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Abrapa apresenta desafios e tendências da cotonicultura para pesquisadores da Embrapa
13 de Maio de 2021

Com o objetivo de subsidiar sua agenda de pesquisa e ações estratégicas, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia convidou a Abrapa para apresentar as tendências e demandas da cadeia produtiva do algodão.  O encontro virtual, realizado nesta quinta-feira (13), reuniu pesquisadores e integrantes do comitê local de propriedade intelectual e do comitê técnico da unidade. "Nosso objetivo é ver o que podemos fazer juntos para agregar maior valor e renda à agricultura brasileira", afirmou Maria Cléria Valadares Inglis, chefe-geral da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. O presidente da Abrapa, Júlio Busato, lembrou que graças a parcerias com instituições como a Embrapa e universidades públicas e privadas, o Brasil tem hoje a maior produtividade de algodão não irrigado do mundo, é o quarto maior produtor e o segundo maior exportador da pluma.  Ainda há, no entanto, diversos desafios pela frente, especialmente no controle de pragas e doenças. "O maior desafio é tentar achar uma planta resistente ao nosso grande arqui-inimigo, que é o bicudo algodoeiro", relatou Busato. O foco dos produtores é o controle preventivo, uma vez que o potencial de perda da praga é de 100%.  A lagarta Spodoptera frugiperta,  com  potencial de perda de 40 a 60%, também preocupa os cotonicultores. Do complexo de doenças fúngicas, a Ramulária é a prioridade, mas a pressão de Mancha-Alvo e Alternária tem aumentado consideravelmente nas lavouras de algodão e há poucas variedades com bons níveis de tolerância. Outras dificuldades a serem enfrentadas são a falta de variedades com tolerância à déficit hídrico e a nematóides, o controle de plantas daninhas e a efetiva destruição de soqueiras. O presidente da Abrapa mencionou, ainda, que as tecnologias (OGM) em algodão aprovadas no Brasil seguem basicamente as características de tolerância a herbicidas e resistência às lagartas. "Precisamos de cultivares que tenham bom potencial produtivo, resistência a pragas e excelência em qualidade da fibra", sintetizou. Como tendências do setor produtivo, Busato destacou novas soluções através de Técnicas Inovadoras de Melhoramento de Precisão (TIMPs) e maior utilização de ferramentas de precisão, digitais e de inteligência artificial, principalmente na aplicação de insumos. Também citou novas soluções em tecnologias limpas, principalmente relacionadas à redução da aplicação de defensivos e fertilizantes; quantificação do carbono no sistema de produção do algodão e precificação desse ativo; e novas soluções em controle biológico, com ampliação do portfólio de alternativas, maiores índices de eficiência e forte crescimento do modelo On Farm. Segundo Maria Cléria Valadares Inglis, as informações servirão de base para a formulação de propostas que tenham impacto efetivo na cotonicultura. "Esperamos poder realmente solucionar algumas das grandes questões da cadeia de produção do algodão", concluiu a chefe-geral da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.

Controle biológico: o que você precisa saber sobre a técnica aplicada no algodão brasileiro
12 de Maio de 2021

