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Terminais certificados pelo ABR-LOG movimentaram 42% do volume exportado no período comercial 2023/2024
02 de Agosto de 2024O programa de certificação Algodão Brasileiro Responsável para Terminais Retroportuários de Algodão, ABR-LOG, alcançou e superou a meta inicial em seu primeiro ano de operação. Estabelecida em 30%, ela foi ultrapassada com a movimentação de 42% do volume exportado de algodão através de seis terminais certificados no programa, durante o período comercial de 2023/2024. Gerido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) em parceria com a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) e com o apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), o ABR-LOG visa garantir a excelência na estufagem de contêineres com fardos de algodão, priorizando não apenas a qualidade do processo, mas também os aspectos ambientais e sociais. A iniciativa faz parte do escopo do programa Cotton Brazil, de promoção da fibra brasileira no mercado internacional, proveniente da parceria entre Abrapa, Anea e ApexBrasil. "Recentemente, alcançamos o primeiro lugar na exportação global de algodão, um marco histórico ainda mais significativo com o papel desempenhado pelo ABR-LOG", afirmou o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel. Nesta safra, o Brasil projeta colher aproximadamente 3,7 milhões de toneladas de pluma, com exportações estimadas em cerca de 2,8 milhões de toneladas. A nova meta do ABR-LOG é estufar pelo menos 50% do volume exportado em terminais credenciados. A certificação conserva o valor do algodão brasileiro, pois rasgos e sujeira podem contaminar a pluma, afetando o trabalho realizado no campo, nas unidades de beneficiamento e nos laboratórios brasileiros. “Todo trabalho representa a união do setor em prol de um objetivo comum: fortalecer a posição do Brasil como referência global na produção e exportação da fibra”, enfatizou Schenkel. Segundo o presidente da Anea, Miguel Faus, baseado em experiências anteriores em que fardos chegavam sujos e em contêineres inadequados, o programa ABR-LOG já está demonstrando impactos positivos. Especialmente na Turquia, a certificação tem sido valorizada, destacando a importância de como os fardos são tratados desde sua origem até o destino final. “O sucesso do primeiro ano do programa foi evidente. Realizamos, em junho, um evento em Santos para incentivar a participação de todos os terminais. A expectativa é que, em breve, todos alcancem a certificação ABR-LOG, elevando, assim, os padrões de qualidade e eficiência em toda a cadeia de produção e logística do algodão brasileiro”, disse Faus. Boas práticas de estufagem Desde 2023, a Abrapa estendeu seu programa de certificação socioambiental Algodão Brasileiro Responsável (ABR) aos terminais retroportuários de algodão e armazéns que realizam o transbordo da carga e estão aptos para a operação de estufagem, criando assim o ABR-LOG. O programa é voluntário e promove o aumento progressivo das boas práticas de estufagem nessas unidades, fundamentado no cumprimento rigoroso das legislações e normas específicas para essa atividade. Na safra 2023/2024, a empresas que participaram do programa e foram aprovadas após auditoria foram: S. Magalhães & Essemaga – terminais de Alemoa e Guarujá, ambos em Santos (SP) –, Hipercon Terminais de Carga, de Santos (SP), Louis Dreyfus Company (LDC), terminal em Cubatão (SP), Brado, em Rondonópolis (MT), e Tecon Salvador (BA). O protocolo técnico estabelece diretrizes para os participantes, que incluem auditorias anuais conduzidas por empresas independentes que, no período de 2023/2024, foram realizadas pela Control Union. A gestão é supervisionada por um comitê que reúne representantes da Abrapa e da Anea, assegurando a conformidade e a evolução contínua das práticas adotadas nos terminais. Os critérios de certificação abrangem três pilares fundamentais: social, ambiental e de governança. No aspecto social, o foco está na garantia de condições de trabalho dignas e no respeito aos direitos humanos. Ambientalmente, os terminais são incentivados a adotar práticas sustentáveis de gestão de resíduos e eficiência energética. Já em governança, a transparência e a ética são pilares essenciais para uma gestão responsável. Com uma adesão inicial que superou as expectativas, o ABR-LOG reforça seu papel estratégico na cadeia produtiva do algodão, promovendo não apenas a excelência operacional, mas também o compromisso com a sustentabilidade e a qualidade dos produtos exportados. "A certificação se destaca por sua abordagem abrangente da qualidade, assegurando que o algodão brasileiro chegue ao destino em perfeitas condições. O programa implementa um conjunto de critérios que vão desde o cumprimento de normas trabalhistas e ambientais até a excelência nas operações de estufagem de contêineres", avaliou Schenkel. Acesse o relatório final do ABR-LOG, período comercial 2023/2024 em: https://abrapa.com.br/wp-content/uploads/2024/08/Relatorio-do-Programa-ABR-LOG-%E2%80%93-Periodo-Comercial-2023.2024.pdf 26.07.2024 Imprensa Abrapa Catarina Guedes – Assessora de Imprensa (71) 98881-8064 Monise Centurion – Jornalista Assistente (17) 99611-8019 Simone Seara – Jornalista Assistente (71) 99197-9756
