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Sou de Algodão brilha na SPFW N46, em parceria com João Pimenta
23 de Outubro de 2018

O Sou de Algodão, movimento desenvolvido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), com diversas ações para incentivar o uso da fibra na indústria têxtil do país, participou novamente do São Paulo Fashion Week. Esta edição foi sua primeira parceria com João Pimenta, com patrocínio do Projeto Estufa, iniciativa do SPFW para apresentar novas formas de criar, distribuir e produzir moda, o qual o estilista representa. Para o desfile feminino, que aconteceu no dia 22 de outubro, João Pimenta fez uma imersão no universo do movimento e criou uma coleção inteiramente feita de algodão, com uma fibra só, o que representou um desafio para o estilista que costuma trabalhar com muitos fios. "Quis quebrar também um tabu, porque as mulheres brasileiras não consomem muito algodão, a não ser na camisa, no jeans, elas ainda acham que demora a secar, que amassa. Toda fibra natural amassa, vide o tafetá de seda e o linho'', conta Pimenta. Em seu processo criativo, o estilista fez uma visita à Fazenda Pamplona, em Cristalina/GO, para conhecer pessoalmente todo o processo de produção do algodão sustentável e outra para a Bordana, cooperativa que tem um trabalho de inclusão socioeconômica de mulheres através do bordado e da cultura do cerrado goiano. Para o desfile na 46ª edição da semana de moda nacional, o movimento trouxe 10 marcas parceiras para colaborações, que forneceram desde os bordados e fios até os tecidos usados na coleção. Bordana, Canatiba, Cataguases, Cedro Têxtil, ITM Têxtil, Norfil, Santanense, Trecê Brasil, Urbano Têxtil e Vicunha estarão na passarela em criações inéditas assinadas por João Pimenta. "Estar mais uma vez na São Paulo Fashion Week tem uma importância, inclusive simbólica, para o Sou de Algodão. Primeiro, porque foi nesse evento, o maior da moda no país, que nosso movimento estreou, mostrando aos players brasileiros e ao público participante que a moda pode ser, sim, mais natural e sustentável, sem perder em estilo e criatividade. Nesse retorno ao SPFW, estamos com parceria com o estilista João Pimenta, que não somente abraçou o movimento, como produziu uma coleção 100% algodão. Ele teve oportunidade de conhecer o modelo de produção da matéria-prima numa fazenda; de ver a colheita e o beneficiamento de perto e isso, com certeza, foi não só uma fonte de inspiração, como um diferencial, na medida em que ele pôde conhecer a dinâmica logística do processo, e, assim, criar dentro de parâmetros factíveis. A coleção sai pelo Selo Estufa e está linda. O fato de ser voltada para mulheres também é significativo, pois mostra para esse segmento, um dos que menos consome a fibra natural, que o algodão vai além do casual e despojado e pode ser também luxuoso. Essa versatilidade faz toda a diferença", comemora Arlindo Moura, presidente da Abrapa. "Participar do movimento Sou de Algodão me fez sentir uma grande evolução como pessoa e como profissional, a união que faz a força, faz todo o sentido dentro desse projeto. Estou muito feliz e agradecido a todas as marcas que fazem parte do movimento tão importante para a moda e para o nosso país. Viva a natureza brasileira", festeja João Pimenta. Sobre o "Sou de Algodão" "Sou de Algodão" é um movimento que incentiva o uso desta fibra natural, essencial na moda e no bem-estar do brasileiro, e tem como objetivo conscientizar o consumidor final sobre os benefícios da matéria-prima e as práticas responsáveis da cotonicultura. É uma iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA). As ativações do movimento contemplam engajamento de influenciadores que conversam tanto com a cadeia produtiva quanto com o consumidor, como estilistas, personal stylists, representantes de marcas que ditam a moda, empresários e blogueiras. Também são realizadas ações de engajamento nas redes sociais, plataformas digitais e um portal de conteúdo sobre o uso do algodão na indústria da moda (http://soudealgodao.com.br/), além de parcerias com marcas, iniciativas com instituições de formação em moda e apoios.

