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Indústria têxtil prevê escassez de algodão no Brasil com ritmo elevado das exportações
03 de Maio de 2021

Abrapa, que representa os produtores, diz que produção será menor, mas só quem não tem contrato futuro corre o risco de ter que importar a pluma. O presidente do Conselho Administrativo da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel, disse, na quinta-feira (29/4) à Globo Rural que, se as exportações de algodão mantiverem o mesmo ritmo do ano-safra que se encerra em junho, vai haver escassez no mercado interno e o Brasil terá que importar a pluma. O país é atualmente o segundo maior exportador mundial e deve fechar a safra 2020/2021 com um recorde de 2,33 milhões de toneladas, ante 1,91 milhão na temporada anterior. Só no primeiro trimestre deste ano, segundo dados da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), foram embarcadas 731,4 mil toneladas, o melhor resultado da história. Nas três primeiras semanas de abril, foram mais 140 mil toneladas. "Não houve falta de matéria-prima até o momento porque tivemos uma safra muito grande de 3 milhões de toneladas. Mas a nova safra vem bem menor. Se produzirmos 2,6 milhões de toneladas e exportarmos de novo 2,3 milhões, vão faltar cerca de 400 mil toneladas aqui", afirma Pimentel, admitindo que o mercado interno está estacionado há alguns anos em torno de 700 mil toneladas, mas a meta da Abit é voltar a consumir 1 milhão de toneladas. Júlio Cézar Busato, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), admite que a produção será menor na safra 2021/22, em torno de 2,5 milhões de toneladas, mas diz que só as indústrias sem contratos futuros correm o risco de ter que importar algodão. Segundo ele, a maioria da produção já está comprometida em contratos com tradings que atendem tanto as indústrias brasileiras quanto o mercado asiático. Em suas contas, 75% do algodão que vai ser colhido na próxima safra já foi vendido, assim como 25% a 30% do que ainda será plantado para 2022. "O produtor fecha contratos lastreando seu custo de produção, que está em torno de 62 centavos de dólar por libra-peso, para garantir o plantio da próxima safra. Por isso, precisa ter o compromisso do comprador", explica Busato. Miguel Faus, diretor da Anea, afirma que não existe risco de faltar algodão para a indústria brasileira, mesmo com uma produção menor porque o mercado é regulado pelos contratos futuros. Ele estima que a exportação da próxima safra será reduzida para cerca de 1,8 milhão de toneladas, mas ressalta que esse ainda será o terceiro maior volume de exportações da história. "Com qualidade e preço, o Brasil conseguiu elevar sua participação no mercado mundial, competindo com o algodão dos Estados Unidos e Austrália, e pode crescer ainda mais." Preço Um fator que está impactando o setor têxtil, segundo o presidente do Conselho Administrativo da Abit, é o preço da matéria-prima, que subiu com o aumento da pluma no exterior e a depreciação do real. "A matéria-prima para a indústria teve aumentos próximos de 100% em relação a 12, 14 meses atrás. Essa pressão de custos é violenta e dramática sobre toda a rede de produção e distribuição." Ele ressalta que o aumento de preços do algodão é um fenômeno das commodities que não é possível controlar, mas diz que a pressão poderia ser bem atenuada com uma performance melhor da moeda brasileira, que está impactada por crises políticas, discussão de orçamentos e Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). No ano passado, em consequência da pandemia, a produção têxtil no país caiu 8%, mas essa queda poderia ter sido ainda maior, diz Pimentel, se não tivesse ocorrido uma recuperação forte no segundo semestre com o crescimento na produção de algodão para atender outros mercados além do vestuário, como cama, mesa e banho, moletons e roupas de malha mais confortáveis para o home office. Sobre a venda da Hering para o grupo Soma, Pimentel diz que esses movimentos de consolidação são normais, especialmente em momentos de crise como estamos vivendo com a pandemia da Covid-19, mas admite que o negócio representa um cliente a menos para a indústria. "Aumenta, sem dúvida, a tensão sobre os fornecedores. A Hering é uma empresa centenária e tradicional e sua venda gera surpresa, é claro, mas faz parte do business." China O presidente da Abrapa diz que, além de torcer pela volta do consumo de algodão no Brasil ao patamar de 1 milhão de toneladas, os produtores veem boas oportunidades de ganhar mais espaço no mercado externo, especialmente na China. Nesta semana, a associação assinou um acordo de intenções e cooperação com a China Cotton Association (CCA, na sigla em inglês) para promover a pluma brasileira no país asiático. "Nossas exportações para a China avançaram de 70 mil toneladas há 5 anos para 634 mil, mas dá para crescer mais porque os chineses importam 2 milhões de toneladas", afirma Busato. Atualmente, o Brasil exporta cerca de 90% para os países asiáticos e 10% para a Turquia. O primeiro teste da parceria entre Abrapa e CCA acontece nos dias 17 e 18 de junho, quando os produtores brasileiros participam como apoiadores da 2021 China International Cotton Conference, em Suzhou. A expectativa da Abrapa, que tem parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e a Anea, é usar o evento como uma vitrine da qualidade da fibra nacional. Eliane Silva 30 Abr 2021 - 17h32 https://revistagloborural.globo.com/

Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão
30 de Abril de 2021

ALGODÃO PELO MUNDO #17/2021 - Algodão em NY - Semana de muita volatilidade.  Os preços romperam novamente a barreira dos 90 U$c, chegaram aos maiores patamares em quase dois meses, mas acabaram fechando no zero a zero a semana.  O contrato Jul/21 fechou em 86,55 U$c/lp, alta de 0,6% nos últimos 7 dias. - Preços - O preço do algodão brasileiro Middling 1-1/8” (31-3-36) posto Ásia está cotado a 96,75 U$c/lp (+325 pts na semana) para embarque em Mai-Jun/21 e 96,00 U$c/lp (+250 pts) para embarque em Out-Nov/21. - Altistas 1 - Apesar da previsão de curto prazo (um a cinco dias) indicar a possibilidade de 10 a 50mm de chuvas no Oeste do Texas, esta chuva não será suficiente para reverter a atual seca na região. Produtores precisam muito de chuvas na região.  Mercado de clima, com foco no Texas! - Altistas 2 - As exportações semanais, tanto dos EUA quanto do Brasil, principais exportadores da pluma, continuam fortes.  Na última semana, os EUA exportaram 79,7 mil toneladas, e o Brasil, no final de seu ciclo de exportação, exportou 40,6 mil tons. - Baixistas 1 - As vendas semanais de exportação divulgadas ontem pelo USDA, por outro lado, foram bem modestas – 18,3 mil tons. A Turquia liderou as compras. - Baixistas 2 - O aumento alarmante de casos e mortes por Covid-19 em alguns países, com destaque recente para a Índia deixou o mundo em alerta.  O sistema de saúde no país está em colapso e há suspeita de subnotificação dos números reais da pandemia na Índia e outros países. - Plantio - O plantio segue em diferentes ritmos no hemisfério Norte. Na China, o plantio já chegou à metade da área, enquanto os EUA já semearam 12% da área prevista.  Dentre os grandes produtores, Índia e Paquistão também estão no período de plantio. - China 1 - A publicação Cotlook divulgou que a China deve consumir 8,4 milhões de toneladas de algodão em 21/22, um aumento de 150 mil toneladas em relação a 20/21. - China 2 - A economia da China continua em ritmo forte este mês, com exportações em alta e aumento da confiança empresarial. Essa é a perspectiva de um índice agregado combinando oito indicadores iniciais monitorados pela Bloomberg. - China 3 - Uzbequistão, Tadjiquistão e Quirguistão podem se tornar novos mercados para compra de algodão pelos chineses. A estratégia reduziria a necessidade de comprar algodão norte-americano ou australiano. - Turquia - O governo da Turquia anunciou nesta semana um lockdown de 17 dias a partir de ontem (29/4) para tentar conter a propagação da Covid-19 no país. -  Índia - Foram implementadas muitas restrições para conter o avanço da Covid-19 no país.  Com isso, muitas fiações reduziram suas operações no país e o consumo local também foi bastante afetado, uma vez que praticamente todos os shoppings estão fechados. - Bangladesh - O lockdown no país foi prorrogado até 5 de maio devido ao aumento de casos de Covid-19.  As indústrias no segundo maior importador de algodão do mundo, entretanto, permanecem abertas. 🇧🇩 Bangladesh 2 - Os maiores fornecedores de algodão para Bangladesh são os países do Oeste da África (33%), seguidos de Índia (23%), Brasil (14%) e EUA (14%), segundo dados do Bangladesh Bank. - Paquistão - Exportações de produtos têxteis e vestuário do Paquistão cresceram 30% em março em relação a 2020. Sinal de que fiações, tecelagens e indústrias estão buscando insumos fora do imbróglio com o algodão de Xinjiang. - Cotton Brazil - Nesta semana, a Abrapa e a China Cotton Association (CCA) assinaram um memorando de entendimento para aproximar ainda mais os cotonicultores representados pela Abrapa e o mercado industrial têxtil chinês reunido na CCA. Criada em 2003, a CCA representa cerca de 60% do setor têxtil na China. - Exportações - O Ministério da Economia divulgou que o Brasil exportou 40,6 mil toneladas de algodão* na 4a semana de abril. No acumulado do mês, já foram exportadas 144,6 mil toneladas, recorde para abril. - Preços - Consulte tabela abaixo ⬇

Evolução do ABR mostra comprometimento do cotonicultor com a sustentabilidade
28 de Abril de 2021