Estratégia de futuro pauta a Missão Compradores, que termina neste final de semana
02 de Agosto de 2024Após sete dias de agenda intensa e viagens por três dos maiores estados produtores de algodão do Brasil, a “Missão Compradores” chega ao fim neste final de semana. Com mais um saldo positivo, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) fecha a oitava edição do intercâmbio certa de ter criado relações mais prósperas com os países visitantes - Bangladesh, China, Colômbia, Honduras, Índia, Coréia do Sul, Ilhas Maurício, México, Paquistão, Turquia, EUA e Vietnã. A visão de futuro está no DNA da “Missão Compradores”, explica o diretor executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero. “A missão é uma iniciativa muito estratégica. Com ela, queremos construir relações de confiança e de longo prazo com os principais compradores de algodão no mundo. Por isso, fazemos questão de trazê-los ao Brasil e mostrar o que temos de melhor quanto à qualidade, sustentabilidade e rastreabilidade”, analisou o executivo. Esse modelo de promoção internacional e desenvolvimento de mercados construído pela Abrapa com o Cotton Brazil tem sido bem avaliado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) – parceira na iniciativa. “É muito importante que os produtos brasileiros tenham uma marca forte no exterior. O algodão é um dos cases de sucesso desse branding internacional, porque está sendo desenvolvido com muito profissionalismo e já entregando belos resultados”, analisou o presidente da Apex-Brasil, Jorge Viana. Na safra 2023/24, o Brasil alcançou a marca de terceiro maior produtor mundial (com estimativa de produzir cerca de 3,7 milhões de toneladas de pluma) e maior exportador mundial – com exportações estimadas em cerca de 2,6 milhões de toneladas. Neste ano, a “Missão Compradores” contou com uma inovação: uma reunião de feedback com os importadores apontando aspectos a serem aperfeiçoados. “A cotonicultura brasileira está numa jornada de crescimento e evolução. Temos desafios para superar e ouvi-los é muito enriquecedor”, afirmou Alexandre Schenkel, presidente da Abrapa. A união das diferentes nações presentes na Missão Compradores na defesa do algodão foi destacada por Marcelo Duarte, diretor de Relações Internacionais da Abrapa e responsável pelo Cotton Brazil. “O grupo fez uma grande discussão sobre como aumentar a demanda mundial, afinal é um produto sustentável, renovável e biodegradável. Esse é o nosso grande desafio como setor”, enfatizou. Na quinta (01), a agenda da missão começou pela fazenda Pamplona, em Luziânia (GO) – propriedade do grupo SLC, que nesta safra plantou 188 mil hectares de algodão com previsão de colher mais de 360 mil toneladas. A participação na “Missão Compradores” já está no calendário anual do grupo. “É estratégico para nós porque os clientes conhecem nosso processo de produção sustentável e rastreável. Com isso, adquirem mais confiança no Brasil como um fornecedor estável e de alta qualidade”, avaliou Aurélio Pavinato, CEO da SLC Agrícola. Emre Akran, da Turquia, acompanhou de perto as demonstrações na fazenda Pamplona e se interessou particularmente pela forma como os lotes de algodão são separados. “Eles têm um software próprio que faz a segregação do lote de acordo com o que o comprador solicita, e a partir da classificação visual e da instrumental, pelo HVI. Isso foi muito interessante”, afirmou Akran. A comitiva internacional visitou também o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), em Brasília. Oportunidade ímpar para disseminar os cuidados do Brasil com a classificação do algodão, observou Edson Mizoguchi, gestor dos programas de qualidade da Abrapa. “Os clientes percebem as melhorias obtidas ano a ano e isso dá mais confiança e credibilidade nos negócios com o Brasil”, enfatizou. “Hoje, temos um Sistema de Gestão de Qualidade que garante a competência técnica das análises e contamos com a certificação do algodão pelo Ministério da Agricultura, outra importante conquista”, citou. Esse cuidado com a classificação do algodão foi percebido pelos importadores. “Vimos que o centro brasileiro é um balizador da qualidade do algodão no Brasil, porque ele guia todos os laboratórios para que eles tenham alta confiabilidade nos resultados (da análise feita) por HVI. E é exatamente disso que a gente precisa: de análises confiáveis. Assim, eu posso tomar a melhor decisão e ter o melhor aproveitamento da fibra na indústria têxtil”, explicou Jamil Uddin, de Bangladesh. A “Missão Compradores” começou a ser realizada em 2015 pela Abrapa. Neste ano, recebeu apoio das associações estaduais de produtores de algodão de Mato Grosso (Ampa), Bahia (Abapa) e Goiás (Agopa). O intercâmbio faz parte do Cotton Brazil, que além da parceria com a Apex-Brasil recebe apoio da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea).
Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa
02 de Agosto de 2024Destaques da Semana - Ontem, 1/ago, começou o ano comercial 24/25, para fins estatísticos. A 8ª Missão Compradores Cotton Brazil mais uma vez é um sucesso. Fique atualizado sobre o mercado mundial do algodão participando do canal do Cotton Brazil no WhatsApp: 🖱️ https://bit.ly/CanalCottonBrazil. Algodão em NY - O contrato Dez/24 fechou nesta quinta 01/08 cotado a 68,08 U$c/lp (-1,2% vs. 25/jul). O contrato Dez/25 fechou em 71,31 U$c/lp (-1,1% vs. 25/jul). Basis Ásia - o Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia: 851 pts para embarque Out/Nov-24 (Middling 1-1/8" (31-3-36), fonte Cotlook 01/ago/24). Baixistas 1 - Cotações sob pressão com evidências de oferta global de algodão confortável para esta safra, com o Brasil devendo liderar com folga as exportações nos próximos meses. Baixistas 2 - O governo chinês anunciou que irá alocar 200 mil toneladas de cota de importação em 2024. O volume é menos da metade do realizado em 2023 (750 mil tons). Baixistas 3 - A demanda por fios, têxteis e vestuário continua fraca na maioria dos países, apesar das recentes reduções de preço do algodão. Altistas 1 - Houve pequena piora nas condições das lavouras nos EUA. Ultimo relatório do USDA mostra que 49% das lavouras estão em condições boas a excelentes (53% na semana anterior). Altistas 2 - O PIB dos EUA para o segundo trimestre foi anunciado em 2,8%, bem acima da previsão de 2,1%. Altistas 3 - Incentivos econômicos positivos foram anunciados pelo governo chinês esta semana, gerando certo otimismo, pois a situação econômica atual não é boa. China 1 - A Cota de somente 200 mil toneladas de importação de algodão anunciada pelo governo Chinês deixou o mercado preocupado esta semana. China 2 - Este é o nível mais baixo de cotas anunciadas desde 2018, com cotas anteriores variando de 400.000 a 800.000 toneladas. China 3 - As fiações devem se candidatar para alocação das cotas no período de 1 a 7 de agosto, demonstrando capacidade instalada de pelo menos 50.000 fusos. China 4 - O mais relevante fato altista para o mercado em 23/24 foi o grande volume de importações da China, que deve fechar em 3,2 milhões de tons, maior número em 12 anos. China 5 - Para o ano comercial 2024/25, que começou 01/08, a expectativa é que o país importe pelo menos 2,4 milhões de tons para cobrir o déficit anual, mas há algodão em abundância hoje no país e a economia não vai bem. Paquistão - A queda nas cotações internacionais e aumento dos preços internos levou a um aumento nas consultas por importação no Paquistão. Bangladesh 1 - A produção industrial em Bangladesh foi retomada nesta semana, após a paralisação causada pelas manifestações. Bangladesh 2 - A situação em Bangladesh ainda preocupa. Protestos contra o governo continuam e a situação é instável. Egito - Dados não oficiais projetam a área plantada com algodão no Egito para a safra 2024/25 em cerca de 132 mil hectares, com produção estimada de 100 mil tons de pluma. Missão Compradores 1 - Termina neste final de semana a oitava “Missão Compradores”. A Abrapa recebeu 21 executivos da indústria têxtil de 12 países: Bangladesh, China, Colombia, Honduras, India, Coréia do Sul, Ilhas Maurício, México, Paquistão, Turquia, EUA e Vietnam. Missão Compradores 2 - Na visita por MT, os destaques foram o profissionalismo e a sustentabilidade. “Fiquei impressionada com o quanto a colheita é bem estruturada”, disse a chinesa Sarah Hong: https://bit.ly/3Wy7Q6a Missão Compradores 3 - Já na Bahia, o ponto alto foi a rastreabilidade. O chinês Qi Zhang viu em detalhe como cada amostra é identificada e se encantou com a ‘brancura’ do algodão: https://bit.ly/4fnrZ7P Missão Compradores 4 - O intercâmbio também passou por Goiás e terminou na sede da Abrapa, em Brasília. A Missão é uma ação do Cotton Brazil, e tem apoio e parceria da Apex-Brasil, da Anea e das associações estaduais. Exportações - As exportações brasileiras de algodão somaram 155,7 mil tons até 29 de julho. A média diária de embarque é 2,25 vezes maior que a média registrada no mesmo mês de 2023. Colheita 2023/24 - Até ontem (01/08), foram colhidos no estado da BA (44,05%), GO (60,21%), MA (47%), MG (50%), MS (80,8%), MT (35%), PI (52,71%), PR (100%) e SP (88%). Total Brasil: 38,85% Beneficiamento 2023/24 - Até ontem (01/08), foram beneficiados no estado da BA (30%), GO (20,15%), MA (14%), MG (20%), MS (32,8%), MT (6,5%), PI (19,92%), PR (100%) e SP (81%). Total Brasil: 12,35% Preços - Consulte tabela abaixo ⬇ Quadro de cotações para 01_08 Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, iniciativa que representa a cadeia produtiva do algodão brasileiro em escala global. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com