Controle biológico tem um crescimento de cerca de 15% ao ano no Brasil e representa um avanço em termos de práticas sustentáveis. Controle biológico: o que você precisa saber sobre a técnica aplicada no algodão brasileiro Controle biológico tem um crescimento de cerca de 15% ao ano no Brasil e representa um avanço em termos de práticas sustentáveis. O controle biológico e microbiológico é uma das ferramentas mais importantes no Manejo Integrado de Pragas (MIP) nas lavouras de algodão, e vem crescendo cerca de 15% ao ano, no Brasil, em função dos resultados técnicos positivos, alta viabilidade econômica e benefícios ambientais envolvidos. Esta abordagem, que começou a ser empregada nas plantações de algodão na década de 1990, utiliza inimigos naturais das pragas, como insetos, fungos, vírus e bactérias, capazes de controlar o problema de infestações nas culturas em países tropicais. No Brasil, cerca de 80% de toda a produção de insumos para controle biológico são é utilizada nas culturas da cana, soja e café, atuando em mais de 23 milhões de hectares. Porém, sua presença vem crescendo exponencialmente também nas fazendas produtoras de algodão. Por meio do controle biológico, prioriza-se uma alternativa natural que possibilita reduzir a utilização de defensivos agrícolas químicos convencionais em até 30%, considerando variáveis como clima e incidência das pragas na região produtora. O controle é específico para cada praga e monitorado diretamente no campo por técnicos altamente capacitados, com auxílio de aplicativos digitais e softwares especializados. Dessa maneira, a aplicação de defensivos químicos ocorre somente quando a intensidade de ataque da praga ultrapassa o nível de controle de dano para o algodão, ou seja, quando efetivamente haverá perda de produtividade na lavoura, se não houver intervenção química. O controle biológico na cultura do algodão brasileiro Um dos principais agentes biológicos utilizados na cultura do algodão brasileiro é a Trichogramma pretiosum, uma mini vespa liberada a partir de drones ou aviões sobre a plantação. As fêmeas do inseto localizam os ovos de lagartas prejudiciais à lavoura, onde depositam seus ovos, interrompendo o desenvolvimento da praga logo no início do seu ciclo de vida. Assim, tornam os ovos do inimigo em suas próprias incubadoras, dando origem a novas vespas no lugar dos hospedeiros. Este processo leva de 7 a 12 dias, dependendo da temperatura do ambiente. [fotos + legenda] Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais, estados produtores com associações estaduais filiadas à Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), adotam os agentes de controle biológicos massivamente nas lavouras de algodão. Juntos, possuem um total de cinco biofábricas, com a capacidade de atender 1,1 milhão de hectares de algodão na safra 2020/2021 – o correspondente a mais de 80% da produção nacional. Nos demais estados, a Abrapa incentiva o estabelecimento de biofábricas diretamente nas propriedades agrícolas, conhecidas como On Farm, modelo em que a própria fazenda multiplica os agentes biológicos para se tornar autossuficiente, respeitando os protocolos necessários e as boas práticas industriais envolvidas no processo. A biofábrica localizada em Goiás produz bioinseticidas, biofungicidas, bionameticidas e inoculantes suficientes para atender 2.500 hectares por semana, por meio do Instituto Goiano de Agricultura (IGA) e da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa). Em Mato Grosso, sob a coordenação do Instituto Matogrossense do Algodão (Ima-MT), a produção de bactérias e inoculantes em Primavera do Leste, de fungos em Campo Verde e de baculovírus em Sorriso atende cerca de 1 milhão de hectares. Para a safra 2021/2022, o objetivo é expandir a produção de insumos para a área de algodão e mais 3 milhões de hectares de soja no estado. Em Minas Gerais, o foco é a produção da microvespa Trichogramma pretiosum, visando o controle do complexo de lagartas de alta importância econômica para as culturas de algodão, soja e milho. Case de sucesso no estado de Minas Gerais Com um pouco mais de 25 mil hectares de algodão plantados