A sustentabilidade entrou, definitivamente, para a pauta de governos, entidades e corporações do mundo todo. Com a marca do pioneirismo, o setor algodoeiro foi um dos primeiros a se preocupar com a questão no Brasil e incentivar boas práticas socioambientais a partir do lançamento do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR). A iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, Abrapa, completa 10 anos, com comprometimento crescente do produtor brasileiro: saímos de 47% de certificação da produção nacional em 2011/12 para 75% na safra 2019/20, com previsão de ampliação no ciclo 2020/2021. O ABR promove a gestão sustentável das fazendas por meio da evolução progressiva de boas práticas sociais, ambientais e econômicas. A certificação de cada unidade produtiva envolve o cumprimento de 178 itens, desde saúde, segurança e bem-estar do trabalhador até proteção de nascentes e preservação dos biomas e do solo.  Na primeira safra de certificação, é exigida a conformidade mínima de 85% dos itens. O índice deve ser de 87% na segunda safra, 89% na terceira e 90% na quarta safra, sendo este o patamar a ser mantido para a obtenção de novas certificações. As auditorias são anuais, individuais e realizadas por empresas certificadoras de terceira parte. Embora voluntária, a adesão cresce a cada safra, demonstrando o engajamento do setor. Na Safra 2019/2020, o volume de pluma certificada chegou a 2,2 milhões de toneladas, 8% superior ao ciclo anterior. A área certificada chegou a 1,24 milhão de hectares, para uma área total plantada de 1,66 milhão de hectares. Entre as primeiras unidades produtivas certificadas do país estão as fazendas do Grupo Mizote, no Oeste da Bahia. que participam do programa Algodão Brasileiro Responsável desde sua implementação, na safra 2011/2012. "Ser certificados pelo ABR traz benefícios não apenas para a imagem do nosso grupo, como também bons resultados operacionais. Com procedimentos adequados, tudo melhora: desde o clima organizacional até o funcionamento das atividades de rotina, com menos desperdícios e com funcionários satisfeitos, trabalhando melhor", relata Paulo Mizote, presidente do grupo. O grupo JHS também está entre os pioneiros do ABR . "A retidão das equipes do Programa ABR nas fazendas nos motiva a caminharmos juntos. Suas orientações trazem ganhos efetivos para toda a cadeia e para todos os profissionais envolvidos, gerando segurança, produtividade e equilíbrio ambiental dentro e fora da porteira", diz Roland Van der Groes, gerente do grupo. Luana Boff, proprietária da Fazenda Indaiá, localizada em Chapadão do Sul (MS), destaca o apoio da Abrapa e da associação estadual na implementação de boas práticas no campo. "A parceria entre Abrapa e Ampasul nos possibilita, diariamente, um auxílio e monitoramento, a fim de atingir a excelência na produção sustentável, pelos pilares ambiental, social e econômico", afirma.  Na busca do equilíbrio ambiental e social, a Indaiá trabalha com agricultura de precisão, plantio direto, diversidade de cultivares e integração de lavoura-pecuária. "Proporcionamos uma boa qualidade de vida aos colaboradores e seus familiares e buscarmos aprimorar diariamente a segurança no trabalho", conta Luana. Haroldo Cunha, cotonicultor em Goiás e presidente do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), aponta o compromisso com a sustentabilidade como um diferencial da pluma brasileira no mercado internacional. "Se hoje somos o quarto maior produtor e o segundo maior exportador de algodão do mundo, o Programa ABR tem um papel decisivo em todo este processo", salienta. As boas práticas evoluíram com o programa. Marco Antonio Gonçalo dos Santos, coordenador operacional do IMAmt - braço tecnológico da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (AMPA) - atua na orientação aos produtores no processo de certificação desde a primeira safra ABR.  "No início, havia um desconhecimento de como aplicar a legislação. Os produtores achavam que seria muito complicado, tinham receio de receber as equipes técnicas", conta Santos. "Hoje a cultura mudou bastante, a maioria já fez o dever de casa. O programa proporciona tranquilidade ao produtor", avalia. Essa também é a avaliação da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, uma das certificadoras responsáveis pelas auditorias e emissão do certificado ABR. De acordo com o coordenador de Certificação de Sistemas de Gestão da ABNT, Antonio Simões Parente, as auditorias realizadas ao longo dos anos identificaram a evolução na gestão das unidades produtivas "Pudemos perceber, também, a busca pela eficiência, pela competitividade, pela prática da responsabilidade social nas lavouras de algodão. Isto resulta na construção de uma boa imagem dos produtores e de um diferencial, assegurando a sua permanência no mercado globalizado", afirma Parente. Para o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, o comprometimento dos produtores brasileiros com melhoria contínua e práticas sustentáveis tende a ser revertido em maior rentabilidade. É uma questão de tempo. "Trabalhamos intensamente para mostrar ao mundo que somos o maior produtor de algodão responsável do planeta e agregar valor à pluma brasileira", destaca Busato. Benchmarking ABR – BCI Desde 2013, o programa Algodão Brasileiro Responsável atua em benchmarking com a  Better Cotton Iniciative (BCI), uma organização não governamental global que reúne em seu conselho de administração as principais marcas mundiais - como Nike, Adidas, Ralph Lauren, Levis, H&M, entre várias outras - e promove a adoção de práticas sustentáveis no processo produtivo do algodão. Em 2019, o Brasil se tornou o maior fornecedor de algodão responsável do mundo, contribuindo com 36% de toda a fibra Better Cotton produzida e comercializada. O ABR e a BCI se norteiam pelos mesmos princípios: conscientização e orientação de toda a cadeia produtiva e comercial do algodão sobre a importância de relações trabalhistas justas e da responsabilidade ambiental no campo. Coordenado nacionalmente pela Abrapa e implantado pelas associações estaduais de produtores, o benchmarking ABR/BCI é um fator de diferenciação da fibra brasileira. A adesão ao BCI é opcional. O protocolo de verificação de sustentabilidade dos dois programas abrange requisitos da legislação nacional e internacional, divididos em oito critérios: (1) contrato de trabalho; (2) proibição de trabalho infantil; (3) proibição de trabalho análogo a escravo ou em condições degradantes ou indignas; (4) liberdade de associação sindical; (5) proibição de discriminação de pessoas; (6) segurança, saúde ocupacional e meio ambiente do trabalho; (7) desempenho ambiental; (8) boas práticas agrícolas. Confira, abaixo, a evolução das certificações ABR e BCI no Brasil: Como obter a certificação ABR e o licenciamento BCI A temporada de adesão ao programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) para a safra 2020/2021 já está aberta. Para participar, o produtor deve procurar a associação estadual filiada à Abrapa correspondente ao seu estado https://www.abrapa.com.br/Paginas/Associadas.aspx.  Após preenchimento do Termo de Adesão ABR (TA), a equipe técnica da associação estadual agenda com o produtor ou grupo uma visita à unidade produtiva aderida, para que sejam verificados todos os itens necessários para que a propriedade seja orientada sobre a situação real em relação aos requisitos para certificação. A partir da visita de diagnóstico, o produtor definirá, com os técnicos da associação estadual, o plano e o prazo para as eventuais correções necessárias, de forma a obter a certificação ainda na mesma safra. A última etapa é a auditoria externa independente, de terceira parte e acreditada internacionalmente, agendada pelos próprios técnicos das associações estaduais. Para mais informações, acesse https://www.abrapa.com.br/Paginas/Sustentabilidade.aspx e procure a associação estadual filiada à Abrapa.