Missão Vendedores 2018
23 de Outubro de 2018

Terminou em Hong Kong, na China a Missão Vendedores 2018, iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que leva os cotonicultores nacionais para dialogar com o mercado comprador e apresentar o desempenho da atividade no Brasil. Este ano, a missão foi à Turquia e à China, importantes destinos da pluma do país na Ásia, mercado que representou, no ciclo 2017/2018, 80% das importações de algodão. Os trabalhos começaram no dia 8 de outubro, em Kahramanmaras, na Turquia, e prosseguiu nos dias 11 e 12, nas cidades chinesas de Xangai e Qingdao, respectivamente, finalizando, no dia 18, em Hong Kong, onde a Abrapa realizou o último dos Brazilian Cotton Day desta edição, com uma série de reuniões com empresários e traders, além de apresentações de especialistas. Na última parada, um dos pontos mais debatidos foi o risco logístico da safra 2018/2019, estimada em 2,5 milhões de toneladas de pluma, das quais, de 1,6 a 1,7 milhão de toneladas devem seguir para o mercado externo. "Na safra 2017/2018, que foi um recorde, já enfrentamos alguns problemas de atraso nos embarques, porque os contêineres disponíveis para isso rarearam com a diminuição das importações brasileiras. Este ano, o produtor provavelmente terá de estocar algodão na fazenda. Toda a cadeia produtiva está se movimentando para buscar soluções para evitar transtornos que podem ser ainda maiores com o aumento expressivo da produção. Não podemos ficar reféns da nossa competência", disse o presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura. Algumas alternativas já estão sendo estudadas, inclusive os embarques pelo Porto de Salvador, que começaram a se tornar mais expressivos, mas ainda em caráter experimental, este ano. Regularidade O presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), Henrique Snitcovski, ressaltou a importância da constância da oferta para o mercado asiático, o que depende, principalmente, da frequência das linhas marítimas para fazer os embarques. "Esse é um ano muito importante para se prometer menos e entregar mais. Quando o Brasil conquistar uma fatia significativa do mercado asiático, não terá mais volta. Quando eles experimentarem, de fato, o algodão do Brasil, passarão a ser compradores fieis. Para isto, é preciso fazer mudanças estruturais. O produtor tem feito a parte dele", disse Snitcovski. A regularidade na oferta foi um consenso em todas as reuniões. De acordo com o tesoureiro da Abrapa e presidente do conselho administrativo do grupo SLC Agrícola, Eduardo Logemann, "o Brasil não quer ser mercado de oportunidade, quer ser fornecedor permanente", ressaltou. Dentre os espaços que o país pode ocupar na Ásia a curto prazo, o mais promissor é o que surge da desavença comercial entre a China e os Estados Unidos. Para o diretor da trading Reinhart em Pequim, Thomas Reinhart, a curto prazo, o Brasil tem uma vantagem política na China, devido às relações comerciais arranhadas entre esta e os EUA. "Porém, a longo prazo, isso não será a influência decisiva sobre os preços do algodão brasileiro. Se a fibra norte-americana não pode entrar na China, vai competir com mais força nos demais mercados, deixando a demanda total quase inalterada", disse. Marketing e qualidade Thomas Reinhart acredita que a estratégia de marketing do algodão brasileiro deve estar focada a longo prazo, e não em circunstâncias políticas momentâneas. Ele também diz ser necessário "um trabalho contínuo para manter e melhorar a qualidade, especialmente a respeito do comprimento da fibra e do teor de fibras curtas; assim como os investimentos públicos e privados na infraestrutura necessária para assegurar a logística para sustentar as exportações crescentes", concluiu. Nas reuniões, também foram apresentados os programas que a Abrapa desenvolve em Qualidade e Sustentabilidade, como o Standard Brasil HVI, que padroniza e verifica os resultados das análises e classificações instrumentais de algodão, e o Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que trata das boas práticas na produção da pluma, e que opera em benchmarking com o protocolo internacional Better Cotton Initiative (BCI), referência mundial em licenciamento de fibra sustentável. Tanto nas reuniões da China quanto da Turquia, o ABR/BCI foi destacado como um diferencial da pluma brasileira por diversos participantes.

