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Cotonicultores apresentam demandas para o Plano Safra 2017/2018
17 de Março de 2017

Em reunião na Comissão Nacional de Política Agrícola da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) apresentou as propostas do setor algodoeiro para o Plano Agrícola e Pecuário 2017/2018 – o Plano Safra –, previsto para ser lançado pelo Governo Federal até junho. Dentre os pleitos, a elevação do Preço Mínimo do algodão pela Conab, dos atuais R$54,90/arroba para R$74,76/arroba. O valor foi calculado de acordo com os custos atuais de produção commodity em um estudo assinado pela Abrapa, Cepea/USP e CNA. Outra demanda, dentre os cinco tópicos levantados pela entidade, com base nas informações colhidas junto às suas dez associações estaduais, foi a liberação do crédito denominado "extra teto" para grandes produtores, com juros equivalentes ao do crédito rural. Instrumento direcionador das políticas públicas, o Plano Safra diz respeito, principalmente, às linhas de crédito disponíveis para a agricultura e é lançado anualmente. A Comissão Nacional de Política Agrícola da CNA ouviu diversos setores do agro em seis workshops realizados em todas as cinco regiões do Brasil, além do Matopiba. As demandas levantadas serão consolidadas em um documento, que será entregue ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi. No próximo dia 29 de março, o secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller, deverá participar de uma reunião na Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e seus Derivados, do Mapa, que é presidida pela Abrapa. Ele foi convidado pela Câmara Setorial a apresentar aos membros o arcabouço do Plano Safra 2017/2018. Os demais pontos elencados pela Associação foram o provisionamento de recursos orçamentários para pagamento de Prêmio Equalizador Pago (Pepro) de milho e algodão, caso haja necessidade da subvenção, o incentivo ao financiamento de armazéns, silos e secadores para soja, milho e arroz com juros de 6,5% ao ano, e a inserção, nas condicionantes para a contratação de financiamento de custeio de soja, algodão e milho, da obrigatoriedade, por parte dos produtores, da comprovação da segregação de uma área de  "refúgio" nas lavouras de OGMs. Os refúgios são lavouras de cultivadas com sementes convencionais, próximas às transgênicas, que, segundo preconizam os desenvolvedores dessas tecnologias, são fundamentais para o manejo fitossanitário, contribuindo para evitar a resistência de pragas das lavouras. Instrumento fundamental Para o diretor executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero, embora os cotonicultores recorram majoritariamente aos recursos disponibilizados para o custeio das lavouras pelas tradings e fornecedores de insumos, o Plano Safra é um importante instrumento, sobretudo para definir as linhas de financiamento de máquinas e equipamentos agrícolas, e é necessário que ele se adeque à realidade do produtor. "É o caso, por exemplo, do pleito da linha 'extra teto' para grandes produtores com juro de crédito rural, que havia sido retirada do Plano Safra passado e retornou, com a entrada do ministro Blairo Maggi. O reforço da Abrapa no pleito desse item advém da preocupação da entidade com a consolidação do tópico em 2017/2018", afirma.  Segundo o presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura, os recursos do Plano Safra são essenciais para a sustentabilidade da economia brasileira. "Eles ajudam não só a tornar o país mais competitivo na produção da fibra, como favorecem a geração de emprego e renda e a economia, como um todo, uma vez que o agro presenta em torno de 25% do PIB nacional e a cotonicultura tem grande relevância nesse contexto. Esperamos que todas essas demandas sejam absorvidas", conclui o presidente.