Setor de algodão do Brasil faz acordo com associação chinesa para impulsionar vendas
27 de Abril de 2021

SÃO PAULO (Reuters) - A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) assinou nesta terça-feira um memorando de entendimento com a China Cotton Association (CCA, na sigla em inglês) no intuito de promover o comércio da pluma ao país asiático e fortalecer a relação do Brasil com o maior comprador global da commodity. O presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, disse à Reuters que o acordo será de grande auxílio ao setor, pois permitirá o aumento da troca de informações com a China, destino de cerca de 35% do algodão brasileiro na atual temporada. "Eles poderão nos dizer quais são as restrições existentes no mercado chinês, eventuais problemas que o algodão brasileiro possa ter, para que sejam corrigidos... é uma maneira de entender melhor a demanda", afirmou ele, que não mencionou o quanto o acordo poderia elevar as exportações brasileiras. Além deste, a Abrapa pretende fechar acordos com outras entidades chinesas e demais países compradores de algodão na Ásia, acrescentou Busato. Atualmente, o Brasil é o segundo maior fornecedor de algodão para a China, atrás apenas dos Estados Unidos, e tem conseguido manter o "market share" que ganhou durante a guerra comercial entre Washington e Pequim. Busato disse que os norte-americanos estão no mercado chinês de algodão há muito tempo e já possuem acordos nos mesmos moldes que o firmado entre a Abrapa e a CCA. "Por isso (os EUA) chegaram onde chegaram e nós também estamos indo no mesmo caminho", afirmou, ao citar que a liderança no fornecimento da pluma se deve muito ao nível de credibilidade que o algodão americano possui na China. "Precisamos conquistar isso também", acrescentou. De acordo com a Abrapa, a CCA foi criada em 2003 e possui dentre os membros desde produtores de algodão a empresas do setor têxtil e institutos de pesquisa. "Ampliar as relações comerciais é o que (na ponta produtiva) vai trazer uma rentabilidade para o agricultor brasileiro. É isso que precisamos garantir para que a gente possa cada vez mais aumentar a área de algodão." A Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) estima que o Brasil deve encerrar a safra 2020/21 com vendas entre 700 mil e 750 mil toneladas da pluma para a China. Até março, foram embarcadas 651 mil toneladas, número que já superou o total enviado ao país na temporada 2019/20, de 570 mil. ÁSIA Depois de registrar neste ano o melhor primeiro trimestre da história, a Anea projeta embarques de 2,3 milhões de toneladas de algodão para o acumulado da safra 2020/21, alta de 21%. Isso porque o Brasil tem ampliado as vendas de algodão não só para a China, como para diversos países asiáticos, disse o diretor da Anea, Miguel Faus. "Aumentamos nossa presença e esse esforço de relacionamento é feito em todos esses países, não só na China, para não ter uma concentração e podermos atender a todos", afirmou o executivo, sobre a existência de uma alternativa caso os chineses avancem nos negócios com os EUA, em detrimento do produto brasileiro. O presidente da Abrapa ressaltou que a associação assinou um memorando de entendimento com Índia em janeiro, por meio da Confederação Indiana da Indústria Têxtil (Citi), "e estamos negociando outros nos demais países compradores, como Vietnã, Indonésia, Coreia do Sul, Paquistão e Bangladesh, além de outra entidade na China". O analista da consultoria Safras & Mercado Elcio Bento acrescentou que o cenário é promissor para as exportações, pois, além da demanda aquecida dos asiáticos, o Brasil conta com um dólar favorável, safra menor nos Estados Unidos e amplo excedente exportável, visto que o consumo interno caiu na pandemia da Covid-19. Ele calcula que a oferta brasileira deve atingir 3,045 milhões de toneladas no ano comercial de 2020/21 (julho de 2020 a maio de 2021), ante 2,53 milhões no ciclo anterior. Por outro lado, o consumo doméstico deve baixar de 680 mil para 660 mil toneladas --o menor patamar da série histórica iniciada em 2004/05. "No acumulado da atual temporada foram exportadas 2,23 milhões de toneladas --o maior volume já verificado em um ano comercial-- e um montante que supera... o mesmo período do ano passado em 21,4%."