Com sustentabilidade e tecnologia, Brasil pode se manter como líder no fornecimento de algodão para o mundo
02 de Agosto de 2024O Brasil alcançou um marco histórico no setor algodoeiro, em 2024. Pela primeira vez, se tornou o maior exportador mundial de algodão, superando a tradição do mercado norte-americano. De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), na safra 2023/24 o país deve colher cerca de 3,7 milhões de toneladas de algodão beneficiado (pluma) e as exportações alcançarão cerca de 2,6 milhões de toneladas. Nessa trajetória de sucesso, a Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT) vem buscando novas pesquisas, ajudando e aprimorando nas tomadas de decisões com um time de profissionais capacitados para auxiliar nas orientações de manejo, que visam um cultivo mais sustentável, atuando sempre na busca pela inovação e soluções tecnológicas para auxiliar no controle das principais pragas e doenças do algodão durante a safra. A liderança da fibra brasileira na exportação foi pauta do painel "Desafios, oportunidades e futuro da cotonicultura brasileira" que abriu o XVI Encontro Técnico do Algodão, promovido pela Fundação MT. A colheita começa a acelerar no Brasil, mas cerca de 60% da produção já foi comercializada. O diretor executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero apresentou os fatores que contribuem para os números expressivos da produção nacional de algodão. "Essa conquista se deve a um trabalho de 25 anos e de dedicação em trazer as melhores tecnologias que existem no mundo. Qualidade, rastreabilidade e o mais importante, uma garantia de que o algodão que o Brasil produz, exportado pro mundo todo, é sustentável", afirmou. Cenário atual, novas tecnologias, inovação, sustentabilidade e rastreabilidade do algodão também foram debatidos no painel. O economista e sociólogo Marcos Troyjo pontuou que os patamares da exportação brasileira devem continuar ainda bastante elevados. “O Brasil ter se tornado o maior exportador mundial de algodão é razão de muito orgulho. O ESG chega como um novo desafio, ou seja, os temas ambientais, sociais e de governança. Toda essa agenda ecológica, vai continuar no centro do palco e cada vez mais vai ganhar relevância. E isso é ponto positivo, como por exemplo, o aumento na demanda de treinamento da força de trabalho, de aprimoramento de capital humano, que irá suprir a ausência de mão de obra nas produções”, destacou. Para o cotonicultor Samuel Locks, entre os desafios da produção, a falta de mão de obra qualificada é um dos grandes entraves na propriedade. Ele também comentou como vê o futuro da produção do algodão no Brasil. "Apesar do produtor brasileiro ser o mais eficiente do mundo, e produzir o dobro do que a média do produtor americano, eu vejo que ainda tem muito espaço para a gente melhorar, para ganhar mais eficiência, com uso de tecnologias. A grande demanda de produção exige investimentos em inovações”, pontuou. Encontro Técnico do Algodão A abertura do evento trouxe o anúncio da renovação de membros atuantes no conselho curador da Fundação MT. Romão Viana, é o novo diretor presidente da Fundação e agradeceu a presença de todos os participantes, reforçando o compromisso da instituição com a imparcialidade e credibilidade dos resultados. Realizado em Cuiabá, entre os dias 31 de julho, 1 e 2 de agosto, o encontro reúne experientes pesquisadores da Fundação MT e profissionais que são referência na cotonicultura brasileira. "Cultivando o futuro" é o tema que norteia a programação dos três dias do encontro. O objetivo é disseminar dados de pesquisa, apresentar o posicionamento da Fundação MT, promover diálogos sobre os gargalos da cotonicultura, debater aspectos da última safra e planejar a próxima temporada em campo.