Abrapa e MackGraphe dão mais um passo rumo à parceria para estudo da aplicabilidade do grafeno na cotonicultura
14 de Março de 2017

Após a segunda visita do presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Arlindo de Azevedo Moura, e do diretor executivo da entidade, Marcio Portocarrero, às instalações do Centro de Pesquisa Avançada em Grafeno (MackGraphe) da Universidade Presbiteriana Mackenzie, ocorrida na segunda-feira (13/03) em São Paulo, uma nova etapa foi cumprida na aproximação entre produtores e cientistas para analisar as possíveis aplicações do grafeno na cotonicultura. No dia 11 de abril, pesquisadores do MacGraphe viajam para Brasília para conhecer o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA) e uma fazenda produtora da fibra, pertencente à empresa SLC Agrícola, em Luziânia (GO). O objetivo da visita é apresentar ao grupo da Mackenzie o modo produção e a tecnologia envolvida nos processos de cultivo e beneficiamento do algodão, para estudar a possibilidade de agregar a eles o grafeno, o mais forte e impermeável material do planeta, derivado do grafite. De acordo com Arlindo Moura, o elemento poderá ser incorporado tanto a máquinas e implementos agrícolas nas fazendas, quanto – em outra etapa da cadeia produtiva – à composição dos tecidos de algodão, conferindo a estes uma infinidade de atributos tecnológicos. “O grafeno, considerado o ‘novo silício’, já é uma realidade muito próxima nas tecnologias de comunicação, como chips, fibras óticas, etc. Na indústria têxtil, promete ser revolucionário na concepção de tecidos inteligentes, capazes de monitorar a temperatura do corpo humano, a pressão arterial, o nível de colesterol de quem está usando, etc. Temos um mundo a desbravar”, afirma Moura, lembrando que a cotonicultura é uma das atividades agrícolas que mais incorporam tecnologia. “Os parâmetros atuais de produção de algodão no Brasil são uma prova disso. Não seríamos o quinto maior produtor mundial se não fosse a pesquisa da Embrapa e de diversas instituições públicas e privadas, sobretudo universidades, que trabalharam na pesquisa e desenvolvimento de variedades adaptadas às condições de cerrado transformando uma região desacreditada em um dos maiores polos de produção de algodão do mundo”, disse.

GT de Tecnologia da Abrapa recebe a Monsanto
13 de Março de 2017

No dia 07 de março, a Abrapa recebeu em sua sede, em Brasília, representantes da empresa Monsanto que se reuniram com o Grupo de Trabalho de Tecnologia (GT de Tecnologia) para compartilhar informações técnicas dos produtos e tecnologias da multinacional para a cotonicultura. A reunião contou com a presença do presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura e dos membros do GT, Almir Montecelli, Álvaro Salles, Aurélio Pavinato e Luiz Carlos Bergamaschi. Na comitiva da Monsanto, Eduardo Navarro, líder do negócio de algodão, Ramiro Ovejero, líder técnico de manejo de resistência de plantas daninhas, Silvina Rojas, líder técnica de algodão, e Luciano Fonseca, gerente de regulamentação, que falaram, dentre outros assuntos, sobre os benefícios do herbicida dicamba. Com o plano da Monsanto de lançar variedades tolerantes a este herbicida no Brasil (uma delas aprovada na reunião da CTNBio de 9 de março), o dicamba fará parte de um pacote de soluções para a cultura, tornando, segundo a empresa, o manejo de ervas daninhas mais eficiente para o cotonicultor. Na reunião, a líder técnica de algodão da Monsanto, Silvina Rojas, apresentou a estratégia da empresa. Ela também tratou sobre a estrutura de desenvolvimento de novas variedades de algodão no Brasil, responsável por testar e avaliar todas as fontes genéticas disponíveis ao redor do mundo, que contenham as tecnologias Monsanto, para que possam ser identificadas e desenvolvidas para atender às demandas do mercado brasileiro. Fórum adequado Segundo Eduardo Navarro, líder do negócio de algodão da Monsanto, o GT de Tecnologia da Abrapa é o fórum adequado para discussões técnicas entre indústria e produtores, com foco em ações e ferramentas que irão fazer a diferença para toda a cadeia produtiva do algodão. "Esse diálogo próximo e frequente com os produtores nos possibilita ser mais assertivos no atendimento das demandas técnicas e na disponibilização de pacotes de soluções para a produção de algodão", disse. O presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura, destacou que a função do grupo é conhecer o que a cadeia está produzindo e verificar se é de interesse do produtor. "A intenção da entidade é estar ainda mais próxima às empresas desenvolvedoras de tecnologias, para garantir que os produtos ofertados por elas supram as necessidades do cotonicultor, da melhor maneira possível", afirmou. Outros temas importantes ligados aos materiais genéticos foram abordados na reunião, como a necessidade de respeitar as áreas de "refúgio", preconizadas pelos desenvolvedores, e as questões relativas à prática de "salvar a semente". Os GTs Os Grupos de Trabalho da Abrapa aprofundam a discussão sobre os temas prioritários da cotonicultura e propõem soluções para os gargalos da atividade. Eles estão divididos em seis áreas focais: Comercialização e Rentabilidade; Marketing, Tecnologia; Sustentabilidade; Relações Institucionais e Qualidade. Esses GTs são compostos de representantes das associações estaduais e profissionais técnicos com capacitação para desenvolver as ações pertinentes.