na safra 2020/2021, Minas Gerais é o quarto maior estado produtor da fibra no Brasil e uma das referências da Abrapa em controle biológico. A implementação crescente do manejo biológico nas lavouras mineiras tem gerado um sistema de produção cada vez mais sustentável, equilibrado e com resultados positivos em quesitos como qualidade e produtividade de fibra. Devido a inovações e investimentos constantes, a biofábrica da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Amipa) aumenta a produção em 20% ao ano, com o objetivo de manter esta faixa de crescimento para as próximas safras. Um dos principais resultados observados na adoção do controle biológico no algodão de Minas Gerais foi a redução do número de aplicações de defensivos químicos. Porém, essa prática sustentável provê uma série de outros benefícios, com impactos positivos na saúde do solo, das plantas e do ecossistema em geral. Por exemplo, observou-se melhores níveis de controle do pulgão e da mosca branca, principais pragas responsáveis pelo problema de pegajosidade do algodão, resultando em uma pluma de melhor qualidade para a indústria têxtil brasileira e mundial. Ainda, há um maior equilíbrio no ecossistema devido ao aumento exponencial de polinizadores (principalmente as abelhas) e de inimigos naturais das pragas, como as joaninhas. A tecnologia de manejo do controle biológico permitiu um aumento de eficiência do processo. Com a utilização de drones na aplicação, a liberação a campo passou de 40 ha/dia para 450, ou seja, um aumento de eficiência em mais de 10 vezes. Devido à redução de entrada de máquinas agrícolas no sistema produtivo, a prática também contribuiu para a redução na emissão de gases de efeito estufa, no consumo de óleo diesel e nos índices de compactação de solo, resultando em um balanço positivo no sequestro de CO2 em até 2 toneladas por hectare. Podemos listar os seguintes resultados conquistados pela adoção do controle biológico no manejo sustentável das lavouras mineiras de algodão: Redução de 60% na pulverização específica para controle de lagartas Redução de até 30% na aplicação total de defensivos químicos Melhores níveis de controle do pulgão e da mosca branca Maior equilíbrio no ecossistema pelo aumento de inimigos naturais e polinizadores Melhoria na qualidade e na menor viscosidade da fibra de algodão Não promove resistência a outras pragas e não diminui a eficácia de defensivos químicos Aumento em até 5% na produtividade e melhor rendimento de pluma Balanço positivo no sequestro de dióxido de carbono (CO2) da atmosfera Promove a biodiversidade e menor compactação do solo Aumento da eficiência de liberação a campo com utilização de drones Redução nos custos de produção em até 10%. O controle biológico e as certificações O controle biológico fornece as condições necessárias para que a planta seja vigorosa, produtiva e que tenha o processo de maturação adequado, atingindo o máximo potencial de qualidade que a genética da variedade de algodão possui. Por isso, sua prática é crescente nas fazendas produtoras de algodão do Brasil, e se destaca nos protocolos de certificação nacionais e internacionais. No programa de sustentabilidade Algodão Brasileiro Responsável (ABR), [links ABR+BCI] que opera em benchmarking com a Better Cotton Initiative (BCI) no Brasil, existem 28 itens aplicados nas fazendas e auditados por certificadoras de terceira parte que envolvem desempenho ambiental e as boas práticas agrícolas. Dessa maneira, todas as fazendas certificadas pelos programas ABR e BCI priorizam o manejo integrado de pragas e o controle biológico em seu sistema de manejo agronômico. Para a safra 2020/2021, a previsão é que 80% da produção nacional de algodão brasileira seja certificada com as melhores práticas socioambientais do protocolo. Graças às inovações e novas soluções em manejo sustentável biológico, o Brasil é uma das referências no tema para a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), recebendo e realizando missões internacionais para compartilhar a tecnologia de controle biológico e as boas práticas agrícolas envolvidas nos processos de MIP junto a países tropicais.