ABR-UBA abre temporada de adesão para safra 2023/2024
02 de Agosto de 2024Teve início o período de adesão das Unidades de Beneficiamento de Algodão (UBA) — a primeira etapa industrial da matéria-prima até chegar ao consumidor final — ao programa de certificação socioambiental Algodão Brasileiro Responsável para Unidades de Beneficiamento de Algodão (ABR-UBA) para a safra 2023/2024. No ciclo passado, 99 UBAs, distribuídas em oito estados, foram aprovadas após auditorias pelo programa criado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Para este ano, a meta é ultrapassar as 120 unidades. “Na última safra, foram certificadas 42% das unidades de beneficiamento existentes no país. Para este ano, buscamos ampliar esse número, pois o resultado alcançado até agora é um sinal claro do engajamento dos produtores brasileiros de algodão com o conceito de sustentabilidade e com o programa de certificação. Embora não seja obrigatório, o ABR-UBA continua ganhando mais adeptos a cada ano”, afirmou o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel. Criado em 2021, o ABR-UBA é baseado nos pilares da sustentabilidade — ambiental, social e econômico —, e estabelece parâmetros de boas práticas para o beneficiamento nas unidades. Ele exige o cumprimento de legislações e normas específicas para a atividade, que são auditadas para a obtenção da certificação. Na safra 2022/2023, dos 3,27 milhões de toneladas de algodão beneficiado, dois milhões de toneladas foram processadas em algodoeiras certificadas. Isso corresponde a 62% do montante. “O resultado é muito importante. O ABR-UBA introduz práticas que promovem uma gestão eficiente e a padronização dos processos, como medidas para evitar a contaminação dos fardos. O cumprimento desses requisitos inicia um processo de melhoria contínua nas usinas, com o objetivo de estabelecer um padrão de qualidade para os fardos brasileiros”, explicou Schenkel. Adesão As interessadas em aderir ao programa devem procurar uma das nove associações filiadas à Abrapa, que atue no seu estado: Abapa (Bahia), Agopa (Goiás), Ampa (Mato Grosso), Ampasul (Mato Grosso do Sul), Amapa (Maranhão), Amipa (Minas Gerais), Appa (São Paulo), Acopar (Paraná) e Apipa (Piauí). Para este ano, todo o protocolo e seus documentos foram reavaliados, com a inclusão de três novas perguntas que abordam a execução de trabalhos em altura acima de dois metros, a segurança nas áreas de vivência e o armazenamento de caroço. Foram introduzidas também medidas para prevenir assédio moral, sexual e qualquer outro tipo de violência. “O escopo foi ajustado para incentivar a boas práticas voltadas ao bem-estar, saúde e segurança dos trabalhadores envolvidos nas atividades com máquinas e equipamentos usados no beneficiamento da pluma, e o aprimoramento é contínuo. O checklist de administração, nesta safra, inclui cinco novos itens, com o objetivo de promover a melhoria contínua nas unidades participantes”, disse Schenkel. As certificadoras de terceira parte que atuarão nas associações estaduais serão Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Genesis Certifications e Qima/WQS. Os 173 itens avaliados estão organizados nos 8 critérios: contrato de trabalho; proibição de trabalho infantil; proibição de trabalho análogo ao escravo; liberdade de associação sindical; proibição de discriminação de pessoas; meio ambiente, segurança do trabalho e saúde ocupacional (NR31) e segurança no trabalho em máquinas e equipamentos (NR12); desempenho ambiental e boas práticas.