Missão Vendedores 2018
15 de Outubro de 2018

Estoques em baixa, consumo em alta e expectativa de aumento das importações de pluma de algodão pela China, além da previsão do Brasil se tornar o segundo maior exportador mundial da fibra na safra 2018/2019, são o pano de fundo promissor da Missão Vendedores 2018, que vem sendo realizada desde o dia 08 de outubro na Turquia e na China, pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). A Missão é uma iniciativa de marketing e prospecção de novos mercados para o algodão brasileiro, que consiste em reuniões com industriais e traders, visitas aos polos de têxteis, e eventos promovidos pela Abrapa in loco. Nos Brazilian Cotton Days, a entidade apresenta os números da cotonicultura e os programas que vêm sendo desenvolvidos no país para incrementar a qualidade, a sustentabilidade, a rastreabilidade e a transparência nos dados de classificação instrumental de fibra, visando a reforçar a confiança dos compradores da commodity. A agenda da comitiva brasileira, formada por dirigentes da Abrapa, representantes dos maiores estados produtores de algodão do Brasil, começou por Kahramanmaras, na Turquia, no dia 08 de outubro, quando o grupo se reuniu com cerca de 30 empresários turcos. Hoje, a Turquia é um dos maiores importadores e consumidores de algodão no mundo. Na safra 2017/2018, o país foi o quarto maior importador e o sexto maior consumidor mundial da fibra. O Brasil exporta, em média, 76,5 mil toneladas para a Turquia, o equivalente a 9,5% das importações de algodão daquele país. Para 2018/2019, a Turquia deve consumir 15% a mais de algodão, com incremento previsto de 1% nas importações. “Trata-se de um mercado muito interessante para o algodão brasileiro, uma vez que os estoques deles estão diminuindo: serão, aproximadamente, 9% menores na próxima safra. A Missão Vendedores nos permite estreitar laços para suprir as demandas futuras. Mesmo sem ter ainda dados consolidados, já temos notícias de que negócios com a pluma do Brasil foram realizados imediatamente após o nosso Brazilian Cotton Day. Há muito espaço para incremento de participação no mercado turco”, afirma o presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura. Além das reuniões, o grupo visitou uma fiação em Kahramanmaras. Na China, a passagem da Missão Vendedores foi dividida em três etapas. As primeiras, já cumpridas em Xangai e Qingdao, respectivamente, nos dias 11 e 12 de outubro. A segunda foi nesta terça-feira (16), em Hong Kong, onde a Abrapa promoveu o Brazilian Cotton Day, nos dias 17 e 18 de outubro. Na sequência, a associação participa da Conferência Anual da International Cotton Association (ICA). Além das reuniões, que contaram com grande presença de empresários chineses, uma das paradas do grupo foi no Sunvim Group, maior fabricante de artigos de cama, mesa e banho chinês, que exporta para diversos mercados, principalmente, americanos e europeus. A Sunvim consome uma média de 100 mil toneladas de pluma por ano, mas ainda não compra do Brasil. Representantes do grupo estiveram nas reuniões. A China é o maior consumidor de algodão do mundo. São, em média, 8,8 milhões de toneladas ao ano. Seu consumo cresceu em torno de 15%, da safra 2016/2017 para a 2017/2018. O país está, gradativamente, liberando os estoques que mantinha, “frutos de uma cara política de proteção da indústria nacional”, segundo o presidente da Abrapa. Dados do ICAC apontam que essa redução foi superior a 19%. “Tudo isso, mais a divergência com os Estados Unidos, cria um cenário muito positivo para o algodão do Brasil”, diz. Compromisso Moura afirmou que, em todos os encontros com o mercado comprador na Turquia e China, a Abrapa evidenciou seus esforços para garantir a credibilidade nas negociações com a pluma brasileira. “Nosso compromisso é com a transparência nas informações. Prova disso é que implantamos o programa Standard Brasil HVI, que padroniza e harmoniza os resultados nos laboratórios de classificação por High Volume Instrument (HVI). Esse programa é integrado a um grande banco de dados e ao Sistema Abrapa de Identificação (SAI), o que dá segurança tanto para quem compra quanto para quem vende o algodão brasileiro. Além disso, evidenciamos o trabalho do nosso Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), que está em processo final de certificação internacional e garante a fidedignidade dos resultados laboratoriais. Também insistimos muito no grande diferencial da sustentabilidade do algodão brasileiro, assegurado hoje pelo programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR)”, conclui Arlindo Moura. No Brasil, o ABR opera em benchmarking com o protocolo Better Cotton Initiative (BCI), referência internacional em atestar a sustentabilidade da pluma.