Começa colheita de algodão no Brasil
12 de Maio de 2021

Começou a colheita da safra de algodão 2020/21 no Brasil. Embora o ritmo se intensifique em junho, cotonicultores em São Paulo e Paraná já ligaram as máquinas. Quarto maior produtor mundial da fibra, o Brasil finaliza o período de colheita em setembro. Nesta safra, a Associação Brasileira de Produtores de Algodão, Abrapa, estima que o volume produzido será, aproximadamente, de 2,41 milhões de toneladas de pluma. Se confirmada, a previsão corresponderá a um recuo de cerca de 20% em relação à quantidade colhida no ciclo 2019/20 devido, principalmente, à redução da área plantada, que totalizará 1,35 milhão de hectares. Em Mato Grosso, estado que historicamente responde por 70% da produção nacional da fibra, o algodão é cultivado após a soja. Nesta temporada, o período ideal de plantio foi impactado pelo atraso no ciclo da oleaginosa, e a expectativa é de que a colheita se inicie somente no final de junho. "Temos duas preocupações, agora, na lavoura. A primeira é com as condições climáticas, porque a janela ideal de desenvolvimento das plantas foi reduzida. Além disso, precisamos estar atentos ao controle fitossanitário das plantas", observa o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato. A safra 2020/21 e as perspectivas de mercado são foco da segunda edição do "Cotton Days", série de webinars que a Abrapa realiza junto aos principais mercados importadores da fibra nacional. A iniciativa é do programa Cotton Brazil, braço internacional de promoção do algodão brasileiro.Com o nome "Cotton Brazil Harvest 20/21 Roundtable", a rodada conta com sete eventos online no mês de junho, com empresários, traders e industriais. Bangladesh (09/06), Vietnã (22/06) e Índia (29/06) já têm datas definidas. "Estamos em negociação de agenda com Coreia do Sul, Indonésia, Paquistão e Turquia", informa Busato. Já em 17 de junho, o Cotton Brazil participa da China International Cotton Conference, em Suzhou. O evento é promovido pela China Cotton Association (CCA) e a parceria com a Abrapa já é o primeiro resultado da assinatura de um memorando de entendimento que aproxima os cotonicultores brasileiros do mercado industrial têxtil chinês representado pela CCA. Cotton Brazil O Cotton Brazil é o programa da Abrapa de difusão e promoção do algodão brasileiro junto a países importadores da fibra nacional. Iniciado em 2019, é realizado em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, Apex-Brasil, e com a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão, Anea. As ações são desenvolvidas a partir do escritório da Abrapa em Singapura.

Abrapa se posiciona contra definição de critérios de sustentabilidade pelo Bacen
12 de Maio de 2021

A Abrapa participou, na segunda-feira (10), de audiência pública virtual sobre normas propostas pelo Banco Central com critérios de sustentabilidade para a concessão de crédito rural. O debate foi promovido pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados. Recentemente, o Bacen colocou em consulta pública duas minutas de atos normativos (82/2021 e 85/2021) sobre o tema. Os documentos contemplam, inclusive, regras para a divulgação de informações sobre riscos sociais, ambientais e climáticos pelas instituições financeiras. Na prática, os bancos terão que identificar se as operações financiadas atendem a critérios sustentáveis, como recuperação de pastagens degradadas, integração lavoura-pecuária-floresta e sequestro de carbono por aumento de biomassa no solo. Na avaliação de entidades representativas do agronegócio, ao estabelecer novas normas para a concessão de crédito agrícola, o Banco Central extrapola as funções do Conselho Monetário Nacional e invade a competência do Conselho Nacional de Política Agrícola (CNPA), afetando diretamente a política agrícola, regulamentada pela Lei 8171/91. Durante a audiência pública, a Abrapa deixou claro que é contrária à interferência na definição de critérios e regras ligadas à sustentabilidade para o acesso dos produtores rurais aos financiamentos do crédito rural. "Sugerimos fortemente que o Banco Central procure as cadeias produtivas do agro para conhecer e avaliar os protocolos de certificação existentes atualmente", afirmou o diretor-executivo da entidade, Marcio Portocarrero. O diretor-executivo da Abrapa apresentou o Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), certificação que abrange 178 requisitos e atesta boas práticas sociais, ambientais e econômicas das unidades produtivas. Cerca de 80% da produção brasileira de algodão obtém o selo, que é auditado anualmente. Acreditamos que o mais correto é que haja reconhecimento daqueles produtores rurais que produzem com sustentabilidade, oferecendo vantagens ou bônus para que os mesmos possam acessar linhas de financiamento com juros diferenciados", defendeu Portocarrero. O debate também contou com a participação de representantes do Banco Central, dos ministérios da Agricultura, da Economia e do Meio Ambiente, da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Presidente da Abrapa comenta sobre algodão responsável na moda em live
12 de Maio de 2021