Workshop sobre o uso de biológicos na agricultura reúne especialistas no 14° CBA
01 de Agosto de 2024O uso de ferramentas de origem biológica na agricultura será o assunto em destaque no workshop 5, que integra a programação do 14° Congresso Brasileiro do Algodão (CBA), realizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), de 3 a 5 de setembro, na cidade de Fortaleza. Sob a coordenação do professor da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Thiago Gilio, quatro especialistas discutirão os desafios e as oportunidades na utilização de biológicos. “Entre os principais desafios estão a identificação de microrganismos eficazes, a produção em larga escala mantendo a qualidade, o transporte, o desenvolvimento de métodos eficientes de aplicação no campo, a adaptação a diferentes condições climáticas, a navegação por regulamentações complexas e o conhecimento sobre a interação destes microrganismos”, explica Gilio, que também vê oportunidades promissoras. “Por outro lado, as ferramentas biológicas podem melhorar a saúde do solo, aumentando a biodiversidade microbiana e recuperando solos degradados, o que resulta em maior produtividade e rentabilidade. Inovações tecnológicas, como a metagenômica, permitem uma utilização mais precisa dos microrganismos benéficos, com a possiblidade de monitoramento a cada safra em diferentes sistemas produtivos” diz o coordenador do encontro. Para Gilio, este workshop trará não apenas uma visão geral sobre o uso de biológicos e bioinsumos, mas, também, atualizações técnicas e oportunidades que abrangem desde a prospecção, produção, aplicação e interações até formas de avaliar seus efeitos em diferentes sistemas produtivos ao longo do tempo. “Os pesquisadores que conduzirão este workshop abordarão diversos aspectos dos biológicos na agricultura. Estruturamos o evento de maneira a possibilitar o máximo de interação entre os participantes e os especialistas da área, utilizando exemplos práticos para ilustrar os conceitos discutidos ao longo do encontro”, finaliza o agrônomo, com doutorado em Genética e Melhoramento pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), com doutorado sanduíche, no ARS-USDA, Soybean Genomic and Improvement Lab, Beltsville, MD, (EUA). Palestrantes Com o tema “Biológicos no controle de doenças e nematóides em algodoeiro”, Fabiano Perina, pesquisador da Embrapa Algodão, abre a programação. Engenheiro Agrônomo, possui mestrado e doutorado em Fitopatologia pela Universidade Federal de Lavras e, doutorado sanduíche, pela Universidade de Delaware (EUA). Atualmente, faz pesquisas sobre o manejo e diagnóstico de doenças e nematóides do algodoeiro e sistemas de produção de algodão, na Embrapa Algodão. A palestra seguinte fica a cargo do professor associado da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Galdino Andrade Filho, que falará sobre os compostos secundários de microrganismos, interações e potenciais usos na agricultura. Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Londrina, Galdino possui doutorado em Ecologia Microbiana, pela Universidade de Granada, e pós-doutorado em avaliação de risco ambiental de organismos geneticamente modificados, pela University of Surrey (UK); além de um segundo pós-doutorado em Análise de bioindicadores da saúde do solo, pelo USDA – Agricultural Research Service (EUA). Na sequência, a sócia fundadora da GoGenetic e CEO da Start-up GoSolos, Vânia Pankievicz, abordará a metagenômica como ferramenta para a utilização e aplicação de bioinsumos. A palestrante, vencedora do FINEP-Prêmio Mulheres Inovadoras em 2021, é bióloga, com mestrado e doutorado em Bioquímica e Biologia Molecular pela Universidade Federal do Paraná (UFPR); e pós-doutorado em Agronomia pela Universidade de Wisconsin-Madison (EUA). Encerra a programação, a líder do grupo de pesquisa em Biodiversidade e Biotecnologia Agrícola, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Martha Viviana Celly Torres. Ela traçará um panorama do uso de bioinsumos de base microbiana no norte de Mato Grosso. Graduada em Biologia pela Universidade Pedagógica e Tecnológica da Colômbia, Martha tem mestrado e doutorado em Microbiologia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL).