Brasil deve produzir e exportar mais algodão em 2019
28 de Setembro de 2018

Após o recorde de 2,1 milhões de toneladas de pluma na safra 2017/2018, a produção brasileira de algodão deve chegar a 2,5 milhões de toneladas no ciclo 2018/2019, um crescimento de, aproximadamente, 19%. A área plantada com a commodity deverá ser 22% maior no período, saindo dos atuais 1,18 milhão de hectares para 1,44 milhão de hectares. Os dados foram consolidados ontem (26/09), durante a 52ª reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados, realizada na sede do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília. Se confirmadas as previsões, ao longo das últimas três safras, o país terá dobrado a produção de pluma. As exportações ficarão em torno de 1,2 milhão de toneladas, tornando o Brasil o segundo maior exportador mundial, posição ocupada hoje no ranking pela Austrália. Todos os dez estados produtores do país vão plantar mais algodão este ano. Em Mato Grosso, a área deve chegar a um milhão de hectares, um crescimento de 18% em relação à safra que está sendo finalizada. Na Bahia, segundo maior produtor nacional, a expectativa é de que sejam cultivados 325 mil hectares, 23% mais que em 2017/2018. A área de lavouras de algodão em Goiás é estimada em 41,6 mil hectares, em torno de 27% maior se comparada à safra anterior, quando o estado plantou 32,7 mil hectares. A expansão geral nas plantações é explicada pelos preços atrativos da pluma no momento da decisão de plantio, que oscilava em torno de US$0,80 por libra-peso. "É importante ressaltar que aumentar a área plantada na cotonicultura não tem a ver com desmatamento, mas com o avanço do algodão sobre outras culturas, como a soja e o milho, dentro da matriz produtiva de cada fazenda. É uma decisão diretamente ligada a questões de mercado. O incremento de produção segue na mesma esteira, mas é intensificado pelas altas produtividades alcançadas nas lavouras do Brasil, que resultam dos investimentos em tecnologias adequadas e no manejo correto", diz o presidente da Câmara Setorial do Algodão, e também da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Arlindo de Azevedo Moura. Excedente Com mais algodão saindo das lavouras e a estagnação do consumo no parque industrial têxtil nacional em torno de 700 mil toneladas, o país terá de exportar mais pluma. O problema, segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), é que as importações brasileiras, como um todo, diminuíram, o que reduz a disponibilidade de contêineres no país para o chamado frete de retorno, que sai dos portos brasileiros com produtos como café, açúcar e algodão. "Isso deve acarretar maior tempo para a exportação, além da necessidade de armazenamento de parte desse algodão nas fazendas. Com certeza, também deverá impactar os custos do frete marítimo", afirma o vice-presidente da entidade, Marco Antônio Aluísio. Segundo ele, no ano passado, o Brasil exportou por volta de 900 mil toneladas de algodão. Indústria revê estimativas O ânimo dos produtores e exportadores com o aumento da produção e dos embarques contrastou com o do setor da indústria têxtil e de confecções. No início do ano, a perspectiva da Abit para este ano era de aumento de 4,8% no varejo, de 5,2% na produção industrial têxtil e de 5,5% na de vestuário. Ontem, os números apresentados foram de redução de 1% no varejo, crescimento de 0,9% na produção têxtil e retração de 0,4% na fabricação de peças de vestuário. "Vivemos dois anos de recessão profunda em 2015 e 2016. Melhoramos um pouco em 2017, quando o varejo cresceu 7,6%, a indústria, em torno de 5%, mesmo não recuperando o terreno perdido anteriormente. Mas os problemas econômicos do país, o aumento das importações de roupas, os efeitos da greve dos caminhoneiros, além do fato do frio ter demorado a chegar no inverno, acarretou perda de mercado. De uma maneira geral, o consumidor preferiu comprar produtos que demandam mais crédito e estavam represados, como automóveis e eletrodomésticos, por exemplo. Agora, o varejo como um todo já mostra um arrefecimento do ritmo, enquanto não temos as eleições e não sabemos qual será a política econômica do próximo governo", ponderou Fernando Pimentel, presidente da Abit.