Júlio Cézar Busato, presidente da Abrapa, conversou com a fundadora do PrioriAgro  O presidente da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), Júlio Cézar Busato, foi convidado por Eveline Alves, fundadora da PrioriAgro, perfil criado a fim de esclarecer sobre todos os aspectos do agro, desde os alimentos até as polêmicas relacionadas ao setor, além da sustentabilidade. O encontro aconteceu no dia 10/05, no Instagram da página, às 19h. O bate-papo abordou a criação do Movimento Sou de Algodão, iniciativa da Abrapa para despertar uma consciência coletiva em torno da moda e do consumo responsável. Além disso, Júlio Busato comentou que os dois maiores estados produtores de algodão são a Bahia e o Mato Grosso. E por último, os dois participantes falaram sobre o Algodão Brasileiro Responsável (ABR) que busca tornar tangíveis as boas práticas sociais, ambientais e econômicas nas fazendas com foco nos princípios fundamentais do desenvolvimento sustentável. "Quando começamos a levar as pessoas para conhecer a lavoura de algodão, para mostrar como é e por quem é produzido a fibra, os cuidados que temos, inclusive como o uso de defensivos, foi aí que elas perceberam que a produção não é da forma que é vendida. Tem uma frase que eu escutei de um estilista que é a mais pura verdade: 'esse algodão é produzido por famílias que empregam famílias e, com o trabalho, produzem essa fibra maravilhosa que se transforma em moda", comenta Júlio Cézar Busato. Confira a live neste link para saber mais sobre o Movimento Sou de Algodão e a fibra brasileira. Sobre Sou de Algodão É um movimento único no Brasil que nasceu em 2016 para despertar uma consciência coletiva em torno da moda e do consumo responsável. Para isso, a iniciativa une e valoriza os profissionais da cadeia do algodão, dialogando com o consumidor final com ações, conteúdo e parcerias com marcas e empresas. Outro propósito é informar e democratizar o Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que segue rigorosos critérios ambientais, sociais e econômicos, representando 36% de toda a produção mundial de algodão sustentável. Siga Sou de Algodão: Site: www.soudealgodao.com.br Facebook: soudealgodao Instagram: @soudealgodao Youtube: Sou de Algodão

Setor produtivo divulga carta aberta sobre proposta de Reforma Tributária
11 de Maio de 2021

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) e a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) divulgaram uma carta aberta contra a elevação da carga tributária e o aumento da burocracia na reforma tributária que vier a ser discutida pelo Congresso Nacional. Como representantes de produtores que cultivam mais de 90% da área de cereais, fibras e oleaginosas do país, as três entidades pedem tratamento adequado ao setor agropecuário. "Precisamos de uma reforma que simplifique o sistema tributário nacional e racionalize a cobrança dos tributos, afastando os efeitos perniciosos sobre quem produz e faz o Brasil crescer há décadas, inclusive em momento de pandemia", diz o documento. Entre os temas defendidos estão alíquota especial reduzida para os insumos agropecuários;  enquadramento dos produtores rurais pessoas físicas como não contribuintes, com o respectivo crédito presumido para o adquirente da produção;  e aproveitamento e garantia de restituição de créditos de investimento e de exportação para cumprimento do princípio da não cumulatividade. O setor produtivo se posiciona a favor de uma reforma tributária, mas destaca a necessidade de uma reforma administrativa anterior.  "Preparar o terreno para uma reforma tributária impõe, em primeiro lugar, colocar a casa em ordem para elevar a eficiência do serviço público", afirmam as entidades. Confira a íntegra da carta aberta assinada pela Abrapa, Aprosoja e Abramilho: Carta_Reforma Tributária_100521 (1)

Biofábrica e controle biológico reduzem uso de agrotóxicos no algodão em Minas Gerais
11 de Maio de 2021