Abrapa e China Cotton Association selam parceria
27 de Abril de 2021

Documento assinado na noite desta segunda (26) visa posicionar o Brasil como principal fornecedor de algodão para o mercado chinês. ​Nos últimos cinco anos, o Brasil ampliou em mais de 15 vezes as exportações de algodão para o mercado chinês. Na safra 2016/17, foram comercializadas 41,8 mil toneladas (tons). No atual ciclo 2020/21, que finaliza em junho, já são 643,1 mil tons vendidas – e, no que depender da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa) e da China Cotton Association (CCA), esse ritmo seguirá intenso nos próximos anos. Na noite de ontem (26), as duas entidades assinaram um memorando de entendimento que formaliza esforços conjuntos na aproximação ainda maior entre os cotonicultores representados pela Abrapa e o mercado industrial têxtil chinês reunidos na CCA. Criada em 2003, a CCA representa cerca de 60% do setor têxtil na China, abrangendo diversos elos da cadeia do algodão, inclusive indústrias. Já a Abrapa, fundada em 1999, abrange 99% da produção da fibra no Brasil e 100% do total das exportações nacionais. "Já visitei o Brasil três vezes e vejo um futuro brilhante para os dois países. Estamos unidos na busca por um produto cada vez mais responsável, a partir de um sistema produtivo amigável ao meio ambiente, que protege seus recursos naturais e também os interesses legítimos dos trabalhadores", pontuou a presidente da CCA, Fang Gao. De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a China produz cerca de 6 milhões de toneladas de algodão por ano. Entretanto, para atender a demanda da indústria local, precisa importar mais 2 milhões de toneladas – volume que a coloca como maior consumidor industrial de algodão do mundo. "Por questões climáticas e naturais, a tendência é de que nossa área plantada com algodão se mantenha estável nos próximos anos, assim como a produção. Precisamos de um fornecimento regular e de produto de alta qualidade. Em médio prazo e nesse contexto, o Brasil pode ser considerado o maior player para a China", analisa Jianhong Wang , vice-presidente da CCA. Os brasileiros estão prontos para o desafio, garante o presidente da Abrapa, Júlio Busato. "Há vários anos, a associação tem viabilizado essa aproximação com a China. Conhecemos as necessidades do setor têxtil chinês. É por isso que, principalmente nas últimas três safras, os níveis de qualidade da fibra nacional cresceram tanto", afirmou durante a assinatura do memorando. Dados do Beijing Cotton Outlook Consulting (BCO) indicam que enquanto os norte-americanos responderam por 43% do total importado pelo gigante oriental nos primeiros dois meses deste ano, o Brasil absorveu 37,5% das compras chinesas. Índia vem em terceiro lugar, com cerca de 12% das importações. "Na safra atual, o volume importado pela China ultrapassou a demanda doméstica brasileira, posicionando-se como o maior mercado consumidor do algodão brasileiro", informa Marcelo Duarte, diretor de Relações Internacionais da Abrapa. Desde 2020, Duarte lidera o escritório da associação no mercado asiático, em Singapura, com a missão de estreitar relações com os maiores compradores mundiais. Oportunidades O descompasso entre a necessidade de algodão e a produção chinesa tende a aumentar nos próximos anos. A estimativa da OCDE é de que até 2029 as compras chinesas aumentem 13% em comparação à média de 2017-2019, enquanto a projeção é de que a produção cresça apenas 3,9% no mesmo período. "A Abrapa tem criado oportunidades junto ao mercado chinês. O memorando contribui para concretizar as aspirações que os governos dos dois países traçaram em 2019. Uma delas é posicionar o Brasil como importante agente para a segurança alimentar dos chineses, e a outra é intensificar nossa cooperação comercial", observou Ana Coralina Prates, da Seção de Agricultura da Embaixada do Brasil em Pequim. Na prática A primeira iniciativa prática da parceria entre Abrapa e CCA poderá ser conferida em junho. Nos dias 17 e 18, os brasileiros participam como apoiadores da 2021 China International Cotton Conference, em Suzhou. O evento funcionará como uma vitrine da fibra nacional, com parceria institucional da embaixada brasileira e também da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea). Além da promoção do produto brasileiro, o memorando de entendimento fomenta a troca de conhecimento técnico entre os dois países em diversas áreas, além de informações de mercado e econômicas. A médio prazo, outro objetivo é que os padrões de avaliação da qualidade da fibra brasileira possam ser uniformizados junto ao setor alfandegário chinês.

Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão
24 de Abril de 2021

Destaque da semana - Primeiro, o navio Evergreen encalhou no canal de Suez no final de março. Agora, é a incorporadora Evergrande que ocupa as manchetes do noticiário econômico global. Enquanto o navio ficou encalhado por seis dias – causando caos cujos reflexos sentimos até hoje – somente o governo Chinês para desencalhar a Evergrande. - Algodão em NY 1 - Montanha russa em NY. A cotação contrato Dez/21 caiu na segunda para menos de 90 U$c/lp, mas depois, com a intervenção do governo Chinês e o robusto relatório de vendas semanais dos EUA (com compras principalmente da China!), os preços se recuperaram e a semana terminou praticamente como começou. - Algodão em NY 2 - O contrato Dez/21 fechou em 92,46 U$c/lp, queda de 0,05% nos últimos 7 dias. - Preços - Ontem (23/9), o algodão brasileiro estava cotado a 104,75 U$c/lp (-125 pts sobre a semana passada) para embarque em Nov-Dez/21 (Middling 1-1/8" (31-3-36) posto Ásia, fonte Cotlook). - Baixistas 1 - A Evergrande, com seus 1.300 projetos em 280 cidades, é certamente a maior preocupação financeira da China no momento. A incorporadora é a mais endividada do mundo, com passivo de US$ 300 bilhões. O risco de calote gera um temor de contágio sistêmico internacional. A solução passa sem dúvida pelo governo Chinês, que esta semana acalmou os mercados ao injetar US$ 71 bilhões no sistema financeiro. - Baixistas 2 - A situação do mercado imobiliário Chinês, que seguramente ainda terá mais capítulos, é um grande alerta a todos de como as coisas podem mudar muito rápido no mercado, para um lado ou para outro. - Altistas 1 - Voltando a falar de algodão, as vendas semanais dos EUA foram robustas novamente na última semana. O USDA anunciou que foram vendidos 379 mil fardos (82,5 mil tons), sendo 60% para a China. - Altistas 2 - Foi bem recebido pelo mercado também o posicionamento do banco central americano (FED) desta semana. O "tapering" (retirada de estímulos à economia) não será iniciado antes de Novembro, e somente se a economia apresentar bons indicadores. - Altistas 3 - A temporada de tempestades nos EUA não acabou. Está sendo observado com atenção o desenvolvimento da Tropical Depression 18 no Atlântico.  Até o início da próxima semana, as informações serão mais precisas sobre o possível alcance da tempestade. - Safra Brasil 21/22 - A Abrapa divulgou a estimativa de intenção de plantio da nova safra. A expectativa inicial é de crescimento de 12,6% na área plantada (1,53 milhão de ha) e 20,6% na produção de pluma (2,79 milhões de toneladas). - China 1 - Após pausa para os feriados do Festival da Lua nesta semana, os leilões da Reserva Chinesa continuam a vender 100% dos lotes ofertados. Já foram vendidas 569,5 mil toneladas das 600 mil planejadas. - China 2 - Especula-se muito ainda que a safra Chinesa deste ano (estimada em 5,8 milhões de toneladas) pode ser menor e que devido às restrições aos produtos feitos com algodão de Xinjiang, o país tenha que importar mais que o previsto (2,2 milhões de tons). Seguimos acompanhando. - Agenda - No dia 7 de Outubro, durante o Congresso da International Cotton Association (ICA), em Liverpool, que ocorrerá de forma híbrida (virtual e presencial), a Abrapa irá apresentar um painel especial sobre as perspectivas para a safra 2022 do Brasil. - Safra Brasil 20/21 - A Abrapa, em conjunto com as associações estaduais, atualizou a estimativa de produção brasileira de algodão para 2,32 milhões de toneladas, queda de 119 mil toneladas referente ao levantamento de julho/21 e 679 mil toneladas a menos em relação à safra 19/20. - Colheita - Até ontem (23/09): BA e TO (99%); GO (100%), MA (96%); MG (98%), MS (100%), MT (100%), PI (100%) SP (100%) e PR (100%). Total Brasil: 99,8% colhido. - Beneficiamento - Até ontem (23/9): BA e TO (62%); GO (93%), MA (35%); MG (78%), MS (97%), MT (45%), PI (82%) SP (100%) e PR (100%). Total Brasil: 52% beneficiado. - Exportações - O Brasil exportou 76,7 mil tons de algodão nas três primeiras semanas do mês de setembro/21. A média diária de embarque está 16,2% inferior quando comparada a setembro/20. - Preços - Consulte tabela abaixo ⬇ Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, programa da Abrapa. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com