Conferência ITMF
19 de Setembro de 2018

Entre os dias 07 e 09 de setembro, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) participou da conferência anual da Internacional Textile Manufacturers Federation (ITMF), realizada, em 2018, na cidade de Nairobi, no Quênia, continente africano. Como no ano passado, quando ocorreu em Bali, na Indonésia, a entidade foi representada pelo seu ex-presidente, João Luiz Ribas Pessa, que, além da programação da conferência, participou das reuniões que a antecederam, do Comitê de Fiações e do Comitê de Algodão, ambas realizadas no dia 06 de setembro. O encontro da ITMF reúne líderes globais da cadeia de valor do algodão, que discutem abertamente as questões do setor. Este ano, além das inovações tecnológicas e da sustentabilidade, temas recorrentes nas últimas edições, o evento também abordou a geografia da fibra, com os pontos fortes e fracos da produção na África, e o balanço entre a demanda e o suprimento na China, que deve diminuir a produção de algodão, na medida em que o país tem priorizado a produção de alimentos em lugar de fibras, com liberação de áreas de algodão para esta finalidade. De acordo com Pessa, a conclusão a que se chega ao final do evento é que a competição entre algodão e fibras sintéticas seguirá acirrada, mas ambas as matérias-primas terão o seu espaço no futuro. "A previsão é de que o consumo de sintéticos continuará em rápida ascensão, mas as questões ligadas ao impacto ambiental causado pelos resíduos desses produtos obrigarão as indústrias mundiais a rever a escolha da matéria-prima não biodegradável. O aumento do uso do poliéster tanto em embalagens quanto na indústria têxtil e o seu consequente impacto ambiental deverá resultar em uma mudança de comportamento. Sem dúvida alguma, qualquer solução que se venha a adotar no futuro em relação às fibras significará mais custos de produção e manejo", afirma. Modernização Um dos debates mais relevantes do evento, na opinião do ex-presidente da Abrapa, foi sobre a relação entre o incremento da produção e do consumo versus a modernização do parque de máquinas. Na ocasião, foram citados como exemplos de escalada de produção e consumo Vietnam, China, Bangladesh, Índia e a Europa. "É consenso que a indústria brasileira precisa estar atenta a este fato e investir na modernização de seus parques de máquinas. Na ocasião, junto aos representantes da Abit e do Sinditêxtil, tratamos deste tema", afirmou Pessa. Segundo ele, tanto a Abit quanto o Sinditêxtil se mostraram abertos a prospectar estudos no sentido de integrar melhor a cadeia produtiva brasileira, e sugeriram que a Abrapa e suas estaduais não deixem passar a oportunidade. Digitalização As novas maneiras de produção industrial, que configuram, segundo os especialistas, a revolucionária indústria 4.0, também figuraram entre as discussões da conferência. Trata-se do uso de novas tecnologias no processo produtivo, como a internet das coisas (IoT), robótica, impressão 3D, big data, inteligência artificial e simulação virtual. De acordo com João Luiz Ribas Pessa, o que se observou no evento é que a digitalização tem sido vista como desafio e oportunidade, ao mesmo tempo. "Como pontos de preocupação, estão os riscos que a digitalização pode trazer ao mercado, como a fragmentação da cadeia de valor, o risco de perda da propriedade intelectual e de criação de novos desenhos, o impacto na rede de produção global, diferentes processos de execução e organização do trabalho, além da falta de expertise de operadores no mercado. Como pontos positivos, temos redução de custos, eficiência na mão de obra e uso da energia, previsão de crescimento de novos modelos de negócios, inserção de novas expertises e oportunidades de trabalho", compara. A conferência anual do ITMF tratou ainda de temas diversos, como o varejo e o e-commerce, "economia verde", e sobre auditagem no ITMF. "A ideia debatida sobre este último tema visa à solução do conflito que hoje existe, pelo excesso de sistemas que se propõem a rastrear produtos. O objetivo do ITMF, a curto prazo, é reduzir o número de auditagens e eliminar a redundância nos parâmetros básicos, e a longo prazo ser a voz da indústria. Assim como a Abrapa, exemplarmente, fez com o benchmark entre BCI e ABR, evitando a dupla checagem", concluiu.