Cultivar algodão com nenhum produto químico até o 90º dia de manejo é um feito de dar inveja em muitos produtores Brasil afora. Mas, em Minas Gerais, a exceção virou possibilidade com o uso de controle biológico. O resultado foi obtido pelo produtor Paulo Henrique de Faria com o auxílio de inimigos naturais produzidos pela biofábrica da Associação Mineira de Produtores de Algodão (Amipa), além de microorganismos criados em sua própria On Farm. Plantando algodão há cinco anos em Pirapora, no norte de Minas Gerais, Faria recorre a métodos físicos, como a rotação de culturas, e biológicos para proteger sua lavoura desde que aderiu à cotonicultura. A dificuldade ainda é superar o bicudo do algodoeiro, praga que quase dizimou a produção brasileira e assola o país até hoje. "Quando chega o bicudinho, não tem como. Passamos a intercalar com defensivos químicos", admite. Embora já produza café e feijão livres de químicos seguindo o mesmo receituário, ele defende que, por causa do bicudo, ainda não é possível manter a produtividade do algodão sem apelar nenhuma vez às moléculas sintéticas. "Hoje, plantar algodão orgânico ainda significa produzir menos para vender um produto mais caro a partir de certificação", conta. De olho numa solução para esse entrave, a Amipa trabalha em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em busca de uma solução. Uma das alternativas são dois insetos capazes de predar a larva do bicudo ainda dentro da maçã do algodão. Com o avanço da pesquisa comandada pelo engenheiro agrônomo e entomólogo da Embrapa Algodão José Geraldo Di Stefano, a expectativa é disponibilizar o novo insumo macrobiológico aos associados da Amipa em meados de 2022. Instalado na biofábrica da associação há cinco anos, Di Stefano defende uma abordagem circular do plantio de algodão calcada em quatro eixos: controle biológico, créditos de carbono, sistemas regenerativos e domínio pleno dos dados sobre a propriedade. "A partir dessa base e de uma mudança na mentalidade do produtor, será possível produzir mais e com menor impacto ambiental", aposta. De acordo com os cálculos de logística reversa feitos por Di Stéfano, a redução de cinco aplicações de pesticidas voltados à eliminação do bicudo geraria uma redução em 8 milhões de embalagens que precisam ser descartadas após o uso. Ainda que o trunfo contra o bicudo esteja agendado para 2022, a biofábrica da Amipa incentiva seus 500 associados a usarem bioinsumos desde o fim de 2014. O foco é na produção de insetos predadores das pragas, que ainda contribuem com a complexidade ambiental da lavoura, tornando as plantas mais resistentes e produtivas. Entre os agentes mais procurados na biofábrica está a microvespa Trichogramma pretiosum. Ela caça  lagartas como do cartucho, bicho-cigarro e falsa-medideira, pragas conhecidas por gerar grandes prejuízos para as culturas de algodão, soja e milho. Além dos bioinsumos a preço de custo, a Amipa oferece consultoria aos produtores da região. O processo começa com uma visita do agrônomo da associação, José Lusimar Eugênio, que oferece de forma gratuita o assessoramento técnico para introduzir o controle biológico. "Eu levanto quais os principais problemas dentro da propriedade, as culturas que o produtor trabalha e os principais gargalos presentes no manejo de pragas, não só no controle, mas principalmente na parte de monitoramento, utilização de tecnologia de aplicação", detalha Eugênio. Depois, uma equipe faz uma análise das larvas, nematóides e insetos nocivos à lavoura via drone para decidir quais inimigos naturais usar e decidir a distribuição de armadilhas com feromônios ativos contra mariposas. Finalmente, os representantes da Amipa negociam com o produtor a compra dos defensivos biológicos. Idealizador da biofábrica e diretor-executivo da Amipa, Lício Augusto Pena de Sairre ressalta que a produção da biofábrica vem crescendo 20% ao ano. Ele observa que a aplicação dos inimigos naturais também é feita com veículos aéreos autónomos não tripulados, o que torna o manejo de pragas mais preciso. Somando-se ao efeito dos inimigos naturais, a Amipa oferece bioinsumos voltados ao controle de