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Cooperação Internacional

19 de Março de 2018

Entre os dias 12 e 14 de março, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) participou, na cidade de Santiago, no Chile, da III Reunião Ampliada do projeto +Algodão, criado para o fortalecimento do setor algodoeiro por meio da cooperação Sul–Sul. O evento, promovido pelo Escritório Regional para América Latina e o Caribe (ALC) da FAO, em colaboração com o Governo do Brasil, através, do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e Agência Brasileira de Cooperação (ABC), contou com a presença de representantes da FAO, ABC, Embrapa, Emater e técnicos da Colômbia, Peru, Paraguai, Bolívia e Equador.


Na pauta, o alinhamento das ações realizadas pelos países integrantes do acordo de cooperação firmado em 2012, para formalização do projeto +Algodão e o reforço acerca das regras de governança para o uso dos recursos, provenientes do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA). Dentre as conclusões da reunião, a necessidade de organizar os produtores dos países beneficiários em associações e cooperativas fortes, de certificação de boas práticas sustentáveis na produção e de incorporação de novas tecnologias para o incremento da produtividade nas lavouras. Os países fazem parte do Mercosul, Haiti e África Subsaariana.


Na ocasião, o diretor executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero, apresentou a cotonicultura brasileira, um cenário do algodão convencional e orgânico no mundo e o programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que opera em benchmarking com a BCI, enfatizando que a certificação é uma regra básica para garantir a presença do algodão nos mercados mais exigentes, e que, ao adotá-la, os produtores incorporam critérios rígidos de gestão nas suas fazendas, que


os levam a utilizar práticas sustentáveis de produção sob os aspectos sociais, ambientais e econômicos. Portocarrero também explanou sobre o modelo de organização dos produtores e de gestão da Abrapa, ao passo que o presidente do IBA, Haroldo da Cunha ressaltou a importância do investimento no desenvolvimento dos países participantes, e a responsabilidade na utilização e prestação de contas dos recursos investidos.


“O foco desse acordo é o resgate social. Tratam-se de produtores de perfil de agricultura de subsistência, que podem ter no cultivo da fibra uma excelente opção de melhoria de vida, com impacto no desenvolvimento nacional. Para a Abrapa, o fortalecimento da cotonicultura em bloco, sobretudo no Mercosul, é importante. A China está sinalizando canalizar a demanda por algodão para essa região, para suprir a liberação de área plantada com a commodity para lavouras de alimentos em seu território e oportunidades podem surgir daí”, disse Portocarrero.


O presidente do IBA, Haroldo da Cunha, se disse impressionado com a relevância da Abrapa como referência para os cotonicultores desses países. “Tratam-se de produtores muito pequenos e não de concorrentes. O Equador, por exemplo, não produz nem mil toneladas. Nosso apoio está fazendo diferença. Mostramos a evolução da cotonicultura brasileira, desde 1995, como nos organizamos, trabalhamos com certificação de sustentabilidade, fazemos controle de pragas, dentre outros aspectos. Apesar de todas as diferenças agronômicas, e mesmo culturais, este apoio é muito importante para eles”, afirma Cunha. Ele ressalta que o Programa +Algodão é controlado rigorosamente pelo MRE/ABC, com indicadores claros do bom uso dos recursos brasileiros que estão sendo investidos.


A escolha por Santiago se deveu ao fato da cidade ser a sede da FAO, ressaltando o caráter mais abrangente da reunião, diferentemente de quando os encontros se dão em países específicos, ocasiões em que se tratam de questões relativas aos


países anfitriões, como nos últimos, realizados no início do ano, na Colômbia e no Peru.

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