Missão Compradores 2019
28 de Agosto de 2018

Um grupo de 25 representantes de seis países - Vietnã, Bangladesh, China, Turquia, Colômbia e Indonésia - convidados pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) - visita os três maiores estados produtores da pluma no Brasil, entre os dias 26 de agosto e 1º de setembro. Trata-se da Missão Compradores 2018, iniciativa que vem sendo realizada há quatro anos pela entidade para apresentar ao mercado global o modelo nacional de produzir algodão, que se caracteriza pelas altas produtividades e práticas sustentáveis. Nesta edição, a expedição acontece em meio à colheita da safra 2017/2018, já considerada um recorde de produção, que deve fechar em 2,015 milhões de toneladas de algodão em pluma. Os visitantes estrangeiros saíram na segunda-feira (27) de São Paulo, e seguem para Bahia, Goiás e Mato Grosso. Em cada estado, a Abrapa conta com o suporte das associadas, respectivamente, Abapa (BA), Agopa (GO) e Ampa (MT). A programação em cada parada inclui visita às lavouras, usinas de beneficiamento (algodoeiras), laboratórios de classificação de algodão e fiação. Em Brasília, além da sede da Abrapa, o grupo vai conhecer o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA). Os países participantes, majoritariamente asiáticos, estão entre os maiores compradores do algodão brasileiro, escolhidos juntamente a cinco tradings que mediam os negócios com a commodity: Ecom, Reinhart, Cofco, Louis Dreyfus e Cargill. Dentre os participantes, estão empresários e executivos de grandes indústrias têxteis. "A cada edição, a Missão Compradores se supera. Este ano, estamos realizando a maior de todas já empreendidas, desde 2015. É uma ação comercial e diplomática que tem se mostrado muito eficaz, porque não tem propaganda melhor do nosso algodão que trazer o comprador para conferir in loco como ele é produzido", diz o presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura, lembrando que, nesta safra, 2017/2018, o Brasil galgou um novo patamar no ranking dos maiores exportadores mundiais da commodity, alcançando o terceiro lugar, que antes era ocupado pela Austrália. À frente dele, Estados Unidos e Índia. No ranking da produção, o país ocupa o quarto lugar, antecedido pela Índia (1º), China (2º) Estados Unidos (3º) e Paquistão Moura ressalta que a experiência em campo sempre deixa os visitantes impressionados. "A cotonicultura brasileira é muito profissional. Incorpora tecnologia em todas as suas etapas e isso se traduz em processos bonitos de serem vistos. Este ano, com muito orgulho, devemos bater um novo recorde na produção nacional, de 2,015 milhões de toneladas de algodão em pluma, ante a marca alcançada em 2011, de 1,959 milhão de toneladas", afirma Arlindo Moura.

Ação da AGU contra a suspensão de Glifosato, Tiram e Abamectina alivia mas não tranquiliza o cotonicultor
24 de Agosto de 2018