pragas do solo, como os nematóides, que também ajudam na mineralização do solo, responsável por fornecer às plantas nutrientes importantes como o nitrogênio. Queda nos custos Como a maioria dos membros da associação é adepta da rotação de culturas, a biofábrica também trabalha com produtos voltados para feijão e milho. É o caso do presidente da Amipa, Daniel Bruxel. Sua propriedade, em Patos de Minas, rotaciona 16 lavouras diferentes, uma delas, o algodão. Além da cotonicultura, ele usa a microvespa na soja, no trigo e no tomate - este último já não precisa de aplicações de inseticidas para o controle de lagartas, diz Bruxel. Embora sua produtividade não tenha aumentado — se manteve constante —, seus custos com aplicação de defensivos químicos caíram em todas as lavouras. No caso do algodão, a substituição por biológicos torna o manejo de pragas cerca de 35% mais barato. "Esse número varia de ano a ano", conta o produtor. Para manter a lavoura de café saudável de Bruxel, a redução de custos alcança os 60%, com a introdução de inimigos naturais da família Chrysopidae para controle do bicho-mineiro, uma praga típica nos cafezais da região. Questionado sobre a possibilidade dos biológicos substituírem de uma vez por todas as moléculas sintéticas nos próximos anos, ele aposta nos inimigos naturais pensando em longo prazo. Algodão sustentável A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) destaca que todas as fazendas certificadas pelos programas Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e BCI — o equivalente a 75% de todas as unidades produtivas do país na safra 2019/2020 — priorizam o manejo integrado de pragas e o controle biológico em seu sistema de manejo agronômico. As estratégias de combate de pragas com ênfase nos bioinsumos começaram a ser empregadas nas plantações de algodão na década de 1990. Isso ocorreu após as lavouras brasileiras terem sido devastadas por pragas exóticas, como o bicudo do algodoeiro. "Com a maior parte do algodão cultivado no Nordeste, o Brasil era um dos maiores produtores mundiais. Depois do bicudo, viramos o maior importador. A partir do uso de biológicos, fomos recuperando a nossa produtividade e estamos atrás apenas dos Estados Unidos na produção mais uma vez", afirma Júlio Cézar Busato, presidente da Abrapa. De acordo com Busato, o algodão brasileiro hoje é o que mais produz em menos área justamente por causa do clima, também culpado por ser propício demais às pragas. Ele ainda cita a campanha Sou de Algodão, da Abrapa, que valoriza a cadeia produtiva, ao afirmar que o produtor brasileiro gasta menos água e tem alta adesão aos bioinsumos. Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais adotam os agentes de controle biológicos massivamente nas lavouras de algodão, segundo a Abrapa. Os Estados detêm cinco biofábricas, com a capacidade de atender 1,1 milhão de hectares da pluma na safra 2020/2021 – o correspondente a mais de 80% da produção nacional. Não há, no entanto, dados sobre a área que conta com bioinsumos de forma efetiva, de acordo com a associação. Mesmo assim, as perspectivas são animadoras, diz o produtor Paulo Henrique de Farias. Ele conta que, após aderir ao controle biológico, é impossível não perceber os benefícios. "Não é apenas o solo que melhora, mas todo o macrossistema da propriedade. Além da redução nos químicos, o produtor começa a reduzir entradas com máquinas agrícolas, gasta menos combustíveis fósseis, energia, água e ainda preserva os funcionários", conclui. POR PEDRO TEIXEIRA, COM SUPERVISÃO DE LEANDRO BECKER 11 MAI 2021 - 15H58 https://revistagloborural.globo.com/

De fibra
11 de Maio de 2021

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) vai organizar no mês que vem uma série de webinars com empresários, traders e industriais dos principais importadores para promover o algodão brasileiro. Bangladesh, Vietnã e Índia já têm datas confirmadas e a associação negocia agendas para Coreia do Sul, Indonésia, Turquia e Paquistão. "O objetivo é informar ao nosso mercado na Ásia como está a situação da safra brasileira de algodão 2020/21", conta Júlio Cézar Busato, presidente da Abrapa.