive econômica, além de ambiental. "Não há como uma atividade agrícola perdurar sem água. O mesmo acontece com o cuidado com o solo, que é um bem limitado, passível de esgotamento. Fazemos rotação de cultura, plantio direto na palha, investimos em tecnologias para diminuir a necessidade de defensivos e para que possamos produzir mais, em menos espaços, sem abertura de novas áreas", exemplifica. "Queremos ver nossos sucessores dar continuidade ao trabalho que desenvolvemos, e isso só é possível com a conservação do patrimônio natural", afirmou. Moura ainda destacou que o cumprimento à risca da legislação ambiental e da trabalhista é condição indispensável para o setor algodoeiro, que exporta em torno de 70% da produção. O atendimento às leis e normas é diretamente atrelado, também, ao crédito agrícola. "E sem crédito a gente não planta", lembra. Compromisso com a água O Brasil é o maior produtor mundial de algodão sustentável. Em 2017, aproximadamente 30% de toda a fibra licenciada pela entidade suíça, de respaldo internacional, Better Cotton Initiative (BCI), saíram de lavouras brasileiras. Desde 2013, a BCI opera em benchmarking com o programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que é gerido pela Abrapa e estabelece as diretrizes, além de certificar as boas práticas em sustentabilidade na cotonicultura. O ABR derivou de uma iniciativa desenvolvida pela Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), em 2005, e foi replicado nacionalmente pela Abrapa, a partir de 2009. Só na safra 2016/2017, 76% da pluma produzida no Brasil e 74% da área plantada foram certificadas. No período, o país produziu 1,2 milhão de toneladas de pluma em 682 mil hectares de lavouras. "Tanto o ABR quanto a BCI têm, como um dos principais itens de exigência para a certificação, o compromisso com a preservação da qualidade da água dentro das propriedades. Nenhum tipo de contaminação é permitido, e o uso dos recursos hídricos nas lavouras de algodão, quando irrigadas, tem de ser racional. Isso coloca os produtores de algodão do Brasil na dianteira do movimento em prol da preservação do meio ambiente e da água", conclui Arlindo Moura.

Cotonicultura brasileira é campeã de produtividade sem irrigação
21 de Março de 2018

Um dos maiores mitos sobre a produção de algodão é que ela é altamente demandante de água. Na verdade, o algodoeiro é uma planta bem resistente à seca, e somente precisa de água mais intensamente nos períodos de plantio e florescimento. Depois das maçãs abertas, quanto menos, melhor. A cotonicultura brasileira praticada nas últimas décadas encontrou soluções para produzir cada vez mais algodão por hectare, usando apenas a água da chuva. A mais importante delas foi a concentração da cultura no bioma do cerrado, que tem estações secas e chuvosas bem definidas. Essa é uma vantagem para o calendário da produção. O algodão é plantado e se desenvolve na época das chuvas, ficando a colheita para o período de seca. A essa prática, chama-se lavoura de sequeiro, que, ao contrário da irrigada, consome menos água e energia. O Brasil é o campeão mundial de produtividade de algodão em regime de sequeiro, com 1.745 quilos de pluma de algodão produzidos por hectare plantado. Na safra 2016/2017, apenas 40 mil, dos 940 mil hectares usados para o plantio de algodão, foram irrigados. Isso representa somente 4,3% da área total! Nos principais produtores mundiais, o uso da irrigação é bem maior, chegando a 95% na Austrália, 80% na China e no Paquistão, 40% nos EUA e 15% na Índia. Além de aproveitar estrategicamente as condições naturais para o plantio, a cotonicultura brasileira, classificada como empresarial, utiliza variedades altamente tecnológicas de algodão, que, entre outras características, trazem a resistência ao stress hídrico. Ranking dos quatro países campeões em produtividade em algodão:

Sou de Algodão fecha parceria com a Cedro Textil Resumo
21 de Março de 2018

Empresa símbolo do início da industrialização no Brasil pós-colonial e, ainda hoje, uma das mais importantes em seu setor, a Cedro Textil é a nova parceira do movimento Sou de Algodão, inciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) de fomento e valorização da fibra no mercado interno, que tem como uma de suas vertentes o diálogo com o consumidor final. Este é o segundo engajamento de peso angariado pelo movimento somente no mês de março, quando outra companhia do mesmo segmento, a Cataguases, também aderiu. A Cedro Textil, fundada em 1872, no interior de Minas Gerais, é a mais antiga indústria de tecidos do país, e produz, anualmente, em torno de 168 milhões de metros quadrados de tecidos, principalmente, jeans e artigos da linha workwear, voltada para uniformes e fardamentos, como o brim. Por ano, consome 32 mil toneladas de algodão. “A adesão da Cedro Textil é mais uma prova da percepção da importância do nosso movimento pela cadeia produtiva. Nosso foco é o consumidor final, mas isso só pode ser atingido se todo o setor se mobilizar por um consumo mais natural e sustentável”, explica o presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura. A meta do Sou de Algodão é, ao longo de cinco anos, aumentar em dez pontos percentuais o consumo da fibra no mercado interno. Data emblemática A sustentabilidade, uma das molas-mestras do Sou de Algodão, é, de acordo com o presidente da Abrapa, um grande ponto de afinidade entre a indústria e a causa do Sou de Algodão. A divulgação da parceria, não por acaso, se dá às vésperas de uma data emblemática para o setor, 22 de março, Dia Mundial da Água. Arlindo Moura diz que Brasil é o campeão de produtividade nas lavouras de algodão sem o uso de irrigação. No ranking internacional da produtividade, o país é o quarto colocado, atrás de Israel, Austrália e China, cujos percentuais de irrigação nas lavouras são, em média, de, respectivamente, 100%, 95% e 80%. “No Brasil, a irrigação não chega a 5% na produção de algodão, o que significa que é um grande mito a afirmação de que a atividade demanda muita água. E a Cedro Textil é uma prova de que, mesmo no elo em que o recurso hídrico é usado mais intensamente, a sustentabilidade torna esse uso racional e de baixo impacto”, afirma Moura, referindo-se ao cuidado da indústria centenária com os seus efluentes, e às certificações que a empresa tem conquistado por conta das ações em sustentabilidade. Mesmo diapasão “Assim como o movimento, a Cedro Textil é de algodão. A fibra está presente em todos os produtos que fabricamos, seja na totalidade da matéria-prima, ou na composição da peça. Temos investido com muita força em sustentabilidade, nos últimos anos, porque sabemos que, se não houver um cuidado muito grande, a indústria têxtil pode ser poluente. Por isso, focamos em controle de tingimento, em tratamento de efluentes, certificações e acompanhamento através de ISOs”, diz o diretor-presidente da Cedro, Marco Antônio Branquinho. As metas de sustentabilidade da empresa, ressalta Branquinho, vão além do processo de produção. “Queremos oferecer produtos que tenham como diferencial o apelo sustentável. Que este seja um valor percebido no que produzimos. E o algodão tem grande peso nessa nossa meta, no sentido amplo do conceito, que vai além do ambiental, abarcando também a sustentabilidade econômica e social”, afirma. O diretor-presidente da Cedro Textil diz que o fato do algodão utilizado na indústria, em sua maioria, ter certificação do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), da Abrapa, e também ser licenciado pela Better Cotton Initiative (BCI), é indicativo de que o processo de produção da matéria-prima obedeceu a critérios rígidos de sustentabilidade nos três pilares, em especial, no que diz respeito ao cumprimento das leis trabalhistas e ambientais. “Isso gera valor para o nosso produto final e nos garante, junto com todo o nosso esforço por ser uma indústria em conformidade com esses princípios, o que entendemos como o apelo sustentável, hoje, cada vez mais demandado”, afirma Branquinho. Programa ABR O programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), gerido pela Abrapa, serve de diretriz e certifica as boas práticas em sustentabilidade na cotonicultura. Esse programa derivou de uma iniciativa desenvolvida pela Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), em 2005, e foi replicado nacionalmente pela Abrapa, a partir de 2009. Em 2013, o ABR começou a atuar em benchmarking com a Better Cotton Initiative (BCI), entidade suíça de respaldo internacional e sinônimo de licenciamento de algodão sustentável no mundo. Mais sobre a indústria A Cedro Textil tem 145 anos de fundação e é uma empresa de capital 100% nacional. Embora seja uma S/A, o controle acionário está nas mãos da família descendente dos fundadores, os irmãos Bernardo, Caetano e Antônio Cândido Mascarenhas. Suas quatro fábricas estão localizadas em Minas Gerais, em Sete Lagoas, Caetanópolis e Pirapora, que concentra duas unidades. A companhia emprega em torno de 3,4 mil pessoas.