A um mês do início do plantio da safra 2018/2019, e no momento em que o país bate um recorde de produção de pluma, os produtores brasileiros de algodão receberam como um "fôlego" a notícia da ação impetrada pela Advocacia Geral da União (AGU) determinando a suspensão da liminar que proíbe o uso do herbicida glifosato, do fungicida Tiram e do inseticida Abamectina no país. A medida é a ofensiva da União contra a liminar expedida pela 7ª Vara Federal do DF, que, além de suspender a concessão de novos registros, cancela todos os já existentes relativos a esses produtos. A AGU estima que o banimento desses defensivos químicos pode representar um impacto de, aproximadamente, R$25 bilhões à balança comercial brasileira. Além do prejuízo econômico para a cotonicultura e os plantios que fazem rotação com o algodão, como a soja e o milho, a medida da Justiça de Brasília, se executada, inviabilizaria o sistema de Plantio Direto na Palha, prática agrícola sustentável, de conservação do solo, na qual o Brasil é referência mundial. No plantio direto na palha, não se usam arados e outros implementos para revolver o solo. A palhada residual da cultura plantada anteriormente serve de base para o plantio da seguinte, criando uma proteção física para a terra. A prática também incorpora matéria orgânica e incrementa a microfauna do solo. "A questão é que, nesse sistema, a pressão das ervas daninhas é muito forte. A aplicação do glifosato combate o problema sem atacar a lavoura, que é resistente ao principio ativo", explica Arlindo de Azevedo Moura, presidente da Abrapa. Segundo Moura, a ação da AGU é um "fôlego momentâneo" para o produtor. "Foi uma sinalização importante de que o Governo, em especial do ministro Blario Maggi, que entende a importância do setor e o risco que corre a economia brasileira se essa liminar não for revogada. Esperamos que seu efeito seja definitivo", conclui. A AGU argumenta que o judiciário não tem a competência técnica para decidir sobre a questão, que representa "grave lesão à ordem pública administrativa e à economia pública. Decisão que se lastreia apenas em estudos unilateralmente produzidos, sem qualquer caráter vinculante e sem que representem qualquer conclusão dos órgãos responsáveis pela conclusão do procedimento de reavaliação toxicológica". A juíza federal substituta Luciana Raquel Tolentino de Moura, da 7ª Vara do Distrito Federal, concedeu tutela antecipada para que a União suspendesse, por 30 dias, a partir de 3 de agosto, o registro de defensivos e produtos que contenham os ingredientes ativos. Conforme a decisão da juíza, a suspensão ocorre até que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) conclua os procedimentos de reavaliação toxicológica desses produtos. O prazo para a Anvisa é até 31 de dezembro, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.

Safra recorde eleva expectativa da Abrapa para o 12º CBA
24 de Agosto de 2018

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) reuniu representantes da cadeia produtiva da fibra, em São Paulo, no lançamento do 12º Congresso Brasileiro do Algodão (12º CBA). Foram três dias de atividades, de 21 a 23 últimos, divididos entre jornadas de reuniões individuais com possíveis patrocinadores e um coquetel de lançamento para 60 pessoas, no qual a associação apresentou os números da edição anterior do congresso. O 12º CBA será realizado de 27 a 29 de agosto de 2019, no Centro de Convenções de Goiânia/GO. A iminência de uma safra recorde, estimada em 2,26 milhões de toneladas de pluma elevou a projeção da Abrapa para o congresso. De acordo com o presidente do 12º CBA, Milton Garbugio, a meta dos organizadores é reunir 1,5 mil congressistas em 2019, contra 1,4 mil participantes em 2017. “Essa é uma projeção bem conservadora, pois o algodão brasileiro está experimentando uma fase muito auspiciosa, depois de alguns anos de retração de área e queda de produção. O clima foi favorável; as pragas, que num passado recente comprometeram a produtividade, estão sob controle e acabamos de subir mais um degrau no ranking dos maiores exportadores mundiais, ficando, já na safra em curso, em terceiro lugar. Acreditamos que todos esses fatores animarão patrocinadores e público a participar”, afirmou Garbugio. Como nas edições anteriores, o evento contará com uma vasta programação de plenárias, minicursos e mesas-redondas, abordando as mais importantes questões do setor. “Apesar da similaridade na forma, cada CBA é único, pela sua capacidade de evoluir no tempo, sempre em dia com as mudanças tecnológicas que estão acontecendo no agro”, argumenta Arlindo Moura, que presidiu o congresso em 2017. Naquela ocasião, a Abrapa contabilizou 25 patrocinadores e expositores, 94 palestrantes, entre nacionais e internacionais, e 190 trabalhos científicos inscritos. Moura enfatiza que o CBA é o maior acontecimento da cotonicultura brasileira, sendo oportunidade de adquirir informação, fazer relacionamentos e prospectar negócios. “Mas uma das mais importantes funções do congresso é ajudar o produtor na decisão de compras de tecnologias, dentre as inúmeras ofertas de um mercado cada vez mais aquecido”, conclui.