Fórum Regional Algodoeiro debate importância do associativismo e da cooperação para o desenvolvimento do setor
23 de Abril de 2021

A crise econômica decorrente da pandemia de COVID-19 teve forte impacto sobre o setor algodoeiro no mundo todo.  A mudança no comportamento do consumidor têxtil reduziu a demanda global por algodão em 6,4% e resultou no recuo da área plantada e na previsão de queda na produção.  Na busca por soluções conjuntas, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) promoveu, nesta quarta-feira (22), o Fórum Regional Algodoeiro dos Países Parceiros da Cooperação Sul-Sul Trilateral +Algodón: Encontro De Agremiações Algodoeiras.  O evento virtual contou com o apoio do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) e da Agência Brasileira de Cooperação (ABC/MRE). O cenário mundial tem exigido novas estratégias de representação, defesa e promoção dos interesses do setor. Durante o encontro, a FAO fez um chamado aos países parceiros da Cooperação Sul-Sul trilateral +Algodão - Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Haiti, Paraguai e Peru – para que unam esforços institucionais e técnicos, no sentido de superar as dificuldades e buscar soluções para a reativação econômica da região e para a sustentabilidade da cadeia de valor do setor agrotêxtil. O embaixador Ruy Carlos Pereira, diretor da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores, abriu a reunião falando sobre a importância do intercâmbio de informações entre instituições de excelência públicas e privadas.  Frisou, ainda, que o algodão é fundamental para o programa brasileiro de cooperação técnica internacional para países em desenvolvimento. "O programa contempla iniciativas como o aprimoramento da produção do algodão, a promoção do trabalho decente na cadeia de valor desta commodity, a facilitação do escoamento de subprodutos associado a programas de alimentação escolar, entre outros aspectos", enumerou. Marcos Montes, secretário-Executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil mencionou o diferencial do algodão brasileiro, cultivado em regime de sequeiro – apenas 8% da área é irrigada –, e reafirmou a disposição do governo brasileiro em apoiar o desenvolvimento da cultura na região. "Acredito que podemos implementar, nos nossos países-irmãos, uma tecnologia mais avançada, fazendo com que o algodão seja uma cultura de boa renda para todos", afirmou. "O cooperativismo e o associativismo são instrumentos importantes para que o algodão gere renda e emprego para o médio e o pequeno produtor", enfatizou. O diretor-executivo da Abrapa, Márcio Portocarrero, ressaltou que foi justamente o associativismo que propiciou o desenvolvimento da cotonicultura brasileira. A partir da criação da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, há 22 anos, o país passou da condição de segundo maior importador da pluma para segundo maior exportador mundial.  "Nos anos 2000, os produtores decidiram retomar o cultivo de algodão no Brasil baseando-se nas seguintes premissas: adoção de alta tecnologia, investimentos em rastreabilidade, certificação socioambiental, qualidade e comercialização dirigida aos mercados interno, com o movimento Sou de Algodão, e externo, com o Cotton Brazil", contou Portocarrero, lembrando que a Abrapa conta, inclusive, com um escritório em Singapura voltado ao mercado asiático. O papel do cooperativismo para a superação da crise econômica foi mencionado por representantes dos diferentes países e enfatizado pelo presidente da Organização Brasileira de Cooperativas (OCB), Marcio Lopes Freitas.  "Há uma mudança muito clara no perfil do consumidor, 62% têm interesse em empresas que estão empenhadas em fazer o bem e isso tende a ser impulsionado pela pandemia", pontuou.  "Esse modelo inclusivo e colaborativo que as pessoas estão buscando está presente no cooperativismo desde a sua origem: um modelo de negócio que promove inclusão social, geração de trabalho e renda e redução de custos e ampliação dos benefícios através da economia de escala", complementou. Segundo ele, 48% do algodão produzido no Brasil segue o modelo cooperativo, incluindo médios e pequenos produtores. No encerramento do Fórum, Alberto Ramirez, especialista em Cooperativismo do Escritório Regional da FAO para a América Latina e o Caribe, mencionou Brasil e Argentina como exemplos de cooperativismo  bem-sucedido. "A questão central é saber como estruturar uma representação que tem, em seu DNA, a democracia e o trabalho em conjunto. Isso é fundamental", afirmou. Destacou, ainda, a importância das dimensões social e ambiental e da colaboração entre cooperativas dos diferentes países da região. "Não há democracia real sem que antes haja democracia econômica. As cooperativas permitem democratizar o acesso a bens de capital e renda, e isso vai viabilizando uma sociedade mais justa", ressaltou. Além de integrantes dos governos membros da Cooperação Sul-Sul Trilateral +Algodón, o encontro reuniu representantes de agremiações de algodão, cooperativas, associações, setor têxtil-confecções, instituições de pesquisa, extensão rural e universidades.  As discussões e recomendações serão compartilhadas e utilizadas para a elaboração de um plano de ação regional.

Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa com as principais notícias do mundo do algodão
23 de Abril de 2021

ALGODÃO PELO MUNDO #16/2021 - Algodão em NY - Ao contrário dos grãos, que tiveram boa alta na semana, os contratos de algodão tiveram pouca volatilidade.  O contrato Jul/21 fechou em 86,05 U$c/lp, queda de 0,2% nos últimos 7 dias. - Preços - O preço do algodão brasileiro Middling 1-1/8” (31-3-36) posto Ásia está cotado a 93,50 U$c/lp (+75 pts na semana) para embarque em Abr-Mai/21 e 93,50 U$c/lp (+75 pts) para embarque em Out-Nov/21. - Altistas 1 - A China importou mais de 280 mil tons de algodão em mar/21, principalmente dos EUA, Brasil e Índia. O total importado na temporada 20/21 já ultrapassou 2 milhões de tons. - Altistas 2 - As importações de fios de algodão pela China também seguem em ritmo forte. Foram 225 mil tons em mar/21, com o Vietnã representando quase metade das origens. - Altistas 2 - Os mercados de grãos e oleaginosas tiveram forte alta na semana em Chicago. Milho subiu mais de 10%, atingindo limite de alta na sessão de ontem, e soja subiu 7% - ambos estimulados pelos apertados estoques.  - Baixistas 1 - No caso do algodão, apesar de estar em patamar menor que o ano passado, os estoques estão longe das mínimas históricas. - Baixistas 2 - Segundo a publicação Cotton Outlook, fiações relataram redução no volume de vendas de fios. Após muitos meses de excelentes margens, as indústrias têm reclamado de uma relação menos favorável de preços fio X algodão. - BCI Chinês 1 – A China deve lançar em breve sua própria versão de certificação socioambiental para a cultura do algodão. Segundo fontes oficiais, “já está na hora da China definir seus próprios padrões de qualidade”, ao invés de atender as exigências externas. - BCI Chinês 2 - O programa estaria sendo gestado há dois anos e, agora, com as crescentes tensões envolvendo denúncias de trabalho forçado na sua principal região produtora (Xinjiang), a China decide implementar a estratégia. - Bangladesh – Além do lockdown, exportadores do setor têxtil têm sofrido com falta de gás em Bangladesh. Nas últimas semanas, fiações, tecelagens e fábricas de tecidos reduziram a produção devido à escassez do insumo energético. O país é o 2º maior importador de algodão do mundo. - Turquia - A área plantada de algodão na Turquia em 21/22 deve aumentar 29%, para 450 mil hectares, segundo o USDA. Assim, mesmo com aumento no consumo interno, as importações devem reduzir em 5,9%, para pouco menos de 1 milhão de tons, colocando agora o país no 5º lugar do ranking de importações. - Paquistão - O Paquistão tende a ter o pior desempenho na produção da pluma nos últimos 30 anos. O governo local estuda subsidiar a venda de sementes e agroquímicos e pode adotar preço mínimo para auxiliar os mais de 1,5 milhão de produtores do país. - Paquistão 2 - As importações, por outro lado, devem atingir o recorde de 1,2 milhões de tons esta temporada (agora 4º do mundo).  A indústria têxtil do país é altamente competitiva no cenário global e representa 60% de todas as exportações do Paquistão. - Índia - Embora ainda haja preocupação com a alarmante segunda onda de Covid-19 no país, os centros de produção têxtil, localizados principalmente em áreas rurais, não estariam sendo muito afetados.  Plantio - Relatório semanal do USDA mostra aumento de 3 pontos percentuais para 11% do plantio nos EUA, mesmo nível do ano passado e acima da média de 5 anos em 2%. A situação de seca no Oeste do Texas permanece preocupante. - Brasil-China - Aproximação - Na próxima segunda-feira (terça 27 em Beijing) a Abrapa assina Memorando de Entendimento com a principal entidade do setor na China, a China Cotton Association. - Brasil-China - Aproximação 2 - O acordo prevê intercâmbios técnicos, parcerias para promoção da fibra brasileira no mercado Chinês e representa um marco nas relações das duas principais entidades do setor em seus respectivos países. - Brasil-China - Aproximação 3 - A China é o principal mercado do algodão brasileiro, representando nesta temporada 33% das exportações nacionais, com volume de 643 mil tons, de ago/20 a mar/21. - Exportações - O Ministério da Economia divulgou que o Brasil exportou 104 mil toneladas de algodão nas três primeiras semanas de abril. Este já é o recorde para o mês de abril, superando as 90,5 mil tons do ano passado. - Preços - Consulte tabela abaixo