Cooperação Internacional
19 de Março de 2018

Entre os dias 12 e 14 de março, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) participou, na cidade de Santiago, no Chile, da III Reunião Ampliada do projeto +Algodão, criado para o fortalecimento do setor algodoeiro por meio da cooperação Sul–Sul. O evento, promovido pelo Escritório Regional para América Latina e o Caribe (ALC) da FAO, em colaboração com o Governo do Brasil, através, do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e Agência Brasileira de Cooperação (ABC), contou com a presença de representantes da FAO, ABC, Embrapa, Emater e técnicos da Colômbia, Peru, Paraguai, Bolívia e Equador. Na pauta, o alinhamento das ações realizadas pelos países integrantes do acordo de cooperação firmado em 2012, para formalização do projeto +Algodão e o reforço acerca das regras de governança para o uso dos recursos, provenientes do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA). Dentre as conclusões da reunião, a necessidade de organizar os produtores dos países beneficiários em associações e cooperativas fortes, de certificação de boas práticas sustentáveis na produção e de incorporação de novas tecnologias para o incremento da produtividade nas lavouras. Os países fazem parte do Mercosul, Haiti e África Subsaariana. Na ocasião, o diretor executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero, apresentou a cotonicultura brasileira, um cenário do algodão convencional e orgânico no mundo e o programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que opera em benchmarking com a BCI, enfatizando que a certificação é uma regra básica para garantir a presença do algodão nos mercados mais exigentes, e que, ao adotá-la, os produtores incorporam critérios rígidos de gestão nas suas fazendas, que os levam a utilizar práticas sustentáveis de produção sob os aspectos sociais, ambientais e econômicos. Portocarrero também explanou sobre o modelo de organização dos produtores e de gestão da Abrapa, ao passo que o presidente do IBA, Haroldo da Cunha ressaltou a importância do investimento no desenvolvimento dos países participantes, e a responsabilidade na utilização e prestação de contas dos recursos investidos. “O foco desse acordo é o resgate social. Tratam-se de produtores de perfil de agricultura de subsistência, que podem ter no cultivo da fibra uma excelente opção de melhoria de vida, com impacto no desenvolvimento nacional. Para a Abrapa, o fortalecimento da cotonicultura em bloco, sobretudo no Mercosul, é importante. A China está sinalizando canalizar a demanda por algodão para essa região, para suprir a liberação de área plantada com a commodity para lavouras de alimentos em seu território e oportunidades podem surgir daí”, disse Portocarrero. O presidente do IBA, Haroldo da Cunha, se disse impressionado com a relevância da Abrapa como referência para os cotonicultores desses países. “Tratam-se de produtores muito pequenos e não de concorrentes. O Equador, por exemplo, não produz nem mil toneladas. Nosso apoio está fazendo diferença. Mostramos a evolução da cotonicultura brasileira, desde 1995, como nos organizamos, trabalhamos com certificação de sustentabilidade, fazemos controle de pragas, dentre outros aspectos. Apesar de todas as diferenças agronômicas, e mesmo culturais, este apoio é muito importante para eles”, afirma Cunha. Ele ressalta que o Programa +Algodão é controlado rigorosamente pelo MRE/ABC, com indicadores claros do bom uso dos recursos brasileiros que estão sendo investidos. A escolha por Santiago se deveu ao fato da cidade ser a sede da FAO, ressaltando o caráter mais abrangente da reunião, diferentemente de quando os encontros se dão em países específicos, ocasiões em que se tratam de questões relativas aos países anfitriões, como nos últimos, realizados no início do ano, na Colômbia e no Peru.

SBRHVI – Abrapa promove workshop em manutenção Uster HVI M1000
09 de Março de 2018

Entre os dias 5 e 8 de março, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) promoveu mais uma rodada de treinamentos com os profissionais envolvidos nas análises instrumentais nos laboratórios de análise de fibra que atendem aos cotonicultores brasileiros. O workshop em manutenção Uster HVI M1000 foi realizado no Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), em Brasília, ministrado pelo engenheiro sênior da Uster, Jim Pope. A Uster Technologies é líder global em controle de qualidade têxtil, da fibra ao tecido, sendo uma das principais marcas de instrumentos HVI para análise de algodão. O treinamento faz parte do terceiro pilar do programa Standard Brasil HVI (SBRHVI), que contempla capacitação, orientação, treinamento e atendimento aos laboratórios. Os outros dois pilares são o Banco Nacional de Dados da Qualidade do Algodão Brasileiro e o CBRA. De acordo com o gestor do Programa de Qualidade da Abrapa, Edson Mizoguchi, esta foi a terceira vez que Jim Pope realizou o treinamento no Brasil. “Alguns dos profissionais capacitados essa semana já tiveram a oportunidade de participar de outros cursos com ele, que é uma referência em manutenção, com 40 anos de experiência na área”, afirmou, destacando o perfil didático de Pope, que ajudou a dirimir dúvidas, inclusive, sobre modelos mais antigos das máquinas de HVI. A manutenção é considerada um tópico muito importante para a qualificação dos laboratórios, por isso, na opinião de Mizoguchi, o workshop representou um grande avanço. O curso foi prático e todos os participantes puderam acompanhar e realizar atividades de manutenção. “Jim Pope elogiou a estrutura do CBRA e trouxe algumas informações técnicas que irão dar mais credibilidade ao nosso trabalho e também dos laboratórios”, concluiu o gestor No ano passado, a Abrapa trouxe ao Brasil outro profissional de renome internacional, no escopo dos objetivos do terceiro pilar, o especialista do Centro Global de Pesquisa do Algodão (ICA Bremen), Axel Drieling, que, assim como Pope, se disse impressionado com a estrutura e o nível tecnológico do CBRA. Axel Drieling retornará ao Brasil em maio, para dar treinamento aos laboratórios, antes do início da safra 2017/2018