Rastreabilidade fardo a fardo é destaque na visita da Missão Compradores pela Bahia
01 de Agosto de 2024Apesar de toda diversidade da cotonicultura brasileira, o compromisso com a qualidade, a responsabilidade na produção e rastreabilidade dos fardos é uma característica no País. Essa foi a percepção que predominou em mais uma etapa da “Missão Compradores”, intercâmbio comercial realizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) - que neste ano mobilizou 21 representantes da indústria têxtil mundial. Na quarta (31), a delegação passou pelo estado da Bahia, visitando duas fazendas no município de São Desidério: a Warpol, do grupo Busato, e a Nossa Senhora do Carmo, propriedade de Dirceu Montani. A agenda incluiu ainda o Centro de Análise de Fibras da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), em Luis Eduardo Magalhães. Na fazenda Warpol, o chinês Qi Zhang acompanhou de perto o processo de rastreabilidade. “As amostras de algodão são retiradas assim que saem da prensa. Cada amostra tem um número específico correspondente, que é o mesmo número que vai no fardo, no QR Code. Então é realmente uma rastreabilidade fardo a fardo”, destacou ele. A “brancura” da pluma baiana também saltou aos olhos de Zhang. “Na etapa de expedição, os fardos são todos separados de maneira uniforme, o que é muito bom para nós, da indústria têxtil. Mas o que mais me chamou a atenção é o quanto o algodão baiano é branco”, comentou. Júlio Busato, ex-presidente da Abrapa e sócio-proprietário da fazenda Warpol, recebeu de braços abertos a delegação da missão. “É um prazer receber na nossa fazenda os gestores da indústria têxtil global para que eles possam ver de perto o profissionalismo dos produtores de algodão da Bahia. É uma honra para nós”, afirmou. Diferentemente de Mato Grosso, onde o cultivo do algodão é feito em sua maioria em áreas de sequeiro, na fazenda baiana foi possível conferir o uso da irrigação. Hoje, somente 8% da área plantada brasileira irriga alguma etapa do processo produtivo. Alexandre Schenkel, presidente da Abrapa, explica que no Brasil a irrigação não é a técnica predominante. “Aproveitamos ao máximo a água naturalmente disponível porque nosso foco é a produção responsável e o uso racional dos recursos naturais. Mas quando é necessário, a irrigação entra de forma inteligente, nos talhões onde realmente é necessário”, comentou. A comitiva conheceu também a estrutura onde será nova sede e o novo laboratório de análise de algodão da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa). De acordo com o presidente da Abapa , Luiz Carlos Bergamaschi, a capacidade de análise será dobrada a partir de 2025. “Para nós, produtores baianos, é importante receber a “Missão Compradores” porque nos dá a oportunidade de mostrar a eficiência brasileira na produção, em todos os elos da cadeia produtiva”, afirmou Bergamaschi durante a visita. Ele explica que o intercâmbio acaba funcionando também como uma oportunidade para que os cotonicultores recebam feedbacks sobre pontos que ainda podem melhorar no cultivo do algodão. O sul-coreano Jiwoon Park atestou a seriedade do laboratório da Abapa. “Muito organizado, segue os parâmetros internacionais e tem alta confiabilidade nas análises de HVI. Para nós, industriais, é muito importante que o algodão chegue com as mesmas características de qualidade que solicitamos, e ver essa credibilidade nas análises aqui nos dá mais confiança”, pontuou. Nesta quinta (01), a “Missão Compradores” visita Goiás e segue para Brasília (DF). A comitiva reúne representantes das indústrias têxteis de Bangladesh, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Honduras, Índia, Paquistão e Turquia. Neste ano, o intercâmbio está em sua oitava edição – a primeira ocorreu em 2015. A “Missão Compradores” é uma das ações do Cotton Brazil, iniciativa que representa internacionalmente o setor produtivo do algodão brasileiro. Coordenado pela Abrapa, o programa é realizado em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e tem apoio da Anea. A missão é realizada em conjunto com as associações estaduais de produtores de algodão de Mato Grosso (Ampa), Bahia (Abapa) e Goiás (Agopa).