CTNBio aprovou duas das três tecnologias OGM para o algodão esperadas para 2017
10 de Março de 2017

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou na manhã da quinta-feira (09/03), duas novas tecnologias transgênicas para o algodão. A da Bayer, resistente a insetos e tolerante aos herbicidas glifosato e glufosinato de amônio, e a da Monsanto, tolerante aos herbicidas dicamba e glufosinato de amônio. Das três novas tecnologias que aguardavam na fila de aprovação da CTNBio, resta apenas a da Dow AgroSciences (resistente a lagartas e tolerante ao glufosinato de amônio). Após superada a etapa de aprovação na CTNBio, o produtor ainda deve aguardar em torno de três anos até que o material chegue ao mercado. Segundo explica o consultor técnico da Abrapa, Edivandro Seron, que acompanhou a reunião, as tecnologias ainda precisam aguardar a manifestação do Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS, antes de serem submetidas pelas empresas obtentoras ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que verifica as características das cultivares e os seus benefícios agronômicos, seguindo a legislação aplicada para o Registro Nacional de Cultivares-RNC. “A CTNBio atesta a biossegurança das tecnologias em relação ao meio ambiente, ao homem, aos animais e demais espécies vegetais presentes no sistema de cultivo”, explica. “Mas até chegarem à CTNBio, cada tecnologia já passou em média por dez anos de pesquisas e testes, com investimentos médios em torno de US$150 milhões”, diz o consultor. “Na etapa de campo, para o desenvolvimento das variedades que carregam a tecnologia, os obtentores despendem outros dois anos, até completarem o dossiê, que é submetido à CTNBio”, relata. Celeridade necessária Para o presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura, o resultado da reunião de hoje é de grande importância para a cotonicultura nacional. “A entrada de novos materiais genéticos quebra o ciclo de resistência de pragas e plantas daninhas da lavoura, ocasionado pelos longos períodos de exposição aos produtos disponíveis no mercado. A última aprovação para o algodão na CTNBio foi em 2016, após uma lacuna de quatro anos”, lembrou o presidente. Moura afirmou ainda que é indiscutível que se atente para a segurança de novas tecnologias genéticas e de químicos, mas que a celeridade nos processos é uma demanda atual no agronegócio brasileiro. “A legislação preconiza que, ao chegar à CTNBio, haja um prazo de 90 dias para a emissão de um parecer mas, na prática, o tempo médio tem sido de 18 a 24 meses”, conclui.