Profissionalismo e sustentabilidade do algodão em Mato Grosso chamam atenção na Missão Compradores
01 de Agosto de 2024A cada edição da Missão Compradores, intercâmbio comercial em que a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) recebe importadores de algodão no Brasil, o generalismo a respeito da cotonicultura brasileira é substituído por uma visão mais realista do cotidiano no campo. Em sua oitava edição, a iniciativa reúne 21 representantes da indústria têxtil mundial e, na primeira etapa, o destaque foi o profissionalismo na gestão das fazendas e as boas práticas ambientais. Neste ano, a comitiva recepcionada pela Abrapa traz executivos de oito países: Bangladesh, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Honduras, India, Paquistão e Turquia. Culturas, idiomas e realidades bem diferentes dos brasileiros o que torna ainda mais útil abrir a porteira das fazendas aos importadores. Dos 21 representantes das indústrias têxteis mundiais que estão conosco, 19 visitam pela primeira vez nosso País. É uma bela oportunidade de mostrar na prática nosso compromisso com as pessoas, o ambiente e a qualidade, ponderou Alexandre Schenkel, presidente da Abrapa. Para Faizah Mahmoot, de Bangladesh, a oportunidade teve efeito duplo. A visita à fazenda Bom Futuro, em Campo Verde (MT), na terça (30) foi a primeira vez em uma lavoura de algodão. Conhecemos desde a colheita até o beneficiamento. Vimos como classificam o algodão e os programas sociais e ambientais que o grupo tem. Foi uma experiência ótima, comentou. Na Bom Futuro, destaque para a verticalização da produção. Além da algodoeira, a propriedade tem uma biofábrica de defensivos biológicos e uma indústria esmagadora – que produz óleo de algodão. Ainda em Campo Verde, a comitiva conheceu a Cooperfibra, cooperativa que é fiação e tem também um laboratório de classificação de algodão. Lá, um dos atrativos foi ver os diferentes tipos de fios que podem ser confeccionados a partir do algodão brasileiro. Boas práticas Na segunda (29), a comitiva visitou a fazenda Boa Esperança, em Lucas do Rio Verde (MT). É uma propriedade com uma preocupação muito forte com o bem-estar dos colaboradores, além de ter boas práticas ambientais. Aqui, foram reflorestadas muitas áreas com árvores frutíferas, palmeiras e outras espécies para ampliar a área preservada para além do que exige a legislação, explicou Schenkel. Com 33 mil hectares destinados ao plantio de algodão na safra 2023/24, a Boa Esperança produz em área de sequeiro, sem irrigação – assim como 92% da produção nacional. Outro diferencial é o grande uso de compostagem (resíduos orgânicos que contribuem para a nutrição do solo), reduzindo a necessidade de fertilizantes minerais. Além disso, 100% do manejo é feito com controle biológico associado ao químico. Durante a visita, era dia de colheita, atividade que Raza Ellahi, da Turquia, acompanhou de perto. O que mais chamou a atenção foi a eficiência na colheita, com máquinas de última geração e pessoas capacitadas. Conversei com os gestores da fazenda para entender como eles dividem os talhões, escolhem as variedades e organizam as máquinas para colher, disse ela. Já a chinesa Sarah Hong destacou o grau de profissionalismo encontrado. Fiquei impressionada com o quanto a operação de colheita é bem estruturada. A separação dos lotes de algodão é feita desde o início das atividades. Isso é muito importante porque nós, compradores, precisamos de lotes uniformes para extrairmos o máximo da capacidade produtiva da fiação, explicou Hong. Toda a pluma produzida na fazenda Boa Esperança é destinada à exportação e a rastreabilidade da produção abrange todas as etapas produtivas – do plantio da semente até a chegada dos fardos ao contêiner que seguirá aos portos. Workshop No domingo (28), foi realizado um workshop sobre a cotonicultura brasileira. O evento foi aberto pelo presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel, e contou com a presença do produtor e ex-ministro da Agricultura, Blairo Maggi. Aqui, em Mato Grosso, cultivamos com responsabilidade e eficiência. E temos potencial para expandir a produção: basta haver demanda, afirmou o presidente da Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão (Ampa), Eraí Maggi. O diretor de Relações Internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte, apresentou uma visão geral sobre os principais ativos do algodão brasileiro (qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade). Fernando Rati, gestor do Cotton Brazil, mostrou dados atualizados sobre a produção de algodão em Mato Grosso e o diretor da Associação Nacional de Exportadores de Algodão (Anea), Ariel Coelho, traçou um diagnóstico do mercado nacional e internacional da fibra. Na safra 2023/24, a previsão é de que o Brasil produza cerca de 3,7 milhões de toneladas de pluma, com exportações estimadas em cerca de 2,6 milhões de toneladas. Agenda Nos próximos dias, a Missão Compradores passará pelos municípios baianos de São Desidério e Luís Eduardo Magalhães, por Cristalina, em Goiás, até a sede da Abrapa, em Brasília (DF). Estão programadas visitas técnicas ao Centro de Análise de Fibras da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) e ao Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA), estrutura coordenada pela Abrapa. As informações partem da assessoria de imprensa da Abrapa.