Abrapa apresenta modelo de governança em missão na Colômbia
10 de Março de 2017

Como parte de um acordo de cooperação para o fortalecimento da cotonicultura nos países do Mercosul, Haiti e África subsaariana, a Abrapa participou esta semana de uma missão na Colômbia para apresentar ao governo daquele país o seu modelo de governança associativa, os programas que desenvolve em Qualidade, Sustentabilidade e Rastreabilidade, além de um panorama da cotonicultura brasileira. O foco da missão, que prossegue até o dia 16 de março, é a cotonicultura colombiana, que já foi expressiva, quando chegou a ter mais de 400 mil hectares de área plantada, mas hoje está restrita a, aproximadamente, 18 mil hectares, cultivados por agricultores familiares, em duas áreas específicas, o chamado “Caribe úmido”, região de Córdoba, e o “Interior”, em Tolima. O Acordo foi firmado em 2012 e envolveu, além dos demais países signatários do bloco, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil /Agência de Brasileira de Cooperação (MRE/ABC), o Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) e o Escritório da FAO para a América Latina e Caribe. De acordo com o diretor executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero, o compartilhamento dos recursos técnicos e a troca de experiências nesse intercâmbio podem dar novo ânimo à cotonicultura colombiana, que guarda algumas semelhanças com a brasileira, especialmente quanto às variedades plantadas, herbáceas, anuais e com forte penetração das tecnologias transgênicas. “Contudo, o modelo de negócio dos colombianos é bem diverso do nosso, e muito menos tecnificado. Será, sem dúvida, um grande desafio, que depende ainda do aceite do governo colombiano às propostas que surgirão desses encontros”, explicou. Mão dupla Quanto à possibilidade de fortalecimento da concorrência e os eventuais riscos de perda de mercado, Portocarrero afirma que estas não são preocupações da Abrapa. Segundo ele, nesse caso, as realidades entre Brasil e Colômbia, no que tange ao algodão são desproporcionais. “Por outro lado, os acordos de cooperação são sempre vias de mão dupla. Fazer parte de uma iniciativa dessas, além de ajudar a gerar desenvolvimento, emprego e renda, o que beneficia não apenas o país alvo, mas todo o bloco do Mercosul, é muito salutar para as relações exteriores do país, e, consequentemente, para o setor”, concluiu o diretor.

Dono da Coteminas diz que indústria têxtil é “vocação nacional” em reunião com dirigentes da Ampa
08 de Março de 2017

"A indústria têxtil é uma vocação nacional e isso se deve em grande parte ao fato da cotonicultura brasileira ser tão competitiva e produzir matéria-prima de tão boa qualidade, principalmente em Mato Grosso" – essa afirmação foi feita pelo empresário Josué Gomes da Silva, dono da Coteminas, durante encontro com diretores da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), em Cuiabá, no final da tarde dessa segunda-feira (6 de março). Presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Josué Gomes da Silva reuniu-se com o presidente da Ampa, Alexandre Schenkel, e outros dirigentes da entidade para discutir alternativas para atrair empresas do setor a Mato Grosso com a finalidade de agregar valor à pluma produzida no estado, consolidado como o maior produtor de algodão do Brasil.  A atual direção da Ampa vem buscando, em parceria com o Governo de Mato Grosso, formas de estimular a geração de empregos e renda com a verticalização da produção. "A disponibilidade de matéria-prima de qualidade e energia a preços competitivos é fundamental para atrair empresas da indústria têxtil e de confecção para Mato Grosso", afirmou Gomes da Silva, que é filho do ex-vice-presidente José de Alencar e está à frente de uma das maiores empresas têxteis do Brasil, líder no segmento cama, mesa e banho e também na confecção de tecidos para uniformes com características especiais, com tecidos retardantes a chamas. Na opinião do empresário, apesar do momento difícil atravessado pela indústria têxtil e de confecção, o Brasil tem tudo para se consolidar nesse setor e Mato Grosso está apto a dar sua contribuição para isso. "Temos uma combinação de tecnologia já dominada, com mão de obra qualificada, design que faz sucesso em todo o mundo e as mais belas modelos, e, principalmente, disponibilidade de algodão de boa qualidade" – comentou Gomes da Silva. "O que falta?  Falta o estado oferecer às classes produtoras infraestrutura de melhor qualidade e uma carga tributária mais compatível com a atividade produtiva. Do resto, a gente dá conta", complementou. O empresário se disse muito impressionado com as informações recebidas sobre a produção algodoeira em Mato Grosso, estimada em cerca de 970 mil toneladas de pluma na safra 2016/17, considerando uma área cultivada de aproximadamente 614 mil ha (segundo consultas feitas aos produtores associados à Ampa) e a produtividade de 1.589 kg/ha (fonte Conab). "Isto aqui é um espetáculo e todos os brasileiros ficariam mais esperançosos e orgulhosos se conhecessem a produção de algodão mato-grossense", afirmou. Josué Gomes da Silva, que estava acompanhado de seu assessor Adriano Silva, recebeu das mãos do presidente Alexandre Schenkel exemplares do livro "Algodão – Os pioneiros que transformaram Mato Grosso em um grande produtor", recém-lançado pela Ampa. Participaram da reunião realizada na Sala dos Pioneiros do edifício-sede da Ampa o vice-presidente Eraí Maggi Scheffer, o 2º secretário Guilherme Mognon Scheffer, o ex-presidente Sérgio De Marco (assessor especial do ministro Blairo Maggi no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e os diretores executivos Décio Tocantins e Alvaro Salles (da Ampa e do Instituto Mato-grossense do Algodão – IMAmt, respectivamente).

Agricultural Outlook Forum apontou as tendências para o agro mundial
03 de Março de 2017

Mesmo com a subida dos preços do petróleo no mercado internacional – perspectiva de média de US$ 58,00/barril, em 2017, contra US$ 44,04/barril, em 2016 – a tendência é que o consumo das fibras sintéticas continue competitivo nesta e na próxima temporada. A explicação para isso é a valorização da fibra natural no mercado internacional, hoje cotada em torno de US$ 0,76 por libra-peso. No horizonte, redução dos estoques chineses de algodão durante a temporada 2016/2017 e chance  de 38% de ocorrência do fenômeno climático el niño sobre as lavouras americanas nos meses de setembro, outubro e novembro, com perspectivas de estiagem não apenas lá, como em algumas regiões do Brasil, no mesmo período, logo após a colheita do algodão no território nacional. Os dados foram destaques do Agricultural Outlook Forum, evento promovido pelo departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), realizado nos dias 23 e 24 de fevereiro, em Washington/DC. A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) acompanhou de perto a programação, de onde saem as informações mais esperadas pelo agronegócio em todo o mundo. O gestor de sustentabilidade da Abrapa, Fernando Rati, que acompanhou o evento com o consultor da Abrapa nos Estados Unidos, Mark Langevin, explica que, durante o painel voltado para o algodão, o economista do USDA, Lyman Stone, destacou uma sinalização de que os estoques chineses devem reduzir de 58,2 para 48,8 milhões de fardos, durante a safra 2016/2017, diferentemente dos outros países consumidores, ao longo de 2017. “Dependendo da política de manejo dos estoques da fibra, eles permanecem estáveis, não sofrendo grandes alterações. Aliado a uma perspectiva de aumento, ainda que leve, no consumo mundial, essa provável redução nos estoques chineses é bem-vinda para o cotonicultor brasileiro, pois há a possibilidade de reposição e, consequentemente, de maiores índices de importação de algodão proveniente de outros países, dentre eles o Brasil”, relata Rati. De acordo com as informações divulgadas no Agricultural Outlook Forum, na próxima safra norte-americana, a área plantada aumentará 14,2%, passando de 10,1 para 11,5 milhões de acres. A área plantada mundial está estimada em 29,3 milhões de hectares, 4% menor quando comparada aos números de 2015/16, mas os níveis de produtividade esperados são de 784 Kg/ha, 14% maiores. O grande desafio para a cotonicultura, segundo os painelistas, será gerenciar os riscos envolvidos na produção da fibra frente a um cenário de alto endividamento dos produtores e baixos índices de lucro comparados a outros setores da economia. Mercado baixista Segundo estudo do USDA, desde 2013, a rentabilidade no agronegócio norte-americano caiu 30%. Ainda de acordo com previsões econômicas da instituição, os preços da fibra estarão, em média, em 65 centavos de dólar por libra-peso em 2017, sinalizando possível queda no preço internacional para os próximos meses. Para soja e milho, destacou-se que os EUA irão destinar grande parte da produção desta safra para etanol, o que significará um recorde na fabricação do combustível. “Essa é uma estratégia norte americana para combater os altos preços do petróleo”, explica Rati. A perspectiva para os preços médios da soja, durante o ano de 2017, é de que passem de US$ 9,5 para US$9,6 por bushell, principalmente pelo aquecimento das exportações da oleaginosa, puxado pela China. O fórum abordou também as mudanças que acontecem na política agrícola americana e os impactos do novo governo nas relações comerciais e diplomáticas do país com os demais players, após a eleição do presidente americano Donald Trump.

Indiana UPL confirma patrocínio ao 11º CBA
03 de Março de 2017

De olho na grande concentração de produtores e de representantes da cadeia produtiva do algodão, durante quatro dias em um só lugar, a fabricante de químicos agrícolas UPL confirmou patrocínio ao 11º Congresso Brasileiro do Algodão – CBA. O evento é realizado pela Associação Brasileira do Produtores de Algodão – Abrapa e deve reunir em torno de 1,5 mil participantes, entre os dias 29 de agosto e 1º de setembro, em Maceió (AL). Essa é a segunda vez que a UPL, empresa indiana presente em mais de 80 países, investe no CBA. A primeira foi em 2015, em Foz do Iguaçu (PR). Em um estande de 60 metros quadrados, a UPL vai mostrar seu portfolio de produtos, incluindo novas tecnologias em herbicidas, inseticidas, fungicidas e tratamento de semente de algodão, que serão lançadas no Congresso. De acordo com o gerente de Marketing da companhia, Luciano Zanotto, além do público ser estratégico para os seus negócios, a excelência na organização do CBA foi decisiva para a manutenção do patrocínio. “O CBA é o evento de maior concentração do setor e, por isso, é uma importante vitrine para os nossos produtos”, explica Zanotto. Parte do que será apresentado em nosso estande já está à disposição do produtor nesta safra. Outros produtos aguardam ainda a liberação do registro. O Congresso Brasileiro do Algodão –CBA acontece a cada dois anos. Sua primeira edição foi em 1997, em Fortaleza. Ao longo de 10 edições, ocorreu em Fortaleza, Ribeirão Preto, Campo Grande, Goiânia, Salvador, Uberlândia, São Paulo, Brasília e, por duas vezes, em Foz do Iguaçu. Seu formato inclui palestras, apresentação de trabalhos científicos e área de exposições. “São quatro dias para fazer relacionamentos, discutir os temas mais importantes da cotonicultura e conhecer as tendências e novidades em soluções para a lavoura. Nossa expectativa é de superar a edição de 2015, que já foi grandiosa, com base no momento favorável para a cotonicultura em que nos encontramos”, afirma o presidente da Abrapa e presidente do CBA, Arlindo de Azevedo Moura. Ele citou a melhoria nos preços da commodity, a expectativa de crescimento de safra em torno de 20% e a redução nos estoques mundiais, registrada pela primeira vez desde 2009, como fatores que motivam o produtor a participar do Congresso e a adotar mais tecnologias. “Fazemos sempre questão de realizar o CBA no período de entressafra para agregar o máximo de profissionais possível em todas as etapas da cadeia produtiva”, conclui o presidente.